A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE MARCAS E PATENTES EM CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO.

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1 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE MARCAS E PATENTES EM CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO. Grazielly Ferrari (USF/Seti-UNICENTRO), Antonio Costa Gomes Filho (EGC/ UFSC e UNICENTRO), Emiliano Elis Andrade Silva (UNICENTRO) grazi_fferrari@hotmail.com Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências Sociais e Aplicadas. Guarapuava Pr. Palavras-chave: marketing, ensino-aprendizagem, conhecimento, gestão. Resumo: Este trabalho visa identificar o grau de importância do ensino de Marcas e Patentes em cursos de graduação em Administração, a pesquisa foi feita através principalmente da disciplina de Marketing, e identificou o conhecimento básico por parte dos professores sobre o tema. A pesquisa foi de caráter exploratório, envolvendo professores das Universidades Estaduais do Paraná. Introdução A Gestão do Conhecimento, o Empreendedorismo e a Inovação Empresarial tem sido foco de estudo de muitos grupos de pesquisa (PESQUISAS, 2008). A abordagem de um deles (segue o conceito de Capital Intelectual proposto por STEWART (1998), onde o conhecimento ou criatividade pode ser convertido em valor econômico. Esse conceito abrange as invenções, idéias, criações de cinema, arte, literatura, know-how, estilos de design, programas de computador, processos de produção e também as publicações. O estudo do Capital Intelectual compreende o conhecimento explícito, que é reconhecido como um direito de propriedade intelectual, a exemplo das marcas e patentes. A preocupação com o registro legal destas vem das instituições mais ligadas à Tecnologia, como no exemplo do SENAI/SC onde os autores afirmam que, no Brasil há resistência quanto à idéia de se proteger essa propriedade e divulgá-la nas bases de dados (SILVA; SILVA, 2007) À medida que o tema foi ganhando destaque nas discussões acadêmicas, sentiu-se a necessidade de melhor compreender o fenômeno (GRACIOSO, 2004). Por isso, este trabalho visa identificar se ocorre valorização do ensino de Marcas e Patentes em cursos de graduação em Administração, caracterizando, seu grau de importância. A pesquisa foi feita a partir de análise na disciplina de Marketing e também de áreas correlatas,

2 identificando também o conhecimento básico por parte dos professores sobre o tema. Materiais e Métodos O estudo foi de agosto de 2006 a junho de 2008, incluindo revisão de literatura, elaboração do questionário e entrevista aos professores que ministram a disciplina de Marketing nos cursos de graduação das Universidades Estaduais Paranaenses. A pesquisa foi de caráter exploratório e estudou a importância das marcas e patentes nos cursos de Administração. Na atualização do tema para identificar o estado da arte, foi elencada a Revista ESPM como principal referência, com levantamento dos anos de 2003 a Identificou-se dezessete artigos sendo selecionados onze como pertinentes e relevantes. O congresso escolhido foi ENANGRAD, nos anos de 2004, 2005 e 2006, sendo selecionados cinco periódicos. Ainda o levantamento dos artigos do SEMEAD-USP, anos de 2004, 2005 e 2006, identificou treze artigos. Acessando o banco de dados da CAPES, localizaram-se seis dissertações de mestrado. Após levantamento bibliográfico, foi elaborado um questionário que foi aplicado in loco. A estratégia de coleta foi definida a partir da rede de contato informal entre os pesquisadores das instituições. Em cada uma foi contatado um professor, que não ministrava a disciplina de Marketing; esse professor aplicou o questionário na amostra de professores que ministravam a disciplina de Marketing e também disciplinas correlatas. A amostra total de professores entrevistados foi de quinze professores. Essa amostra foi de 50% em uma das instituições pesquisadas e de 100% nas outras universidades estaduais paranaenses. Foram pesquisadas um total de cinco universidades, todas com mais de quinze anos de existência e tinham em comum o fato de ofertar o curso de Administração. Resultados e Discussão Ao questionar sobre o grau de importância do assunto marcas e patentes na visão dos entrevistados, 76,67% consideram como grau de importância positivo, sendo que estes docentes possuem tempo de atuação no ensino de Marketing em média de 12 anos. Quanto ao grau de escolarização e a área de formação, houve predominância de 40% de professores com Mestrado, seguidos de 33,34% com Doutorado, 20% com Especialização e 6,66% com Pós-Doutorado. Das áreas de especialização citadas, apenas dois professores destacaram a área de Marketing e um terceiro a área de Inteligência Competitiva como sendo importantes. Do total, 100% dos entrevistados atuam em instituições públicas onde ministram aulas nos cursos de Graduação em Administração e complementarmente, 33,33% em cursos seqüenciais, bem como 20%

3 atuam, além da graduação, na pós-graduação (lato-sensu e stricto-sensu). Na entrevista, também foi solicitado aos professores para listarem dez marcas mundiais e dez nacionais que eles lembravam como sendo mais valiosas. Para marcas mundiais foram Microsoft (86,6%); Coca-Cola (73,3%); Nestlé (53,3%); McDonalds (46,6%); Nike (33,3%); Toyota (33,3%); IBM (33,3%); General Motors (26,6%); Gessi-Lever/Unilever (26,6%) e Google (20,0%). Para marcas nacionais foram: Petrobrás (60,0%); Banco do Brasil (46,6%); Bradesco (46,6%); Itaú (40,0%); Natura (40,0%); Votorantin (33,3%); Vale do Rio Doce (33,3%); Boticário (33,3%); Brastemp (26,6%); Sadia (26,6%). Ao questionar se o tema marcas e patentes está inserido nas ementas dos cursos de Administração, 73,34% responderam que sim e 20% que não e 6,66% dizendo que não sabiam. Na questão se o assunto estaria constando no Programa da disciplina de Marketing, 80% responderam que sim e 6,66% que não e não sei foi a resposta de 13,34%. Ainda 86,68% reconheceram marca como um dos mais valiosos patrimônios empresariais. Esses resultados encontram respaldo na literatura, onde se verifica que nos cursos de Administração, Comunicação e Publicidade e Propaganda, a Administração de Marcas é uma disciplina pouco utilizada na matriz curricular; já nas organizações de pequeno, médio e grande porte no Brasil, é rara a presença de um profissional ou setor que trabalhe exclusivamente com a gestão de marcas (SAMPAIO, 2004). Com isso, analisando a literatura voltada ao ambiente acadêmico, observa-se que o assunto alusivo a marcas e patentes tem sido mais discutido sob o ponto de vista da invenção, estando mais presente nos cursos de Engenharia. Já nos cursos de Administração, a necessidade de estudo da marca é premente. Segundo MARQUES et al. (2004), se a empresa possui uma marca considerada forte, ela é privilegiada pois, incorpora um conjunto de características identificadoras. Através de um estudo feito por ZANETTE & SCARE (2006) com as marcas Nike, Reebok e Olimpikus inclui, dentre outros itens, a qualidade percebida e as associações da marca, principalmente com status; ficando claro que a geração de valor está relacionada com a exposição na mídia, onde passa-se a conhecer os atributos do produto. Segundo MATHIAS (2003) na percepção do seu consumidor-alvo, a marca é ou representa alguma coisa ou conceito. No Brasil, o direito a patentes de invenção e modelos de utilidade, desenho industrial, marcas e indicações geográficas é regida pela lei de 14 de maio de 1996 (BRASIL, 2007). De acordo com SILVA & SILVA (2007) o sistema legal está bem estruturado, mas, ainda há muito que fazer pela propriedade intelectual no país na relação universidade-empresa-instituições de pesquisa. Ao abordar o assunto no ambiente universitário, GOMES FILHO & SILVA FILHO (2007) alertam para o fato que, durante o desenvolvimento das pesquisas nas universidades, é necessário cuidado com o sigilo das informações, e ao término que o pedido de proteção da

4 patente seja depositado o mais rápido possível para que se possa passar o tempo de sigilo determinado pelo INPI e o pedido seja publicado. Conclusões Existe um bom conhecimento sobre Marcas e Patentes por parte dos professores, que, além disso, possuem melhor domínio conceitual de Marca, que de Patente, sendo o tema valorizado por eles no processo de ensinoaprendizagem. O grau de importância do ensino de marcas e patentes nos cursos de graduação em Administração das Universidades Estaduais é destacado como positivo pelos pesquisados, mas o número de aulas dedicadas ao tema não ultrapassa oito aulas. A pesquisa de caráter exploratório pode ser aprofundada em estudos futuros, cujo objetivo seja o de melhor esclarecimento sobre essa aparente contradição, ao mesmo tempo em que os pesquisados afirmam valorizar o tema e atribuir grau de importância positivo, o total de oito aulas seria suficiente para explorar o assunto no grau de profundidade necessário para capacitar um Gestor de Marcas e Patentes? Referências GRACIOSO, F. As marcas são seres mutantes. Revista da ESPM, 2004, 11, MATHIAS, A.; HALPERN, E. O desafio do reposicionamento de marcas. Revista da ESPM, , STEWART, T. A. Capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, GOMES FILHO, A. C.; SILVA FILHO, J. S. Ativos intangíveis em instituições de ensino superior: uma abordagem sistêmica. In: FACHIN, G. R. B. F. et al. (Org.). Teoria geral de sistemas: uma abordagem multidisciplinar do conhecimento. Florianópolis: Prog. Pós-Grad. Eng. e Gestão do Conhecimento, SILVA, A. R. ; SILVA, L. Uma visão sistêmica da gestão do capital intelectual em instituições de educação tecnológica. In: FACHIN, G. R. B. F. et al. (Org.). Teoria geral de sistemas: uma abordagem multidisciplinar do conhecimento. Florianópolis: Prog. Pós-Grad.Eng. e Gestão do Conhecimento, MARQUES, C. F.; RAZZONI FILHO, E.; MARQUES, M. S. S.; MACOHIN, G. A.; STADLER, H. Marca, valor agregado e globalização. In: Encontro Nacional da Associação Nacional de Graduação em Administração. Anais eletrônicos... Florianópolis, 2004, Vol. 1 SAMPAIO, D. de O. Gestão de marcas como ferramenta de marketing em empresas de pequeno porte. In: Encontro Nacional da Associação Nacional de Graduação em Administração. Anais eletrônicos... Florianópolis, 2004, Vol.1

5 ZANETTE, M. C.; SCARE, R. F. Valor de marca entre os jovens. In: Encontro Nacional da Associação Nacional de Graduação em Administração. Anais eletrônicos... São Luis, 2006, Vol. 1 PESQUISAS. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 59, n. 4, Disponível em: Acesso em: 24 jun BRASIL. Lei Federal nº 9279/1996, de 14 de maio de Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Disponível em: Acesso em: 08 out