PARECER N Processo nº /96.4

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1 PARECER N PROCESSO ADMINISTRATIVO- DISCIPLINAR. AUDITORA DE FINANÇAS PÚBLICAS, ACUSA- DA DE NÃO CUMPRIR ORDENS SUPERIORES, INCORRE, EM TE- SE, NA TRANSGRESSÃO DIS- CIPLINAR INSCULPIDA NO ART. 177, VI, DA LEI Nº /94. O PRAZO PARA PUNIR A SUPOSTA FALTA ESGOTA-SE EM DOZE MESES. PRESCRIÇÃO DECRE- TADA. PERÍCIA REALIZADA REVELOU TRANSTORNO DE PERSONALIDADE, COM PA- DRÃO DE COMPORTAMENTO E ATITUDES NEGATIVAS E HOSTIS A RECOMENDAR A REMOÇÃO OU READAPTAÇÃO DA SERVIDORA EM OUTRO SERVIÇO. Vem a exame para Parecer da Equipe de Revisão da Procuradoria de Processo Administrativo-Disciplinar da Procuradoria-Geral do Estado o expediente tombado sob o nº /96.4, originário da Secretaria da Fazenda, em que é indiciada a Auditora de Finanças Públicas IRES NELDA KRUGER, matrícula nº , acoimada da transgressão disciplinar prevista no art. 177, inciso VI, da Lei Complementar nº /94. Processo nº /96.4

2 O presente expediente foi inaugurado com a comunicação, datada de 23 de maio de 1996, do Coordenador da 15ª. Coordenadoria Regional da Administração Financeira de Ijuí de que a indiciada teria sido designada, pela Portaria nº. 01/96, em regime de supervisão, para responder pela Exatoria Estadual de Panambi e, ato contínuo, teria recusado tomar conhecimento do assunto e dar ciência da referida Portaria e ainda teria se ausentado da repartição, sem licença da Chefia. O fato antes narrado foi objeto de sindicância, que concluiu que realmente a servidora, após a designação para atendimento da microregião de Panambi, não cumpriu a determinação imposta. À vista do resultado a que chegou a Comissão de Sindicância, foi instaurado o presente processo administrativo-disciplinar, por determinação da Portaria nº. 08, da lavra do Senhor Secretário de Estado da Fazenda, publicado no DOE de 28/01/97 (fl. 94). Remetido o feito a esta Procuradoria-Geral, foi o mesmo distribuído à Procuradora do Estado Dra. Joline Baldwin Erig Weiller, que instalou seus trabalhos em 22/02/97 (fl. 123). Citada, a indiciada compareceu à audiência de qualificação e interrogatório, momento em que apresentou sua versão para os fatos e, em síntese, em relação a designação disse que não se negou a acatar a portaria em questão, pois esta não lhe foi apresentada (fl. 133). No decorrer da instrução foram juntados inúmeros documentos, ouvidas testemunhas e realizada perícia médica. A defesa manifestou-se nos momentos processuais oportunos. Encerrada a fase instrutória, segue-se o minucioso e douto Relatório Final, que concluiu pela prescrição da pretensão punitiva do Estado, sem,

3 exame do mérito, com fulcro no art. 197, II, da Lei nº /94. E, ainda, com arrimo no 4º. do art. 245 da supracitada lei, que estabelece que a Autoridade Processante pode sugerir providências no interesse do serviço público, tendentes a evitar a reprodução de fatos semelhantes ao que originou o processo, o Relatório Final opina pela remoção da indiciada para junto da sua chefia máxima, em Porto Alegre, devendo a indiciada ser lotada para funções as quais não mantenham qualquer contato com o público em geral, tais como contribuintes, bem como que não esteja em contato com colegas ou subordinados. É o que consta dos autos. Não há nulidades a sanar, o processo encontra-se em ordem. Como razões de decidir, adota-se os argumentos da Eminente Autoridade Processante, Dra. Joline Baldwin Erig Weiller, articulados no Relatório Final de fls. 998/1005. Preliminarmente, reconhece-se a prescrição do jus puniendi do Estado, eis que a imputação feita à indiciada ocorreu em 23 de maio de 1996, tendo seu superior hierárquico dela tomado conhecimento no dia seguinte. Segundo intelecção do art. 197, inciso II, da Lei nº /94, o prazo para punir é de 12 meses, razão pela qual o tempo já se encarregou de perimir a pena. De outra banda, evidenciou-se no decorrer do PAD que a indiciada apresenta graves problemas de conduta, não só através do depoimentos de testemunhas, como também dos documentos juntados, como as ocorrências policiais onde é acusada de perseguição (fl.458), cárcere privado (fls. 457 e 458), perturbação ao sossego e à ordem pública (fl.459). A perícia médica efetuada constatou que a servidora apresenta transtorno de personalidade, que dificulta o desempenho de suas funções, com um

4 padrão de comportamento onde predominam atitudes negativistas, hostilidade e irritabilidade. Acentuam-se traços de personalidade com idéias de cunho persecutório, próprios das personalidades chamadas fronteiriças. Assim, a critério da sua chefia, recomenda-se sua remoção ou readaptação em outra função, que não lhe exija trato com o público. Este Parecer foi aprovado pela Equipe de Revisão da Procuradoria de Processo Administrativo-Disciplinar, em reunião realizada no dia 22 de julho de 1997, da qual participaram, além da signatária, José Hermílio Ribeiro Serpa e Dea Mara Ribeiro Lima. Porto Alegre, 07 de agosto de MÁRJORI TEIXEIRA DÜREN, PROCURADORA DO ESTADO. PROCESSO Nº /96.4

5 Processo nº / /96.5 Acolho as conclusões do PARECER nº 11764, da Procuradoria de Processo Administrativo-Disciplinar, de autoria da Procuradora do Estado Doutora MÁRJORI TEIXEIRA DÜREN. Submeta-se o expediente à deliberação do Excelentíssimo Senhor Governador do Estado. Em 26 de agosto de EUNICE NEQUETE MACHADO, PROCURADORA-GERAL DO ESTADO.

6 Processo nº / /96.5 Aprovo o PARECER nº 11764, da Procuradoria-Geral do Estado, cujos fundamentos adoto para declarar EXTINTO, pelo implemento da prescrição, o Processo Administrativo-Disciplinar instaurado para apurar falta funcional atribuída a IRES NELDA KRUGER, Auditora de Finanças Públicas, matrícula nº , lotada na Secretaria da Fazenda. À Procuradoria-Geral do Estado para as devidas anotações. Após, à Secretaria da Fazenda para ciência da interessada e demais providências pertinentes. PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 26 de agosto de 1997 ANTÔNIO BRITTO, GOVERNADOR DO ESTADO.