Manejo de doenças: Visão dos consultores.
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- Elisa Coelho Pereira
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1 Manejo de doenças: Visão dos consultores. Evaldo Kazushi Takizawa Engenheiro Agrônomo Ceres Consultoria Agronômica Takizawa, Takizawa e Cia Ltda. Telefone: (66) Rua Maringá, 669. Centro. CEP: Brasil. e.takizawa@terra.com.br RESUMO O manejo de doenças do algodoeiro na visão dos consultores é parte integrante do processo de produção da cultura do algodoeiro, portanto nunca poderá ser encarada de forma isolada numa estratégia de controle, didaticamente sempre é tratada independentemente para possibilitar o melhor entendimento. Na cadeia da geração da informação até sua aplicação envolve o empenho de diversos seguimentos, que incluem a pesquisa e sua validação no nível de lavoura. Nem sempre as funções de cada elemento neste processo são respeitadas, isto é, pesquisadores metidos a difusores de informação (consultores) sem antes terem os resultados conclusivos de suas pesquisas ou consultores metidos a pesquisadores gerando informações não confiáveis sem metodologia científica. Esse caos causa um atraso enorme na busca pelo melhor procedimento para que o agricultor execute em sua lavoura, o que ocorre são medidas impulsivas sem base técnica com injúrias ao bolso e sustentabilidade da atividade agrícola e ao ambiente. Um simples exemplo da total ignorância do setor de manejo de doenças é a ausência de procedimentos de uso prático que seja consagrado de fitopatometria para determinar o melhor momento de intervenções químicas. As várias etapas de conhecimento a respeito da fitopatologia e epidemiologia não poderão ser desconhecidas antes da elaboração de um plano de manejo de doenças de plantas, isto envolve a adoção de mecanismos básicos de convivência com os agentes causais ou fitopatógenos vinculados ao ambiente em que tudo ocorre. Uma vez estipulado um plano básico de manejo de doenças que envolvam técnicas que não sejam exclusivamente por intervenções químicas, mas um processo integrado com várias formas de controle da doença. É preciso então, dar continuidade com sua execução no campo, que não fique apenas no nível da intenção. Atualmente no meio rural o maior problema entre os profissionais da área agrícola que se designam consultores é a falta de uma base teórica que subsidie programas racionais de manejo de doenças que são recomendadas para os agricultores, essa falta de amparo técnico coloca em risco o sucesso do plano de controle e toda atividade da cotonicultura.
2 PALAVRAS-CHAVE Doenças, fitopatologia, epidemiologia, ambiente, fitopatometria e consultores. INTRODUÇÃO No momento que a cotonicultura brasileira atinge a maturidade nos resultados de produtividade, se discute a viabilidade econômica do sistema de produção do algodão, seus custos insustentáveis inviabilizam sua produção. Entre os vilões no centro de custo de produção está o programa fitossanitário, no qual está inserido o controle de doenças ou seu manejo. Nestes momentos de dificuldades surgem soluções criativas para superar estas adversidades, o intercâmbio de informações encurtará o caminho dos cotonicultores que superarão a crise. O cenário coloca o agricultor em cheque mate é preciso cortar gastos desnecessários, porém a interrogação no ar: quais são os gastos desnecessários no programa de manejo de doenças? Nesta apresentação se pretende discutir a visão de uma empresa de consultoria no assunto específico de manejo de doenças, as exigências e posturas que deverão tomar todos os profissionais envolvidos na área agrícola para busca de soluções para o entrave que vive a agricultura neste momento. VISÃO DA CONSULTORIA A visão da consultoria no manejo de doenças não deverá ser uma posição individual, que seja resultado de uma simples experiência pessoal ou profissional, a elaboração de uma recomendação deverá ser fruto da compilação de resultados e análises de diversos profissionais envolvidos com estudos de doenças, além é claro da soma de seus conhecimentos profissionais. O manejo de doenças considera conhecimentos de dados gerados por vários pesquisadores e estudiosos em diferentes localidades, então para preparação de uma estratégia aplicável pelo produtor rural há necessidade de reunir muitos resultados de especialistas, analisá-las tecnicamente antes de gerar um pacote tecnológico para que sejam executados pelo agricultor. As características específicas do agricultor e sua região, também deverão ser apreciadas. Planos gerais são cabíveis utilizando-se os princípios gerais de controle.
3 GERAÇÃO DA INFORMAÇÃO. Quando se gera uma informação vários passos são obedecidos e cada um deles tem um momento, mesmo critério existe para a aplicação de uma informação. Basicamente as pesquisas geradas até o momento são visando o controle químico das doenças do algodão, nem sempre a raiz dos problemas são diagnostificados. Ao nível de campo a informação gerada é a presença do patógeno, faltando a diagnose completa da doença, para encurtar os degraus necessários para tomada de decisão é prontamente recomendada o controle químico, esse é o grande mal no manejo de doenças do algodão. Na cultura do algodão temos especialistas em definição do fungicida a ser utilizado para controle de ramulose, ramulária, mirotécio, mela, alternária, etc. Porém não temos expertos em epidemiologia ao nível de campo que conheça todo o sistema agrícola vinculado à doença, curvas de progresso da doença, a avaliação de quantificação da doença, danos e perdas e sua relação com o ambiente. CAOS NO MANEJO DE DOENÇAS Num mundo sem conhecimento o caos determina o rumo que cada um toma quanto às medidas de combate a doenças. O próprio reconhecimento do problema não é facilmente identificável, nesta era em que as doenças são as causas das maiores perdas da agricultura, os sinais que as plantas apresentam muitas vezes se expressam originários de agentes fitopatogênicos de baixa agressividade, como reconhecer quando o processo infeccioso se deu início e se esse agente fitopatogênico merece ser controlado? Nestes últimos anos, novas doenças, mas antigos nomes vêm tomando destaque entre os produtores de algodão, são exemplos: ferrugem tropical, mirotécio, mela. Após o recente aparecimento ou por falta de registros talvez sempre tenham existido, essas doenças novas ou antigas estão causando furor entre os consultores. Um simples exemplo da total ignorância do setor de manejo de doenças é a ausência de procedimentos de uso prático que seja consagrado de fitopatometria (quantificação de doenças) para determinar o melhor momento de intervenções químicas. Existem métodos que se aplicam perfeitamente para uso em experimentação científica, porém a extrapolação à prática diária não é executável. Alguns utilizam essas doenças como base para projeção junto aos agricultores e como não é hábito realizar revisões bibliográficas entre os profissionais da área agrícola se instala o caos e cada um apresenta uma solução de maior conveniência.
4 FITOPATOLOGIA VERSUS EPIDEMIOLOGIA A distinção entre fitopatologia e epidemiologia neste caso assume o fato da primeira ciência assumir um nível de estudo mais específico, verificando o patógeno. Já a epidemiologia neste caso no conceito de visão mais holística em que as interações entre o patógeno, ambiente e o hospedeiro são estudadas. Para agricultura a presença das duas ciências é imprescindível para soluções dos problemas da cotonicultura. O fato de um especialista se dedicar ao estudo de uma doença nem sempre lhe dá o gabarito para utilizar essas informações em extensas áreas de algodão, a falta de ética agronômica e o reconhecimento dos limites de atuação de cada profissional gera alguns conflitos na hora da indicação do programa de controle de doença, é importante que haja harmonia entre os elementos que compõe todo o processo de recomendação. Fatos comuns que ocorrem durante o ano agrícola mostram claramente a postura entre aqueles que agem como meros fitopatologistas e se esquecem que todos os problemas estão ocorrendo numa população de plantas à mercê de diversas adversidades ambientais. PLANO BÁSICO DE MANEJO DE DOENÇAS A exemplo de do que ocorrem em diversas culturas é urgente à necessidade de elaboração de um plano básico de manejo de doenças na cultura do algodão, atuando fortemente na área de capacitação dos profissionais da área de difusão de informação, colocando-os a par de técnicas de controle que envolva vários métodos que não sejam apenas por intervenções químicas. Muitos problemas de doenças ocorridos durante a safra são resultados de falhas como a escolha de sementes de qualidade livre de patógenos (tombamento, ramulose e mancha angular), drenagem de solo (mela), injúrias provocadas por danos de insetos, mecânicas, fertilizantes (mirotécio), falha da destruição de soqueira (ramulose). O plano básico deverá evitar prioritariamente que erros grosseiros sejam cometidos e que os princípios gerais de controle e triângulo da doença sejam plenamente entendidos e desta forma um manejo integrado de doença seja executado de forma completa e acima da ordem da intenção. CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente no meio rural o maior problema entre os profissionais da área agrícola que se designam consultores é a falta de uma base teórica que subsidie programas racionais de manejo de doenças que são recomendadas para os agricultores, essa falta de amparo técnico coloca em risco o sucesso do plano de controle e toda atividade da cotonicultura. O estado atual foi resultado da carência de bons consultores, a demanda acima da oferta fez com que o grau de exigência sobre a qualificação fosse menor, desta forma muitos atuam
5 recomendando e a falta de uma análise critica por parte dos agricultores fazem com que executem essas recomendações mesmo que o levem para inviabilização de sua atividade. A solução caminha no sentido das boas práticas de manejo, em que se incluem os manejos de doenças, não há saídas mirabolantes e revolucionárias que não incluam informação, trabalho e ação.
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