BURNOUT EM FISIOTERAPEUTAS: INFLUÊNCIA SOBRE A ATIVIDADE DE TRABALHO E BEM-ESTAR FÍSICO E PSICOLÓGICO.

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1 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CAMPUS UNIVERSITÁRIO - TRINDADE - CAIXA POSTAL 476 CEP FLORIANÓPOLIS - SANTA CATARINA BURNOUT EM FISIOTERAPEUTAS: INFLUÊNCIA SOBRE A ATIVIDADE DE TRABALHO E BEM-ESTAR FÍSICO E PSICOLÓGICO. Florianópolis 2003

2 ii Valana Justina Formighieri BURNOUT EM FISIOTERAPEUTAS: INFLUÊNCIA SOBRE A ATIVIDADE DE TRABALHO E BEM-ESTAR FÍSICO E PSICOLÓGICO. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção. Orientador: Roberto Moraes Cruz Florianópolis 2003

3 Formighieri, Valana Justina Burnout em fisioterapeutas: influência sobre a atividade de trabalho e bem-estar físico e psicológico../ Valana Justina Formighieri; orientador Roberto Moraes Cruz. - Florianópolis, f. : il.; gráfs. ; tabs. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Inclui bibliografia. 1. Síndrome de burnout. 2. estresse laboral. 3. fisioterapeutas 4. Maslach Burnout Inventory I. Cruz, Roberto M. II. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. III. Título.

4 iii Valana Justina Formighieri BURNOUT EM FISIOTERAPEUTAS: INFLUÊNCIA SOBRE A ATIVIDADE DE TRABALHO E BEM-ESTAR FÍSICO E PSICOLÓGICO. Esta dissertação foi julgada adequada à obtenção do Título de Mestre em Engenharia de Produção, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós- Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis,11 de julho de Prof. Edson Pacheco Paladini Coordenador do PPGEP BANCA EXAMINADORA: Prof. Kleber Prado Filho, Dr. PPGEP UFSC Prof. Roberto Moraes Cruz, Dr. Orientador PPGEP UFSC Prof. Neri dos santos, Dr. PPGEP UFSC

5 iv AGRADECIMENTOS A Deus, que em todos os momentos se faz presente em minha vida me direcionando e me auxiliando. A minha mãe que não economizou esforços para me acompanhar nesta caminhada... A minha irmã Rakel e ao Fábio pelos momentos de distração e força. Aos queridos Teugene, Nestor e Charles Pelo acompanhamento competente e solidário nas etapas deste trabalho. A minha amiga Helenara companheira de todas as horas. Ao meu primo Luis Alberto Formighieri, grande incentivador da realização deste trabalho. Ao meu orientador, Roberto, pelas valiosas idéias e atenção dispensada em todos os momentos e pelo Incentivo demonstrado no início da realização deste estudo. Ao Professor Osmar Possamai pelo estímulo, originalidade e paciência. A todos colegas de turma e aos demais com quem tive contato durante todo o mestrado.

6 v SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO Problema e contexto de estudo Objetivos Objetivos Específicos Justificativas Limitações do Estudo Questões de Pesquisa FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Saúde e desgaste profissional Estresse: fatores pessoais, sociais e ocupacionais Caracterização da atividade de fisioterapia A síndrome de burnout Aspectos gerais Estresse e burnout em fisioterapeutas MATERIAIS E MÉTODO Desenho do Estudo Procedimentos metodológicos APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Dados sócio-demográficos Resultados do MBI Resultados do Inventário de Sintomas de Estresse CONCLUSÃO...62

7 vi Índice de Tabelas Tabela 1 Distribuição de Fisioterapeutas participantes da pesquisa...41 Tabela 2: Distribuição do perfil sócio-demográfico da população (N=80)...42 Tabela 3: Distribuição da população por tempo de atuação...44 Tabela 4: Distribuição da ocorrência das pontuações obtidas nas questões do M.B.I. que aferem EE (N=80)...52 Tabela 5: Distribuição da ocorrência das pontuações obtidas nas questões do M.B.I. que aferem DE (N=80)...54 Tabela 6: Distribuição da ocorrência das pontuações obtidas nas questões do M.B.I. que aferem a dimensão EP (N=80)...55 Tabela 7: Distribuição dos resultados do inventário de estresse...59 Tabela 8: Distribuição dos resultados do inventário de estresse...59 Tabela 9: Distribuição dos resultados do inventário de estresse relacionados aos sintomas comportamentais (N=80)...60 Tabela 10: Distribuição dos resultados do inventário de estresse relacionados aos sintomas defensivos (N=80)...60

8 vii Índice de Quadros Quadro 1 Resumo esquemático da sintomatologia de burnout...26 Quadro 2 Estado da arte de pesquisas realizadas no Brasil sobre a síndrome de burnout segundo autores, título, fonte, ano e local ( )...30 Quadro 3: Estado da arte de pesquisas realizadas no Brasil sobre a síndrome de burnout segundo autores, título, fonte, ano e local ( ) Quadro 4: Movimentos e Posturas Descritas na Literatura Especializada Relacionada a Fisioterapeutas...37 Quadro 5: Apresentação e comparação de médias obtidas no M.B.I. pelos docentes psicólogos, da área de saúde e em diferentes populações...56

9 viii Índice de figuras Figura 1 Distribuição da freqüência nos principais locais de trabalho...45 Figura 2 Distribuição quanto às áreas de atuação profissional...46 Figura 3 Distribuição do número de pacientes atendidos por dia...48 Figura 4 Distribuição percentual do tempo livre dedicado a outras atividades...50

10 ix Resumo FORMIGHIERI, V. J. Burnout em Fisioterapeutas: influencia sobre a atividade de trabalho e bem-estar físico e psicológico. Cascavel, Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção Este trabalho aborda a síndrome de burnout como uma conseqüência do estresse laboral crônico. Objetivou verificar a incidência e os graus manifestos das dimensões esgotamento emocional (EE) despersonalização (DE) e envolvimento pessoal no trabalho (EP) em Fisioterapeutas. Participaram da pesquisa 80 fisioterapeutas efetivamente. Logo, os resultados apresentados referem-se a parte da população, sendo que os níveis de burnout podem ser ainda maiores, pois, como indicam autores, a não participação pode ser interpretada inclusive como traço de burnout. Buscou-se também determinar algumas características do perfil sócio-demográfico, ocupacional e pessoal e sintomas de estresse que possam estar associados a burnout. Trata-se de pesquisa aplicada, quantitativa e descritiva. Os instrumentos de investigação utilizados foram: Maslach Burnout Inventory (MBI), questionário de perfil sócio-demográfico e, de valores pessoais relacionados ao trabalho. A organização e tratamento dos dados foram organizados pelo Excel. A população pesquisada caracterizou-se, pelo predomínio do sexo feminino, faixa etária entre 21 e 35 anos, estado civil solteiro (a) e de profissionais sem filhos. Quanto às características ocupacionais, houve predomínio de atendimento de 20 a 30 pacientes por dia, graduação a menos de 05 anos (65%), seguida por 6 a 10 anos (22,5%), sendo que (50%) trabalham em instituições de saúde especificas e que (20%) desenvolvem atividade na docência universitária. Quanto as variáveis pessoais, os fisioterapeutas utilizam (14%) do seu tempo livre para realização de atividade física e (12%) para o lazer. Os resultados obtidos no Maslach Burnout Inventory (MBI) indicaram grau alto para a dimensão EE, médio para DE e EP, o que, segundo alguns autores, representa a fase inicial da síndrome. Palavras chaves: Síndrome de burnout, estresse laboral, fisioterapeutas, Maslach Burnout Inventory.

11 x Abstract FORMIGHIERI, V. J. Burnout in Physiotherapists: It influences on the activity of work and physical and psychological well-being. Cascavel, Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) Programa de Pós-graduação em Engenharia da Produção This work (research) approaches the syndrome of burnout as a consequence of chronic labor stress. It objectified to verify the incidence and the manifest degrees of the emotional exhaustion (EE), depersonalization (DE) and personal envolvement in the work (EP) in Physiotherapists. 80 physiotherapists had participated effectively of the research. Soon, the presented results mention the part of the population, the Burnout s level might be even higher as some authors mention about the no participation in this kind of research could be interpreted as a trace of the Burnout. As well were search some characteristics of the partner-demographic, occupational and personal profile and stress symptoms that they can be associates burnout. It is about applied quantitative and descriptive research. The used instruments of investigation had been: Maslach Burnout Inventory (MBI), a profile questionary of partnerdemographic and related personal values to the work. The data had been analyzed by the Excel program. The searched population characterized itself, for the predominance of the feminine sex between 21 and 35 years, single status and professionals without children. About to the occupational characteristics, it had predominance of 20 to 30 attendance patients per day, graduation to less than 05 years (65%), followed by 6 to 10 years (22,5%), being that (50%) they work in specify health institution that (20%) they develop activities exclusively to teaching. About the other people, the physiotherapists use (14%) their free time to practice physical activity e (12%) for the leisure. The results gotten in Maslach Burnout Inventory (MBI) had indicated high degree for the dimension (EE) and medium degree to (DE) and (EP). According to some authors, it represents the initial phase of the syndrome. Words keys: Syndrome of burnout, stress labor, physiotherapists, Maslach Burnout Inventory.

12 1 1. INTRODUÇÃO 1.1. Problema e contexto de estudo O mundo social do trabalho passa por transformações rápidas e extremamente significativas. Evolução tecnológica, globalização, alterações na legislação, mercado cada vez mais competitivo, mudanças na ética, nos valores pessoais e sociais, na economia e política, deixam marcas indeléveis na vida do indivíduo. Inserido em um sistema onde os meios de trabalho e as informações se transformam muito rapidamente, o homem se esforça para desenvolver capacidades de enfrentamento, ora criando, ora adaptando-se, no intuito de manter sua saúde física, emocional e social. As situações de trabalho se caracterizam por um complexo de exigências de natureza ambiental, fisiológica, psicológica e social. O processo de adoecimento relacionado ao trabalho é uma dimensão importante de investigação na compreensão da natureza da organização e do conteúdo da atividade humana de produção de bens e serviços. Uma ampla mudança no interior das organizações tem sido uma constante, sendo considerada geradora de disfunções entre o processo de trabalho e o homem, podendo desencadear questões de importância crítica, como a elevação dos índices de estresse de seus trabalhadores. Isto pode traduzir-se num decréscimo na performance das tarefas, elevação dos custos com os variados problemas de saúde, deteriorando o índice de qualidade e produtividade no trabalho. Observando o comportamento humano na situação de trabalho e buscando identificar as interfaces entre os fatores referentes ao funcionamento do organismo e o ambiente de trabalho, percebe-se o desenvolvimento de um conjunto de sinais e sintomas, causas e conseqüências, reações individuais e organizacionais próprios

13 2 da emergência de distúrbios ou síndromes associadas à redução da qualidade de vida e bem-estar subjetivo. Conforme Messias (1999), a articulação entre trabalho, a saúde e a doença dos trabalhadores tem sido objeto de reflexão dos homens há séculos, por isso quando se trata de saúde do trabalhador, os questionamentos devem ser sérios e meticulosos. Não é difícil concluirmos que o trabalhador abrirá mão de hábitos pessoais e de perspectivas particulares de sua vida para garantir a vitória nessa batalha pela sobrevivência. A persistência e intensidade dos agentes estressores inerentes ao sistema sócio-organizacional, bem como as características e funções de cada indivíduo, associadas aos vários esforços e falhas de lidar adequadamente com o estresse e suas conseqüências, propicia aos trabalhadores desenvolver uma reação de esgotamento laboral crônico, caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas específicos denominados de síndrome da desistência ou Burnout, de incidência mais visível entre em profissionais que desempenham função assistencial, a qual exige elevado investimento na relação interpessoal, marcada pelo cuidado e a dedicação. Com o passar do tempo, o profissional acentua o desgaste emocional e surge o estresse. As manifestações dessa desistência são a queda da auto-estima, o surgimento de comportamentos inadequados frente a sua clientela (irritação, descaso, distanciamento), a diminuição da produtividade e da realização pessoal no trabalho, a instalação de problemas psicossomáticos e o absenteísmo. Freudenberger (1974) considera Burnout um estado de esgotamento ou exaustão resultante de grande dedicação e esforço no trabalho, onde o indivíduo afasta ou deixa de lado as suas próprias necessidades. Inicialmente, pensava-se a síndrome, afetando apenas profissionais que são considerados cuidadores (médicos, psicólogos, agentes penitenciários, professores e similares), mas hoje se percebe que outros profissionais são acometidos por ela. O estudo da incidência ou prevalência dos sintomas de burnout nas profissões pode nos ajudar a compreender a natureza da etiologia ou nexo do adoecimento. As ocupações assistenciais são as mais afetadas, pois estão fundamentadas na filosofia humanística e a discrepância entre expectativas e a realidade contribui para o nível de estresse que tais profissionais experimentam (Alvarez & Fernandez, 1991). Outro fator que contribui

14 3 para a alta incidência da síndrome é o longo tempo dedicado aos clientes que freqüentemente se encontram em situações dramáticas gerando, com isso, uma relação interpessoal provida de frustração, medo e tensão emocional. Os profissionais de saúde freqüentemente são expostos à carga física e mental durante seu trabalho. Os equipamentos, móveis e ambientes de clínicas e hospitais freqüentemente não respeitam preceitos ergonômicos, situações de emergência impõem tarefas que sobrecarregam o indivíduo, a jornada freqüentemente é extensa, duplicada e acompanhada de plantões. O trabalho com a doença e o sofrimento rotineiramente são causas de estresse físico e psicológico. Como profissional da área da saúde, o fisioterapeuta atua na reabilitação do indivíduo, sendo seu objetivo promover o restabelecimento das funções sensóriomotoras afetadas por lesões e/ou patologias. Exerce sua atividade terapêutica em várias especialidades da área médica, dentre as quais podemos destacar: a ortopedia, neurologia, pneumologia, cardiologia, geriatria e pediatria. Encontra-se inserido no mercado de trabalho exercendo suas funções em estabelecimentos hospitalares, clínicas, consultórios, instituições filantrópicas, centros de reabilitação profissional, ambulatórios, creches, asilos, academias, entre outros, além poder exercer a função docente em Universidades, desde que seja em área de sua especialidade. É importante ressaltar que muitos dos tratamentos fisioterapêuticos são bastante prolongados, e os resultados de melhora do quadro clínico são lentos, o que exige um alto grau de paciência e perseverança por parte do paciente, e também do fisioterapeuta. Realizar esta pesquisa significa caracterizar no contexto brasileiro a incidência da Síndrome de Burnout, que vem sendo estudada em diferentes categorias profissionais no mundo inteiro, inclusive a categoria profissional dos fisioterapeutas, onde se pergunta quais as características de atividade do trabalho do fisioterapeuta podem estar associadas a incidência de sintomas de estresse e Burnout?

15 Objetivos Caracterizar a ocorrência da Síndrome de Burnout em Fisioterapeutas e a sua repercussão sobre a atividade de trabalho e bem-estar físico e psicológico desses profissionais Objetivos Específicos Analisar a relação entre tempo de atuação profissional, jornada de trabalho, número de pacientes atendidos diariamente e a área de atuação com a ocorrência da Síndrome de Burnout; Avaliar, segundo o inventário de Maslach Burnout (MBI), a incidência da síndrome em suas três dimensões (exaustão emocional, despersonalização e falta de envolvimento pessoal no trabalho) em uma amostra representativa de fisioterapeutas que atuam na região oeste do Paraná. Obter um quadro dos principais sintomas fisiológicos e psicológicos referidos pelos fisioterapeutas; 1.3. Justificativas Necessidade de avançar na produção de conhecimentos sobre as relações recíprocas entre trabalho e bem-estar psicológico entre fisioterapeutas. Demonstrar a necessidade de diagnóstico e intervenção nos problemas de saúde enfrentados no cotidiano de trabalho dos fisioterapeutas. Necessidade de avaliar de forma mais precisa a relação entre sobrecarga de trabalho dos fisioterapeutas, os aspectos ergonômicos da atividade e sofrimento psicológico.

16 5 Sendo a saúde um estado de bem-estar que irá depender do funcionamento do organismo, a saúde sob a concepção do fisioterapeuta, envolve um equilíbrio fisiológico entre os sistemas do organismo e sua interação com a saúde mental e somática, onde será possível a realização da atividade profissional de uma maneira eficaz e prazerosa, influenciando ainda o contexto sócio-cultural e o cotidiano do profissional fisioterapeuta trazendo diferentes graus de motivação e satisfação. Raridade de estudos sobre o tema escolhido, aliado ao interesse científico pelas áreas de trabalho e saúde, também justifica esta escolha. Além disso, pode-se observar no dia-a-dia de trabalho indícios da existência de risco, para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout em profissionais fisioterapeutas Limitações do Estudo Por este ser um estudo sem financiamento institucional, não foi possível atingir diretamente uma população mais numerosa de profissionais, pois o custo com mala-direta e despesas de resposta via correio tornou inviável essa expectativa. Em referência aos aspectos metodológicos do estudo, há a limitação quanto ao tratamento estatístico dos dados, pelo universo de participantes escolhido ter sido criado de forma intencional, segundo o critério da acessibilidade fornecido pelos procedimentos metodológicos. Não foi possível validar a escala de valores pessoais relacionados ao trabalho, por não ser o objetivo deste trabalho. Ressaltando ainda, que o uso de questionários de auto- avaliação, apesar de serem instrumentos de fácil aplicação, não possuem forma de controle por parte do pesquisador, ficando a cargo dos pesquisados o fator sinceridade em suas respostas. A limitação gerada por esse tipo de coleta de dados, poderia ser suprida, utilizando-se de entrevistas individuais, semi-estruturadas, o que não foi possível, por escassez de tempo para a realização destas e por ser elevado o número da amostra. A escassez de dados sobre a Síndrome de Burnout em fisioterapeutas em nosso país constituiu um fator limitante pela dificuldade de comparação de

17 6 resultados com nossa pesquisa, o que nos impele a realizar comparações literais com pesquisas internacionais Questões de Pesquisa Para que os objetivos propostos sejam atingidos, responderemos as seguintes questões de pesquisa: Questão Central: Qual a incidência da Síndrome de Burnout em fisioterapeutas? Questões Complementares: 1. Quais as características da atividade de trabalho do fisioterapeuta que podem estar associadas à incidência de sintomas de estresse e burnout? 2. Qual a relação entre as variáveis: tempo de profissão, jornada de trabalho, número de pacientes atendidos por dia, local de trabalho e especialidade, e ocorrência da Síndrome de Burnout em fisioterapeutas?

18 7 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Saúde e desgaste profissional A organização do trabalho é relevante na questão da análise do sofrimento psíquico e carga mental, considerando que, em nossas sociedades o índice e a qualidade da produtividade logo se transformam em normas de produção, tendo como prioridade à expansão econômica do sistema, visando a melhora dos resultados. Para Wisner (1994) a forma organizacional é complexa e precisa; a jornada de trabalho se estende, exigindo maior poder de concentração; os postos de trabalho adquirem caráter artificial; a população de trabalhadores disponíveis difere aos dos jovens que supostamente representam a sua classe, enfatizando que essas características possam desencadear algumas dificuldades, como operacionalização das variáveis organizacionais. Adicionalmente verifica-se a inadaptação e a distância entre a tarefa prescrita e como realmente a atividade é realizada. Para Bridi (1997) estes fatores estão relacionados com o processo e com a organização do trabalho, envolvendo métodos, meios técnicos, arranjos físicos, as normas, as jornadas de trabalho, o ritmo, a remuneração e o esforço cognitivo. É possível supor que tanto as sociedades como as condições de trabalho, não contribuem integralmente com a saúde do trabalhador, pois absorvendo a cultura do sistema das organizações, ele internaliza conceitos, por vezes estereotipados, de desempenho, produção e reconhecimento de nível complexo, dando início ao estresse laboral (FERENHOF & FERENHOF, 2002). Neste sentido, Coutinho (1996) salienta que existem hoje importantes estudos evidenciando, que o avanço tecnológico e a modernização têm cada vez mais contribuído para o crescimento dos distúrbios mentais e psicossomáticos dos trabalhadores. Na organização do trabalho a interação humana com os meios técnicos, aponta para o controle e nível do desempenho do indivíduo para atingir os objetivos

19 8 de validade interna e externa, levando-nos a refletir sobre o papel psíquicoeconômico crucial do trabalho (CARVALHO, 1995). De acordo com França e Rodrigues (1996), a forma com a qual o indivíduo acostuma-se com os sintomas do estresse, levando-o a cronicidade e ao esgotamento, são seguramente relevantes dentro do contexto do trabalho. Sendo a carga de trabalho caracterizada sob três aspectos: físico, cognitivo e psíquico, cada um pode determinar uma sobrecarga mental (Bisi, 1990). A definição de sobrecarga física e cognitiva é mais evidente, quando tentamos dimensionar a sobrecarga psíquica. Porque esta última envolve conflitos interiores de representação consciente ou inconsciente das relações entre o indivíduo e a organização do trabalho (WISNER, 1994). Para compreender este contexto e a prescrição adequada da tarefa, Wisner salienta que é necessária a realização da Análise Ergonômica do Trabalho, realizando um estudo do comportamento da ação, observação e comunicação do trabalhador, seguida da análise do conteúdo cognitivo e afetivo, utilizando a semiótica para identificar as formas de linguagem corporal formal e informal. Esta forma de intervenção deve levar também a investigação de fenômenos psicológicos que possam estimular o aumento da criatividade, comunicação, relacionamentos, satisfações e motivações dentro da organização do trabalho, caracterizando o papel da Psicologia Ergonômica, que é o de compreender o trabalho para depois transformá-lo. Para Aubert (1996), as condições de trabalho parecem influir no maior ou menor grau de resistência do trabalhador às condições desfavoráveis, alertando para a importância da subjetividade no processo de avaliação dos objetivos a serem alcançados e a sua relação com a reação do trabalhador. Devemos analisar como o ser humano é afetado, para desempenhar a atividade que executa. Os conflitos entre o regime da organização de trabalho e a necessidade de atingir as metas determinadas pelo sistema, somada a exigência pessoal, desempenho, ritmo, produção e rendimento que o trabalhador acaba desenvolvendo por causa da própria exigência da organização (MASLOW, 2000).

20 9 Os trabalhadores sociais que fazem corretamente seu trabalho são exemplos de classes que apresentam alta carga de trabalho em razão das dificuldades de compreensão que apresentam frente a reclamações do público e execução da tarefa ao mesmo tempo; as quais geralmente são ignorantes as categorias administrativas. A psicodinâmica do trabalho (Dejours, 1994) destaca a importância representada pelo papel da organização do trabalho, podendo-se afirmar que quanto menor a autonomia do trabalhador na organização da suas atividades, maiores as possibilidades de que a atividade gere transtornos à saúde mental. Assim, para proteger os trabalhadores da pressão dos usuários, as organizações, como via de satisfação criaram barreiras que foram sendo construídas progressivamente, podendo ser físicas, emocionais ou simbólicas; ficando evidente na literatura que essa atitude, subestima as capacidades dos trabalhadores. Declara ainda com clareza, que a relação tarefa prescrita e a atenção que deve ser atribuída às dificuldades perceptivas, esforços mentais e ansiedades causadas pela incerteza da compreensão não devem ser otimizadas, pois aumenta a carga mental e diminui a realização pessoal no trabalho. Para Carlotto e Gobbi (1999), a Síndrome de Burnout apresenta-se hoje, como um dos grandes problemas psicossociais no Brasil, e tem sido definido como um fenômeno multidimensional, formado por três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e diminuição do sentimento de realização profissional no trabalho. A variável mais crítica é a relação entre o ocupante do cargo e a sua clientela. As características do papel consistem em sobrecarga, ambigüidade e conflito. Essas atitudes quebram o vínculo de motivação e interesse do indivíduo com o trabalho, podendo alterar o ritmo e seu estado biológico, Cañete (2001). Quando não é mais possível de se estabelecer à compatibilidade do indivíduo com o trabalho, nasce o sofrimento, ocasionando sentimentos de desprazer, tensão, estresse laboral, frustração, dentre outros. Silva (2000) relaciona o meio organizacional com a saúde do indivíduo e a produtividade da empresa. Pode-se perceber que o ajuste do mesmo, nem sempre é adequado; considerando que a sociedade, o local e o momento conduzem para

21 10 diferentes pontos de observações e percepções. A essa questão atribui-se que a transmissão da mensagem para o trabalhador pode levar a uma compreensão deformada ou parcialmente encoberta, interferindo na iniciativa da tomada de decisão e na escolha da conduta a ser adotada. Poderia ser essa uma das variáveis ligadas à falta de motivação e engajamento pessoal? As dificuldades perceptivas e questões de identificação e reconhecimento estão ligadas diretamente à memória, seja ela imediata ou de longa duração. Colocando esse componente como crítico, podemos associar a memória com atividades mentais, que por sua vez são constituídas por símbolos. Como relata Cruz (2001) em estudos relacionados à psicologia do trabalho, é sobre eles que reagimos. Sendo assim a interpretação dos indivíduos frente aos símbolos, caracterizam diversas situações de trabalho, pois nossas ações e reações são produtos da nossa percepção simbólica, podendo provocar modificações específicas dentro deste processo. Para Cruz (2001), a noção de memória do trabalho tem estocagem limitada, na realização de uma atividade de auto-repetição que permite conservar as informações, sendo assim devemos renovar ou aperfeiçoar sempre a nossa memória; citando ainda a memória operacional, que tem duração de vida transitória ligada à duração de uma tarefa; quando ela termina é esquecida. Contudo, o autor enfatiza que o elemento mais crítico, provavelmente seja a memória de curta ou longa duração. Nos indivíduos que estão cansados, as capacidades de memorização são baixas, intensificando o esforço cognitivo para realização da tarefa, interferindo no período de repouso, pois produz dificuldades de sono. O trabalho significa necessidade e razão de vida, envolvendo ainda os ideais, objetivos, metas e perspectivas pessoais de cada ser humano (Dejours, 1987). Portanto o autor define que a carga mental de trabalho e o sofrimento psíquico estão ligados por problemas que nascem das reações adversas entre a história individual de cada um, sua necessidade de prazer e a história da sociedade e sistemas organizacionais que tendem a adaptar o homem ao trabalho. Os fatores subjetivos e psicossociais que vem sendo identificados nas situações de trabalho estabelecem a integração do indivíduo com o meio

22 11 organizacional. Quando os ideais e metas dos indivíduos são antagônicos as normas do sistema, o ambiente e condições de trabalho tornam-se ameaçador, levando a modelos mentais ás vezes nocivos e influenciados pela cultura da organização. Conseqüências como frustração, insatisfação, desmotivação e mudança de comportamento, refletem diretamente na organização do trabalho (CARVALHO, 1995). Para Carvalho: Ocorre uma dificuldade na adaptação do trabalho ao homem, demonstrando a necessidade de critérios específicos, dentro de um contexto organizacional e do trabalho, englobando o âmbito social e psicológico, que possam identificar a necessidade de se estabelecer situações potencialmente críticas para o desenvolvimento da intervenção apropriada, minimizando as repercussões negativas para o trabalhador, onde este associa os índices de motivação, participação e satisfação como as razões mais expressivas a serem atingidas para sua realização (p.45). Torna-se clara a necessidade de atitudes, que estabeleçam vias de interação entre as atividades de saúde mental e as de saúde no trabalho. Considerando a importância dos homens para todo o sistema, sabemos como são importantes as tentativas de humanizar o trabalho. O destino dos homens e de seus desejos no trabalho, perante os novos desafios da humanidade, pode-se justificar numa reflexão específica, porém, leva-nos a pensar qual é o lugar do desejo e qual é o lugar do ser humano no trabalho contemporâneo. Neste contexto, qualidade de vida e trabalho com qualidade é o ponto que mais se destaca neste início de milênio, pois se sabe, hoje, que não se pode mais separar o ambiente de trabalho, do ambiente da família e ou ambiente social. O ser humano é um conjunto complexo cujo desenvolvimento depende de seu ambiente interno e de seu ambiente externo. Portanto, não há como compartimentalizar as emoções, as sensações, as percepções. Entender esta verdade é o passo mais importante para as organizações e para os trabalhadores no futuro. Muitas são as reações que os indivíduos apresentam em relação ao seu local de trabalho. Entre uma infinita variedade de atitudes e emoções podemos considerar como mais relevantes a satisfação no trabalho e o estresse ocupacional.

23 12 A primeira reflete um estado emocional agradável que resulta da percepção de que o trabalho ajuda o sujeito a alcançar resultados valorizados pelos demais sujeitos e por toda sociedade. Já o segundo reflete um estado emocional desagradável, pois é decorrente de incertezas sentidas quanto à própria capacidade de atender às demandas exigidas pelo trabalho. Em vista dessa última situação chegou-se a apontar a existência de uma ideologia de culpabilidade que responsabiliza os trabalhadores pelos seus problemas de saúde como nos casos ligados à síndrome de Burnout deslocando a atenção do verdadeiro produtor: o ambiente, as condições e a organização do trabalho. Por isso é importante, também, construir um saber coletivo que sirva como instrumentalização para o enfrentamento diferenciado da realidade social, baseado principalmente na capacidade de cada um de valorizar-se Estresse: fatores pessoais, sociais e ocupacionais A epidemia do século XXI, o estresse, pode afetar bebês, crianças e adultos. Razões pessoais, familiares ou sociais são normalmente invocadas para explicá-lo. Em 1936, o fisiologista canadense Hans Selye, utilizou o termo pela primeira vez com a conotação que se conhece atualmente: stress é a maneira como o organismo responde a qualquer estímulo bom, ruim, real ou imaginário que altere seu estado de equilíbrio. As preocupações que cada pessoa carrega no seu dia-a-dia pesam em sua saúde ao provocar tempestades de hormônios e derrubar defesas do organismo (Miranda, 1998). O ritmo rápido, a poluição sonora, os problemas familiares, os problemas no trabalho e outras características da alucinante vida moderna, sobrando pouco tempo para o lazer e o relaxamento, se manifestam em comportamentos desequilibrados que podem ser representados pelo estresse. No entanto, algumas sobrecargas são potencialmente capazes de produzir estresse na maioria das pessoas. Estas sobrecargas denominam-se fatores estressantes. Os fatores estressantes podem ser psicológicos, físicos e sociais.

24 13 Todos os seres humanos vivem situações de estresse e os fatores desencadeantes podem aparecer em qualquer etapa da vida. Uma das formas de o estresse se manifestar no indivíduo é através da doença. Este fato é condicionado pela gravidade da doença e pela idade da pessoa, uma vez que a capacidade de combate às doenças é bastante elevada na infância diminuindo à medida que a idade avança. O conceito de doença difere ao longo da vida. As crianças possuem uma compreensão limitada do que é doença ou morte. Até os cinco anos ela acha que a pessoa que morreu apenas se ausentou e poderá, um dia, voltar. É somente a partir dessa idade que ela começa a perceber que a morte é irreversível, que a morte é uma ausência definitiva. Já as preocupações dos adultos doentes incluem angústia em relação ao futuro, receio de se verem limitados na sua vida cotidiana ou mesmo de morrerem (SANTOS, 1994). Outra forma de estresse é o que resulta de conflitos interiores, gerados pela preocupação sobre resultados de uma escolha a ser feita, por exemplo, quando uma pessoa tem que escolher entre dois empregos ou entre dois tipos de tratamento médico. As causa mais comum de estresse no âmbito familiar são os problemas financeiros, objetivos opostos, conflitos interpessoais, aparecimento de um novo membro, doença, incapacidade e morte de um familiar querido. A doença ou incapacidade na família pode, igualmente, provocar estresse em seus familiares. Tempo e liberdade são restringidos passando a serem dedicados a cuidar da pessoa doente. O cotidiano das pessoas é de origem de múltiplas situações estressantes, estando muitas das preocupações das crianças e dos adultos associadas às suas ocupações e a um conjunto de fatores ambientais (SILVA, 1992). Sabe-se que o excesso de trabalho pode estar associado ao aumento de acidentes e problemas de saúde, observando-se que há atividades que são mais estressantes do que outras. O ambiente de trabalho, as relações interpessoais, o nível de responsabilidade, o não reconhecimento de certas qualidades pessoais, são situações estressantes que podem provocar alterações psicológicas e fisiológicas como quebra de auto-estima e hipertensão arterial (SANTOS, 1994).

25 14 Freqüentemente o estado de equilíbrio dos vários sistemas do organismo entre si e do organismo como um todo com o meio ambiente, é alterado por agentes estressantes. Apesar de distintos em muitos aspectos, estes estímulos provocam respostas orgânicas num padrão similar, com alterações nervosas e bioquímicas que visam adaptar o organismo a situações de desequilíbrio funcional. O conceito moderno de stress o considera como um processo bio-psico-social, pela forma como se manifesta, dependente de características individuais, mas interagindo de forma significativa com o ambiente social. Uma vez reconhecido que se está sofrendo respostas a um estresse, a pessoa tem que ser capaz de identificar e lidar com qualquer outra causa por trás dele e não apenas com os sintomas. A prolongada exposição do organismo à estimulação excessiva provocada por situações de estresse continuado ou repetido vai consumir energias e recursos, levando o organismo à fase de exaustão. As reações ao estresse quase sempre provocam alterações importantes do sistema nervoso e do sistema endócrino que podem se refletir de uma maneira geral em todo organismo, originando várias perturbações e doenças. As tensões emocionais e físicas que acompanham o estresse são bastante desconfortáveis. Desta maneira as pessoas sentem que têm de fazer alguma coisa para reduzir o seu estresse. E este algo que as pessoas fazem são denominados de adaptação ao estresse, que pode produzir modificações na composição química e na estrutura do corpo. Os mecanismos de adaptação são processos dos quais o organismo tenta gerar a diferença entre as exigências que a pessoa é submetida e os recursos que possui em situações de tensão, este estado se manifesta como Síndrome Geral de Adaptação. Esta síndrome desenvolve-se dentro do quadro alarme resistência exaustão. Os esforços de combate ao estresse são variados e não levam necessariamente à solução do problema. Estas formas de adaptação podem ser: a) Procurar alterar o problema que causa a situação; b) Regular a resposta emocional ao problema; Assim a forma de adaptação refere-se à capacidade de reduzir as exigências da situação de estresse ou de aumentar os meios para lidar com o problema. Fixado

26 15 nas emoções, a adaptação refere-se ao controle da resposta emocional perante a situação estressante. A pessoa pode regular suas respostas emocionais através de abordagens cognitivas e comportamentais tais como negar fatos desagradáveis ou vê-los de uma perspectiva melhor. Uma reação psicológica com componentes emocionais, físicos, mentais e químicos é a forma como Lipp (1984) define estresse. A autora diferencia eustress de distress o eustress se identifica quando estímulos estressores e agressores contribuem para o bom desempenho do indivíduo, contribuindo com novas idéias e estratégias que somam ao desenvolvimento do ser. O segundo denominado distress é caracterizado quando as respostas exigidas por determinados tipos de estímulos, ultrapassam a capacidade de resistência e da adaptação do organismo, podendo desta forma, ocasionar o desenvolvimento de patologias ligado ao estresse. A ação interpretativa que o individuo faz dos estímulos somada as características dos mesmos, são elementos chaves para a determinação do distress ou eustress. Para Simonton, Matthews e Greighton (1987), as condições emocionais ligadas a reação do individuo frente às mudanças importantes em sua vida estão relacionadas ao estresse e acionam mudanças de hábitos e de relação interpessoal na vida pessoal e no trabalho evidenciando a intensidade dos agentes estressores. Atualmente vários autores defendem que a causa do estresse é multifatorial; logo para identificar as variáveis envolvidas em sua etiologia devemos examinar o fato estressante, a interpretação do individuo ao determinado fato, o domínio da situação, a predisposição genética individual, etc. O estresse profissional é caracterizado como uma perturbação para o individuo decorrente da sua força adaptativa para conseguir enfrentar as demandas do seu ambiente de trabalho, quando estas exigem alem das suas capacidades físicas e mentais. Quando uma situação organizacional ou profissional estressante esta determinada, contribuindo para a instalação do estresse laboral e representa conflito psicológico, instala-se um estado de desorganização persistente da personalidade, caracterizando o quadro de neurose profissional (AUBERT 1996). A cada dia o ser humano enfrenta conflitos, situações que exigem decisões, responsabilidades e obrigações que não se podem simplesmente ignorar. O

27 16 estresse pode ser uma ameaça à saúde, mas pode, também, ser o estímulo necessário para adaptações positivas no organismo. Quando as pessoas atingem uma situação de estresse, elas entendem que precisam de algum auxílio. O conselho fundamental para este momento de alarme é descobrir o que realmente se quer na vida: paz, harmonia, alegria e amor. O estresse pode ser entendido como um estado de desequilíbrio da pessoa, que se desenvolve quando esta e submetida a uma serie de tensões suficientemente persistentes. Para o desenvolvimento do estresse patológico, se pressupõe que seja necessária uma certa predisposição pessoal, sem a qual os agentes (estressores) ocasionais não seriam capazes por si só de produzir a reação de estresse, verificando ainda as características das condições emocionais atuais e a qualidade psíquica de cada individuo (BALLONE, 2001). O termo disposição pessoal esta intimamente ligado com as características de personalidade de cada pessoa, sendo que, sinteticamente podemos compreender que personalidade e a organização dos traços do eu, formados a partir do código genético herdado e das percepções singulares que o individuo tem do mundo, capazes de torná-lo único em sua maneira de ser e de desempenhar o seu papel social. Há pessoas que reagem aos estímulos (internos e externos) com mais ansiedade que outros, podem estar ansiosas devido a insegurança, o temor, a autoestima baixa, falta de autoconfiança esse traço de personalidade que exalta ansiedade pode ser herdado ou pode ser adquirido com a experiência de cada um, sendo que a ansiedade e o pedestal para o desencadeamento do estresse. As condições emocionais atuais, também fazem parte da motivação interna do estresse, refletindo o momento afetivo atual, caracterizando uma maneira da pessoa estar e não uma maneira da pessoa ser. E evidente que uma pessoa, ainda que não tenha traços tão marcantes de ansiedade, terá mais dificuldade de estressar-se caso esteja passando por uma fase de crise conjugal, econômica ou profissional pela mesma razão, nos períodos depressivos da vida a probabilidade do estresse e enormemente maior que em outras épocas. Devido às condições emocionais atuais percebemos que em alguns casos os estímulos podem ser estressores e não estressores em outros. Isso que dizer que os estímulos são percebidos de acordo com as condições atuais de cada um (BALLONE, 2001).

28 17 A personalidade tipo A também é descrita como outra característica individual relacionada ao estresse. Bermúdez (1994) relaciona as três principais características que definem o padrão de conduta tipo A: competitividade necessidade de sobressair e render muito, concentrando-se exaustivamente em aspectos relevantes para a tarefa a ser realizada, desfocalizando o restante; impaciência alcançar o melhor aproveitamento possível do tempo; hostilidade reações de irritação, ira, ressentimento e outros sentimentos negativos em relação a fatos do cotidiano, especialmente quando esses oferecem ameaças ou frustrações a seus objetivos profissionais. Moreno e Rueda (1987) acrescentam que pessoas do tipo A trabalham mais, porque apresentam dificuldades de delegar funções, pois acreditam que realizarão melhor a tarefa prescrita. Podem ser citadas, ainda, várias características de personalidade relacionadas ao estresse, porém estas não serão descritas, pois fogem ao objetivo deste trabalho. A breve descrição realizada apresentou como objetivo fundamentar as variáveis examinadas nesta pesquisa. Diferentes investigadores têm enumerado e classificado os estressores ocupacionais, dividindo-os em dois grupos: os relacionados ao ambiente e os relacionados à demanda do trabalho. Em relação às demandas de trabalho, estas referem-se a execução do trabalho em si entre os estressores presentes no desempenho da atividade, a sobrecarga de trabalho, tanto em termos qualitativos como quantitativos, aparece freqüentemente associada ao estresse. O excesso de horas trabalhadas reduz a oportunidade de apoio ao individuo, causando insatisfação, tensão e outros problemas de saúde. Por outro lado, a falta de estímulos e a falta de trabalho podem causar sensação de tédio e resultar em estresse patológico e doença (LAURELL & NORIEGA, 1989). A oportunidade que um ambiente de trabalho permite ao individuo controlar as atividades que realiza, tanto intrinsecamente, em termos de planificação e determinação de procedimentos a utilizar, como extrinsecamente, em termos de salários e horários - caracteriza outra variável responsável por diferentes graus de estresse. A falta de controle sobre o trabalho, assim como as responsabilidades

29 18 excessivas, produzem conseqüências psicológicas e somáticas negativas. A variedade de tarefas também tem relação significativa com a satisfação no trabalho. Quanto maior o número de estímulos novos, mais estressante a situação. Por outro lado, a pouca variedade das tarefas pode estar associada a ansiedade e depressão (PEIRO, 1993). Outro fator importante no momento de determinar o potencial estressor é a qualidade das relações interpessoais (Chaves, 1991). A falta de coesão do grupo é uma das características que pode facilmente causar estresse. O conflito no grupo de trabalho cumpre funções positivas quando estimula a busca de soluções para o problema; no entanto caso a situação de conflito seja continua, poderá gerar frustrações, insatisfação e moléstias somáticas (PEIRO, 1993). A segurança e a estabilidade correspondem a um percentual nos indivíduos. A carreira pode gerar preocupações relacionadas a alterações na organização do trabalho ou falta de promoção profissional. No desenvolvimento da carreira, podem ocorrer diferentes estressores relacionados a cada etapa. Na fase inicial pode haver discrepâncias entre expectativas do individuo e a realidade. Na fase de consolidação pode ocorrer um desequilíbrio entre a carreira, as demandas de trabalho e os compromissos familiares, e na etapa seguinte há estresse quando existe uma diferença importante entre o êxito profissional e a frustração de carreira. As conseqüências do estresse freqüentemente envolvem o ambiente familiar e o laboral, contribuindo para que os circundantes sintam-se ansiosos devido a ansiedade do individuo estressado. Isso acontece também em relação a irritabilidade, depressão e mau humor. O excesso de tensão também pode comprometer a comunicação, quando as mensagens não são compreendidas de falta de paciência e tolerância. Ocorre a perda de qualidade no ambiente de trabalho e a convivência torna-se seriamente comprometida, sendo essa a conseqüência de quem esgotou sua capacidade de adaptação, bom senso, interesse, determinação, persistência, atributos conquistados através do árduo aprendizado Caracterização da atividade de fisioterapia

30 19 O fisioterapeuta é um profissional de saúde, de nível superior, que tem sua profissão reconhecida e regulamentada pelo DECRETO-LEI nº 938, de 13 de outubro de 1969, sendo atividade privativa do fisioterapeuta a execução de métodos e técnicas fisioterápicos e define sua finalidade de trabalho como a de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente (COFFITO CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL). O Código de Ética dos fisioterapeutas amplia a atuação profissional também na área preventiva, no artigo 1o: o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional prestam assistência ao homem, participando da promoção, tratamento e recuperação de sua saúde. A resolução COFFITO, de 1975, em seu artigo terceiro, determina: constituem atos privativos do fisioterapeuta a prescrição, aplicação e supervisão de terapia física com o objetivo de preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de órgão, sistema ou função do corpo humano. Constitui ainda ação característica e exclusiva do fisioterapeuta o diagnóstico cinesiológico funcional designação atual do diagnóstico fisioterapêutico (MOURA 2001). A fisioterapia busca romper com o paradigma de profissão reabilitadora e massificada, procurando assumir um espaço social como profissão de primeiro contato. Se não há clareza no objeto de trabalho do fisioterapeuta, com afirmam Rebelatto e Botomé (1999), há unanimidade sobre a necessidade redefinição do objeto de trabalho centrado na doença - e conseqüentemente das responsabilidades sociais e éticas do profissional. Atualmente, as definições do campo profissional orientam-se para a patologia do movimento ou o tratamento de patologias por meio do movimento. Os profissionais poderiam estar refletindo sobre a ampliação das possibilidades de atuação, tal como é percebido por Rebelatto e Botomé (1999). Uma das razões para isso é que parece haver, ainda, pouco conhecimento sobre o que caracteriza a atuação em cada um destes níveis e sobre as propriedades dos conceitos envolvidos na explicitação dessa caracterização. Em Fisioterapia, isso é ainda mais verdadeiro que para a área da saúde como um todo, na qual, pelo menos, já há um nível de

31 20 crítica e debate sobre os níveis, as possibilidades e as características de atuação profissional (p.13). Para o fisioterapeuta ser habilitado e exercer suas funções no Brasil, devem diplomar-se em curso de nível superior reconhecido pelo MEC Ministério de Educação e Cultura e ser registrado no CREFITO (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional). O órgão máximo da classe no Brasil é o COFFITO Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Cada CREFITO são nove atualmente - atua como uma jurisdição regional e o conjunto compõem o Sistema COFFITO/CREFITOS. No Brasil, diferentemente de alguns países, como os EUA, não há nenhum outro profissional de qualquer nível acadêmico que execute técnicas de fisioterapia ou auxilie o fisioterapeuta. A jornada de trabalho do fisioterapeuta, como dos demais profissionais de saúde brasileiros é de 30 horas semanais, fixada pela lei federal 8856, de 1o de março de O fisioterapeuta insere-se no mercado de trabalho exercendo suas atividades em hospitais, clínicas, centros de reabilitação, consultórios, entidades filantrópicas, clubes, academias, universidades, instituições especializadas de cuidado a saúde e consultoria e assessoria a empresas privadas, dentre outros. Tanto o fisioterapeuta pode exercer suas atividades como profissional autônomo como possuir vínculos empregatícios regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Para ter êxito em sua finalidade promover, curar ou reabilitar distúrbios cinésico funcionais - o fisioterapeuta dispõe e utiliza os agentes físicos como técnicas fisioterapêuticas. Constituem o instrumental de trabalho do fisioterapeuta: hiper e hipotermoterapia, hidroterapia, aeroterapia, fototerapia, eletroterapia, sonidoterapia, cinesioterapia e massoterapia (resolução COFFITO,1975). Entendemos por técnicas manuais, além da massoterapia, métodos ou técnicas de mobilização, manipulação ósteo-músculo-articular e aplicação de alongamentos passivamente.

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