Nas fls. 63/66; 68/69; 72; 78/79, foram ouvidas as denunciantes e as
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- Gabriella Domingues Fidalgo
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1 PARECER N.º ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCESSO ADMINISTRATIVO-DISCIPLINAR. FUNCIONÁRIO PÚBLICO AUXILIAR PREVIDENCIÁRIA ACUSADA DE SOLICITAR EMPRÉSTIMO À PENSIONISTA, BEM COMO RECEBER EM SUA CONTA CORRENTE O BENEFÍCIO ÀQUELA DEVIDO COMUTAÇÃO DA PENA DE DEMISSÃO EM SUSPENSÃO, EM OBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. Em cumprimento ao disposto no artigo 115, inciso IV, da Constituição Estadual, vem a exame e parecer da Equipe de Revisão da Procuradoria Disciplinar e de Probidade Administrativa da Procuradoria-Geral do Estado o processo tombado sob n.º /03.4, oriundo do INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, em que é indiciada a servidora MARIA ELENA DE OLIVEIRA, Auxiliar Previdenciário, padrão III, grau E, matrícula 30361, por infringência ao disposto nos artigos 177, incisos IV, V, IX e XIV, 178, incisos XX, XXI e XXIII e artigo 191, incisos VII e XVI da Lei Complementar nº , de Após denúncia formulada pela Senhora Diná Cardoso Cavalheiro (folhas 09/11), pensionista, e por sua filha Senhora Cátia Todi Pereira (folha 12) ao Diretor de Previdência do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul, a sindicância foi inaugurada pela Portaria 171 daquela Autarquia (fl. 05). testemunhas. Nas fls. 63/66; 68/69; 72; 78/79, foram ouvidas as denunciantes e as Findos os procedimentos de apuração, a Comissão de Sindicância emitiu o respectivo relatório (fls. 82/85), entendendo ter a Indiciada infringido o disposto no artigo 177, inciso VII (manter conduta compatível com a moralidade administrativa), recaindo nas proibições do artigo 178, incisos XX (valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade do serviço público), XXI (atuar, como procurador, ou intermediário junto à repartição pública, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge), XXII (receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, em razão de suas atribuições) e XXIII (valer-se da condição de servidor para desempenhar atividades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito), sugerindo a instauração de Inquérito Administrativo Disciplinar por ato de improbidade administrativa catalogado no art. 191 VI, às penas de demissão artigo III da Lei Complementar nº /94. 1
2 O INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, através da Portaria nº 19, publicada no Diário Oficial do Estado de (fl. 98), determinou a instauração do presente processo administrativo-disciplinar, tendo o Processo /03-4 sido recebido nesta unidade em , sendo designada, como Autoridade processante, a Procuradora do Estado Drª. Maria da Graça Vicentini (folha 100). Ata de Instalação em (fl. 102). Audiência e interrogatório aprazados para o dia (folha 104), ocorrendo a citação da Indiciada (fl. 106), que, comparecendo ao ato próprio, foi qualificada e interrogada (fls. 121/124). Apresentada defesa prévia com alegações preliminares e apresentação de rol com a indicação de 04 (quatro) testemunhas (fls. 125/126). Autoridade Processante arrola 04 (quatro) testemunhas à folha 127. Durante a instrução foram ouvidas 05 (cinco) testemunhas, sendo 03 (três) arroladas pela Autoridade Processante (folhas 134/141) e 02 (duas) pela Defesa (folhas 151/154). Alegações finais acostadas às folhas 156/159, aduzindo, em síntese, que todas as acusações feitas contra a Indiciada não restaram provadas, além de não ter ela obtido qualquer tipo de proveito com a cessão de sua conta corrente, não havendo desvio do numerário lá depositado a título de benefício previdenciário de titularidade da Senhora Dina. Asseverou que a referida Servidora é pessoa qualificada e que titula ficha funcional exemplar, não tendo seus atos importado em prejuízo ao Estado. Ao final, é postulada a absolvição da Indiciada. É o que consta nos autos. O processo, no que tange à sua forma, encontra-se em ordem. Não há irregularidade a sanar neste aspecto. Foram obedecidos os princípios do contraditório, da ampla defesa. Na Denúncia formulada por Diná Cardoso Cavalheiro, pensionista do IPERGS foram imputados à Indiciada os seguintes fatos: a) solicitação de empréstimo de R$ 2.000,00, (dois mil reais), o qual lhe foi concedido (folha 10); b) solicitação de empréstimo de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais), o qual não foi concedido (folha 10); c) utilização da conta corrente da Indiciada para fins de recebimento do benefício da Senhora Diná. Das provas constantes dos autos, restou demonstrado que a Indiciada, pelo período de Agosto de 1998 até Julho de 1999, teve depositado em sua conta o benefício previdenciário do qual a Senhora Diná Cardoso Cavalheiro era titular documentos de folhas 52/53. Tal fato é admitido pela Indiciada em todas as suas intervenções folhas 68; 88 e 122, tendo ela sustentado que seu objetivo foi o de auxiliar a pensionista, pessoa bastante doente e sozinha. 2
3 Salientou, ainda, que o empréstimo da conta corrente contou com a autorização verbal do Setor de Pensões, tendo informado, na ocasião, à Senhora Diná que a utilização de sua conta era provisória. Com base nos depoimentos das Testemunhas Maria Carmelina Araújo Gomes (folhas 137/138) e Ronaldo Ari Mazzo (folhas 139/141), verifica-se que o depósito do salário de benefício é efetivado em conta corrente do beneficiário, em face dos documentos por ele apresentados, os quais indicam a titularidade do correntista cartão do banco, cheque ou documento de identidade. Caso o segurado/beneficiário não possua conta corrente, os depósitos são efetivados via ordem de pagamento. Destarte, evidente restou que o cadastramento da conta corrente da Indiciada para fins de depósito do benefício da Senhora Diná foi procedido sem a documentação usualmente exigida, pois requerido pela própria servidora Maria Elena de Oliveira, que, valendo-se da facilidade que a qualidade de funcionária lotada na Presidência da Autarquia, não apresentou a documentação obrigatória exigida em tais situações. Ainda, em todos os depoimentos é ressaltado que os funcionários são proibidos de cederem suas contas correntes para fins de recebimento por outrem dos benefícios previdenciários, sendo de relevo citar excerto do depoimento de Afonso Farias Porto, Oficial Previdenciário, lotado na Tesouraria-Geral, exercendo a função de Chefe do Serviço de Tesouraria do IPERGS (folhas 152/154): (...) refere o depoente que é proibido aos funcionários da instituição cederem suas contas bancárias para o recebimento de qualquer quantia, incluindo o recebimento de pensões; que o depoente não foi procurado pela indiciada para saber se poderia ou não emprestar a conta para recebimento de pensão da Senhora Diná; refere o Depoente que sabe do impedimento do empréstimos de contas bancárias pessoais pelo próprio setor que elabora a folha de pagamento das pensionistas; acrescenta o depoente que o setor que efetua a folha de pagamento das pensionistas deveria comprovar os dados principalmente das contas bancárias em relação à titularidade das contas. Em face do até aqui exposto, restou configurada a infringência do disposto no artigo 177, incisos IV (ser leal às instituições a que servir),v (observar as normas legais e regulamentares); IX (representar ou levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver conhecimento, no órgão em que servir, em razão de atribuições de seu cargo), recaindo nas proibições do artigo 178, incisos XX (valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade do serviço público), XXI (atuar, como procurador, ou intermediário junto à repartição pública, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge), e XXIII (valer-se da condição de servidor para desempenhar atividades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito) incorrendo, portanto a Indiciada no comando encapsulado no artigo 191, incisos VII e XVI da Lei Complementar nº /94, tendo a indiciada, de forma cabal, patrocinado os interesses da beneficiária perante a Autarquia, extrapolando o âmbito de suas atribuições, exempli gratia cedendo-lhe o uso de sua conta corrente para fins de depósito do benefício; orientando-a na obtenção de seus direitos (folhas 89 e 122); providenciando, conjuntamente com a segurada, os documentos necessários à obtenção do benefício (folha 122); acompanhando todo o procedimento interno de concessão do benefício (folha 122). 3
4 Por fim, considerando-se os motivos que determinaram a conduta da Indiciada, assim como os subprincípios decorrentes da garantia do Devido Processo Legal, is est, adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito, viável é a comutação, com supedâneo no disposto no artigo 189 IV da Lei Complementar nº /94, da pena de demissão (artigo 191- XVI) em uma pena de suspensão. Entretanto, considerando-se a gravidade da conduta da Indiciada, deve a pena de suspensão corresponder a 60 (sessenta) dias. Diante do exposto, o entendimento é pela aplicação da pena de suspensão de 60 (sessenta) dias à servidora Maria Elena de Oliveira, Auxiliar Previdenciário, matrícula nº , em comutação à pena de demissão, com base nas disposições do artigo 189, inciso IV da Lei Complementar nº /94. É o parecer. O Parecer foi aprovado, por unanimidade. Sala de Sessões, 1º de setembro de Adriana Krieger de Mello Procuradora do Estado 4
5 Processo nº /03-4 Acolho as conclusões do PARECER nº , da Procuradoria Disciplinar e de Probidade Administrativa, de autoria da Procuradora do Estado Doutora ADRIANA KRIEGER DE MELLO. Submeta-se o expediente à deliberação do Excelentíssimo Senhor Governador do Estado. Em 21de setembro de Helena Maria Silva Coelho, Procuradora-Geral do Estado.
6 GABINETE DO GOVERNADOR Processo nº /03-4 Aprovo o PARECER nº , da Procuradoria-Geral do Estado, cujos fundamentos adoto para aplicar a penalidade de 60 (sessenta) dias de SUSPENSÃO, como gradação de pena mais grave, com base no disposto no artigo 189, inciso IV, da Lei Complementar nº /94, à servidora MARIA ELENA DE OLIVEIRA, Auxiliar Penitenciário, matrícula nº , lotada na Secretaria da Justiça e da Segurança. À Procuradoria-Geral do Estado para publicação e anotações de estilo. Após, à Secretaria da Justiça e da Segurança para ciência da interessada e demais providências pertinentes. PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 22 de setembro de GERMANO ANTÔNIO RIGOTTO, GOVERNADOR DO ESTADO.
7 GABINETE DO GOVERNADOR APOSTILA O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso de suas atribuições, RETIFICA o ato de suspensão de MARIA ELENA DE OLIVEIRA, matrícula nº , inserido no Boletim nº 141/2004, publicado no DOE de , para declarar que o correto cargo da servidora é o de AUXILIAR PREVIDENCIÁRIO, bem como seu órgão de lotação é o INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, e não como constou. PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 01 de outubro de GERMANO ANTÔNIO RIGOTTO, GOVERNADOR DO ESTADO. Registre-se e publique-se. Maria Aparecida Dias de Moraes, Diretor do Departamento de Administração. Procuradoria-Geral do Estado.
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