Redes sociais na produção científica: uma análise na Revista ADMpg - Gestão Estratégica entre o período de 2010 a 2014
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1 Redes sociais na produção científica: uma análise na Revista ADMpg - Gestão Estratégica entre o período de 2010 a 2014 Flávio José de Melo (Universidade Federal do Paraná) f.j.melo@uol.com.br Marcielle Anzilago (Universidade Federal do Paraná) marcianzilago@gmail.com Resumo: A utilização de redes sociais vem crescendo ao longo do tempo entre pesquisadores de várias áreas do conhecimento e instituições. O impacto sobre a vida social e a troca de conhecimento na produção cientifica leva a integração desses atores, estreitando laços e estimulando novas pesquisas. O objetivo do estudo foi verificar a formação de redes sociais na produção científica da revista ADMpg - Gestão Estratégica. A população da pesquisa compreendeu os artigos publicados na Revista ADMpg entre o período de 2010 a Os testes para verificar as interações de redes sociais nesse estudo foram realizados por meio dos softwares Sociais Network Analysis UCINET 6.531, Netdraw- Network Visualization Program e Microsoft Office Excel Os resultados demonstraram que as instituições Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR, Universidade Estadual do Centro- Oeste UNICENTRO, Universidade Federal de Santa Catarina UFSC e Universidade Estadual de Maringá UEM apresentaram autores centrais nas interações entre as redes sociais. A UFSC, UEM, UEPG e UFPR ocupam papel de destaque na inter-relação e intermediação entre os autores, criando laços com instituições participantes dessas redes de cooperação. O período de maior interação entre os coautores ocorreu no ano de A produção científica e relacionamento entre os agentes ainda mostram-se modesta, levando em conta que não houve um crescimento significativo no número de coautoria entre instituições participantes do evento. Palavras chave: Redes sociais; Redes de co-autoria; Produção científica. Social networks in scientific production: an analysis in the Journal ADMpg - Gestão Estratégica from the period Abstract The use of social networks has grown over time between researchers from different fields of knowledge and institutions. The impact on the social life and the exchange of knowledge in scientific production takes the integration of these actors, strengthening ties and stimulating further research. The aim of the study was to investigate the formation of social networks in the scientific production of ADMpg magazine - Strategic Management. The population of the research included articles published in the Journal ADMpg between the period 2010 to The tests to verify the interactions of social networks in this study were performed using Social Network Analysis software UCINET 6531, Netdraw- Network Visualization Program and 2153 Microsoft Office Excel The results showed that the institutions Federal Technological University of Paraná - UTFPR, University of the Midwest - UNICENTRO, Federal University of Santa Catarina - UFSC and State University of Maringa - UEM showed central authors in the interactions between social networks. The UFSC, EMU, UEPG and UFPR have a prominent role in the inter-relationship and mediation between the authors, creating ties
2 with member institutions of these cooperation networks. The period of greater interaction among coauthors took place in The scientific production and relationship between agents still show up modest, given that there was no significant growth in the number of co-authored by participants of the event institutions. Keywords: Social networks; Network co-authorship; scientific production 1 Introdução Os estudos das relações em redes sociais vêm sendo cada vez mais utilizadas em reuniões e publicações cientificas. As analise e interações desses atores são objetos de pesquisas nas mais diversas áreas do conhecimento. A forma como esses pesquisadores se relacionam desperta interesse não apenas da comunidade acadêmica, mas do público em geral. A análise de redes centra-se nas relações entre os atores. Os elementos que compõe estas ligações são definidos por nós e laços, e estas estruturas de conexões, no qual o ator está incorporado, são descritas por estas relações e não apenas por seus atributos (HANNEMAN & RIDDLE, 2005). Segundo Marteleto (2001) entre os diversos significados de rede Network seu conceito deriva de alguns preceitos e relações, tais como: sistema de nodos e elos, apoio das conexões entre pessoas ou instituições e outros sistemas, nos mais diferentes níveis de estrutura e organização, representadas por um conjunto de participantes autônomos, unidos por ideias, valores e interesses compartilhados. Tomaél, Alcará e Di Chiara (2005) chamam a atenção para as estratégias subjacentes utilizadas pelas conexões em redes sociais, para fortalecer os interesses dos participantes que as integram, sendo estes, o compartilhamento da informação e do conhecimento. As pessoas delineiam e ampliam sua rede conforme sua trajetória e inserção na realidade social. O agrupamento com seus semelhantes estabelecem relações de trabalho, amizade e interesses em comum. Pereira et al. (2005) caracteriza um ator em redes sociais em uma unidade discreta que pode se apresentar como: pessoa, subgrupos, organizações e outras coletividades. O conjunto de atributos características individuais de uma rede é denominado composição da rede social. Segundo Wasserman e Faust (1994) nas análises de redes sociais, são verificados alguns pontos importantes: As relações entre os atores são considerados canais para transferir ou fluir recursos, sejam materiais ou imateriais e suas ações são vistas como interdependentes ao invés de independentes ou unidades autônomas; Os modelos de rede com foco em indivíduos, visualizar o ambiente estrutural e fornecem oportunidades ou restrições sobre as ações; A relação entre os atores consideram conceituação de estruturas (sociais, econômicas, políticas e outras). O princípio básico da análise de redes sociais admite que a estrutura dessas relações determine o conteúdo dessas conexões. Os pressupostos teóricos das relações entre redes rejeitam a noção de que as pessoas são combinações de atributos, ou de que as instituições são entidades estáticas com limites claramente definidos. Nessa conjectura, a análise é em tese, aplicável a virtualmente qualquer assunto empírico. Embora, três áreas que mereceram atenção especial dos analistas de redes, como por exemplo: os efeitos da centralidade do agente sobre o comportamento, a identificação de subgrupos da rede e a natureza das relações entre as organizações (MIZRUCHI, 2006). Nesse contexto, emerge a questão de pesquisa desse estudo, que busca saber, quais as redes sociais institucionais formadas a partir da produção científica de encontros em eventos publicados subsequentes a reuniões cientificas no Congresso Internacional de Administração realizado em Ponta Grossa. O objetivo do estudo foi verificar a formação de redes sociais na produção científica da revista ADMpg - Gestão Estratégica entre o período de 2010 a Para alcançar o objetivo proposto, buscou-se identificar a evolução da produção científica dos artigos da amostra analisados para o período. Diante da importância na formação de redes sociais entre instituições, esta pesquisa se justifica pela lacuna, valor e necessidade, desse tipo de abordagem, sobre a formação de grupos de pesquisa e disseminação do conhecimento.
3 A estrutura do artigo divide-se em seis seções: primeiramente uma breve introdução, seguida do referencial teórico que abordam aspectos referentes a relações entres as redes sóciais; procedimentos metodológicos para as análises empíricas; resultados e discussões, considerações finais e referências. 2 Referencial Teórico Nesta seção apresentam-se os aspectos que embasaram teoricamente este estudo. Primeiramente expõem-se sobre social networks nas ciências sociais e as redes de co-autoria. Em seguida aborda-se estudos anteirores sobre rede social no Brasil. 2.1 Social networks em ciências sociais O início da análise a respeito dee redes sociais (ARS) em Ciências Sociais remontam nos anos 1920 em estudos da Psicologia Social de Freeman (1996). Segundo Martes et al. (2006), mais especificadamente no âmbito dos estudos organizacionais, o estudo sobre Redes Sociais emergiu no final dos anos de 1970, quando Aldrich (1979) e Williamsom (1975) passaram a tomar a forma de relacionamento interorganizacional como foco de análise. No Brasil, são encontradas as primeiras evidências da utilização das técnicas de redes sociais, na ciência administrativa, em um artigo publicado na Revista de Administração de Empresas (RAE) em 1984, de autoria de Reed Nelson. As pessoas instituem seu sentido em torno do que são e acreditam que são, e as redes de intercâmbios conectam indivíduos, grupos, regiões e organizações de acordo com os objetivos processados na rede (CASTELLS, 1999). A metáfora da rede, tem se mostrado apta para pensar e construir novas formas de convivência, que permitam gerar novos mundos (NAJMANOVICH, 1995). As redes, no universo de transformações, surgem como uma linguagem de junções, das relações sociais entre organizações que interagem mediadas por atores sociais que buscam entender de maneira compartilhada a realidade social, por meio das formas de agir que privilegiam os sujeitos, que, de forma interativa, amoldam-se do conhecimento dos problemas sociais, bem como as soluções (JUNQUEIRA, 2000). Ao longo dos anos a análise das redes sociais tornou-se um instrumento influente na análise da estrutura social, embora a aplicação do conceito de redes sociais represente uma preocupação quase secular à academia internacional (FREEMAN, 1996), pode-se perceber na literatura uma lacuna de um delineamento metodológico padrão nas pesquisas que se utilizam essa perspectiva. Dessa forma, Wassermann e Faust (1994), relatam que as aplicações dos conceitos relacionados à análise de redes sociais podem ser categorizadas por: a) medidas estruturais; b) papéis e posições; e c) análise estatística dos relacionamentos. As redes sociais referem-se a uma estrutura social composta por atores (indivíduos, grupos de indivíduos, sociedades, organizações ou países) e interações ou laços entre eles decorrentes de qualquer tipo de relação entre dois ou mais atores (como amizade, aliança política, profissional colaboração, ou aliança de negócios), conforme Silva et al. (2006), é um sistema composto por nós e conexões entre eles, que, nas ciências sociais, são representados por sujeitos sociais (indivíduos, grupos, organizações etc.) conectados por algum tipo de relação. Análise de redes sociais refere-se à análise das interações sociais usando teoria de redes, onde os atores são representados como conexões e as interações entre eles, por meio de arcos que conectam as conexões (SANKAR; ASOKAN; KUMAR, 2015). Milgram (1967) e Travers e Milgram (1969), trazem o conceito de redes sociais onde por meio de algumas experiências simples onde alguns pares de pessoas escolhidas ao acaso de uma determinada população são apenas passos a rede de primeiro nome conhecidos. Assim, aparentemente, agentes distantes de uma rede social podem de fato ser ligados um ao outro por uma cadeia curta de intermediários conhecidos (SANKAR; ASOKAN; KUMAR, 2015). Nascimento e Beuren (2011), abordam que as redes sociais são as ligações oriundas da rede de relacionamento estabelecidas pelos indivíduos e/ou organizações, dentro e fora de determinado ambiente analisado. As redes sociais se expressam como um conjunto de pessoas e organizações que se relacionam para
4 responder demandas e necessidades da população de maneira integrada, mas respeitando o saber e a autonomia de cada membro (JUNQUEIRA, 2010). Com isso, as redes constituem um meio de tornar mais eficaz a gestão das políticas sociais, otimizando a utilização dos recursos disponíveis (JUNQUEIRA, 2000). Nas redes os objetivos, definidos coletivamente, articulam pessoas e instituições que se comprometem a superar de maneira integrada os problemas sociais. Essas redes são construídas entre seres sociais autônomos, que compartilham objetivos que orientam sua ação, respeitando a autonomia e as diferenças de cada membro. Daí a importância de que cada organização desenvolva seu saber para colocá-lo de maneira integrada a serviço do interesse coletivo (JUNQUEIRA, 2000). 2.2 As Redes de co-autoria O uso das redes sociais na análise da produção científica comporta a observação de aspectos interdisciplinares decorrentes da cooperação dos pesquisadores, além de proporcionar a análise e estruturação de um dado campo do conhecimento (NASCIMENTO; BEUREN, 2011). Burt (1992), argumenta que as redes sociais permitem trocas de informações entre os atores que a compõem e o ambiente onde os atores estão inseridos. Maciel (2007), relata a importância dos relacionamentos interorganizacionais, assim como as ligações derivadas, tanto de dependência como de interdependência dos pesquisadores de redes, prevalecendo o interesse nas trocas de informações. Segundo Maciel (2007), os pesquisadores utilizam as redes sociais, pois entendem que elas evidenciam os relacionamentos interorganizacionais. Silva et al. (2006) destacam que nas redes sociais desenvolvidas por pesquisadores prevalecem as redes de co-autoria, onde esses pesquisadores na maioria das vezes são os docentes e/ou pesquisadores, as conexões entre eles acontecem sempre que compartilham a autoria de um artigo científico. Uma rede de co-autoria conforme Silva et al. (2006), é uma rede na qual os nós são os professores / pesquisadores, e há conexão entre eles sempre que compartilham a autoria de um artigo. Nessa linha, tomando por base as redes de co-autoria, Kretschmer (2004) usa a análise de redes e as demais informações bibliométricas, para definir os atributos dos autores e analisar a posição na rede daqueles com os mesmos atributos. Yoshikane e Kageura (2004), a utilizam sobre a dinâmica dos grupos de pesquisadores, para estudar a estrutura de cooperação entre pesquisadores japoneses de quatro áreas: duas de engenharia e duas na área de química. Eles constatam o crescimento relativo do número de artigos produzidos em coautoria, assim como no número de autores por artigo, fruto da crescente interdisciplinaridade das áreas, com impactos significativos sobre as redes de cooperação. Concluíram que, embora seja um fenômeno geral, as características da pesquisa em cada área ainda determinam a estrutura de rede. No que tange aos estudos que analisam papéis e posições dos atores nas Redes Sociais, alguns autores ganham destaque na literatura como Wasserman e Faust (1994), Scott (2000) e Everett e Borgatti (2005). Wasserman e Faust (1994), trazem o conceito de posição dos autores como um grupo de atores que estão de maneira similar imersos em uma rede de relações, sendo que o conceito de papel se refere às características das relações obtidas entre atores e posições. Rossoni et al. (2006), relatam sobre dois aspectos centrais na análise de papéis e posições: identificação das posições sociais como coleções de atores que são similares em seus laços por meio da equivalência estrutural (LORRAIN; WHITE, 1971) e da equivalência regular (EVERETT; BORGATTI, 2005); e modelar papéis sociais como sistemas de laços entre atores ou entre posições contando com métodos de blockmodels (NELSON, 1984) e de álgebra relacional (BOORMAN; WHITE, 1976). Uma rede entre os programas de pós-graduação pode gerar uma condição favorável para aumentar o número e a qualidade da produção científica no país (GUIMARÃES et al., 2009). As redes sociais podem ser desenvolvidas em qualquer ambiente, podendo se até mesmo no acadêmico, por meio da cooperação entre os estudantes com intuito de disseminar o conhecimento científico (NASCIMENTO; BEUREN, 2011). 2.3 Estudos anteriores nacionais
5 A pesquisa sobre redes sociais, segundo Silva et al. (2006), vem cresecendo constantemente, pesquisadores de várias áreas do conhecimento, o tema tem despertado interesse entre os pesquisadores, como tentativa de compreender o seu impacto sobre a vida social, dando origem a inúmeras metodologias de análise, a qual têm por base as relações sociais entre os indivíduos, em forma de redes. Dessa forma, alguns estudos têm sido realizados no Brasil a respeito de redes sociais no âmbito da produção científica. Dentre os estudos nacionais podem-se mencionar os realizados por Maia e Caregnato (2008), Walter et al. (2009) e Nascimento e Beuren (2011). No estudo de Maia e Caregnato (2008), os autores analisaram as redes de colaboração científica entre os docentes do programa de pós-graduação em epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas. Os achados da pesquisa revelaram que os docentes analisados publicaram mais artigos em autoria compartilhada do que individual e não foi possíveldetectar a relação entre o aumento de produtividade e o número de colaboradores. Walter et al. (2009) identificaram os atores mais relevantes na evolução do campo da produção científica em ensino e pesquisa contábil no Brasil. Os resultados da pesquisa demonstram evolução da pesquisa contábil quanto às instituições e autores investigados, na questão de número de publicações e à densidade das redes de cooperação. No estudo de Nascimento e Beuren (2011), as autoras tiveram como objetivo identificar a formação de redes sociais na produção científica definitiva do triênio dos programas de pós-graduação de ciências contábeis do Brasil. Os resultados da pesquisa mostram que a evolução da produção científica definitiva, no triênio , em termos percentuais, foi maior nos programas com conceito 3; que a produção científica definitiva veiculada em periódicos pelos docentes permanentes dos programas analisados apresenta-se de forma dispersa nas estratificações do Qualis CAPES; e que a centralidade da rede social é ocupada pelo programa da USP, assim, de maneira geral, pode-se concluir que os programas de pós-graduação em ciências contábeis apresentam ligações fracas, esparsas e pouco densas. 3 Procedimento metodológico Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva, por meio da identificação das redes sociais na produção cientifica de 2010 a 2014 na revista ADMpg Gestão Estratégica da Universidade Estadual de Ponta Grossa UEPG. As pesquisas descritivas conforme Cervo e Bervian (1996), são capazes de observar, registrar, analisar e correlacionar os fatos sem manipulá-los. Em relação ao objetivo da pesquisa é caracteriza como documental, o qual foi utilizada na coleta dos dados para o estudo bibliométrico. A pesquisa documental tem como principal característica o levantamento de material editado, tais como livros, periódicos, entre outros (MARTINS; THEÓPHILO, 2007). Já as pesquisas biblimétricas na visão de Macia-Chapula (1998), abrange o estudo dos aspectos quantitativos da produção, disseminação e uso da informação registrada. 3.1 População e amostra A população da pesquisa compreendeu os artigos publicados na Revista ADMpg Gestão e Estratégia da Univerisdade Estadual de Ponta Grossa UEPG no período de 2010 a 2014, buscando a evolução da produção cientifica. 3.2 Análises de Dados Os testes para verificar as interações de redes sociais nesse estudo foram realizados por meio dos softwares Sociais Network Analysis UCINET 6.531, Netdraw- Network Visualization Program e Microsoft Office Excel Resultados O Congresso Internacional de Administração é um encontro de natureza acadêmica que busca reunir e interagir diversos temas nas áreas de Administração e correlatas, incentivando a divulgação do conhecimento e interação entre os pesquisadores para a integração do ensino-pesquisa e aplicação prática dos resultados da investigação na economia globalizada.
6 Os artigos analisados nesse estudo evidencia a formação de pequenas redes de cooperação entre os autores que prestigiam o Congresso Internacional de Administração realizado em Ponta Grossa. Visando avaliar não somente os autores e suas respectivas Instituições, a figura 1, sintetiza a produção cientifica e a rede de co-autoria entre os participantes do eventos que obtiveram publicações no periódico Revista ADMpg - Gestão Estratégica entre o período de 2010 a a Os resultados demonstraram uma maior interação entre os autores, no ano de No entanto, esta evolução permanaceu estática em periodos subsequentes, que variam entre nove e dez interações entre os autores. Esses resultados demonstram a importância desses encontros em estreitar relações e estimular laços para mapeamento das Inter-relações entre os agentes na produção do conhecimento. Fonte: Dados da pesquisa (2015) Figura 1 Evolução na produção Científica da Revista ADMpg - Gestão Estratégica entre o Período de 2010 a 2014 A tabela 1 apresenta o grau de centralidade entre os atores, ao qual um ator esta diretamente ligado, esta análise evidencia o grau de entrada e saída correspondente ao fluxo e direção de interação entre os agentes dessa rede. Continuação
7 Fonte: Dados da pesquisa (2015) Nota: ID- Indicadores de redes, G.S Grau de saída, G.E Grau de Entrada, G.S.N - Grau de saída Normalizado e G.E.N - Grau de entrada Normalizado. Tabela 1: Indicadores de Redes sociais e Análise de Centralidade O grau de intermediação considera a importância de um ator na intermediação entre os autores e possibilidade que um nó tem para intermediar as comunicações entre pares de nós dos membros de uma rede. Continuação
8 Fonte: Dados da pesquisa (2015) Tabela 2: Ranking da nálise do grau de Intermediação A centralidade de um ator implica em identificar a posição ocupada em relação às trocas e à comunicação existente na rede. Esta posição de centralidade e comunicação nas redes sociais, trás consigo a ideia de poder, ou seja, quanto mais central é um ator, mais bem posicionado ele está em relação às trocas e interações com outros autores, o que aumenta seu poder na rede (MARTELETO, 2001). Nesse cenário, podemos destacar que os autores centrais desta rede são a Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR, Universidade Estadual do Centro-Oeste UNICENTRO, Universidade Federal de Santa Catarina UFSC e Universidade Estadual de Maringá UEM. No entanto, os resultados quanto ao grau de intermediações demostram que a UTFPR ainda ocupa o primeiro lugar e detém uma maior intermediação 3.905das interações entre co-autorias nas publicações na revista ADMpg - Gestão Estratégica entre o período de 2010 a A Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE ocupa a segunda posição no ranking com 2.989, seguido pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC A Universidade Estadual de Ponta Grossa aparece na setema colocação, Infere-se que o controle e processo na rede de intermediações podem ser interpretados como a possibilidade que um nó tem para intermediar as comunicações entre laço dos atores dessa rede. A Figura 2 expõe as redes sociais observadas na produção de artigos cientificos apresentados no Congresso Internacional de Administração em Ponta Grossa, o resumo evidenciado graficamente demonstra a posição central da rede formada, que elege a UTFPR na intermediação de destaque entre as instituições participantes do evento. A UFSC, UEM, UEPG e UFPR ocupam papel de destaque na inter-relação entre os autores, representados na aposição em que um ator se encontra em relação aos outros atores. Nesta tabela também é possível verificar o número de instituições participantes dos eventos 100, destacando a importância e network entre os autores e particpantes do evento. Os encontros científicos
9 assumem um papel importante no processo de comunicação e troca de conhecimentos, na medida em que a transmissão de idéias e formação de redes sociais, propiciam a integração de novos membros e intermediação de futuros projetos de pesquisas. Fonte: Dados da pesquisa (2015) Figura 2: Redes sociais sobre a produção de artigos na Revista ADMpg - Gestão Estratégica. A Análise de Redes Sociais (ARS) permite entender a dinâmica de relações entre os autores, identificar a troca e fluxos de informação, mecanismos e agentes de poder, bem como, analisar as interações em ambientes complexos (BRANDÃO et al., 2007). 5 Considerações Finais A utilização de redes sociais vem crescendo ao longo do tempo entre pesquisadores de várias áreas do conhecimento e instituições. O impacto sobre a vida social e a troca de conhecimento na produção cientifica leva a integração desses atores, estreitando laços e estimulando novas pesquisas. O objetivo do estudo foi verificar a formação de redes sociais na produção científica da revista ADMpg - Gestão Estratégica entre o período de 2010 a O período de maior interação entre os coautores ocorreu no ano de No entanto, em anos subsequentes e anteriores, esta evolução permanaceu estática, que variam entre nove e dez interações entre os autores. Esses resultados demonstram a importância desses encontros em estreitar relações e estimular laços para mapeamento das Inter-relações entre os agentes na produção do conhecimento. Os resultados desse estudo demonstraram que as instituições que apresentaram autores centrais nas redes sociais foram a Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR, Universidade Estadual do Centro-Oeste UNICENTRO, Universidade Federal de Santa Catarina UFSC e Universidade Estadual de Maringá UEM. A UFSC, UEM, UEPG e UFPR ocupam papel de destaque na interrelação e intermediação entre os autores, criando laços com instituições participantes dessas redes de cooperação.
10 A produção científica e relacionamento entre os agentes ainda mostra-se modesta, levando em conta que não houve um crescimento significativo no número de co-autorias entre instituições participantes do evento. De modo geral, observou-se uma maior integração entre instituições do sul dos pais, que se justifica, possivelmente, pela localização geografica do evento. A principal limitação desse estudo refere-se aos aspectos metodológicos, por não haver uma analise do discurso, que demandaria um grande tempo, tendo em vista, o tamanho da amostra. Sugere-se para pesquisas futuras: (a) aplicar o mesmo estudo ampliando o período de análise; (b) considerar na amostra, análises comparativas por área do conhecimento. 6 Referências ALDRICH, H. Organizational and Environments. Engglewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall, BOORMAN, S. A.; WHITE, H. C. Social Structure from Multiple Networks II. American Journal of Sociology, v. 81, p , BURT, R. S. Structural holes: the social structure of competition. Cambridge: Harvard University Press, BRANDÃO, W. C.; PARREIRAS, F. S.; SILVA, A. B. O. Redes em Ciência da Informação: evidências comportamentais dos pesquisadores e tendências evolutivas das redes de co-autoria. Informação & Informação. v. 12, n. esp, CASTELLS, M. Sociedade em rede. São Paulo, Paz e Terra, EVERETT, M. G.; BORGATTI, S. P. Extending Centrality In: CARRINGTON, P.; SCOTT, J.; WASSERMAN, S. (organizadores): Models and Methods in Social Network Analysis. New York: Cambridge Press, FREEMAN, L. C. Some Antecedents of Social Network Analysis. Connections, v.19, n.1, p.39-42, GUIMARÃES, T. A.; GOMES, A. O.; ODELIUS, C. C.; ZANCAN, C.; CORRADI, A. A. A rede de programas de pós-graduação em administração no Brasil: análise de relações acadêmicas e atributos de programas. Revista de Administração Contemporânea, v. 13 n. 4, p , HANNEMAN, R., & RIDLLE, M. Introduction to social network methods. Riverside: University of California JUNQUEIRA, L. A. P. Intersetorialidade, transetorialidade e redes sociais na saúde. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 34, n. 6, p.35-45, Nov. /Dez KRETSCHMER, Hildrun. Author productivity and geodesic distance in bibliographic co-authorship networks, and visibility on the Web. Scientometrics, v. 60, n. 3, p , Jan LORRAIN, F.; WHITE, H. C. Structural Equivalence of Individuals in Social Networks. Journal of Mathematical Sociology, v.1, p.49-80, MACIEL, C. O. Práxis estratégicas e imersão social em uma rede de organizações religiosas. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil, MARTES, A. C. B.; BULGACOV, S.; NASCIMENTO, M. R.; GONÇALVES, S. A.; AUGUSTO, P. M. Fórum Redes Sociais e Interorganizacionais. Revista de Administração de Empresas, v.46, n.3, p.10-15, MARTELETO, Regina Maria. Análise de redes sociais: aplicação nos estudos de transferência da informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 30, n. 1, p , jan./abr MILGRAN, S. The small world problem. Psycol. Today. v. 2, p , MIZRUCHI, M. Análise de redes sociais: avanços recentes e controvérsias atuais. Revista deadministração de Empresas, 46(3), NAJMANOVICH, D. El lenguaje de los vínculos. De la independencia absoluta a la autonomia relativa. In: Dabas, E. & Najmanovich, D. (org.). Redes el lenguaje de los vínculos: hacia la reconstrucción y el fortalecimiento de la sociedad civil. Buenos Aires, Paidós, p , NASCIMENTO, S.; BEUREN, I. M. Redes Sociais na Produção Cientificia dos programas de Pós-Graduação de Ciências Contábeis do Brasil. RAC, Curitiba, v, 15, n. 1, p , jan/fev, 2011.
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