UNIJUI - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL MARCOS ROBERTO JOHANN O VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIJUI - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL MARCOS ROBERTO JOHANN O VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL"

Transcrição

1 0 UNIJUI - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL MARCOS ROBERTO JOHANN O VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL IJUÍ (RS) 2011

2 1 MARCOS ROBERTO JOHANN O VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL Monografia final do Curso de Graduação em Direito objetivando a aprovação no componente curricular Monografia. UNIJUÍ Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. DCJS Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais. Orientadora : MSc. Ester Eliana Hauser IJUÍ (RS) 2011

3 2 MARCOS ROBERTO JOHANN O VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL Trabalho final do curso de graduação em Direito aprovada pela Banca Examinadora abaixo subscrita, como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Direito e a aprovação no componente curricular de trabalho de curso UNIJUI Universidade Regional do Noroeste do Esta do Rio Grande do Sul DCSJ Departamento de Ciências Jurídicas Ijuí, 01 de dezembro de 2011 Ester Eliana Hauser MSc. - UNIJUI Patrícia Borges Moura MSc - UNIJUI

4 Dedico este trabalho a minha esposa Ana Maria Citadin Johann, e também a minha linda filhinha Luiza Isabel Citadin Johann, pelo amor, carinho e compreensão imensuráveis, a mim dedicados, assim, pude com êxito concluir mais esta tarefa, nesta longa trajetória acadêmica. 3

5 4 AGRADECIMENTOS A Deus, pelo sopro da vida, salvação, benção e graça, ajudando-me em todos os momentos, pois tudo poço naquele que me fortalece. A minha orientadora professora Ester Eliana Hauser, pela sua dedicação e disponibilidade, indispensáveis na elaboração deste trabalho. A todos os policiais civis, que mesmo enfrentando as adversidades da profissão, conseguem com feitos heróicos cumprir sua missão. Por derradeiro, a instituição Polícia Civil da qual tenho a honra de pertencer, a todos muito obrigado.

6 Provas constituem os olhos do processo, o alicerce sobre o qual se ergue toda a dialética processual. Sem provas idôneas e válidas, de nada adianta desenvolverem-se aprofundados debates doutrinários e variadas vertentes jurisprudenciais sobre temas jurídicos, pois a discussão não terá objeto. Fernando Capez 5

7 6 RESUMO O presente trabalho de pesquisa monográfica faz uma análise doutrinária do Inquérito Policial, procedimento administrativo elaborado pela Polícia Judiciária, não com exclusividade, visando à apuração do fato delituoso e à definição de sua autoria, tendo como escopo fornecer elementos para eventual ação penal. Trata-se de procedimento de natureza inquisitiva em que nem sempre são observados os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, por meio do qual são realizados atos investigativos formadores de provas na fase pré-processual. Busca analisar em que medida os elementos colhidos na fase investigativa, cujo sistema é inquisitivo irão adentrar no processo criminal, que tem base acusatória. Discute se as provas colhidas durante a elaboração do Inquérito Policial, principalmente aquelas não-repetíveis, como é o caso das periciais, possuem relevância no conjunto probatório, formador do convencimento do julgador, capaz de no seu livre convencimento proferir uma decisão condenatória em desfavor do réu. Palavras-Chave: Inquérito Policial. Prova. Valor Probatório. Processo Penal.

8 7 ABSTRACT The present research monograph makes a doctrinal analysis of the police inquiry, administrative procedure established by the Judicial Police, not exclusively, aimed at determination of the criminal fact and the definition of his own, having as elements provide scope for possible prosecution. This procedure is inquisitive nature which are not always observed the constitutional principles of contradictory and full defense, by which acts are performed trainers investigative evidence in the pre-trial. It aims to analyze to what extent the elements gathered in the investigative phase, which is inquisitive system will enter the criminal case, which is based accusatory. Discusses whether the evidence gathered during the preparation of the police inquiry, especially those non-repeatable, such as the expert, have relevance in the whole evidence, the conviction of former judge, able to deliver on its free conviction a conviction to the detriment of defendant. Keywords: Police Inquiry. Proof. Probative value. Criminal Procedure.

9 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO A PERSECUÇÃO PENAL E O INQUÉRITO POLICIAL COMO INSTRUMENTO E INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR A Persecução Penal no Brasil; Objetivos e Etapas Investigação Preliminar O Processo Penal Os Sistemas Processuais e as Garantias Processuais Penais na Constituição Brasileira de Sistemas Processuais Acusatório, Inquisitivo e Misto As Garantias Constitucionais do Processo Penal A Investigação Preliminar Através do Inquérito Policial Conceito, Natureza e Finalidade do Inquérito Policial Orgão encarregado: A Polícia Judiciária Procedimento do Inquérito Policial A PROVA PROCESSUAL PENAL E O VALOR DO INQUÉRITO POLICIAL A Prova no Processo Penal Conceito e Função da Prova Princípios da Prova Principais espécies de Prova A Gestão da Prova Provas Repetíveis e Irrepetíveis O Valor Probatório do Inquérito Policial...63 CONCLUSÃO...70 REFERÊNCIAS...75

10 9 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como tema de análise o valor probatório do Inquérito Policial. Busca-se, por meio dele, verificar em que medida os atos produzidos na investigação preliminar, mais especificamente durante o inquérito policial, podem ser valorados no âmbito do processo judicial. Tomando como referência a Constituição Brasileira de 1988, que consagrou garantias penais e processuais, entre elas, o direito de não produzir provas contra si mesmo, o contraditório e a ampla defesa, busca-se analisar se as provas produzidas durante a investigação preliminar criminal, que tem caráter inquisitório, podem respaldar sentenças condenatórias ou absolutórias prolatadas no processo penal correspondente. O homem mediante o contrato social, e a definição do que se conhece por Estado, abre mão do poder de fazer justiça com as próprias mãos a favor deste ente imaginário, que agora detém a legitimidade para punir os infratores das normas codificadas, usando para tanto métodos de aflição a dignidade da pessoa humana, meios que na concepção de Estado contemporâneo não há mais aplicabilidade, tendo por objetivo a busca da prova. Historicamente este poder punitivo foi exercido de forma arbitrária, com a utilização de tais métodos. Exemplo disso é a Lei de Talião, com a aplicação do olho por olho, dente por dente. Também na sociedade medieval, em que a tortura era o meio de punição mais utilizado, quando o Clero imperou, e, juntamente com o Estado, protagonizou a famosa Inquisição Medieval, não se visualizava nenhum

11 10 respeito à dignidade dos homens. Os fatos eram apurados de forma inquisitória e sumária, levando muitas vezes o investigado à pena capital. Apesar da evolução do mundo, do reconhecimento do homem como cidadão e da afirmação dos direitos humanos, métodos ultrajantes continuaram sendo usados como meio de produção de provas. Num passado pouco distante, a aflição do corpo do investigado era utilizada para se obter confissões, delações e outras provas ilícitas que levavam a condenação e também à morte. No Brasil, como também em diversos países do mundo, utilizaram-se tais meios durante os períodos de ditadura militar, com completo desrespeito aos direitos da pessoa humana, com julgamentos realizados a margem da lei. Com o advento da Constituição de 1988, ocorreu à democratização do Estado Brasileiro, o reconhecimento de vários direitos fundamentais da pessoa humana, a constitucionalização das leis infraconstitucionais. Isto exige que todas as normas sejam interpretadas à luz da Carta Magna, pois esta deixa de ser apenas um instrumento político, disciplinando a relação entre o indivíduo e o Estado, passando a ser fonte normativa. Neste sentido, os órgãos que compõem o Estado têm o dever realizar suas atividades a partir da inspiração introduzida pela Constituição, não havendo mais espaço para abusos e atos ilícitos. Tais preceitos também devem ser observados pelas autoridades responsáveis pela investigação preliminar criminal, mesmo que o procedimento ainda vigente seja o Inquérito Policial e tenha cunho inquisitorial. Este deve buscar a prova lícita, sem vício, capaz de gerar no julgador confiança ao prolatar sua sentença, sendo ela condenatória ou absolutória. O mundo de hoje anda ao girar de motores e corre pelos fios da tecnologia, e nele o crime se tem ampliado, estruturado na forma de empresas e evoluído para a esfera do ambiente virtual. Diante desta realidade questiona-se: como demonstrar que durante a investigação criminal foram observadas as normas estipuladas pela Constituição, mesmo sendo o procedimento da investigação preliminar de tipo inquisitorial, visando a sustentabilidade de uma futura denúncia por parte do Ministério Público ou à vítima no caso de queixa-crime?

12 11 A pretensão é tentar demonstrar a necessidade da manutenção do procedimento investigativo, buscando seu aperfeiçoamento e modernização, frente ao que ocorre com o crime, pois, apesar de toda a evolução já referida e a renovação do ordenamento jurídico, pouca coisa inovou-se na peça investigativa. Para discutir tais questões a metodologia utilizada foi o método dedutivo e a revisão bibliográfica, sendo que o trabalho está estruturado em dois capítulos. No primeiro capitulo, são apresentadas as distintas etapas da persecução penal no Brasil, com enfoque especial para o inquérito policial, um dos principais instrumentos de investigação preliminar. Também são apresentadas as principais características dos sistemas processuais acusatório, inquisitivo e misto, bem como as garantias constitucionais do processo penal consagradas na Constituição Brasileira de 1988, com o objetivo de avaliar como tais garantias repercutem nas distintas etapas da persecução penal. No primeiro capítulo também é discutida a questão da persecução penal, levando-se em consideração o surgimento do poder punitivo do Estado, seu objetivo e etapas, bem como a importância da investigação preliminar para a produção de elementos que possam dar sustentabilidade a segunda parte da persecução penal, qual seja, denúncia por parte do Ministério Público. Ainda, no corpo do primeiro capitulo, é analisado o procedimento de investigação preliminar através do inquérito policial, sua conceituação, natureza e finalidade, além do órgão encarregado pela sua elaboração, com atenção voltada à Polícia Judiciária, bem como no procedimento adotado. O segundo capítulo aborda, inicialmente, os aspectos gerais das provas no processo penal e os princípios que as regem, em especial os previstos na Constituição Federal. Nele são analisadas as principais espécies de prova, a questão atinente à gestão da prova judicializada, bem como o valor probatório dos atos produzidos durante a investigação criminal, em especial aquelas elaboradas no Inquérito Policial.

13 12 1 A PERSECUÇÃO PENAL E O INQUÉRITO POLICIAL COMO INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR Desde os primórdios da humanidade, o ser humano teve a necessidade de organizar-se em sociedade, pois a vida em isolamento não faz parte de sua natureza. Este viver em sociedade envolve muitas questões sociais, políticas, culturais, econômicas, comportamentais, criminais entre tantas outras. Em relação ao crime, este não lesa somente direitos individuais, pois a sua ocorrência perturba a harmonia e estabilidade da sociedade em geral, trazendo em seu bojo, a insegurança. Assim, incumbe ao Estado manter a paz social, e na busca do bem estar comum, este trouxe para si o direito de punir, o qual tem seu marco inicial na investigação preliminar. 1.1 A persecução penal no Brasil: objetivos e etapas O convívio numa sociedade deve ser organizado, entrando em cena a figura do Estado que vem, através de normas próprias, regular as relações entre os cidadãos. No âmbito penal o Estado age regulando as ações ou omissões dos indivíduos, disciplinando condutas e as tipificando, ou seja, referindo quais de fato contrariam a lei penal, porquanto atingem aos bens mais caros do cidadão, e apontando as suas penalidades, uma das tarefas essenciais do Estado é regular a conduta dos cidadãos por meio de normas objetivas sem as quais a vida em sociedade seria praticamente impossível. (MIRABETE, 2003, p. 23). Assim também se posiciona Fernando da Costa Tourinho Filho (2003, p. 9): Dos bens ou interesses tutelados pelo estado (por meio das normas), uns existem cuja violação afeta sobremodo as condições de vida em sociedade. O direito à vida, à honra, à integridade física são exemplos. Tais bens e muitos outros e muitos outros são tutelados pelas normas penais, e sua violação é que chama ilícito penal ou infração penal. O ilícito penal atenta, pois, contra os bens mais caros e importantes da vida social.

14 13 Ainda nas palavras de Hidejalma Muccio (2000, p. 38): Ao se corporificarem na lei as condutas autorizadas e as proibidas, o cidadão tem a faculdade de realizar o comportamento permitido e de se abster da prática daquele que é vedado, ditando o direito objetivo às atividades lícitas, e ao mesmo tempo, os limites aos poderes e faculdades do cidadão, que está obrigado pelo dever de respeito aos direitos alheios ou do estado. Assim, se alguém desobedece a esse comando, lesando direito alheio, frustrando o fim perseguido pelo Estado, que é a garantia da paz, da tranqüilidade social, da convivência harmônica, fica sujeito à coação desse Estado. Neste sentido as normas são instituídas para regulamentar a convivência entre as pessoas, conforme declina Júlio Fabbrini Mirabete (2003, p. 23, grifo do autor): Esse conjunto de normas, denominado direito objetivo, exterioriza a vontade do Estado quanto à regulamentação das relações sociais, entre indivíduos, entre organismos do Estado ou entre uns e outros. Disso Resulta que é lícito um comportamento que está autorizado ou não está vedado pelas normas jurídicas [...] Mas o direito objetivo, ao mesmo tempo em que possibilita as atividades lícitas, é um sistema de limites aos poderes e faculdades do cidadão, que está obrigado pelo dever de respeito aos direitos alheios ou do Estado. Quem se afasta do imperativo das regras jurídicas fica submetido à coação do Estado pelo descumprimento de seus deveres, eis que seriam inócuas as normas se não estabelecessem sanções para aqueles que as desobedecem. Criadas as normas, o Direito Penal objetivo, pode ocorrer o descumprimento de alguma regra e isso legitima ao Estado exercer o direito de punir, impondo sanções. Porém, conforme preceituado na legislação, não é livre esse poder ou direito de punir, não há discricionariedade ao Estado para fazer valer o poder punitivo, quando aplicar ao infrator as medidas cabíveis. (MIRABETE, 2003). Nessa hipótese, em que se lesa, ou põe em perigo direito que interessa à própria sociedade, o Estado, cuja finalidade é a consecução do bem comum, investido por isso no direito de punir (jus puniendi), institui sanções penais contra o infrator. Esse direito de punir do Estado, entretanto, não é arbitrário, mas sim delimitado [...] é previsto na Constituição Federal de 1988: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (art. 5º, XXXIX). (MIRABETE, 2003, p. 24). Para Tourinho Filho (2003, p. 10, grifo do autor): Ninguém desconhece que a prática de infrações penais transtorna a ordem pública, e a sociedade é a principal vítima e, por isso mesmo, tem o direito

15 14 de prevenir e reprimir aqueles atos que são lesivos à sua existência e conservação [...] Como a sociedade, assim entendida, é uma entidade abstrata, a função que lhe cabe, de reprimir as infrações penais, pertence em mãos do Estado, que a realiza por meio dos seus órgãos competentes [...] O jus puniendi pertence, pois ao estado, como uma das expressões mais características da sua soberania [...] Surge, assim, com a prática da infração penal, a pretensão punitiva [...] A pretensão punitiva surge, pois, no momento em que o jus puniendi in abstracto se transfigura no jus puniendi inconcreto. Em suma, tem-se então o Estado como ente responsável pela criação das normas que irão tipificar as condutas, disciplina aquelas que são autorizadas e também as que são vedadas e, caso ocorra à infração penal, há a imposição das sanções correspondentes. Entretanto, o direito de punir deve ser exercido de forma limitada, pois ninguém suportaria viver num estado em que o titular do direito de punir pudesse exercê-lo desenfreadamente. (TOURINHO FILHO, 2003, p. 11). Em tal aspecto o poder punitivo não é livre, e o próprio Estado delimitou-o. Neste viés Muccio (2000, p. 39) assevera: Concluí-se, pois que o estado, não pode punir ao seu alvedrio, antes é necessário existir uma norma que diga constituir infração penal esta ou aquela conduta, autorizando-o a infligir à pena àquele que a transgredir. O princípio da reserva legal não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal [...] inserto na Constituição Federal (art. 5º, XXXIX), reproduzido no art. 1º do Código Penal, constitui a primeira limitação ao direito de punir do Estado. Surgindo ao ente estatal o direito de punir, deflagrando a pretensão punitiva através da lide penal, gerando o conflito de interesses, culminará no devido processo legal. Praticado um fato que, aparentemente ao menos, constitui um ilícito penal, surge o conflito de interesses entre o direito de punir do Estado e o direito de liberdade da pessoa acusada de praticá-lo [...] Assim, no Estado moderno a solução do conflito de interesses, especialmente no campo penal, se exerce através da função jurisdicional do Estado no que se denomina processo. (MIRABETE, 2002, p. 26). Para a satisfação da pretensão punitiva o Estado vale-se da persecução penal. Através dela busca-se identificar a existência do fato criminoso, bem como sua autoria, impondo-se, por meio do devido processo legal, a sanção penal ao autor declarado culpado. A persecução penal é dividida em duas etapas, a primeira

16 15 desenvolvida pela polícia judiciária denominada investigação preliminar, no âmbito de inquérito policial, e a segunda pelo Ministério Público, enquanto titular da ação penal, e excepcionalmente, pela vítima. Neste itinerário ensina Mirabete (2003, p. 73, grifo do autor): Para que se proponha a ação penal, entretanto, é necessário que o Estado disponha de um mínimo de elementos probatórios que indiquem a ocorrência de uma infração e de sua autoria. O meio mais comum, embora não exclusivo, para a colheita desses elementos é o inquérito policial [...] cabe à polícia judiciária, exercida pelas autoridades policiais, a atividade destinada à apuração das infrações penais e da autoria por meio do inquérito policial, preliminar ou preparatório da ação penal. À soma dessa atividade investigatória com a ação penal promovida pelo Ministério Público ou ofendido se dá o nome de persecução penal (persecutio criminis) [...] Persecução penal significa, portanto, a ação de perseguir o crime. Ministra Muccio (2000, p , grifo do autor): À investigação da infração penal e de sua autoria, medida preparatória da ação penal (processo), dá-se o nome de persecutio criminis. Implica em perseguir o crime, em desvendá-lo. Na persecutio criminis o objetivo e ter a prova da ocorrência do delito, da sua autoria, enfim, das provas preliminares [...] A persecução penal se compõe, portanto, de duas fases distintas: a primeira, que é preparatória da ação penal, de caráter preliminar e informativo, que se revela com a persecutio criminis, e a segunda, que é a própria ação penal. Tendo em mente que o Judiciário precisa de elementos para fazer valer a pretensão estatal relativa ao cometimento de algum ilícito penal, é que surgem outros órgãos que vão lhe auxiliar nesta demanda, os quais além de muitas atribuições que lhes são inerentes possuem também a tarefa relacionada a persecução penal Investigação preliminar A investigação preliminar é essencial para a futura ação penal, e consequentemente ao processo. É o momento de colher os elementos de uma infração penal, tendo como objetivo a definição de autoria e materialidade

17 16 delituosas. Assim, para que se proponha a ação penal, entretanto, é necessário que o Estado disponha de um mínimo de elementos que indiquem a ocorrência de uma infração penal e de sua autoria. (MIRABETE, 2003, p. 73). Para Aury Lopes Jr. (2008, p ): A investigação preliminar é uma peça fundamental para o processo penal [...] é absolutamente imprescindível, pois um processo penal sem a investigação preliminar é um processo irracional, uma figura inconcebível segundo a razão e os postulados básicos do processo penal constitucional [...] Não se deve começar um processo penal de forma imediata. Em primeiro lugar deve-se preparar, investigar e reunir elementos que justifiquem o processo ou não-processo. É um grave equívoco que primeiro se acuse, para depois investigar e ao final julgar. Neste viés a investigação preliminar é um conjunto de atividades realizadas por órgãos estatais, os quais sintonizados, associados entre si, a partir de uma notícia-crime, tendo cunho prévio e com natureza meramente preparatória em relação ao processo penal, busca averiguar a autoria e circunstâncias do fato denunciado como criminoso, sendo sua finalidade justificar o processo ou nãoprocesso. (LOPES JR., 2008). A investigação preliminar não tem como fundamento a pena e tampouco a satisfação de uma pretensão acusatória. Não faz em sentido próprio justiça, senão que tem como objetivo imediato garantir a eficácia do funcionamento da justiça [...] A investigação preliminar é o primeiro degrau da escada e, através dela, se chegará a uma gradual concreção do sujeito passivo. Com base nos elementos fornecidos pela investigação preliminar, serão realizados esses diferentes juízos, de valor imprescindível para chegar ao processo ou não processo. Se pêra a instauração da investigação preliminar basta existir a possibilidade, para a adoção de medidas cautelares e a admissão da ação penal é necessário um grau maior de segurança: é imprescindível um juízo de probabilidade da autoria e da materialidade. (LOPES JR., 2008, p , grifo do autor). Como já explicitado, a investigação preliminar é início da persecução penal que por sua vez tem como fundamento as normas constitucionais, assim por consequência a investigação em tela não deve-se afastar das mesmas normas. (LOPES JR., 2008). O ponto de partida da investigação preliminar é a notitia criminis e, por conseqüência, o fumus commissi delicti. Essa conduta delitiva é geralmente, praticada de forma dissimulada, oculta, de índole secreta, basicamente por dois motivos: pra não frustrar os próprios fins do crime e para evitar a pena

18 17 como efeito jurídico. Por isso, o autor do delito buscará ocultar os instrumentos, meios, motivos e a própria conduta praticada [...] A investigação preliminar também atende a uma função simbólica [...] ao contribuir para restabelecer a tranqüilidade social abalada pelo crime. Significa que [...] contribui para amenizar o mal-estar causado pelo crime através da sensação que os órgãos estatais atuarão, evitando a impunidade [...] A nosso juízo, a função de evitar acusações infundadas é o principal fundamento da investigação preliminar, pois, em realidade, evitar acusações infundadas significa esclarecer o fato oculto (juízo provisório e de probabilidade) e com isso assegurar à sociedade de que não existirão abusos por parte do poder persecutório estatal. (LOPES JR.,2008, p , grifo do autor). Assim elegendo essa instrumentalidade constitucional da investigação preliminar, tem-se que a função de comprovar a noticia crime, suas circunstâncias, visando a dar uma resposta estatal de forma imediata e justificar o processo ou não processo, há de observar-se também algumas razões que a fundamentem: a) a busca do fato oculto; b) a função simbólica; e c) evitar acusações infundadas. (LOPES JR., 2008) O processo penal Como se viu, uma vez cometido o delito, a primeira providência a ser executada pelos órgãos encarregados pela persecução penal, visando à preservação da paz social, é a investigação preliminar. O jus puniendi, que será exercido através do processo penal, exige a realização de atividades investigativas, no caso atos de Polícia Judiciária. Assim desde o cometimento da infração penal até a conclusão do processo, dever-se observar os órgãos que legitimamente podem realizar a atividades ao feito inerente. (MIRABETE, 2003). Para Mirabete (2003, p. 29, grifos do autor) processo penal é: É o conjunto de atos cronologicamente concatenados (procedimentos), submetidos a princípios e regras jurídicas destinadas a compor as lides de caráter penal. Sua finalidade é assim, a aplicação do direito penal objetivo [...] São, portanto, necessárias as normas que disciplinem a criação, estrutura, sistematização, localização, nomenclatura a atribuição desses diversos órgãos diretos e auxiliares do aparelho judiciário destinado à administração da justiça penal, constituindo-se o que se denomina Organização Judiciária. Dessa forma, pode-se conceituar o Direito Processual Penal, no seu direto aspecto de ordenamento jurídico, como o

19 18 conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal, bem como as atividades persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação dos órgãos da função jurisdicional e respectivos auxiliares. Na explanação sobre processo penal, Muccio (2000) é mais conciso, declinando que desde a pretensão punitiva até o final o processo o Estado necessita realizar vários atos visando a oportunizar o julgamento. Tendo em vista que o Estado encontra-se impedido de fazer o uso da força e de forma direta resolver os conflitos de interesses, criou um órgão que tem competência para deduzir sua pretensão punitiva ao Estado-Juiz. Trata-se, portanto, do Ministério Público, titular da ação penal, que por sua vez precisa ter em mãos elementos para poder exercer a pretensão punitiva, auxiliado pela atividade investigativa da Polícia judiciária. Assim, praticada uma infração penal, um outro órgão do Estado à polícia Judiciária desencadeia intensa atividade investigatória buscando a identificação do autor do fato, a prova da sua existência, colhendo-se informes quanto à motivação e às circunstâncias que o envolveram. Nessa fase o processo ainda não existe no seu sentido estrito. É o momento da sua preparação. Stricto sensu, o processo só se inicia quando o autor deduz a pretensão punitiva [...] pode-se dizer, portanto, quer o processo não passa de um conjunto de atos que de sucedem, segundo a lei, até o ato final e mais importante: a sentença, que tem por fim dirimir a lide. (MUCCIO, 2000, p ). Assim o Ministério Público, enquanto titular da ação penal, quando oferece a denúncia, tendo por alvo a pretensão punitiva invoca a prestação da tutela jurisdicional ao juiz, o qual por sua vez, não pode recusar o pedido, mesmo que o acusado não queira resistir a pretensão, pois a lide penal é sui generis. O juiz não pode negar ao infrator o direito de se pronunciar, ou seja, formular sua defesa, mesmo que este a recuse. Neste viés, citado o réu, está estabelecida a relação processual, e ambas as partes, Ministério Público e réu, aguardarão do Estado-Juiz a decisão final, que nada mais é que a sentença, pondo fim na lide formada. (MUCCIO, 2000). Nas palavras de Tourinho Filho (2003, p. 16): Colhidas as primeiras notícias sobre a infração e identificado o seu autor, o estado, já agora representado por outro órgão, o Ministério público, leva ao conhecimento do Juiz, em petição circunstanciada, a pretensão punitiva, instaurando-se, assim, o processo [...] Colhido todo o material probatório, o acusador e o acusado se manifestam sobre tudo quanto se apurou, e,

20 19 finalmente, o Juiz, já devidamente instruído, profere a sua decisão, dizendo se procede ou improcede a pretensão punitiva. Como titular do direito de punir, quando alguém infringe a norma penal, deverá o Estado, para fazer valer o seu direito, procurar os elementos comprobatórios do fato infringente da norma e os de quem tenha sido o seu autor, entregando-os, a seguir, ao órgão do Ministério Público para promover a competente ação penal. [...] O Ministério Público incumbe-se ajuizar a ação penal e acompanhar o seu desenrolar até o final. É o que chama persecutio criminis in judicio. (TOURINHO FILHO, 2003, p. 187). Entretanto, Tourinho Filho (2003, p. 17), observa que visto dessa maneira, o processo não passa de uma série de atos visando à aplicação da lei ao caso concreto, o mesmo autor aduz que: O processo não é apenas um conjunto de atos coordenados visando ao julgamento da pretensão punitiva. Essa seqüência de atos coordenados, dispostos segundo as regras e formalidades previstas em lei, nada mais representa senão a exteriorização de uma verdadeira relação jurídicoprocessual [...] Realmente quem procurar ver o processo intrinsecamente, pelo lado de dentro, á de convir que ali se entretece um complexo de vínculos juridicamente relevantes e juridicamente regulados. Trata-se de uma relação jurídico-processual unitária, complexa, progressiva e continuada (TOURINHO FILHO, 2003, p. 17). Também se posiciona Muccio (2000, p. 43, grifo do autor): O processo visto como relação jurídico-processual. Essa relação jurídicoprocessual é autônoma, pública, complexa, progressiva e continuativa. Pública porque somente o Estado dita a solução para a lide penal, por um de seus poderes soberanos, o Poder Judiciário [...] Complexa porque envolve uma série de direitos e obrigações entre os sujeitos processuais principais (autor, réu e Juiz) [...] Unitária porque é uma no seu objeto, a solução da lide penal. Desde o instante inicial, quando se opera a invocação da prestação da tutela jurisdicional, os atos processuais que se desencadeiam, convergem para o ato mais importante, a sentença [...] Progressiva e continuada porque os atos processuais são coordenados segundo a previsão legal [...] Autônoma porque se prende ao fato de o Estado-Administração exercitar seu direito de ação, pedindo a tutela jurisdicional, e ao dever que tem o Estado-juiz, por seus órgãos de prestá-la. Porém, todas as matérias relacionadas ao Direito devem fundamentalmente estar em sintonia com a Constituição Federal, uma vez que esta possui papel normativo. Assim, toda a legislação infraconstitucional, por óbvio, deve obedecer às regras e princípios consagrados na carta maior. Na lição de Muccio (2000, p. 49, grifo do autor):

PROCESSO PENAL I 2ª - Par a t r e Pro r f o e f ss s o s r o : r :Ru R b u ens s Co C r o r r e r ia a Jun u ior

PROCESSO PENAL I 2ª - Par a t r e Pro r f o e f ss s o s r o : r :Ru R b u ens s Co C r o r r e r ia a Jun u ior PROCESSO PENAL I 2ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 I HISTÓRIA 2 PROCESSO E PROCEDIMENTO Procedimento: é o conteúdo do processo; Processo: atividade jurisdicional; SUJEITOS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIOS

Leia mais

O ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL

O ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL O ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL Gustavo de Oliveira Santos Estudante do 7º período do curso de Direito do CCJS-UFCG. Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/4207706822648428 Desde que o Estado apossou-se

Leia mais

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade, Vigência, Eficácia e Vigor 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade Sob o ponto de vista dogmático, a validade de uma norma significa que ela está integrada ao ordenamento jurídico Ela

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº, DE DE 2010.

RESOLUÇÃO Nº, DE DE 2010. RESOLUÇÃO Nº, DE DE 2010. Dispõe sobre a divulgação de dados processuais eletrônicos na rede mundial de computadores, expedição de certidões judiciais e dá outras providências. O PRESIDENTE DO CONSELHO

Leia mais

GUIA DE ESTUDOS INSS NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO FÁBIO RAMOS BARBOSA

GUIA DE ESTUDOS INSS NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO FÁBIO RAMOS BARBOSA DIREITO ADMINISTRATIVO Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios. Direito Administrativo: conceito, fontes e princípios. Organização

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br O Princípio da Legalidade na Administração Pública Heletícia Oliveira* 1. INTRODUÇÃO O presente artigo tem como objeto elucidar, resumidamente, a relação do Princípio da Legalidade

Leia mais

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR A punição administrativa ou disciplinar não depende de processo civil ou criminal a que se sujeite também o servidor pela mesma falta, nem obriga

Leia mais

12/08/2012 PROCESSO PENAL II PROCESSO PENAL II

12/08/2012 PROCESSO PENAL II PROCESSO PENAL II II 2ª -Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 II Acessem!!!!!! www.rubenscorreiajr.blogspot.com 2 1 O : É o conjunto de atos cronologicamente concatenados (procedimentos), submetido a princípios e regras

Leia mais

A CRÍTICA AO ATO DE SUPERIOR E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

A CRÍTICA AO ATO DE SUPERIOR E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO MILITAR DIREITO PENAL MILITAR PARTE ESPECIAL MARCELO VITUZZO PERCIANI A CRÍTICA AO ATO DE SUPERIOR E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO Marcelo Vituzzo Perciani

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV AULA DIA 25/05/2015 Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA E-mail: tiago_csouza@hotmail.com DIREITO PROCESSUAL PENAL IV Procedimento Sumaríssimo (Lei 9.099/95) - Estabelece a possibilidade de conciliação civil,

Leia mais

PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL

PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL 1 PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL Prof.Dr.Luís Augusto Sanzo Brodt ( O autor é advogado criminalista, professor adjunto do departamento de Ciências Jurídicas da Fundação Universidade Federal

Leia mais

TERMINOLOGIAS NO PROCESSO JUDICIÁRIO DO TRABALHO PRINCÍPIOS DO PROCESSO JUDICIÁRIO DO TRABALHO TRABALHO PRINCÍPIOS DO PROCESSO JUDICIÁRIO DO TRABALHO

TERMINOLOGIAS NO PROCESSO JUDICIÁRIO DO TRABALHO PRINCÍPIOS DO PROCESSO JUDICIÁRIO DO TRABALHO TRABALHO PRINCÍPIOS DO PROCESSO JUDICIÁRIO DO TRABALHO DO PROCESSO JUDICIÁRIO DO AULA 07.1 - INTRODUÇÃO TERMINOLOGIAS NO No processo do trabalho há um dialeto próprio, que define: -O AUTOR como sendo o RECLAMANTE; -O RÉU como sendo do RECLAMADO. 1 2 DO O direito

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br O que é uma ONG? Rodrigo Mendes Delgado *. Uma ONG é uma Organização Não-Governamental. Mas, para que serve uma ONG? Simples, serve para auxiliar o Estado na consecução de seus objetivos

Leia mais

O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas.

O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas. O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas. O que é o dever de Consulta Prévia? O dever de consulta prévia é a obrigação do Estado (tanto do Poder Executivo, como do Poder Legislativo)

Leia mais

Poderes Administrativos. Professora: Paloma Braga

Poderes Administrativos. Professora: Paloma Braga Poderes Administrativos Professora: Paloma Braga Poderes Administrativos - Conceito São os meios ou instrumentos através dos quais a Administração Pública exerce a atividade administrativa na gestão dos

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Atualizado até 13/10/2015 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Quando se fala em responsabilidade, quer-se dizer que alguém deverá

Leia mais

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL INTRODUÇÃO O conceito de ação social está presente em diversas fontes, porém, no que se refere aos materiais desta disciplina o mesmo será esclarecido com base nas idéias

Leia mais

AS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS EM RELAÇÃO AO PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA PRESUMIDA

AS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS EM RELAÇÃO AO PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA PRESUMIDA AS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS EM RELAÇÃO AO PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA PRESUMIDA * Luis Fernando da Silva Arbêlaez Júnior ** Professora Vânia Maria Bemfica Guimarães Pinto Coelho Resumo A Constituição Federal

Leia mais

Marco Civil da Internet

Marco Civil da Internet Marco Civil da Internet Tendências em Privacidade e Responsabilidade Carlos Affonso Pereira de Souza Professor da Faculdade de Direito da UERJ Diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) @caffsouza

Leia mais

LEGISLAÇÃO APLICADA A AQUICULTURA

LEGISLAÇÃO APLICADA A AQUICULTURA LEGISLAÇÃO APLICADA A AQUICULTURA C O N T E Ú D O : N O Ç Õ E S D E D I R E I T O : I N T R O D U Ç Ã O A O E S T U D O D O D I R E I T O A M B I E N T A L C A R A C T E R Í S T I C A S D A L E G I S L

Leia mais

REGIMENTO DA UNIDADE DE AUDITORIA INTERNA DO IF SUDESTE DE MINAS GERAIS CAPÍTULO I

REGIMENTO DA UNIDADE DE AUDITORIA INTERNA DO IF SUDESTE DE MINAS GERAIS CAPÍTULO I REGIMENTO DA UNIDADE DE AUDITORIA INTERNA DO IF SUDESTE DE MINAS GERAIS CAPÍTULO I Disposições Preliminares Art. 1º A Auditoria Interna do IF Sudeste de Minas Gerais, está vinculada ao Conselho Superior,

Leia mais

DIREITO PENAL MILITAR

DIREITO PENAL MILITAR DIREITO PENAL MILITAR Objetivos: Definir direito penal e direito penal militar; Distinguir direito penal militar das demais denominações do direito e dos demais direitos e ciências afins; Distinguir lei

Leia mais

PEDIDOS DE AUTORIZAÇÃO PARA RETIRADA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDAS DAS ENTIDADES ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CAOPCAE/PR

PEDIDOS DE AUTORIZAÇÃO PARA RETIRADA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDAS DAS ENTIDADES ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CAOPCAE/PR PEDIDOS DE AUTORIZAÇÃO PARA RETIRADA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDAS DAS ENTIDADES ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CAOPCAE/PR 1 - A autorização para que crianças e adolescentes passem as festas de final de

Leia mais

Perícia contábil em Ação Civil Pública, relativa a ato de improbidade administrativa e enriquecimento sem causa de Servidor Público.

Perícia contábil em Ação Civil Pública, relativa a ato de improbidade administrativa e enriquecimento sem causa de Servidor Público. Perícia contábil em Ação Civil Pública, relativa a ato de improbidade administrativa e enriquecimento sem causa de Servidor Público. Prof. MSc. Wilson Alberto Zappa Hoog i Resumo: Apresentamos uma breve

Leia mais

ESTUDO DIRIGIDO 1 - RESPOSTAS. 1.1. Quais as funções dos Princípios? RESPOSTA: Os princípios apresentam uma tríplice função:

ESTUDO DIRIGIDO 1 - RESPOSTAS. 1.1. Quais as funções dos Princípios? RESPOSTA: Os princípios apresentam uma tríplice função: ESTUDO DIRIGIDO 1 - RESPOSTAS 1. Princípios do Direito do Trabalho 1.1. Quais as funções dos Princípios? RESPOSTA: Os princípios apresentam uma tríplice função: a) Função informativa/inspiradora: informam

Leia mais

AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE

AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE 4.1 - Tabela de Temporalidade Como é cediço todos os arquivos possuem um ciclo vital, composto pelas fases corrente, intermediária e permanente. Mas como saber quando

Leia mais

INTER E PR P ET E A T Ç A Ã Ç O Ã O D A D A LE L I E

INTER E PR P ET E A T Ç A Ã Ç O Ã O D A D A LE L I E INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL ART. 3º DO CPP INTERPRETAÇÃO É a atividade mental realizada com objetivo de extrair a norma legal o seu conteúdo, estabelecendo seu âmbito de incidência e exato sentido.

Leia mais

NBA 10: INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS. INTRODUÇÃO [Issai 10, Preâmbulo, e NAT]

NBA 10: INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS. INTRODUÇÃO [Issai 10, Preâmbulo, e NAT] NBA 10: INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS INTRODUÇÃO [Issai 10, Preâmbulo, e NAT] 1. Os Tribunais de Contas somente podem realizar suas tarefas quando são independentes da entidade auditada e são protegidos

Leia mais

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de constitucionalidade Luís Fernando de Souza Pastana 1 RESUMO: há diversas modalidades de controle de constitucionalidade previstas no direito brasileiro.

Leia mais

O ÔNUS DA PROVA E O SISTEMA ACUSATÓRIO NO DIREITO PROCESSUAL PENAL BRASILEIRO

O ÔNUS DA PROVA E O SISTEMA ACUSATÓRIO NO DIREITO PROCESSUAL PENAL BRASILEIRO O ÔNUS DA PROVA E O SISTEMA ACUSATÓRIO NO DIREITO PROCESSUAL PENAL BRASILEIRO Prof. Claudiney Alessandro Gonçalves Professor do Curso de Direito da Faculdade de Educação, Administração e Tecnologia de

Leia mais

18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas

18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas 18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas Os Estados signatários da presente Convenção, Desejando facilitar o reconhecimento de divórcios e separações de pessoas obtidos

Leia mais

RELAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL COM OUTRAS DISCIPLINAS OU CIÊNCIAS.

RELAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL COM OUTRAS DISCIPLINAS OU CIÊNCIAS. RELAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL COM OUTRAS DISCIPLINAS OU CIÊNCIAS. 1. RELAÇÃO COM O DIREITO ADMINISTRATIVO: Classificado no Direito Público Interno, de quem é um de seus ramos, o Direito Administrativo,

Leia mais

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS APRESENTAÇÃO ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS Breve histórico da instituição seguido de diagnóstico e indicadores sobre a temática abrangida pelo projeto, especialmente dados que permitam análise da

Leia mais

PARECERES JURÍDICOS. Para ilustrar algumas questões já analisadas, citamos abaixo apenas as ementas de Pareceres encomendados:

PARECERES JURÍDICOS. Para ilustrar algumas questões já analisadas, citamos abaixo apenas as ementas de Pareceres encomendados: PARECERES JURÍDICOS Partindo das diversas obras escritas pelo Prof.Dr. AURY LOPES JR., passamos a oferecer um produto diferenciado para os colegas Advogados de todo o Brasil: a elaboração de Pareceres

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO. PORTARIA Nº CF-POR-2012/00116 de 11 de maio de 2012

PODER JUDICIÁRIO. PORTARIA Nº CF-POR-2012/00116 de 11 de maio de 2012 PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL PORTARIA Nº CF-POR-2012/00116 de 11 de maio de 2012 Dispõe sobre a composição, o funcionamento e as atribuições dos Comitês Gestores do Código

Leia mais

Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO

Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO Como se sabe, a legislação vigente prevê uma série de limitações referentes à realização de despesas em ano eleitoral, as quais serão a seguir

Leia mais

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum 11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas As sociedades não-personificadas são sociedades que não tem personalidade jurídica própria, classificada em: sociedade em comum e sociedade

Leia mais

EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 1 Eficácia é o poder que tem as normas e os atos jurídicos para a conseqüente produção de seus efeitos jurídicos próprios. No sábio entendimento do mestre

Leia mais

www.apostilaeletronica.com.br

www.apostilaeletronica.com.br DIREITO PENAL PARTE GERAL I. Princípios Penais Constitucionais... 003 II. Aplicação da Lei Penal... 005 III. Teoria Geral do Crime... 020 IV. Concurso de Crime... 027 V. Teoria do Tipo... 034 VI. Ilicitude...

Leia mais

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Quanto à fonte: a) Alimentos legais: fixados pela lei, fundamentados no direito de família, decorrentes do casamento, ou união estável ou da relação de parentesco

Leia mais

CONHECIMENTO DA LEI NATURAL. Livro dos Espíritos Livro Terceiro As Leis Morais Cap. 1 A Lei Divina ou Natural

CONHECIMENTO DA LEI NATURAL. Livro dos Espíritos Livro Terceiro As Leis Morais Cap. 1 A Lei Divina ou Natural CONHECIMENTO DA LEI NATURAL Livro dos Espíritos Livro Terceiro As Leis Morais Cap. 1 A Lei Divina ou Natural O que é a Lei Natural? Conceito de Lei Natural A Lei Natural informa a doutrina espírita é a

Leia mais

AMAJUM. No próximo dia 7 de outubro, o povo brasileiro retorna às urnas, desta vez para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.

AMAJUM. No próximo dia 7 de outubro, o povo brasileiro retorna às urnas, desta vez para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. No próximo dia 7 de outubro, o povo brasileiro retorna às urnas, desta vez para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Produção: Ação conjunta: Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso Parceiro:

Leia mais

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Setembro/2013 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1. O que são unidades de conservação (UC)?

Leia mais

Política Uniforme de Solução de Disputas Relativas a Nomes de Domínio

Política Uniforme de Solução de Disputas Relativas a Nomes de Domínio Política Uniforme de Solução de Disputas Relativas a Nomes de Domínio Política aprovada em 26 de agosto de 1999 Documentos de implementação aprovados em 24 de outubro de 1999 Versão em português da Organização

Leia mais

O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO

O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO José Afonso da Silva 1. A controvérsia 1. A condenação, pelo Supremo Tribunal Federal, na Ação Penal 470, de alguns deputados federais tem suscitado dúvidas relativamente

Leia mais

Crimes praticados por militares estaduais contra civis Procedimentos a serem adotados, CPP ou CPPM?

Crimes praticados por militares estaduais contra civis Procedimentos a serem adotados, CPP ou CPPM? Crimes praticados por militares estaduais contra civis Procedimentos a serem adotados, CPP ou CPPM? A Justiça Militar Estadual por força de expressa vedação contida no art. 125, 4º, da CF/88, não tem competência

Leia mais

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado Conceito Responsabilidade Civil do Estado é a obrigação que ele tem de reparar os danos causados a terceiros em face de comportamento imputável aos seus agentes. chama-se também de responsabilidade extracontratual

Leia mais

EMENDA AO PROJETO DE QUALIDADE/AGILIDADE DO CONTROLE EXTERNO

EMENDA AO PROJETO DE QUALIDADE/AGILIDADE DO CONTROLE EXTERNO EMENDA AO PROJETO DE QUALIDADE/AGILIDADE DO CONTROLE EXTERNO Referência - Of. Circular nº 21-SSA/2014/ATRICON, de 16/06/2014 - Of. nº 325-SSA/2014/ATRICON, de 02/07/2014 Em atenção aos oficios em referência,

Leia mais

CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO ECONÔMICO CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO SUJEITO - OBJETO

CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO ECONÔMICO CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO SUJEITO - OBJETO CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO ECONÔMICO CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO SUJEITO - OBJETO CONCEITO DIREITO ECONÔMICO É O RAMO DO DIREITO QUE TEM POR OBJETO A JURIDICIZAÇÃO, OU SEJA, O TRATAMENTO

Leia mais

CONSELHOS TUTELARES FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES

CONSELHOS TUTELARES FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES CONSELHOS TUTELARES FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES Conselho Tutelar Órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente,

Leia mais

A legitimidade da CNseg

A legitimidade da CNseg 18 A legitimidade da CNseg Para provocar o controle abstrato de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal FELIPE MONNERAT 19 A Constituição Federal de 1988 prevê mecanismos de controle da compatibilidade

Leia mais

O que são Direitos Humanos?

O que são Direitos Humanos? O que são Direitos Humanos? Por Carlos ley Noção e Significados A expressão direitos humanos é uma forma abreviada de mencionar os direitos fundamentais da pessoa humana. Sem esses direitos a pessoa não

Leia mais

SUMÁRIO. CAPÍTULO II - Polícia Judiciária Militar... 17 1 Polícia Judiciária Militar... 17

SUMÁRIO. CAPÍTULO II - Polícia Judiciária Militar... 17 1 Polícia Judiciária Militar... 17 Direito Processual Penal Militar - 4ª Edição SUMÁRIO CAPÍTULO I Princípios... 13 1 Princípios aplicados no processo penal militar... 13 2 Lei do processo penal militar e sua aplicação... 15 3 Aplicação

Leia mais

PLANO DE ENSINO. I Identificação Direito Processual Penal I. Carga horária 72 horas/aula Créditos 4 Semestre letivo 5º.

PLANO DE ENSINO. I Identificação Direito Processual Penal I. Carga horária 72 horas/aula Créditos 4 Semestre letivo 5º. PLANO DE ENSINO I Identificação Disciplina Direito Processual Penal I Código PRO0065 Carga horária 72 horas/aula Créditos 4 Semestre letivo 5º II Ementário O direito processual penal. A norma: material

Leia mais

VOLUNTARIADO E CIDADANIA

VOLUNTARIADO E CIDADANIA VOLUNTARIADO E CIDADANIA Voluntariado e cidadania Por Maria José Ritta Presidente da Comissão Nacional do Ano Internacional do Voluntário (2001) Existe em Portugal um número crescente de mulheres e de

Leia mais

Prof. Cristiano Lopes

Prof. Cristiano Lopes Prof. Cristiano Lopes CONCEITO: É o procedimento de verificar se uma lei ou ato normativo (norma infraconstitucional) está formalmente e materialmente de acordo com a Constituição. Controlar significa

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1 Suponha se que Maria estivesse conduzindo o seu veículo quando sofreu um acidente de trânsito causado por um ônibus da concessionária do serviço público

Leia mais

INFORMAÇÃO PARA A PREVENÇÃO

INFORMAÇÃO PARA A PREVENÇÃO FALANDO SOBRE NEXO EPIDEMIOLOGICO Um dos objetivos do CPNEWS é tratar de assuntos da área de Segurança e Medicina do Trabalho de forma simples de tal forma que seja possível a qualquer pessoa compreender

Leia mais

PARECERES Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados

PARECERES Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados CONSULTA N.º 52/2008 Artigo 91º do Estatuto da Ordem dos Advogados QUESTÃO A Senhora Dra.... vem solicitar que o emita parecer sobre uma questão relacionada com o âmbito de aplicação do dever consagrado

Leia mais

SEQÜESTRO INTERNACIONAL DE CRIANÇAS E SUA APLICAÇÃO NO BRASIL. Autoridade Central Administrativa Federal/SDH

SEQÜESTRO INTERNACIONAL DE CRIANÇAS E SUA APLICAÇÃO NO BRASIL. Autoridade Central Administrativa Federal/SDH A CONVENÇÃO SOBRE OS ASPECTOS CIVIS DO SEQÜESTRO INTERNACIONAL DE CRIANÇAS E SUA APLICAÇÃO NO BRASIL Autoridade Central Administrativa Federal/SDH Considerações Gerais A Convenção foi concluída em Haia,

Leia mais

Buscas e apreensões em escritórios dos advogados à luz do novo CPP Roberto Raposo Janeiro 2011 -o nível do desenvolvimento civilizacional -ser avaliado pelo grau de equilíbrio -poder dever punitivo do

Leia mais

Sumário. (11) 3177-7700 www.systax.com.br

Sumário. (11) 3177-7700 www.systax.com.br Sumário Introdução... 3 Amostra... 4 Tamanho do cadastro de materiais... 5 NCM utilizadas... 6 Dúvidas quanto à classificação fiscal... 7 Como as empresas resolvem as dúvidas com os códigos de NCM... 8

Leia mais

JUSTIFICATIVA PARA A ELABORAÇÃO DE UM NOVO DECRETO REGULAMENTANDO A ATIVIDADE DAS COOPERATIVAS DE TRABALHO JUNTO AO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

JUSTIFICATIVA PARA A ELABORAÇÃO DE UM NOVO DECRETO REGULAMENTANDO A ATIVIDADE DAS COOPERATIVAS DE TRABALHO JUNTO AO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO JUSTIFICATIVA PARA A ELABORAÇÃO DE UM NOVO DECRETO REGULAMENTANDO A ATIVIDADE DAS COOPERATIVAS DE TRABALHO JUNTO AO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Não pode um decreto estadual legislar no campo das licitações,

Leia mais

CONTRATO DE TRABALHO. Empregado Preso

CONTRATO DE TRABALHO. Empregado Preso CONTRATO DE TRABALHO Empregado Preso Muitas dúvidas surgem quando o empregador toma conhecimento que seu empregado encontra-se preso. As dúvidas mais comuns são no sentido de como ficará o contrato de

Leia mais

Destacando que a responsabilidade primordial e o dever de promover e proteger os direitos humanos, e as liberdades fundamentais incumbem ao Estado,

Destacando que a responsabilidade primordial e o dever de promover e proteger os direitos humanos, e as liberdades fundamentais incumbem ao Estado, Declaração sobre o Direito e o Dever dos Indivíduos, Grupos e Instituições de Promover e Proteger os Direitos Humanos e as Liberdades Fundamentais Universalmente Reconhecidos 1 A Assembléia Geral, Reafirmando

Leia mais

PRIMEIRA PARTE DA PROVA DISCURSIVA (P 2 )

PRIMEIRA PARTE DA PROVA DISCURSIVA (P 2 ) PRIMEIRA PARTE DA PROVA DISCURSIVA (P 2 ) Nesta parte da prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, os espaços para rascunho indicados no presente caderno. Em seguida, transcreva os textos para as

Leia mais

O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE E OS INSTITUTOS DA HIERARQUIA E DISCIPLINA NO ART. 40 DO REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE E OS INSTITUTOS DA HIERARQUIA E DISCIPLINA NO ART. 40 DO REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO MILITAR DIREITO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR MARCELO VITUZZO PERCIANI O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE E OS INSTITUTOS DA HIERARQUIA E DISCIPLINA NO

Leia mais

AFINAL, O QUE É ESSA TAL OUVIDORIA?

AFINAL, O QUE É ESSA TAL OUVIDORIA? AFINAL, O QUE É ESSA TAL OUVIDORIA? Hélio José Ferreira e Hilma Araújo dos Santos * O título provocativo dessa matéria reflete uma situação peculiar pela qual vem passando as ouvidorias no Brasil, que

Leia mais

Conselho da Justiça Federal

Conselho da Justiça Federal RESOLUÇÃO Nº 058, DE 25 DE MAIO DE 2009 Estabelece diretrizes para membros do Poder Judiciário e integrantes da Polícia Federal no que concerne ao tratamento de processos e procedimentos de investigação

Leia mais

O contraditório e a ampla defesa no processo administrativo

O contraditório e a ampla defesa no processo administrativo SEM REVISÃO O contraditório e a ampla defesa no processo administrativo Ary César Hernandez (*) Promotor de Justiça SP SUMÁRIO: 1 Generalidades. 1.1 O poder disciplinar. 1.2 Requisitos da aplicação de

Leia mais

Lei n.º 133/99 de 28 de Agosto

Lei n.º 133/99 de 28 de Agosto Mediação Familiar Lei n.º 133/99 de 28 de Agosto Altera a Organização Tutelar de Menores, nomeadamente através da introdução de novos artigos de que destacamos aquele que se refere à mediação Artigo 147.º

Leia mais

Prescrição da pretensão punitiva

Prescrição da pretensão punitiva PRESCRIÇÃO PENAL 1 CONCEITO É o instituto jurídico mediante o qual o Estado, por não fazer valer o seu direito de punir em determinado tempo, perde o mesmo, ocasionando a extinção da punibilidade. É um

Leia mais

Excelentíssimo Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, DD. Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público:

Excelentíssimo Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, DD. Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público: Excelentíssimo Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, DD. Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público: Venho à presença de Vossa Excelência, nos termos do Regimento Interno deste Conselho, apresentar

Leia mais

QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO PELO BANCO CENTRAL

QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO PELO BANCO CENTRAL QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO PELO BANCO CENTRAL Kiyoshi Harada * O debate em torno da quebra do sigilo bancário voltou à baila após a manifestação do Procurador-Geral do Banco Central no sentido de que as

Leia mais

INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO

INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO O ESTADO VEIO TENDO, NO DECORRER DO SÉCULO XX, ACENTUADO PAPEL NO RELACIONAMENTO ENTRE DOMÍNIO JURÍDICO E O ECONÔMICO. HOJE, TAL RELAÇÃO JÁ SOFRERA PROFUNDAS

Leia mais

Processo PGT/CCR/ICP/Nº 7698/2014

Processo PGT/CCR/ICP/Nº 7698/2014 Processo PGT/CCR/ICP/Nº 7698/2014 Câmara de Coordenação e Revisão Origem: PRT 8ª Região Interessados: 1. MPT PRT/8ª - PTM. 2. Elite Serviços de Segurança LTDA Assunto: Exploração do Trabalho da Criança

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI N o 3.966, DE 2004 Modifica a Lei nº 9.609, de 1998, que dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de computador. Autor:

Leia mais

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Votada definitivamente em 2 de outubro de 1789

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Votada definitivamente em 2 de outubro de 1789 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Votada definitivamente em 2 de outubro de 1789 Os representantes do Povo Francês constituídos em Assembléia Nacional, considerando, que a ignorância o olvido

Leia mais

Um forte elemento utilizado para evitar as tendências desagregadoras das sociedades modernas é:

Um forte elemento utilizado para evitar as tendências desagregadoras das sociedades modernas é: Atividade extra Fascículo 3 Sociologia Unidade 5 Questão 1 Um forte elemento utilizado para evitar as tendências desagregadoras das sociedades modernas é: a. Isolamento virtual b. Isolamento físico c.

Leia mais

Noções de Direito Civil Personalidade, Capacidade, Pessoa Natural e Pessoa Jurídica Profª: Tatiane Bittencourt

Noções de Direito Civil Personalidade, Capacidade, Pessoa Natural e Pessoa Jurídica Profª: Tatiane Bittencourt PESSOA NATURAL 1. Conceito: é o ser humano, considerado como sujeito de direitos e deveres. Tais direitos e deveres podem ser adquiridos após o início da PERSONALIDADE, ou seja, após o nascimento com vida

Leia mais

Espelho Penal Peça. Endereçamento correto da interposição 1ª Vara Criminal do Município X 0 / 0,25

Espelho Penal Peça. Endereçamento correto da interposição 1ª Vara Criminal do Município X 0 / 0,25 Espelho Penal Peça O examinando deve redigir uma apelação, com fundamento no artigo 593, I, do Código de Processo Penal. A petição de interposição deve ser endereçada ao juiz de direito da 1ª vara criminal

Leia mais

Terceiro Setor, ONGs e Institutos

Terceiro Setor, ONGs e Institutos Terceiro Setor, ONGs e Institutos Tomáz de Aquino Resende Promotor de Justiça. Coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Tutela de Fundações de Minas Gerais. Usualmente é chamado de

Leia mais

Legislação e tributação comercial

Legislação e tributação comercial 6. CRÉDITO TRIBUTÁRIO 6.1 Conceito Na terminologia adotada pelo CTN, crédito tributário e obrigação tributária não se confundem. O crédito decorre da obrigação e tem a mesma natureza desta (CTN, 139).

Leia mais

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr. A Chave para o Sucesso Empresarial José Renato Sátiro Santiago Jr. Capítulo 1 O Novo Cenário Corporativo O cenário organizacional, sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças

Leia mais

Os representantes do povo francês, reunidos em Assembléia Nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem

Os representantes do povo francês, reunidos em Assembléia Nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem Os representantes do povo francês, reunidos em Assembléia Nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção

Leia mais

PROVIMENTO Nº 20, DE 09 DE OUTUBRO DE 2013. O CORREGEDOR GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS, no uso de suas atribuições legais e regimentais,

PROVIMENTO Nº 20, DE 09 DE OUTUBRO DE 2013. O CORREGEDOR GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS, no uso de suas atribuições legais e regimentais, PROVIMENTO Nº 20, DE 09 DE OUTUBRO DE 2013. Institui a emissão de Certidões Judiciais Cíveis e Criminais, inclusive por meio eletrônico, no âmbito da 1ª Instância do Poder Judiciário do Estado de Alagoas

Leia mais

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA, CIVIL E PENAL NA SUPERVISÃO DOS FUNDOS DE PENSÃO. Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2015

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA, CIVIL E PENAL NA SUPERVISÃO DOS FUNDOS DE PENSÃO. Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2015 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA, CIVIL E PENAL NA SUPERVISÃO DOS FUNDOS DE PENSÃO Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2015 1 RESPONSABILIDADES TRIPARTITES RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA RESPONSABILIDADE CIVIL

Leia mais

ADVERTÊNCIA E SUSPENSÃO DISCIPLINAR

ADVERTÊNCIA E SUSPENSÃO DISCIPLINAR ADVERTÊNCIA E SUSPENSÃO DISCIPLINAR A CLT ao estabelecer em seu artigo 2º a definição de empregador, concede a este o poder e o risco da direção da atividade, controlando e disciplinando o trabalho, aplicando,

Leia mais

Técnico em Biotecnologia Módulo III Prof. Fernando Domingo Zinger

Técnico em Biotecnologia Módulo III Prof. Fernando Domingo Zinger Elaboração de Projetos Técnico em Biotecnologia Módulo III Prof. Fernando Domingo Zinger OBJETIVOS RESENHAS: Resenha-resumo: É um texto que se limita a resumir o conteúdo de um livro, de um capítulo, de

Leia mais

RESOLUÇÃO N 83/TCE/RO-2011

RESOLUÇÃO N 83/TCE/RO-2011 RESOLUÇÃO N 83/TCE/RO-2011 Dispõe sobre o exercício da fiscalização dos atos de gestão pelo Tribunal de Contas e dá outras providências. O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA, no uso de suas atribuições

Leia mais

MEDIDA: RESPONSABILIZAÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS E CRIMINALIZAÇÃO DO CAIXA 2

MEDIDA: RESPONSABILIZAÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS E CRIMINALIZAÇÃO DO CAIXA 2 MEDIDA: RESPONSABILIZAÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS E CRIMINALIZAÇÃO DO CAIXA 2 16ª P R O P O S T A L E G I S L A T I V A ANTEPROJETO DE LEI Altera a Lei 9.096/95 para prevê a responsabilização dos partidos

Leia mais

INTERESSE PÚBLICO: Supremacia e Indisponibilidade.

INTERESSE PÚBLICO: Supremacia e Indisponibilidade. INTERESSE PÚBLICO: Supremacia e Indisponibilidade. Jaileno Miranda Conceição¹ RESUMO O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público composto por órgãos, agentes, e pessoas jurídicas administrativas,

Leia mais

RESPONSABILIDADE DOS ATORES POLÍTICOS E PRIVADOS

RESPONSABILIDADE DOS ATORES POLÍTICOS E PRIVADOS SEGURANÇA DE BARRAGENS DE REJEITOS RESPONSABILIDADE DOS ATORES POLÍTICOS E PRIVADOS SIMEXMIN OURO PRETO 18.05.2016 SERGIO JACQUES DE MORAES ADVOGADO DAS PESSOAS DAS PESSOAS NATURAIS A vida é vivida por

Leia mais

Ato Normativo nº. 473-CPJ, de 27 de julho de 2006. (pt. nº. 3.556/06)

Ato Normativo nº. 473-CPJ, de 27 de julho de 2006. (pt. nº. 3.556/06) Ato Normativo nº. 473-CPJ, de 27 de julho de 2006 (pt. nº. 3.556/06) Constitui, na comarca da Capital, o Grupo de Atuação Especial de Inclusão Social, e dá providências correlatas. O Colégio de Procuradores

Leia mais

Proteção de dados e acesso à informação. Mario Viola

Proteção de dados e acesso à informação. Mario Viola Proteção de dados e acesso à informação Mario Viola Seminário sobre a Lei de Acesso à Informação Anvisa 06 de agosto de 2013 Leis de Acesso à Informação David Banisar - 2013 Acesso à Informação Declaração

Leia mais

Unidade II. Unidade II

Unidade II. Unidade II Unidade II 3 DIREITO DO TRABALHO 3.1 Conceito de empregador e empregado De acordo com o que estabelece a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva

Leia mais