A APLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO CRIME DE ROUBO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A APLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO CRIME DE ROUBO"

Transcrição

1 A APLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO CRIME DE ROUBO ANDRÉ MENEZES GONTIJO DO COUTO, adv. RKL ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA SC 2.006

2 2 INTRODUÇÃO A história do sistema de Execuções Penais brasileiro e também a nível mundial, mantém desde a sua origem a privação de liberdade com seu maior elemento estruturador. Na grande maioria dos casos, não há pena sem que haja como conseqüência a privação da liberdade. Com o passar dos anos, os pensadores, estudiosos do direito, juristas e pessoas defensoras dos direitos humanos alertaram para o que hoje vemos acontecer, a falência da estrutura de execução penal. Os efeitos dessa falência atingem tanto as pessoas que têm o dever de combater o crime, quanto as pessoas responsáveis pela aplicação e execução das penas. Têm-se veiculado na mídia nacional recentes rebeliões e mortes, assassinatos e latrocínios bem como o elevado índice de reincidência, mostrando assim o evidente caos e ineficácia do sistema penal atual. Ao lado dessa criminalidade, se encontra a sociedade civil, insegura e vítima constante da violência urbana, assistindo e sendo estarrecida às horríveis cenas protagonizadas pelos seus algozes que, após o cumprimento da pena, deverão retornar, ao final, ao seu convívio.

3 3 A questão de maior relevância é que, no ínterim do cumprimento dessa pena privativa de liberdade, tendo em vista a precariedade do sistema carcerário atual, os ex-reclusos ao invés de ressocializarem, retornam ao convívio social como verdadeiros profissionais no cometimento de delitos. O Direito Penal moderno trouxe o aparecimento de correntes que discutem a finalidade da ciência penal, até que ponto as questões devem ser resolvidas por meio da tutela penal do Estado. De um lado estão os defensores da corrente intitulada Direito Penal Máximo, que entendem ser a ciência penal a forma de tutela estatal para quaisquer transgressões a normas, devendo a pena privativa de liberdade ser aplicada para punir os criminosos independentemente do grau lesivo da conduta praticada. Do outro lado, estão os defensores do chamado Direito Penal Mínimo, segundo o qual não estão alcançadas pelo Direito Penal as condutas ínfimas, de pequeno potencial lesivo. Esse movimento prega que a prisão é o agente multiplicador da criminalidade. Visualiza o sistema penitenciário como um local de fortalecimento da criminalidade, pois onde o Estado está menos presente é no presídio. O Princípio da Insignificância tem fundamento na proporcionalidade da pena com a gravidade do delito cometido e da lesão ao bem jurídico protegido.

4 4 A jurisprudência pátria, em sua maioria, afasta a aplicabilidade do Princípio da Insignificância em se tratando de crime de roubo, previsto no artigo 157 do Código Penal Brasileiro. Este trabalho busca conhecer a fundo o Princípio da Insignificância, com o intuito de verificar sua aplicabilidade no crime de roubo, por se tratar de tipo penal que tutela não só o patrimônio, mas também a integridade física e psicológica das pessoas.

5 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA CORRENTES DO DIREITO PENAL Direito Penal Máximo Direito Penal Mínimo Princípios Garantidores PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA Conceituações Tipicidade O DELITO DE ROUBO (ART. 157 CPB) DOS BENS JURIDICAMENTE TUTELADOS Do patrimônio Da integridade física e psicológica ANÁLISE DE JURISPRUDÊNCIA... 50

6 6 6.1 Jurisprudências acerca da inaplicabilidade do princípio da insignificância no delito de roubo Acórdãos defendendo a desclassificação do delito de roubo no caso de crime de bagatela CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 69

7 7 1 INTRODUÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA Através do presente estudo, buscaremos aprofundar conhecimentos acerca das correntes atuais de aplicação do Direito Penal. Analisaremos os princípios limitadores do poder punitivo estatal e suas especificidades através de opiniões de diversos doutrinadores, dando maior ênfase ao Princípio da Insignificância, ponto principal do nosso trabalho. O delito previsto no artigo 157 do Código Penal Brasileiro também será analisado com maior profundidade, visando o entendimento daquela figura penalmente típica de crime contra o patrimônio que atinge também a integridade física e moral das vítimas. Serão analisados os bens jurídicos tutelados pelo crime de roubo, pautando-nos sempre na possibilidade de aplicação do Princípio da Insignificância naquela modalidade criminosa. Um levantamento jurisprudencial acerca da aplicabilidade do Princípio da Insignificância no crime de roubo será feito, visando entender os argumentos jurídicos utilizados pelos aplicadores do direito em suas decisões. Estudaremos votos proferidos em acórdãos pelo Desembargador Alexandre Victor de Carvalho, dispondo sobre a aplicabilidade do Princípio da Insignificância no crime de roubo.

8 8 Dessa forma, pretendemos formar opinião a respeito da aplicabilidade do Princípio da Insignificância no crime de roubo.

9 9 2 AS PRINCIPAIS CORRENTES DO DIREITO PENAL NO MOMENTO CONTEMPORÂNEO 2.1 DIREITO PENAL MÁXIMO A corrente do Direito Penal Máximo tem seus seguidores em todo o mundo, partindo daqueles que defendem as práticas utilizadas no Movimento da Lei e Ordem, iniciado nos Estados Unidos da América. Para os defensores desta corrente, o Direito Penal deve ser visto como forma de efetivo controle social da criminalidade, traduzindo-se em firme e célere resposta legal ao criminoso, através de sanções legítimas e de caráter intimidativo, já que, não obstante alguns posicionamentos em contrário, ainda não foi possível retirar da pena seu cunho retributivo. Entendem que a função básica do Direito Penal, como se sabe, é a de defesa social, que se realiza através da tutela jurídica, pela ameaça penal aos destinatários da norma, aplicando-se efetivamente a punição ao transgressor.

10 10 De acordo com um dos defensores desta corrente penal, Ricardo Antônio Andreucci 1 : Ultimamente vem ganhando vulto em alguns segmentos da doutrina pátria a defesa do princípio da intervenção mínima do Direito Penal, pugnando seus seguidores pela aplicação desse ramo do direito como a ultima ratio, ou seja, apenas e tão somente quando esgotados todos os outros meios extrapenais de controle social. Não fosse a grave situação de insegurança que assola o País nesse delicado momento social, revelando a face omissa e até mesmo imprudente das autoridades envolvidas no sistema, esse princípio do Direito Penal Mínimo poderia, de certa forma, apresentar um determinado grau de razoabilidade frente aos disparates praticados pelos delinqüentes, cada vez mais audazes e destemidos. É inegável que, do ponto de vista estritamente científico, seria desejável e sustentável que o Direito Penal, no contexto dos demais recursos estatais para a contenção das ações anti-sociais, representasse a ultima ratio legis, assumindo sua feição subsidiária e evitando a proliferação de normas penais incriminadoras. Inegável também que o abuso da criminalização e da penalização pode levar ao descrédito do Sistema Penal, gerando a falência do caráter intimidativo da pena, com a conseqüente aniquilação de seu escopo de prevenção geral. Mas, por outro lado, não se pode deixar de ressaltar que o princípio da intervenção mínima do Direito Penal teve sua origem a partir da Revolução Francesa, sendo consagrado pelo Iluminismo, num contexto absolutamente diferente daquele que se apresenta, hoje em dia, em nosso País. As vozes que clamam a favor do Direito Penal Mínimo, no contexto atual, se ressentem, cada vez mais, de sustentação social, na medida em que a população, assolada diariamente pela atuação impune dos criminosos, e revoltada com a omissão estatal, clama por um Direito Penal mais forte, mais atuante, mais condizente com a realidade enfrentada pela parcela maior da coletividade, que não tem condições de se esconder sob o manto hipócrita de teorias penais ilegítimas. A sociedade deve estar atenta, nesse sentido, para os novos movimentos jurídicos, que ciclicamente surgem, como por encanto, defendendo posições francamente conflitantes com o interesse público na contenção da criminalidade. É bem de ver que ao povo não interessam tais movimentos e teorias, que por vezes defendem as pretensões da parcela delinqüente da sociedade, com representantes em todas as camadas sociais (já que a criminalidade, como se sabe, não grassa somente no segmento mais humilde da população), procurando sustentar sua aparente hegemonia científica sob as vestes de doutrinas importadas de outros países e de outros tempos. A base do entendimento dos defensores do Direito Penal Máximo é a punição àqueles que cometerem delitos legalmente previstos, sem 1 ANDREUCCI, Ricardo Antônio. O Direito Penal Máximo. Disponível em: <

11 11 qualquer distinção às condições e necessidades acerca do cometimento do tipo penal. Segundo essa corrente, o Direito Penal existe e deve ser aplicado como tal, para solucionar questões jurídicas que envolvam crimes e seus autores. Não há que se falar em ultima ratio para os seguidores do Direito Penal Máximo. Deve-se aplicar a processualística penal, independente de haver outros meios para se resolver o litígio, já que a área penal existe para enfrentar as questões que envolvam crimes tipificados. Hassemer 2, falando sobre um Direito Penal Funcional, particularmente sobre a moderna criminalidade, reflete: Nestas áreas, espera-se a intervenção imediata do Direito Penal, não apenas depois que se tenha verificado a inadequação de outros meios de controle não penais. O venerável princípio da subsidiariedade ou da ultima ratio do Direito Penal é simplesmente cancelado para dar lugar a um Direito Penal visto com sola ratio ou prima ratio na solução social de conflitos: a resposta surge para as pessoas responsáveis por essas áreas cada vez mais freqüentemente como a primeira, senão a única saída para controlar os problemas. A ciência penal deve ser utilizada não só para punir os criminosos, mas também para dar uma resposta à sociedade, assombrada pela criminalidade e pela impunidade deixada por crimes não solucionados. Acesso em: 03 junho HASSEMER. Winfried. Três temas de Direito Penal. Porto Alegre: Publicações Fundação Escola Superior do Ministério Público, 1993.

12 12 Defendem as sanções de natureza retributiva, aplicando-se os princípios constitucionais e penais, levando-se em consideração a legalidade que deverá ser respeitada em todas as situações. Complementam-se observando que a pena, além do caráter retributivo, é cominada pela lei como pena criminal, ou seja, dentro do quadro constitucional ou legal das penas admitidas, subordinada a sua aplicação às condições constitucionais e legais correspondentes, a primeira das quais é a jurisdição penal. Em relação à finalidade do Direito Penal, Nilo Batista 3 aduz que... a missão do direito penal é a proteção de bens jurídicos através da cominação, aplicação e execução da pena. De acordo com o professor Rogério Greco 4,... a pena, portanto, é simplesmente o instrumento de coerção de que se vale o Direito Penal para a proteção dos bens, valores e interesses mais significativos da sociedade. A corrente do Direito Penal Máximo defende a aplicação de um Direito Penal como forma de efetivo controle social da criminalidade, através de sanções legítimas de caráter intimidativo e retributivo. Nesse sentido, Ricardo Antônio Andreucci 5 conclui que ainda não foi possível retirar o caráter retributivo da pena. 3 BATISTA, Nilo. Introdução crítica ao direito penal brasileiro. 5. ed. Rio de Janeiro: Revan, GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral. Rio de Janeiro: Impetus, p. 4.

13 13 É entendimento dos defensores da corrente do Direito Penal Máximo a utilização das penas de maneira dosada, porém com intuito de se buscar o bem estar social. Ademais, as penas privativas de liberdade, quando aplicadas de maneira correta, reeducam e ressocializam os criminosos, fazendo com que sejam reinseridos na sociedade com a mentalidade pacífica, não estando sujeitos a novos cometimentos delitivos. Em relação à pena privativa de liberdade, os defensores do Direito Penal Máximo têm entendimento igualitário aos defensores do Direito Penal Mínimo. Ao se depararem com um sistema prisional falido, aduzem ser de grande importância a reestruturação do sistema carcerário para que os criminosos condenados não possam sair dos estabelecimentos de reclusão mais algozes para o cometimento de ilegalidade e delitos. 2.2 DIREITO PENAL MÍNIMO O Direito Penal moderno tem como fundamento basilar a intervenção mínima deste ramo nas condutas humanas. 5 ANDREUCCI, Ricardo Antônio. O Direito Penal Máximo. Disponível em: < Acesso em: 03 junho 2004.

14 14 Para os defensores desta corrente, a democratização das sociedades modernas gerou conseqüências, também, para o Direito Penal, exigindo-se que este ramo do Direito se assente em dois pilares básicos: que sua intervenção seja legalizada e mínima. A área do Direito Penal deve ser vista sob o prisma da última solução para o problema jurídico apresentado para apreciação e enquadramento, e isso se dá pela aspereza da resposta apresentada pelo sistema penal a condutas que violem seus preceitos típicos, com a cominação da pena que passa da restrição ou limitação da liberdade até a multa penal. O Direito Penal Mínimo se inspirou em princípios como o da não-intervenção do Estado no âmbito próprio e particular de cada pessoa, no que se conhece como direito à privacidade, o que por si só leva à descriminalização de diversas condutas ainda hoje tipificadas (uso e porte para consumo próprio de drogas, adultério, etc.) e lançou sobre o sistema penal crítica severa a seu modelo que entende ser responsável pelo aumento da violência, inclusive por parte de órgãos estatais 6. Para a corrente intitulada Direito Penal Mínimo, a tarefa imediata do Direito Penal resume-se na proteção de bens jurídicos. 6 SILVA. Rodrigo Otávio Gonçalves. Direito Penal Mínimo e democracia. Disponível em: < Acesso em 15 de novembro de 2004.

15 15 Fernando Galvão 7 nos ensina que... como forma de controle social, o direito penal deve ser sempre a ultima ratio do ordenamento jurídico e não pode se orientar por paixões momentâneas ou interesses oportunísticos. Distinguindo-se dos demais ramos do direito por atuar como ultima ratio, ou seja, somente se justifica a proteção penal quando os outros ramos do direito forem insuficientes, tem em si natureza subsidiária em relação aos demais mecanismos de controle estatal. Assim, o Estado deve se valer das forças do Direito Penal somente quando demonstrar claramente a insuficiência dos demais ramos do direito em punir com a veemência necessária a conduta e quando restar provado que o ilícito violou valores cuja alçada de atribuição para punir é da área penal. A pena privativa de liberdade se constitui da resposta estatal mais marcante e lesiva para os indivíduos que a devem suportar. Em lugar dela, o legislador preferirá as sanções alternativas não limitativas do jus libertatis, como a prestação social alternativa, a prestação pecuniária e a restrição de direitos. Para os seguidores desta corrente, o Direito Penal somente deve atuar quando a lesão (ou ameaça de lesão) ao bem jurídico apresentar gravidade (significado penal), não formando, portanto, um sistema fechado de condutas, mas fragmentário 7 ROCHA, Fernando A. N. Galvão da. Política Criminal. 2 ed. Belo Horizonte: Mandamentos, p. 127.

16 16 e subsidiário, no momento em que é utilizado nos casos em que outros ramos de controle social não resolvam o litígio. Desse caráter limitado da proteção penal (subsidiariedade e fragmentariedade) deduz-se um princípio fundamental do Direito Penal moderno (clássico). Trata-se do princípio da intervenção mínima. Para tal princípio, o Direito Penal somente tem legitimidade para atuar nos casos de grave lesão (ou ameaça de lesão) a bens jurídicos fundamentais para as relações sociais. Dessa característica da proteção penal (mínima intervenção) se junta uma outra: o garantismo. O Direito Penal, desde o século XVIII, é uma busca pela limitação do poder punitivo do Estado face ao cidadão. Pelos séculos passados, constatou-se que o poder punitivo do Estado sempre serviu à opressão. Daí, o Direito Penal moderno (liberal) ter sido construído a partir de um discurso garantista, caracterizando o Direito Penal da Escola Clássica como um instrumento de proteção do indivíduo contra o Estado. Na década de 80, a tese abolicionista (o crime não tem realidade sociológica e os conflitos sociais que realmente existem só podem ser solucionados com a participação efetiva dos sujeitos envolvidos) perde a importância que teve nas duas décadas anteriores.

17 17 Desde então, ressurgiu o discurso do controle social da pena, mas, em resposta às duras críticas anteriores, com maior ênfase nas características do direito penal. Essa revitalização do princípio da intervenção mínima e do garantismo penal passou a ser denominada de Direito Penal Mínimo ou minimalismo penal que tem como proposta central a mínima intervenção do Estado, com a máxima garantia do direito de liberdade do cidadão. Em outras palavras, a prisão somente deve ser aplicada para se evitar um mal maior para a sociedade, em decorrência da sua falência 8 (alto custo, ineficácia e injustiça); bem como, a conhecida seletividade do sistema penal deve ser combatida pelas garantias individuais. O Direito Penal Mínimo, reconhecendo certa utilidade social no controle penal, aponta para a descriminalização (abolição de vários tipos penais, tendo como critério da fragmentariedade e subsidiariedade), despenalização (criação de vias alternativas que solucionam o conflito penal sem aplicação de pena) e desinstitucionalização (diversificação da resposta penal, transferindo o conflito para os sujeitos envolvidos). Os defensores dessa corrente afirmam que as formas descriminalizantes e despenalizantes não geram impunidades, mas refletem a verdadeira garantia da função do Direito Penal como ultima ratio, uma função de proteção. 8 BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. Trad. J. Cretella Jr. E Agnes Cretella. 2 ed., São Paulo: RT, 1997.

18 18 Para nos auxiliar acerca dos instrumentos utilizados pelo Direito Penal Mínimo, trazemos à baila os ensinamentos de Carlos Vico Mañas 9 : A descriminalização e a despenalização são instrumentos de interpretação restritiva fundados na própria concepção material do tipo penal, por intermédio do qual é possível alcançar, pela via judicial e sem macular a segurança jurídica do pensamento sistemático, a proposição políticocriminal da necessidade de descriminalização de condutas que, embora formalmente típicas, não atingem de forma relevante os bens jurídicos protegidos pelo Direito Penal. Nesse diapasão, o desvalor do evento deve ser considerado de acordo com a importância dos vários bens jurídicos penalmente protegidos e da intensidade da ofensa ocorrida. Segundo Maurício Antônio Ribeiro Lopes 10, Descriminalizar significa subtrair da estrutura constituidora do crime fato típico, antijurídico e culpável um de seus elementos, com a conseqüente redução do fato a um evento não cominado com a sanção penal como conseqüência de sua prática. [...] Descriminalização é técnica de processo legislativo, pautada por razões de política criminal de extinção de modelo de conduta, pela superação, por qualquer meio, de sua estrutura típica, ilícita ou da culpabilidade. Os instrumentos descriminalizantes, pautados por princípios constitucionais e penais garantidores, são princípios próprios que possibilitam uma reestruturação do sistema penal, pretendendo retirar de certas condutas o caráter de criminosas e não o caráter de ilícitas. 9 MAÑAS, Carlos Vico. Tipicidade e Princípio da Insignificância. São Paulo: USP, p. 97. Dissertação apresentada à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Direito Penal. 10 LOPES, Maurício Antônio Ribeiro. Princípio da Insignificância no Direito Penal. 2 ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, p. 198.

19 19 O legislador não pode prever em que grau e em que intensidade devem tais condutas merecer a punição, cabendo essa atribuição de reprovação aos aplicadores do direito, sempre orientados pela ciência do Direito que, longe de ser meramente normativo, é fruto do próprio comportamento humano. Na legislação brasileira, a Lei 9.099/95 11 (Lei dos Juizados Especiais Criminais) tem sido apontada como o principal diploma legal de inspiração minimalista. Contudo, essa não é a característica da nossa política criminal. Ao contrário, desde o início da década de 90, o Movimento da Lei e Ordem tem conseguido ampliar a abrangência do sistema punitivo, apesar da sua ineficácia, criando novos tipos penais, aumentando as penas e restringindo garantias individuais. Tudo em nome de uma suposta e interminável guerra contra o crime que enriquece as empresas de comunicação de massa e elege políticos demagógicos. O rigoroso discurso punitivo da década de 90 desvincula a pena da função protetora de bens jurídicos, na medida que define o crime não como uma lesão (ou ameaça de lesão), mas como uma falta de lealdade à ordem social, uma opção de maus cidadãos que devem ser duramente castigados. 11 BRASIL, Congresso Nacional, Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995: dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Código Civil, 17ª ed., São Paulo: Saraiva, 2002.

20 20 Assim, um Direito Penal simbólico é criado, incapaz de promover a paz social que proclama, mas perfeitamente capaz de contribuir para a manutenção da ordem social. Por fim, na onda atual da globalização, com a diminuição do Estado, não se pode confundir Direito Penal Mínimo com a mínima intervenção do Estado nas relações sociais. Ao contrário, a mínima intervenção do Estado (neoliberalismo) necessita da máxima intervenção na liberdade do indivíduo, pois reduz os investimentos em programas sociais, ao mesmo tempo em que aumenta os excluídos e a concentração de riqueza PRINCÍPIOS GARANTIDORES Atualmente, o Direito Penal é visto como a panacéia para os males que assombram a nossa coletividade. De acordo com o professor Alexandre Victor de Carvalho 12, o Direito Penal não deve ser visto como instrumento de defesa social. Trata-se de uma visão extremamente equivocada. 12 Informação oral. Aula Magna: Princípios limitadores do poder punitivo do Estado. Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Data: 22. fev

21 21 O Direito Penal é um instrumento de proteção de bens jurídicos individuais e coletivos. O grande problema da ciência penal está na execução da pena, pois a política pública carcerária é fadada ao insucesso. O Direito Penal é uma ponta distinta das políticas públicas. O que falta na sociedade brasileira são políticas públicas para tornar a nossa sociedade mais justa. Na atual sociedade, o Direito Penal não funcionará, visto estarem ausentes políticas públicas eficientes não só para o problema carcerário, mas também em relação às desigualdades sociais, acesso à educação, etc. Ferrajoli 13 tem debatido a idéia do juiz constitucional, em sua obra El garantismo y la filosofia del derecho, aduzindo que... o garantismo entendido no sentido do estado constitucional de direito, isto é, aquele conjunto de vínculos e de regras racionais impostos a todos os poderes na tutela dos direitos de todos, representa o único remédio para os poderes selvagens. Ferrajoli distingue as garantias em duas grandes classes:... as garantias primárias e as secundárias. As garantias primárias são os limites e vínculos normativos ou seja, as proibições e obrigações, formais e substanciais impostos, na tutela dos direitos, ao exercício de qualquer poder. As garantias secundárias são as diversas formas de reparação a 13 FERRAJOLI apud GRECO. Rogério. Op. cit. p. 8.

22 22 anulabilidade dos atos inválidos e a responsabilidade pelos atos ilícitos subseqüentes às violações das garantias primárias 14. Segundo a concepção garantista de Luigi Ferrajoli, a magistratura exerce um papel de fundamental importância, no momento em que o juiz não é um mero aplicador da lei, um mero executor da vontade do legislador ordinário 15. O juiz deve ser visto como o Juiz Constitucional, que deve tentar fazer que a Constituição seja respeitada a todo o momento. Nas palavras de Ferrajoli, em sua obra Derechos e garantias: La ley del más débil:... a sujeição do juiz à lei já não é, como o velho paradigma positivista, sujeição à letra da lei, qualquer que fosse seu significado, senão sujeição à lei enquanto válida, quer dizer coerente com a Constituição. E no modelo constitucional garantista a validez já não é um dogma associado à mera existência formal da lei, senão uma qualidade contingente da mesma ligada à coerência de seus significados com a Constituição, coerência mais ou menos opinável e sempre remetida à valoração do juiz. Disso se segue que a interpretação judicial da lei é também sempre um juízo sobre a lei mesma, que corresponde ao juiz junto com a responsabilidade de eleger os únicos significados válidos, ou seja, compatíveis com as normas constitucionais substanciais e com os direitos fundamentais estabelecidos pelas mesmas 16. Ainda em relação à teoria do garantismo penal, destaca Salo de Carvalho:... a teoria do garantismo penal, antes de mais nada, se propõe a estabelecer critérios de racionalidade e civilidade à intervenção penal, deslegitimando qualquer modelo de controle social maniqueísta que coloca a defesa social acima dos direitos e garantias individuais. Percebido dessa forma, o modelo garantista permite a criação de um instrumental práticoteórico idôneo à tutela dos direitos contra a irracionalidade dos poderes, sejam públicos ou privados. 14 Idem. p Idem. p Ibidem. p. 9.

23 23 Os direitos fundamentais adquirem, pois, status de intangibilidade, estabelecendo o que Elias Diaz e Ferrajoli denominam de esfera do nãodecidível, núcleo sobre o qual sequer a totalidade pode decidir. Em realidade, conforma uma esfera dos inegociável, cujo sacrifício não pode ser legitimado sequer sob a justificativa da manutenção de bem comum. Os direitos fundamentais direitos humanos constitucionalizados adquirem, portanto, a função de estabelecer o objeto e os limites do direito penal nas sociedades democráticas 17. Volvendo-nos para os princípios garantidores, temos que são eles garantias do cidadão perante o poder punitivo estatal e estão amparados pelo novo texto constitucional de 1988, previstos em seu artigo 5º. Com o Iluminismo, surgiram idéias de igualdade e liberdade, dando ao Direito Penal um caráter formal menos cruel do que aquele que predominou durante o Estado Absolutista, impondo limites à intervenção estatal nas liberdades individuais. A maioria desses princípios passou a integrar os Códigos Penais de países democráticos, recebendo, ao final, assento constitucional, como garantia máxima de respeito aos direitos fundamentais do cidadão. Esses princípios, que hoje se encontram inseridos implícita ou explicitamente em nossa Constituição (art. 5º), têm a função de orientar o legislador ordinário para a adoção de um sistema penal voltado para os direitos humanos, embasado em um Direito Penal Mínimo, garantista. 17 CARVALHO. Salo de; CARVALHO. Amilton Bueno de. Aplicação da pena e garantismo. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, p. 17.

24 24 O princípio da reserva legal ou da legalidade encontra-se positivado no art. 1º do Código Penal 18, sendo uma garantia para o cidadão, pois caso não haja um dispositivo legal que defina o fato e comine a pena, o cidadão não será punido. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Desse princípio, advêm outros dois princípios: o princípio da taxatividade e o princípio da proibição de analogia. Para o princípio da taxatividade, é preciso que a lei penal descreva o fato de forma taxativa e a pena de modo taxativo. Assim, o legislador ordinário deverá elaborar as leis exaurindo o fato penal típico, bem como os parâmetros mínimo e máximo da sanção, sob pena de ser o dispositivo inconstitucional. De acordo com o princípio da proibição de analogia, não se pode criar delito ou pena por analogia. Advém desse princípio o brocardo jurídico onde existe a mesma razão de decidir, deve ser aplicado o mesmo dispositivo de lei. Todavia, se o princípio da legalidade impõe limites ao arbítrio dos julgadores, não o faz com relação ao Estado que, observada a reserva legal, poderá criar tipos penais injustos e cominar penas excessivamente severas. 18 BRASIL. Código Penal. 17 ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

25 25 Não obstante, o princípio da intervenção mínima orienta e limita o poder incriminador do Estado recomendando que a criminalização de uma conduta só é legitima se constituir meio necessário para a proteção de determinado bem jurídico. Assim, o Direito Penal assume um papel subsidiário e sua intervenção só se justifica quando os bens jurídicos mais importantes não forem suficientemente protegidos contra lesão ou ameaça de lesão pelos outros ramos do direito. Para Claus Roxin a razão desse princípio radica em que o castigo penal coloca em perigo a existência social do afetado, se o situa à margem da sociedade e, com isso, produz também um dano social. De acordo com Cezar Roberto Bitencourt 20 : Apesar de o princípio da intervenção mínima ter sido consagrado pelo Iluminismo, a partir da Revolução Francesa, a verdade é que, a partir da segunda década do século XIX, as normas penais incriminadoras cresceram desmedidamente, a ponto de alarmar os penalistas dos mais diferentes parâmetros culturais. O princípio da intervenção mínima é bem explicado por Luiz Régis Prado 21 : O princípio da intervenção mínima ou da subsidiariedade estabelece que o Direito Penal só deve atuar na defesa dos bens jurídicos imprescindíveis à coexistência pacífica dos homens e que não podem ser eficazmente protegidos de forma menos gravosa. Desse modo, a lei penal só deverá intervir quando for absolutamente necessário para a sobrevivência da comunidade, como ultima ratio. 19 ROXIN. Claus. apud. BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal: parte geral. 7 ed. São Paulo: Saraiva, p Ibidem. p PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro: parte geral. 4 ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.

26 26 Portanto, as vertentes do princípio da intervenção mínima de um lado, orientam o legislador na seleção dos bens mais importantes e necessários ao convívio em sociedade; do outro, também servem de norte ao legislador para retirar a proteção do Direito Penal sobre aqueles bens que, no passado, gozavam de especial importância, mas que hoje, com a evolução da sociedade, já podem ser satisfatoriamente protegidos pelos demais ramos do nosso ordenamento jurídico. Outro princípio garantidor é o princípio da fragmentariedade, que se trata do corolário dos princípios da intervenção mínima e da reserva legal. O Direito Penal limita-se a castigar as ações mais graves praticadas contra os bens jurídicos mais importantes, decorrendo daí o seu caráter fragmentário, uma vez que se ocupa somente de uma parte dos bens jurídicos protegidos pela ordem jurídica. Assim, o caráter fragmentário do Direito Penal significa que a ciência penal não deve sancionar todas as condutas lesivas dos bens jurídicos, mas tão somente aquelas condutas mais graves e mais perigosas praticadas contra bens mais relevantes. Noutro norte, o princípio da culpabilidade é traduzido pelo nullun crimen sine culpa. A culpabilidade não é levada em conta em si, mas uma culpabilidade em relação aos demais membros da sociedade, propugnando-se por um fundamento social, em vez de psicológico, para o conceito de culpabilidade.

27 27 De acordo com Cezar Roberto Bitencourt 22, pelo princípio da fragmentariedade,... não há pena sem que decorra da culpabilidade três conseqüências materiais: a) não há responsabilidade objetiva pelo simples resultado; b) a responsabilidade penal é pelo fato e não pelo autor; c) a culpabilidade é a medida da pena. O princípio da humanidade sustenta que o poder punitivo estatal não pode aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que lesionem a constituição físico-psíquica dos condenados. Decorre de um princípio constitucional maior, que é o da dignidade da pessoa humana, previsto no art. 1º, inciso III da Constituição da República Federativa do Brasil de De acordo com Eugenio Raul Zaffaroni 24, esse princípio determina... a inconstitucionalidade de qualquer pena ou conseqüência do delito que crie uma deficiência física (morte, amputação, castração ou esterilização, intervenção neurológica, etc.), como também qualquer conseqüência jurídica inapagável do delito. Assim, o princípio da humanidade garante que nenhuma pena privativa de liberdade pode ter uma finalidade que atente contra a incolumidade da pessoa como ser social. 22 BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal: parte geral. 7 ed. São Paulo: Saraiva, p BRASIL. Constituição (1988). 32 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

28 28 Noutro diapasão, o princípio da irretroatividade da lei penal vem reforçar a segurança e a liberdade da sociedade, resguardando os princípios garantidores da legalidade e da anterioridade da lei penal, consagrados no art. 1º do Código Penal Brasileiro 25 e no art. 5º, inciso XXXIX da Constituição da República Federativa do Brasil 26. O princípio da irretroatividade é conseqüência das idéias consagradas pelo Iluminismo. Desde então, o princípio da irretroatividade da lei penal ficou incluído no princípio da legalidade, constante também na Declaração Universal dos Direitos do Homem, de De acordo com o princípio da irretroatividade, a lei penal não alcança fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor nem depois de sua revogação. Não retroage e não tem ultra-atividade. É o princípio tempus regit actum. Entretanto, o princípio da irretroatividade somente é aplicado em relação à lei mais severa. 24 ZAFFARONI. Eugenio Raul; PIERANGELI. José Henrique. Manual de Direito Penal: parte geral. 4 ed. rev. São Paulo: RT, p BRASIL. Código Penal. 17 ed. São Paulo: Saraiva, BRASIL. Constituição (1988). 32 ed. São Paulo: Saraiva, ONU ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos do Homem Adaptada e proclamada pela Assembléia Geral Resolução 217a. Paris, 1948.

29 29 Assim, admitir-se-á a retroatividade na hipótese de buscar a aplicação da lei mais favorável, a teor do art. 5º, inciso XL da Constituição da República de Pode-se presumir a questão no seguinte princípio: o da retroatividade da lei penal mais benigna. A lei nova que for mais favorável ao réu sempre retroage. Outro princípio garantidor constante do nosso ordenamento jurídico é o princípio da adequação social. Como mais destacado defensor do princípio da adequação social, Wezel 28 considera que o Direito Penal somente tipifica condutas que tenham certa relevância social. Do contrário, não poderiam ser delitos. De acordo com Maurício Antônio Ribeiro Lopes 29 : A teoria da adequação social formulada por Wezel surgiu como um princípio geral de interpretação e compreensão dos tipos penais. Não são consideradas típicas aquelas condutas que se movem por completo dentro do marco de ordem social, histórico, normal da vida porque são socialmente adequadas. O tipo penal implica numa seleção de comportamentos e uma valoração. Certos comportamentos em si mesmo típicos necessitam de relevância por serem comuns no meio social. 28 WEZEL. apud. BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal: Parte Geral. 7 ed. São Paulo: Saraiva, p LOPES, Maurício Antônio Ribeiro. Princípio da Insignificância no Direito Penal. 2 ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.

30 30 Por isso, segundo Stratenwerth,... é incompatível criminalizar uma conduta só porque se opõe à concepção da maioria ou ao padrão médio de comportamento 30. Porém, as conseqüências da adequação social não estão ainda pacificadas dentre nossos juristas. Alguns entendem que afastaria a tipicidade, ou simplesmente eliminaria a antijuridicidade de determinadas condutas típicas. Wezel entendia inicialmente que os efeitos da adequação social seriam uma excludente da tipicidade, depois como causa de justificação. Enfim, acabou aceitando o princípio da adequação social somente como princípio geral de interpretação, entendimento que até hoje é seguido por respeitáveis penalistas. Certo é que a maioria dos juristas entende que o princípio da adequação social não deixa de ser um princípio inseguro, devendo ser utilizado somente em última instância. Outro princípio garantidor que entendemos ser de grande importância para a aplicabilidade do Direito Penal é o princípio da individualização 30 STRATENWERTH. apud. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit.. p. 18

31 31 da pena, contido no texto da Carta Magna de 1988, em seu artigo 5º, inciso XLVI. Segundo o princípio da individualização das penas, as penas deverão ser valoradas e selecionadas, para que sejam aplicadas de acordo com a valoração do bem jurídico tutelado. Mirabete 31, analisando o problema da individualização da pena no momento da execução, preleciona: Com os estudos referentes à matéria, chegou-se paulatinamente ao ponto de vista de que a execução penal não pode ser igual para todos os presos e que tampouco a execução pode ser homogênea durante todo o período de seu cumprimento. Não de execução e que, durante a fase executória da pena, se exige um ajustamento desse programa conforme a reação observada no condenado, só assim se podendo falar em verdadeira individualização no momento executivo. Individualizar a pena, na execução, consiste em dar a cada preso as oportunidades e elementos necessários para lograr a sua reinserção social, posto que é pessoa, ser distinto. A individualização, portanto, deve aflorar técnica e científica, numa improvisada, iniciando-se com a indispensável classificação dos condenados a fim de serem destinados aos programas de execução mais adequados, conforme as condições pessoais de cada um. Deixaremos para adentrar nas considerações acerca do Princípio da Insignificância no próximo capítulo, por se tratar de principal discussão do nosso trabalho. 31 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução Penal. São Paulo: Atlas, p

32 32 3 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 3.1 Breve histórico e conceituações O Princípio da Insignificância foi cunhado pela primeira vez por Claus Roxin, em 1964, partindo do velho adágio latino mínima non curat praetor. Teve sua origem em Roma, minimis non curat pretor, que proibia o julgador (pretor) de se ater a situações irrelevantes, insignificantes. Segundo Diomar Ackel Filho 32, o Princípio da Insignificância já vigorava no Direito Romano. O pretor, em regra geral, não se ocupava de causas ou delitos de pouca importância. Em contraponto, Maurício Antônio Ribeiro Lopes 33 diz que o brocardo jurídico não pode ser entendido como um princípio e sim como uma justificativa para uma não atuação do Estado na esfera penal. Afirma ainda que a aplicação do Princípio da Insignificância pode ser extralegal, pois muitas das vezes, descriminaliza atitudes conhecidamente reprovadas e tipificadas 32 ACKEL FILHO, Diomar. O princípio da Insignificância no Direito Penal. JTACrimSP. São Paulo, p LOPES, Maurício Antônio Ribeiro. Princípio da Insignificância no Direito Penal. 2 ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, p

33 33 pelo Direito Positivo, mas não é extrajurídico, levando-se em conta o caráter fragmentário do Direito Penal 34. Atua como instrumento de interpretação restritiva do tipo penal, com o significado sistemático e político-criminal de expressão da regra constitucional do nullun crimen sine lege, que não é a missão do tipo penal e que nada mais faz do que revelar a natureza subsidiária e fragmentária do Direito Penal. Segundo preleciona José Henrique Guaracy: O fundamento do Princípio da Insignificância está, também, na idéia de proporcionalidade que a pena deve guardar em relação à gravidade do crime. Nos casos de ínfima afetação ao bem jurídico o conteúdo do injusto é tão pequeno que não subsiste nenhuma razão para o pathos ético da pena, de sorte a mínima pena aplicada seria desproporcional à significação social do fato. 35 Reza este princípio que não estão alcançadas pelo tipo penal as ações socialmente toleradas, de menor repercussão, que atinjam de maneira branda o bem jurídico tutelado. Considera-se atípico o fato que, dada a sua irrelevância, sequer ofende o bem jurídico protegido. 34 LOPES, Maurício Antônio Ribeiro. Princípio da Insignificância no Direito Penal. 2 ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, p REBÊLO, José Henrique Guaracy. O princípio da insignificância: interpretação jurisprudencial. Belo Horizonte, Del Rey: p. 38.

34 34 De acordo com Francisco de Assis Toledo 36, o primeiro doutrinador a introduzir o Princípio da Insignificância no Brasil,... o Direito Penal, por sua natureza fragmentária, só vai até onde seja necessário para a proteção do bem jurídico. Não deve preocupar-se com bagatelas. Zaffaroni e Pierangeli 37 entendem que:... a insignificância da afetação de bens jurídicos exclui a tipicidade, mas só pode ser estabelecida através da consideração conglobada da norma: toda a ordem normativa persegue uma finalidade; tem um sentido que é a garantia jurídica para possibilitar uma coexistência que evite a guerra civil (a guerra de todos contra todos). O Princípio da Insignificância está diretamente ligado ao princípio da intervenção mínima, impondo ao legislador e ao intérprete, por sua compatibilidade com outros princípios jurídico-penais dotados de positividade e com os pressupostos políticos do Estado Democrático de Direito, a utilização do Direito Penal apenas quando não bastarem outros procedimentos mais suaves para preservar e reinstalar a ordem jurídica. Como ensina Francisco de Assis Toledo 38, o comportamento humano, para ser típico, não só deve ajustar-se formalmente a um tipo legal de delito, mas também ser materialmente lesivo a um bem jurídico alheio ou ética e socialmente reprovável. 36 TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos do Direito Penal. São Paulo, Saraiva: p ZAFFARONI. Eugenio Raul; PIERANGELI. José Henrique. Manual de Direito Penal: parte geral. 4 ed. rev. São Paulo: RT, p TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos do Direito Penal. São Paulo, Saraiva: p

35 35 Ivan Luiz da Silva 39 conceitua o Princípio da Insignificância como... aquele que interpreta restritivamente o tipo penal, aferindo qualitativa e quantitativamente o grau de lesividade da conduta, para excluir da incidência penal os fatos de poder ofensivo insignificante aos bens jurídicos penalmente protegidos. O Princípio da Insignificância opera no sistema penal como um mecanismo de legitimação do Direito Penal. Realiza um juízo de desvalor do resultado para concluir a existência de uma tipicidade material. São requisitos e circunstâncias do Princípio da Insignificância: a reprovabilidade (que forma o princípio da responsabilidade pessoal juntamente com a culpabilidade), a existência de uma tipicidade material. Cezar Roberto Bitencourt 40, afirma que... a irrelevância ou insignificância de determinada conduta deve ser aferida não apenas em relação à importância do bem juridicamente atingido, mas especialmente em relação ao grau de intensidade, isto é, pela extensão produzida. 3.2 Tipicidade A adequação do fato concreto comparativamente ao tipo penal descrito pelo legislador é a tipicidade. 39 SILVA, Ivan Luiz da. Princípio da Insignificância no Direito Penal Brasileiro.Curitiba: Juruá, p. 95.

36 36 A tipicidade é composta pelos elementos objetivos, subjetivos e normativos. Com a aplicação do Princípio da Insignificância, as lesões que não causem danos de relevante importância aos bens jurídicos protegidos devem ser excluídas, tornando atípico o fato. O Princípio da Insignificância possibilita a delimitação de critérios razoáveis dos resultados que devam ser considerados insignificantes sob a ótica de um Direito Penal fragmentário e subsidiário, devendo-se analisar cada caso concreto. Apontam alguns estudiosos do Direito Penal uma certa dificuldade de averiguação da intensidade em delitos não materiais, o que não ocorre, uma vez que para os delitos formais poderá haver o desvalor da ação, não somente do resultado. O Princípio da Insignificância trata-se de importante construção dogmática, com base em conclusões de ordem político-criminal, que procura solucionar situações de injustiça provenientes da falta de relação entre a conduta reprovada e da pena aplicável. Compete ao aplicador do direito julgar o conteúdo da insignificância, mas sempre orientado pela norma penal. 40 BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal: Parte Geral. 7 ed. São Paulo: Saraiva, p. 20.

37 37 De acordo com Bitencourt 41,... a insignificância da ofensa afasta a tipicidade. Mas essa insignificância só pode ser valorada através da consideração global da ordem jurídica. Zaffaroni 42 afirma que... a insignificância só pode surgir à luz da função geral que dá sentido à ordem normativa e, conseqüentemente, a norma em particular, e que resulta impossível de se estabelecer à simples luz de sua consideração isolada. Apesar do Princípio da Insignificância não estar tipificado em nenhum instituto legal, observamos que este princípio vem, ultimamente, sendo utilizado pela jurisprudência brasileira, acarretando a atipicidade de condutas que não causem lesão de monta ao bem jurídico tutelado pela norma penal. A tipicidade penal exige uma ofensa de alguma gravidade aos bens jurídicos protegidos, pois nem sempre qualquer ofensa a esses bens ou interesses é suficiente para configurar o injusto típico. Segundo o Princípio da Insignificância, é imperativa uma efetiva proporcionalidade entre a gravidade da conduta que se pretende punir e até onde vai a intervenção estatal. Condutas que se amoldam a determinado tipo penal, sob o ponto de vista formal, não apresentam nenhuma relevância material. 41 BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal: Parte Geral. 7 ed. São Paulo: Saraiva, p. 20.

38 38 Nessas circunstâncias, pode-se afastar liminarmente a tipicidade penal porque em verdade o bem jurídico não chegou a ser lesado. Nesta mesma seara, vem a moderna doutrina penal preceituar que, o Direito Penal é a ultima ratio, devendo ser utilizado como medida extrema para a solução dos conflitos sociais. Isto quer dizer que sua aplicação será apenas nos casos em que outros ramos do direito não possam resolver. Para se rotular o fato como insignificante, deve-se atentar para três aspectos: o desvalor do resultado (dano), da conduta (ação) e da atitude interna do agente (culpabilidade). Nosso estudo buscará analisar a aplicabilidade do Princípio da Insignificância no delito de roubo, por se tratar de crime complexo, envolvendo bens jurídicos diversos no mesmo tipo penal. Nesse caso, faz-se necessário buscar a real intenção do agente, questionando se objetivava ele subtrair a res de pequeno valor ou tencionava, como comumente ocorre no roubo, subtrair a totalidade dos bens e valores que a vítima tivesse em seu poder no momento da ação delitiva. 42 ZAFFARONI. Eugenio Raul; PIERANGELI. José Henrique. Manual de Direito Penal: parte geral. 4 ed. rev. São Paulo: RT, p. 475.

39 39 O maior questionamento é se o Princípio da Insignificância é compatível com o crime complexo em sentido estrito, o qual atinge bens jurídicos diversos, quando apenas um deles é brandamente atingido. É o caso do crime de roubo, tipificado no artigo 157 do Código Penal Brasileiro, que se trata da união do furto com o crime de ameaça ou lesões corporais, atacando o patrimônio em conjunto com a integridade psicológica ou física da vítima. Discorreremos no próximo capítulo acerca do crime de roubo, buscando aprimorarmos acerca das peculiaridades desse tipo penal, a fim de concluirmos acerca da aplicabilidade do Princípio da Insignificância naquele delito.

40 40 4 O DELITO DE ROUBO (ART. 157 CPB) O delito de roubo está previsto no Capítulo II do Título II da Parte Especial, mais precisamente no artigo 157 do Código Penal Brasileiro, que o tipifica da seguinte forma: Roubo Art Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. Pena reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa. 43 Trata-se de crime complexo, pois separando as condutas praticadas para a existência do delito de roubo, identificam-se elementos constitutivos de dois crimes, quais sejam: o crime de furto, previsto no art. 155 do CPB, somado ao crime de ameaça (art. 147 do CPB) ou de lesões corporais leves (art. 129, caput do CPB). A ação incriminadora no crime de roubo é subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel. Ao contrário do furto, no roubo o agente subtrai a coisa mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. O tipo subjetivo está consubstanciado no dolo, acrescido do elemento subjetivo especial do tipo, representado pelo especial fim de agir que, tal como acontece no furto, se expressa pelo fim de apossar-se injustamente da coisa. 43 BRASIL. Código Penal. 17 ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

41 41 Para a configuração do delito de roubo, são dispensáveis os motivos do crime ou a intenção de lucrar, por não se exigir o locupletamento. O crime de roubo é crime comum por não demandar sujeito ativo qualificado ou especial para sua prática e é crime material, pois exige resultado naturalístico, consistente na diminuição do patrimônio da vítima. É crime comissivo, pois subtrair implica em uma ação e, excepcionalmente, comissivo por omissão (omissivo impróprio), ou seja por força da relevância da omissão, prevista no art. 13, 2º do CPB. O objeto material do crime de roubo é a coisa subtraída pelo agente e também a pessoa que sofre a violência ou a grave ameaça. Os objetos jurídicos são o patrimônio, a integridade física e a liberdade do indivíduo. A doutrina brasileira, apesar de certa divergência entre autores, admite os denominados roubos próprio e impróprio. No roubo próprio, ocorre a prática do tipo penal previsto no art. 157 do CPB, uma vez que o agente utiliza da ameaça ou violência contra pessoa para subtrair a coisa alheia móvel. Já no roubo impróprio, a violência ou grave ameaça é praticada após a subtração, com o fim de assegurar a impunidade do delito ou detenção da coisa.

PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL

PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL 1 PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL Prof.Dr.Luís Augusto Sanzo Brodt ( O autor é advogado criminalista, professor adjunto do departamento de Ciências Jurídicas da Fundação Universidade Federal

Leia mais

OFENSIVIDADE PENAL E TIPICIDADE: uma perspectiva conglobada

OFENSIVIDADE PENAL E TIPICIDADE: uma perspectiva conglobada OFENSIVIDADE PENAL E TIPICIDADE: uma perspectiva conglobada Rafaela Santos Cardoso 1 Sumário: 1. Do objeto da tutela penal: nascedouro da norma. 2. Conglobância normativa. 3. Ofensidade penal e conglobância

Leia mais

NORMA PENAL EM BRANCO

NORMA PENAL EM BRANCO NORMA PENAL EM BRANCO DIREITO PENAL 4º SEMESTRE PROFESSORA PAOLA JULIEN OLIVEIRA DOS SANTOS ESPECIALISTA EM PROCESSO. MACAPÁ 2011 1 NORMAS PENAIS EM BRANCO 1. Conceito. Leis penais completas são as que

Leia mais

Palavras chave: Direito Constitucional. Princípio da dignidade da pessoa humana.

Palavras chave: Direito Constitucional. Princípio da dignidade da pessoa humana. 99 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana Idália de Oliveira Ricardo de Assis Oliveira Talúbia Maiara Carvalho Oliveira Graduandos pela Faculdade de Educação, Administração e Tecnologia de Ibaiti. Palavras

Leia mais

LEGÍTIMA DEFESA CONTRA CONDUTAS INJUSTAS DE ADOLESCENTES: (IM)POSSIBILIDADE DIANTE DA DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL?

LEGÍTIMA DEFESA CONTRA CONDUTAS INJUSTAS DE ADOLESCENTES: (IM)POSSIBILIDADE DIANTE DA DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL? 1 LEGÍTIMA DEFESA CONTRA CONDUTAS INJUSTAS DE ADOLESCENTES: (IM)POSSIBILIDADE DIANTE DA DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL? Otávio Augusto Copatti dos Santos 1 Silvia de Freitas Mendes 2 Área de conhecimento:

Leia mais

PROFESSORES: Selma Santana, Gamil Föppel, Thaís Bandeira e Fábio Roque SEMESTRE DE ESTUDO: 2º Semestre

PROFESSORES: Selma Santana, Gamil Föppel, Thaís Bandeira e Fábio Roque SEMESTRE DE ESTUDO: 2º Semestre DISCIPLINA: Direito Penal I CH total: 36h PROFESSORES: Selma Santana, Gamil Föppel, Thaís Bandeira e Fábio Roque SEMESTRE DE ESTUDO: 2º Semestre TURNO: Matutino / Noturno CÓDIGO: DIR012 1. EMENTA: Propedêutica

Leia mais

www.apostilaeletronica.com.br

www.apostilaeletronica.com.br DIREITO PENAL PARTE GERAL I. Princípios Penais Constitucionais... 003 II. Aplicação da Lei Penal... 005 III. Teoria Geral do Crime... 020 IV. Concurso de Crime... 027 V. Teoria do Tipo... 034 VI. Ilicitude...

Leia mais

PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7:

PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7: 1 PROCESSO PENAL PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7: 1. CONCURSO DE CRIMES 1.1 DISTINÇÃO: * CONCURSO

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI N o 3.836, DE 2008 Obriga os fornecedores de produtos e de serviços a darem o troco das frações da unidade do Sistema Monetário Nacional

Leia mais

CÂMARA DOS DEPUTADOS. Projeto de Lei nº 2542, de 2007. (Do Sr. Deputado JOSÉ GENOINO)

CÂMARA DOS DEPUTADOS. Projeto de Lei nº 2542, de 2007. (Do Sr. Deputado JOSÉ GENOINO) CÂMARA DOS DEPUTADOS Projeto de Lei nº 2542, de 2007 (Do Sr. Deputado JOSÉ GENOINO) Dispõe sobre a Atividade de Inteligência Privada, e dá outras providências. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Esta

Leia mais

O acórdão em análise é oriundo do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento de um agravo regimental em Recurso Especial e assim dispõe:

O acórdão em análise é oriundo do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento de um agravo regimental em Recurso Especial e assim dispõe: 3. COMENTÁRIOS À JURISPRUDÊNCIA 3.1 QUESTÕES PONTUAIS SOBRE EXECUÇÃO PENAL ÉRIKA DE LAET GOULART MATOSINHO Oficial do Ministério Público do Estado de Minas Gerais Bacharel em Direito 1. Escolha do acórdão

Leia mais

PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO UM DIREITO FUNDAMENTAL

PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO UM DIREITO FUNDAMENTAL PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO UM DIREITO FUNDAMENTAL Fernando Souza OLIVEIRA 1 Pedro Anderson da SILVA 2 RESUMO Princípio do Desenvolvimento Sustentável como um direito e garantia fundamental,

Leia mais

Eixo Temático ET-10-002 - Direito Ambiental OS IMPASSES DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PARA ATIVIDADE OLEIRA EM IRANDUBA (AM): ENTRE A LEI E OS DANOS

Eixo Temático ET-10-002 - Direito Ambiental OS IMPASSES DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PARA ATIVIDADE OLEIRA EM IRANDUBA (AM): ENTRE A LEI E OS DANOS 434 Eixo Temático ET-10-002 - Direito Ambiental OS IMPASSES DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PARA ATIVIDADE OLEIRA EM IRANDUBA (AM): ENTRE A LEI E OS DANOS Neyla Marinho Marques Pinto¹; Hamida Assunção Pinheiro²

Leia mais

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL. MENSAGEM N o 479, DE 2008

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL. MENSAGEM N o 479, DE 2008 COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL MENSAGEM N o 479, DE 2008 Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do Tratado de Extradição entre a República Federativa do Brasil e o Governo

Leia mais

CULPABILIDADE RESUMO

CULPABILIDADE RESUMO CULPABILIDADE Maira Jacqueline de Souza 1 RESUMO Para uma melhor compreensão de sanção penal é necessário a análise levando em consideração o modo sócio-econômico e a forma de Estado em que se presencie

Leia mais

O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO

O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO José Afonso da Silva 1. A controvérsia 1. A condenação, pelo Supremo Tribunal Federal, na Ação Penal 470, de alguns deputados federais tem suscitado dúvidas relativamente

Leia mais

Marco legal. da política indigenista brasileira

Marco legal. da política indigenista brasileira Marco legal da política indigenista brasileira A política indigenista no país tem como base a Constituição Federal de 1988, o Estatuto do Índio (Lei nº 6.001/1973) e instrumentos jurídicos internacionais,

Leia mais

Ética Profissional e os Desafios de Concretizar Direitos no Sistema Penal. Marco Antonio da Rocha

Ética Profissional e os Desafios de Concretizar Direitos no Sistema Penal. Marco Antonio da Rocha Ética Profissional e os Desafios de Concretizar Direitos no Sistema Penal Marco Antonio da Rocha O LUGAR DA ÉTICA NA SOCIEDADE FILOSOFIA: PRECISAMOS DE UMA PARA VIVER??? Ou uma breve reflexão sobre os

Leia mais

PENAS ALTERNATIVAS E O DIREITO PENAL MILITAR

PENAS ALTERNATIVAS E O DIREITO PENAL MILITAR PENAS ALTERNATIVAS E O DIREITO PENAL MILITAR MARIA FERNANDA DE LIMA ESTEVES [1] Desde o início da história, a humanidade depara-se com o cometimento das mais diversas infrações, e, ao lado delas, surge

Leia mais

O Novo Regime das Medidas Cautelares no Processo Penal

O Novo Regime das Medidas Cautelares no Processo Penal 202 O Novo Regime das Medidas Cautelares no Processo Penal Juliana Andrade Barichello 1 O objetivo deste trabalho é discorrer sobre os principais pontos das palestras, enfatizando a importância das alterações

Leia mais

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Com a edição da Lei nº 6.938/81 o país passou a ter formalmente uma Política Nacional do Meio Ambiente, uma espécie de marco legal para todas as políticas públicas de

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br (Artigos) considerações sobre a responsabilidade "penal" da pessoa jurídica Dóris Rachel da Silva Julião * Introdução É induvidoso que em se tratando da criminalidade econômica e

Leia mais

36) Levando-se em conta as regras da Lei 8.112/90, analise os itens abaixo, a respeito dos direitos e vantagens do servidor público federal:

36) Levando-se em conta as regras da Lei 8.112/90, analise os itens abaixo, a respeito dos direitos e vantagens do servidor público federal: Hoje, continuaremos com os comentários ao simulado da 2ª Feira do Concurso. 36) Levando-se em conta as regras da Lei 8.112/90, analise os itens abaixo, a respeito dos direitos e vantagens do servidor público

Leia mais

PROJETO DE LEI N 4.596/09

PROJETO DE LEI N 4.596/09 1 COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL PROJETO DE LEI N 4.596/09 (Do Sr. Capitão Assumção) Altera os artigos 3 e 41 da Lei n 9.474, de 22 de julho de 1997, que "Define mecanismos para a

Leia mais

PROPOSTA DE LEI N.º 151/IX APROVA O REGIME DA RESPONSABILIDADE PENAL DAS PESSOAS COLECTIVAS. Exposição de motivos

PROPOSTA DE LEI N.º 151/IX APROVA O REGIME DA RESPONSABILIDADE PENAL DAS PESSOAS COLECTIVAS. Exposição de motivos PROPOSTA DE LEI N.º 151/IX APROVA O REGIME DA RESPONSABILIDADE PENAL DAS PESSOAS COLECTIVAS Exposição de motivos Vários instrumentos de direito convencional comunitário, assim como diversas decisões-quadro

Leia mais

ENUNCIADOS ELABORADOS PELA ASSESSORIA DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS

ENUNCIADOS ELABORADOS PELA ASSESSORIA DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS ENUNCIADOS ELABORADOS PELA ASSESSORIA DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS ÁREA CRIMINAL CRIMES CONTRA OS COSTUMES 1. CRIMES CONTRA OS COSTUMES. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. TODAS AS FORMAS. CRIMES HEDIONDOS.

Leia mais

PROJETO DE LEI N o 6.622, DE 2013 (Apenso o Projeto de Lei nº 7.490, de 2014)

PROJETO DE LEI N o 6.622, DE 2013 (Apenso o Projeto de Lei nº 7.490, de 2014) COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA PROJETO DE LEI N o 6.622, DE 2013 (Apenso o Projeto de Lei nº 7.490, de 2014) Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) para tipificar

Leia mais

A PENA DE MORTE EM TEMPO DE GUERRA

A PENA DE MORTE EM TEMPO DE GUERRA UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO MILITAR DIREITO PENAL MILITAR PARTE GERAL MARCELO VITUZZO PERCIANI A PENA DE MORTE EM TEMPO DE GUERRA Marcelo Vituzzo Perciani 1º Tenente da Polícia

Leia mais

A dignidade da pessoa humana e os valores da liberdade, da igualdade e da solidariedade

A dignidade da pessoa humana e os valores da liberdade, da igualdade e da solidariedade Direitos humanos: considerações gerais Camila Bressanelli * A dignidade da pessoa humana e os valores da liberdade, da igualdade e da solidariedade Análise contextual: Para o estudo dos direitos humanos

Leia mais

Análise jurídica para a ratificação da Convenção 102 da OIT

Análise jurídica para a ratificação da Convenção 102 da OIT Análise jurídica para a ratificação da Convenção 102 da OIT A análise do quadro jurídico para a ratificação da Convenção 102 da OIT por Cabo Verde, inscreve-se no quadro geral da cooperação técnica prestada

Leia mais

O CONFRONTO DAS TEORIAS DE HANS KELSEN E ROBERT ALEXY: ENTRE O NORMATIVISMO E A DIMENSÃO PÓS-POSITIVISTA

O CONFRONTO DAS TEORIAS DE HANS KELSEN E ROBERT ALEXY: ENTRE O NORMATIVISMO E A DIMENSÃO PÓS-POSITIVISTA 95 O CONFRONTO DAS TEORIAS DE HANS KELSEN E ROBERT ALEXY: ENTRE O NORMATIVISMO E A DIMENSÃO PÓS-POSITIVISTA Ana Augusta Rodrigues Westin Ebaid Docente do Núcleo de Pesquisa e Extensão do curso de Direito

Leia mais

a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência 2007 e o decreto n o 6.949, de 25 de agosto de 2009. 1

a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência 2007 e o decreto n o 6.949, de 25 de agosto de 2009. 1 a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência 2007 e o decreto n o 6.949, de 25 de agosto de 2009. 1 Depois de concluídas todas as etapas, podemos inferir que a Convenção sobre os Direitos

Leia mais

O PRINCÍPIO DA ORDEM ECONÔMICA CONSTITUCIONAL E A FUNÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL DA PROPRIEDADE PRIVADA URBANA.

O PRINCÍPIO DA ORDEM ECONÔMICA CONSTITUCIONAL E A FUNÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL DA PROPRIEDADE PRIVADA URBANA. O PRINCÍPIO DA ORDEM ECONÔMICA CONSTITUCIONAL E A FUNÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL DA PROPRIEDADE PRIVADA URBANA. TEREZA EMÍLIA LIJMA DE PAULA Fortaleza - CE 01. OBJETIVOS Outubro, 2007 4.1 OBJETIVO GERAL: Apresentar

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO AMBIENTAL

RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO AMBIENTAL RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO AMBIENTAL O ordenamento jurídico pátrio, em matéria ambiental, adota a teoria da responsabilidade civil objetiva, prevista tanto no art. 14, parágrafo 1º da Lei 6.938/81

Leia mais

Resumo Aula-tema 05: Legislação empresarial especial

Resumo Aula-tema 05: Legislação empresarial especial Resumo Aula-tema 05: Legislação empresarial especial Em termos gerais, as relações jurídicas empresariais estão regidas pelo Código Civil de 2002. No entanto, sobre matérias específicas, existem leis específicas

Leia mais

Tema DC - 01 INTRODUÇÃO DO ESTUDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL RECORDANDO CONCEITOS

Tema DC - 01 INTRODUÇÃO DO ESTUDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL RECORDANDO CONCEITOS Tema DC - 01 INTRODUÇÃO DO ESTUDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL RECORDANDO CONCEITOS 1 1. CONCEITO BÁSICO DE DIREITO Somente podemos compreender o Direito, em função da sociedade. Se fosse possível ao indivíduo

Leia mais

TEORIAS DA CONDUTA DIREITO PENAL. Cléber Masson + Rogério Sanches + Rogério Greco

TEORIAS DA CONDUTA DIREITO PENAL. Cléber Masson + Rogério Sanches + Rogério Greco TEORIAS DA CONDUTA DIREITO PENAL Cléber Masson + Rogério Sanches + Rogério Greco TEORIAS CAUSALISTA, CAUSAL, CLÁSSICA OU NATURALISTA (VON LISZT E BELING) - CONDUTA É UMA AÇÃO HUMANA VOLUNTÁRIA QUE PRODUZ

Leia mais

Licitações de Agências de Publicidade Lei nº 12.232/2010

Licitações de Agências de Publicidade Lei nº 12.232/2010 Licitações de Agências de Publicidade Lei nº 12.232/2010 * Rodrigo Corrêa da Costa Oliveira 1. INTRODUÇÃO A contratação de Agências de Propaganda pela Administração Pública sempre se pautou pela Lei Geral

Leia mais

TOMADA DE DECISÃO EM SITUAÇÃO DE EXCEÇÃO. particulares a aplicação exata das regras do direito consagrado.

TOMADA DE DECISÃO EM SITUAÇÃO DE EXCEÇÃO. particulares a aplicação exata das regras do direito consagrado. TOMADA DE DECISÃO EM SITUAÇÃO DE EXCEÇÃO Carlos Antônio Petter Bomfá 1 1. INTRODUÇÃO Jean Cruet 2 frisa que a missão do juiz consiste essencialmente em fazer nos litígios particulares a aplicação exata

Leia mais

SÚ MÚLA DE RECOMENDAÇO ES AOS RELATORES Nº 1/2016/CE

SÚ MÚLA DE RECOMENDAÇO ES AOS RELATORES Nº 1/2016/CE SÚ MÚLA DE RECOMENDAÇO ES AOS RELATORES Nº 1/2016/CE CONSIDERAÇÕES INICIAIS A presente Súmula de Recomendações aos Relatores da CE tem por objetivo definir parâmetros de referência às decisões da Comissão,

Leia mais

A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927

A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927 A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927 Marcela Furtado Calixto 1 Resumo: O presente artigo visa discutir a teoria

Leia mais

O CONSENTIMENTO DO OFENDIDO

O CONSENTIMENTO DO OFENDIDO O CONSENTIMENTO DO OFENDIDO Rodrigo Fragoso O consentimento do ofendido constitui objeto de intenso debate entre os penalistas que, divergindo quanto à sua posição na estrutura do delito, atribuem efeitos

Leia mais

TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO SUBSEQUENTE NOÇÕES GERAIS DO DIREITO CONCEITOS BÁSICOS

TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO SUBSEQUENTE NOÇÕES GERAIS DO DIREITO CONCEITOS BÁSICOS NOÇÕES GERAIS DO DIREITO CONCEITOS BÁSICOS 1 I. Introdução: - A vida em Sociedade exige regramento; - As Normas Reguladoras das relações humanas; - A aplicação das sanções (punições): maior ou menor grau

Leia mais

As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa

As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa MARIA LÚCIA AMARAL * Introdução 1. Agradeço muito o convite que me foi feito para participar neste colóquio luso-italiano de direito

Leia mais

OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E A DEFESA DOS INTERESSES DA UNIÃO

OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E A DEFESA DOS INTERESSES DA UNIÃO OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E A DEFESA DOS INTERESSES DA UNIÃO Artigo jurídico apresentado por MARCELO THIMOTI DA SILVA, professor, especialista em Direito Administrativo, Constitucional

Leia mais

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL 8ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE BELO HORIZONTE APELAÇÃO

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL 8ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE BELO HORIZONTE APELAÇÃO EXMO.SR(a).DR(a). JUIZ(a) DE DIREITO DA 2 ª SECRETARIA CRIMINAL DO JUIZADO ESPECIAL DE BELO HORIZONTE -MG Réu: Autor: Ministério Público Processo n. APELAÇÃO O Ministério Público do Estado de Minas Gerais,

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PROJETO DE LEI Nº 289, DE 1999

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PROJETO DE LEI Nº 289, DE 1999 COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PROJETO DE LEI Nº 289, DE 1999 Acrescenta artigo à Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 - Lei de Execução Penal. Autor: Deputado MARÇAL FILHO Relator: Deputado

Leia mais

Código de Ética e de Conduta

Código de Ética e de Conduta Preâmbulo A CASES, consciente do seu papel no âmbito da economia social, considera importante colocar a questão da ética como prioridade na sua agenda. O presente documento apresenta os princípios gerais

Leia mais

Professor Álvaro Villaça Azevedo Titular da Faculdade de Direito da USP

Professor Álvaro Villaça Azevedo Titular da Faculdade de Direito da USP Indicação nol2812011 SC-43812011 Comissão de Direito de Família AUTOR DA INDICAÇÃO: ADVOGADO MARCOS NUNES CILOS EMENTA PAI SOCIOAFETIVO: ART. 1.593 E 1.595, AMBOS DO CC/2002. NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO TÉCNICA

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Teorias da conduta no Direito Penal Rodrigo Santos Emanuele * Teoria naturalista ou causal da ação Primeiramente, passamos a analisar a teoria da conduta denominada naturalista ou

Leia mais

Prova Objetiva Disciplina: Direito Civil

Prova Objetiva Disciplina: Direito Civil ALT. C GAB. 1 GAB. 2 GAB. 3 GAB. 4 QUESTÃO 68 81 16 8 Alegam os recorrentes que a questão comporta várias alternativas erradas, pois contraria dispositivo constitucional (art. 5 o., inciso XXXI) e infraconstitucional,

Leia mais

FACULDADES INTEGRADAS FAFIBE CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO DEPÓSITO RECURSAL NO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E CERCEAMENTO DE DEFESA.

FACULDADES INTEGRADAS FAFIBE CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO DEPÓSITO RECURSAL NO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E CERCEAMENTO DE DEFESA. FACULDADES INTEGRADAS FAFIBE CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO DEPÓSITO RECURSAL NO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E CERCEAMENTO DE DEFESA. PROJETO DE PESQUISA JOACIR FRANCISCO GEROLIN Projeto de pesquisa

Leia mais

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO PROJETO DE LEI Nº 5.663, DE 2013

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO PROJETO DE LEI Nº 5.663, DE 2013 COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO PROJETO DE LEI Nº 5.663, DE 2013 Acrescenta inciso ao art. 52 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece

Leia mais

DISCIPLINA: Direito Penal III SEMESTRE DE ESTUDO: 4º Semestre. CH total: 72h

DISCIPLINA: Direito Penal III SEMESTRE DE ESTUDO: 4º Semestre. CH total: 72h DISCIPLINA: Direito Penal III SEMESTRE DE ESTUDO: 4º Semestre TURNO: Matutino / Noturno CH total: 72h CÓDIGO: DIR121 1. EMENTA: Princípios atinentes às penas e às medidas de segurança. Tratamento penal

Leia mais

PRINCÍPIO DA TIPICIDADE CONGLOBANTE E A VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL: INAPLICABILIDADE

PRINCÍPIO DA TIPICIDADE CONGLOBANTE E A VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL: INAPLICABILIDADE PRINCÍPIO DA TIPICIDADE CONGLOBANTE E A VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL: INAPLICABILIDADE Luís Alberto Safraider Procurador de Justiça Os i. Desembargadores da Segunda Turma do E. Tribunal de Justiça do Mato

Leia mais

A PROTEÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS DO IDOSO E A SUA DIGNIDADE

A PROTEÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS DO IDOSO E A SUA DIGNIDADE A PROTEÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS DO IDOSO E A SUA DIGNIDADE Maíra Sgobbi de FARIA 1 Resumo: O respeito e a proteção que devem ser concedidos aos idosos sempre foram um dever da sociedade, uma vez que as

Leia mais

REDUÇÃO DE VANTAGENS TRABALHISTAS COMO MECANISMO DE COMBATE AO DESEMPREGO

REDUÇÃO DE VANTAGENS TRABALHISTAS COMO MECANISMO DE COMBATE AO DESEMPREGO REDUÇÃO DE VANTAGENS TRABALHISTAS COMO MECANISMO DE COMBATE AO DESEMPREGO Por: ; Docente da PUC-Minas em Poços de Caldas Gestão e Conhecimento, v. 3, n. 2, art. 2, março/ junho 2007 www.pucpcaldas.br/graduacao/administracao/nupepu/online/inicial.htm

Leia mais

ELABORAÇÃO DE PROJETOS

ELABORAÇÃO DE PROJETOS Unidade II ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISA Profa. Eliane Gomes Rocha Pesquisa em Serviço Social As metodologias qualitativas de pesquisa são utilizadas nas Ciências Sociais e também no Serviço Social,

Leia mais

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Introdução: A Pena 2. A Pena na Constituição Federal de 1988 3. Finalidades da pena 4. Espécies de pena no Código Penal brasileiro 5. Direito Penitenciário 6. Legislação 7. Aplicação

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL PODER LEGISLATIVO

DIREITO CONSTITUCIONAL PODER LEGISLATIVO DIREITO CONSTITUCIONAL PODER LEGISLATIVO Atualizado em 03/11/2015 PODER LEGISLATIVO No plano federal temos o Congresso Nacional composto por duas casas (Câmara dos Deputados e Senado Federal). No âmbito

Leia mais

TESE. Moradia e Meio Ambiente: desmanchando consensos em torno do conflito entre o. Direito à Moradia Digna e o Direito ao Meio Ambiente Sustentável

TESE. Moradia e Meio Ambiente: desmanchando consensos em torno do conflito entre o. Direito à Moradia Digna e o Direito ao Meio Ambiente Sustentável TESE Moradia e Meio Ambiente: desmanchando consensos em torno do conflito entre o Direito à Moradia Digna e o Direito ao Meio Ambiente Sustentável Carlos Henrique A. Loureiro Defensor Público Defensoria

Leia mais

RESPONSABILIDADE DOS ATORES POLÍTICOS E PRIVADOS

RESPONSABILIDADE DOS ATORES POLÍTICOS E PRIVADOS SEGURANÇA DE BARRAGENS DE REJEITOS RESPONSABILIDADE DOS ATORES POLÍTICOS E PRIVADOS SIMEXMIN OURO PRETO 18.05.2016 SERGIO JACQUES DE MORAES ADVOGADO DAS PESSOAS DAS PESSOAS NATURAIS A vida é vivida por

Leia mais

DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE) Bom-dia, Excelentíssimo. Senhor Ministro-Presidente, bom-dia aos demais integrantes

DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE) Bom-dia, Excelentíssimo. Senhor Ministro-Presidente, bom-dia aos demais integrantes O SR. FRANCISCO BATISTA JÚNIOR (PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE) Bom-dia, Excelentíssimo Senhor Ministro-Presidente, bom-dia aos demais integrantes da nossa Mesa que, neste momento, estão dividindo

Leia mais

ARTIGO: TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS E

ARTIGO: TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS E ARTIGO: TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS E O ORDENAMENTO INTERNO Luís Fernando de Souza Pastana 1 RESUMO: este artigo visa observar a relação existente entre os tratados internacionais sobre

Leia mais

CURSO: DIREITO NOTURNO - CAMPO BELO SEMESTRE: 2 ANO: 2015 C/H: 67 AULAS: 80 PLANO DE ENSINO

CURSO: DIREITO NOTURNO - CAMPO BELO SEMESTRE: 2 ANO: 2015 C/H: 67 AULAS: 80 PLANO DE ENSINO CURSO: DIREITO NOTURNO - CAMPO BELO SEMESTRE: 2 ANO: 2015 C/H: 67 AULAS: 80 DISCIPLINA: DIREITO PENAL I PLANO DE ENSINO OBJETIVOS: * Compreender as normas e princípios gerais previstos na parte do Código

Leia mais

PROGRAMAÇÃO DO CURSO

PROGRAMAÇÃO DO CURSO DIREITO PENAL - PDF Duração: 09 semanas 01 aula por semana. Início: 04 de agosto Término: 06 de outubro Professor: JULIO MARQUETI PROGRAMAÇÃO DO CURSO DIA 04/08 - Aula 01 Aplicação da Lei Penal no tempo.

Leia mais

DIREITO ELETRÔNICO. Palavras-chave: conceito; legislação subsidiária, direito penal, civil, consumidor, constitucional.

DIREITO ELETRÔNICO. Palavras-chave: conceito; legislação subsidiária, direito penal, civil, consumidor, constitucional. 1 DIREITO ELETRÔNICO Samara Luna, aluna do 9º semestre do Curso de Direito do CEUNSP de Salto. RESUMO Este artigo tem por escopo traçar as primeiras linhas a respeito do Direito Eletrônico, tecendo breves

Leia mais

PARECER Nº DE 2015. RELATOR: Senador DOUGLAS CINTRA

PARECER Nº DE 2015. RELATOR: Senador DOUGLAS CINTRA PARECER Nº DE 2015 Da COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA, em decisão terminativa, sobre o Projeto de Lei do Senado nº 356 de 2012, do Senador Paulo Paim, que altera o artigo 53 do Código Civil

Leia mais

O PAPEL DA COMUNIDADE NO PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DO CONDENADO NO ÂMBITO DA ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO E ASSISTÊNCIA AO CONDENADO (APAC)

O PAPEL DA COMUNIDADE NO PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DO CONDENADO NO ÂMBITO DA ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO E ASSISTÊNCIA AO CONDENADO (APAC) ANAIS - I Congresso Norte Mineiro de Direito Constitucional - Outubro de 2015 ISSN 2447-3251- Montes Claros, MG-p. 1 O PAPEL DA COMUNIDADE NO PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DO CONDENADO NO ÂMBITO DA ASSOCIAÇÃO

Leia mais

*C38FEB74* PROJETO DE LEI

*C38FEB74* PROJETO DE LEI ** PROJETO DE LEI Altera a Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013, e a Lei nº 10.446, de 8 de maio de 2002, para dispor sobre organizações terroristas. O CONGRESSO NACIONAL decreta: alterações: Art. 1º

Leia mais

VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO ALOYSIO NUNES FERREIRA

VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO ALOYSIO NUNES FERREIRA (PROJETO DE LEI Nº 4.747, DE 1998) Acrescenta artigo ao Código Civil (Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916) e parágrafo ao art. 129 do Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940). VOTO

Leia mais

Plano de Ensino de Disciplina

Plano de Ensino de Disciplina UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Faculdade de Direito Departamento de Direito e Processo Penal Plano de Ensino de Disciplina DISCIPLINA: DIREITO PE AL I CÓDIGO: DIN101 PRÉ-REQUISITO: DIT027 DEPARTAMENTO:

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA. PROJETO DE LEI N o 2.747, DE 2008 (Apensos os Projetos de Lei 2.834/2008 e 3.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA. PROJETO DE LEI N o 2.747, DE 2008 (Apensos os Projetos de Lei 2.834/2008 e 3. COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI N o 2.747, DE 2008 (Apensos os Projetos de Lei 2.834/2008 e 3.220/2008) Cria mecanismos para coibir o abandono materno e dispõe sobre o

Leia mais

ACESSIBILIDADE E DIREITOS DOS CIDADÃOS: BREVE DISCUSSÃO

ACESSIBILIDADE E DIREITOS DOS CIDADÃOS: BREVE DISCUSSÃO ACESSIBILIDADE E DIREITOS DOS CIDADÃOS: BREVE DISCUSSÃO Ana Elizabeth Gondim Gomes Luciana Krauss Rezende Mariana Fernandes Prado Tortorelli Índice Mini currículo dos autores RESUMO Observa-se atualmente

Leia mais

PROPOSTA DE LEI N.º 233/XII

PROPOSTA DE LEI N.º 233/XII PROPOSTA DE LEI N.º 233/XII PLANO NACIONAL DE AÇÃO PARA OS DIREITOS DA CRIANÇA As crianças são encaradas como sujeitos de direitos, a partir do momento em que o seu bem-estar é concebido como uma consequência

Leia mais

SUGESTÃO N o 92, DE 2013

SUGESTÃO N o 92, DE 2013 COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA SUGESTÃO N o 92, DE 2013 Sugere projeto de lei que dispõe sobre a alteração de dispositivo da Lei nº 4.591, de 1964, para tornar obrigatória a instituição do patrimônio

Leia mais

PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE

PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE Meritíssimo Conselheiro Presidente do Tribunal Constitucional PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE: R-638/00 (A6) DATA: 2000-04-06 Assunto: Motorista

Leia mais

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica VIOLAÇÃO DO SIGILO FISCAL SANÇÕES DISCIPLINARES MP 507/2010. Jorge Cézar Moreira Lanna Advogado

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica VIOLAÇÃO DO SIGILO FISCAL SANÇÕES DISCIPLINARES MP 507/2010. Jorge Cézar Moreira Lanna Advogado TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica VIOLAÇÃO DO SIGILO FISCAL SANÇÕES DISCIPLINARES MP 507/2010 Jorge Cézar Moreira Lanna Advogado Ironicamente, o Governo que sempre desdenhou o direito do contribuinte

Leia mais

DEVERES DOS AGENTES PÚBLICOS

DEVERES DOS AGENTES PÚBLICOS AGENTES PÚBLICOS José Carlos de Oliveira Professor de Direito Administrativo na graduação e no Programa de Pós-Graduação do Curso de Direito da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Unesp/Franca No

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br A urgente necessidade de uma política criminal para os psicopatas Alexandre Magno Fernandes Moreira * No Brasil, os condenados por qualquer crime são vistos pelo Estado da mesma

Leia mais

TEMA: CONCURSO DE CRIMES

TEMA: CONCURSO DE CRIMES TEMA: CONCURSO DE CRIMES 1. INTRODUÇÃO Ocorre quando um mesmo sujeito pratica dois ou mais crimes. Pode haver um ou mais comportamentos. É o chamado concursus delictorum. Pode ocorrer entre qualquer espécie

Leia mais

GRUPO III ESPELHO DE CORREÇÃO CRITÉRIO GERAL:

GRUPO III ESPELHO DE CORREÇÃO CRITÉRIO GERAL: GRUPO III ESPELHO DE CORREÇÃO CRITÉRIO GERAL: Nos termos do art. 20 do Regulamento do Concurso para Ingresso na Carreira do Ministério Público, na correção da prova escrita levar-se-á em conta o saber

Leia mais

A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE Bruna Cardoso Cruz 1 RESUMO: O presente trabalho procura conhecer o desempenho profissional dos professores da faculdade

Leia mais

Legislação e tributação comercial

Legislação e tributação comercial 6. CRÉDITO TRIBUTÁRIO 6.1 Conceito Na terminologia adotada pelo CTN, crédito tributário e obrigação tributária não se confundem. O crédito decorre da obrigação e tem a mesma natureza desta (CTN, 139).

Leia mais

PARECER Nº 005/2015 ALTAPREV PARECER

PARECER Nº 005/2015 ALTAPREV PARECER PARECER Nº 005/2015 ALTAPREV PROCESSO Nº INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO N.º 0615001/2015 INTERESADA: INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE ALTAMIRA ASSUNTO: DISPENSA DE LICITAÇÃO- LOCAÇÃO

Leia mais

EDUCAÇÃO AMBIENTAL & SAÚDE: ABORDANDO O TEMA RECICLAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR

EDUCAÇÃO AMBIENTAL & SAÚDE: ABORDANDO O TEMA RECICLAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR EDUCAÇÃO AMBIENTAL & SAÚDE: ABORDANDO O TEMA RECICLAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR ARNOR, Asneth Êmilly de Oliveira; DA SILVA, Ana Maria Gomes; DA SILVA, Ana Paula; DA SILVA, Tatiana Graduanda em Pedagogia -UFPB-

Leia mais

IUS RESUMOS. Impostos Municipais - IPTU. Organizado por: Elias Daniel Batista Cardoso

IUS RESUMOS. Impostos Municipais - IPTU. Organizado por: Elias Daniel Batista Cardoso Impostos Municipais - IPTU Organizado por: Elias Daniel Batista Cardoso SUMÁRIO I. IMPOSTOS MUNICIPAIS - IPTU... 3 1. Do Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU.... 3 1.1 Características

Leia mais

Parte I - Conceitos Fundamentais, 1

Parte I - Conceitos Fundamentais, 1 Parte I - Conceitos Fundamentais, 1 1 O Estado e o poder-dever de punir, 3 1 O Estado e o direito, 3 1.1 Explicação preliminar, 3 1.2 Identidade entre Direito e Estado: a tese de Kelsen, 4 1.3 Distinção

Leia mais

A escola para todos: uma reflexão necessária

A escola para todos: uma reflexão necessária A escola para todos: uma reflexão necessária Área: Inclusão Selecionador: Maria da Paz de Castro Nunes Pereira Categoria: Professor A escola para todos: uma reflexão necessária A escola é, por excelência,

Leia mais

FATO TÍPICO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

FATO TÍPICO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES FATO TÍPICO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES Fato típico é o primeiro substrato do crime (Giuseppe Bettiol italiano) conceito analítico (fato típico dentro da estrutura do crime). Qual o conceito material

Leia mais

INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES. Jefferson Aparecido Dias *

INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES. Jefferson Aparecido Dias * INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES Jefferson Aparecido Dias * Introdução Um dos temas mais polêmicos da atualidade no Brasil é a possibilidade de internação compulsória de crianças e adolescentes

Leia mais

Projeto de Lei do Senado Federal nº, de 2005

Projeto de Lei do Senado Federal nº, de 2005 1 Projeto de Lei do Senado Federal nº, de 2005 Acrescenta parágrafos ao art. 12 e um artigo 23-A à Lei nº 5.250, de 9 de fevereiro de 1967 ( Lei de Imprensa ), para disciplinar a divulgação de informações

Leia mais

Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO

Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO Como se sabe, a legislação vigente prevê uma série de limitações referentes à realização de despesas em ano eleitoral, as quais serão a seguir

Leia mais

Interpretação do art. 966 do novo Código Civil

Interpretação do art. 966 do novo Código Civil Interpretação do art. 966 do novo Código Civil A TEORIA DA EMPRESA NO NOVO CÓDIGO CIVIL E A INTERPRETAÇÃO DO ART. 966: OS GRANDES ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA DEVERÃO TER REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL? Bruno

Leia mais

Uma conceituação estratégica de "Terceiro Setor"

Uma conceituação estratégica de Terceiro Setor Uma conceituação estratégica de "Terceiro Setor" Antonio Luiz de Paula e Silva Qual é a tarefa das organizações do chamado "Terceiro Setor"? O "Terceiro Setor" está cumprindo seu papel? Que tipo de perguntas

Leia mais

PARECER Nº, DE 2008. RELATOR: Senador ANTONIO CARLOS VALADARES I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE 2008. RELATOR: Senador ANTONIO CARLOS VALADARES I RELATÓRIO PARECER Nº, DE 2008 Da COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA, sobre o Projeto de Lei do Senado nº 370, de 2008, do senador Papaléo Paes, que altera o Código Penal, para incluir o crime de induzir

Leia mais

A LIMTAÇÃO AOS CRÉDITOS TRABALHISTAS NA NOVA LEI DE FALÊNCIAS E O PRINCÍPIO DA ISONOMIA

A LIMTAÇÃO AOS CRÉDITOS TRABALHISTAS NA NOVA LEI DE FALÊNCIAS E O PRINCÍPIO DA ISONOMIA A LIMTAÇÃO AOS CRÉDITOS TRABALHISTAS NA NOVA LEI DE FALÊNCIAS E O PRINCÍPIO DA ISONOMIA João Glicério de Oliveira Filho * SUMÁRIO: 1. Introdução; 2. Limitação aos créditos trabalhistas na falência; 3.

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº DE 2015

PROJETO DE LEI Nº DE 2015 PROJETO DE LEI Nº DE 2015 Incluir Sinais de Tvs a Cabo ao 3º do art. 155, do Decreto Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Inclua-se sinais de Tvs à cabo ao 3º,

Leia mais