TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL AGRAVO INOMINADO EM APELAÇÃO CÍVEL Nº

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1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL AGRAVO INOMINADO EM APELAÇÃO CÍVEL Nº AGRAVANTE: PORTO SEGURO COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS AGRAVADO: ANÍSIO RODRIGUES DE FREITAS RELATOR: DESEMBARGADOR CLEBER GHELFENSTEIN AGRAVO INOMINADO EM APELAÇÃO CÍVEL. AGRAVO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR QUE NEGOU SEGUIMENTO AO RECURSO. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO DE VEÍCULO. ROUBO. CLAUSULA PERFIL. RECUSA DA SEGURADORA EM EFETUAR O PAGAMENTO SOB O FUNDAMENTO DE QUE O AUTOR HAVIA PRESTADO DECLARAÇÃO INEXATA NO QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. RECURSO DA RÉ. No caso, ainda que o autor tenha feito declarações inverídicas sobre quem era o principal condutor, estas não tem qualquer relevância, uma vez que não foi este o fato que contribuiu para o sinistro. O fato de não estar sendo o veículo dirigido pelo condutor principal, no momento do assalto, em nada concorreu para ele, uma vez que o roubo teria ocorrido qualquer que fosse o perfil do motorista. Aplicação do Enunciado nº 103 do TJRJ Não exclui a indenização securitária a informação errônea prestada pelo segurado que não importe em agravamento do risco. ENTENDIMENTO DESTE E. TRIBUNAL ACERCA DO TEMA. R. SENTENÇA QUE SE MANTÉM. RECURSO MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE. APLICAÇÃO DO ART. 557, CAPUT DO CPC C/C ART. 31, INCISO VIII DO REGIMENTO INTERNO DESTE E. TRIBUNAL. AUSÊNCIA DE ARGUMENTO NOVO QUE JUSTIFIQUE A SUA REVISÃO. NEGO PROVIMENTO AO RECURSO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo Inominado em Apelação Cível nº em que é agravante PORTO SEGURO COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS e agravado ANÍSIO RODRIGUES DE FREITAS. Página 1 de 9

2 Acordam os Desembargadores da Décima Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. VOTO Cuida-se de agravo inominado manifestado pela parte agravante, contra a decisão que proferi às fls. 238/246, do seguinte teor: Trata-se de ação de cobrança ajuizada por ANISIO RODRIGUES DE FREITAS em face de PORTO SEGURO COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS objetivando a condenação da ré ao pagamento do valor correspondente ao veículo segurado, com o valor da tabela FIPE da data do sinistro, de R$ ,00 (setenta e oito mil e setecentos e três reais). Aduz o demandante, em síntese, que contratou com a demandada, por meio da corretora Tardim Corretora de Seguros, o seguro total do veículo Ford/F250 XLT W20, modelo Caminhão/Car. Aberta, ano 2004/2005, cor Prata, chassi 9BFHW20L75BO12400, placa LBW 1291 RJ, vigorando das 24 horas do dia 24/05/2009 às 24 horas do dia 24/05/2010. Afirma que ao formalizar o contrato informou que o seu neto seria o segundo condutor do veículo e que nas hipóteses de furto ou roubo a apólice previa a cobertura do valor de mercado do bem, conforme tabela emitida pela FIPE no mês de liquidação do sinistro. Alega que no dia 14/11/2009 o veículo foi roubado quando o seu neto Juliano de Freitas Costa trafegava pela Av. São Gonçalo 100, Boa Vista, fato este registrado perante a 73ª Delegacia de Polícia de Neves São Gonçalo, através do Boletim de Ocorrência n.º /2009 e comunicado à seguradora-ré. Sustenta que apesar de ter apresentado todos os documentos necessários para a regulação do sinistro e de estar em dia com as suas obrigações perante a seguradora-ré, esta se negou a efetuar o pagamento referente à indenização. Contestação às fls. 46/62, alegando, preliminarmente, ausência de documento indispensável à propositura da ação. No mérito, aduz, em síntese, que o seguro firmado com o autor não é total e sim de cobertura básica 1, que o demandante faltou com a verdade uma vez que o principal condutor do veículo é o seu neto, desde de janeiro de 2009 e não como foi declarado no questionário de Avaliação de Risco. Requer a improcedência dos pedidos em razão da perda do direito do autor, por ter prestado informações inverídicas no questionário de avaliação de risco e que eventual indenização fosse limitada ao valor de R$ ,51, devendo ocorrer, a sub-rogação do bem. Audiência de instrução e julgamento às fls. 205/206, ocasião em que foi proferida sentença, julgando procedente o pedido para condenar a parte ré a pagar à parte autora a importância de R$ ,00, acrescida de correção monetária e juros de 1% ao mês, a contar da citação. Condenando, ainda, a ré ao pagamento das custas processuais e honorários de advogado, estes fixados em 10% sobre o valor da condenação. Embargos de declaração interpostos pela seguradora-ré às fls. 207/210, os quais foram rejeitados pela decisão de fls Apelação às fls. 213/226, alegando, preliminarmente, cerceamento de defesa, em razão do indeferimento da produção de prova oral. No mérito, repisando Página 2 de 9

3 os argumentos da sua tese defensiva, requer a reforma da sentença com a improcedência do pedido. Contrarrazões às fls. 231/233 prestigiando a sentença proferida. É o relatório. Decido. De início, cumprem mencionar que se encontram presentes os requisitos de admissibilidade do recurso, razão pela qual dele conheço. Matéria de entendimento consolidado na jurisprudência deste e dos Tribunais Superiores, suportando o proferimento de deliberação monocrática pelo relator, na forma do artigo 557 do CPC, eis que a ratio essendi do dispositivo, com a redação dada pelo art. 1º da Lei 9.756/98, visa a desobstruir as pautas dos tribunais, dando preferência a julgamentos de recursos que encerrem matéria controversa. Ab initio, não merece prosperar a preliminar de cerceamento de defesa arguida pela apelante. A documentação acostada aos autos comporta suficiente instrução probatória a presente demanda, tornando despicienda a oitiva de testemunha requerida pela parte ré por inútil ao deslinde da causa art. 130 do CPC. Confira-se o entendimento desta E. Corte de Justiça, a exemplo do julgado abaixo colacionado: ( ) - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 2ª DES. RONALDO ALVARO MARTINS - Julgamento: 14/05/ DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO QUE EM AÇÃO INDENIZATÓRIA INDEFERIU DEPOIMENTO PESSOAL DO AUTOR REQUERIDO PELO RÉU, AGRAVANTE. CUMPRIMENTO DE CONTRATO DE SEGURO. NEGATIVA DE COBERTURA DE SINISTRO DE ACORDO COM CLAUSULA CONTRATUAL. MATÉRIA DE DIREITO. DEFERIMENTO APENAS DE PROVA DOCUMENTAL. INDEFERIMENTO DA PRODUÇÃO DE PROVA ORAL PRETENDIDA PELA SEGURADORA CONSISTENTE NO DEPOIMENTO PESSOAL DO AUTOR PARA AFERIÇÃO PELO JULGADOR DAS LESÕES APRESENTADAS PELO SEGURADO. Deferida prova documental, considerada suficiente para o julgamento da lide, pode o juiz dispensar outras evidentemente desnecessárias, no caso, o depoimento pessoal. O juiz é o destinatário da prova, cabendo-lhe o juízo acerca da prescindibilidade ou não da dilação probatória. (...) Inexistência de cerceamento de defesa. Precedentes jurisprudenciais desta Corte, bem como do E. Superior Tribunal de Justiça. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (Grifo nosso) Página 3 de 9

4 Como é cediço, o Juiz é o destinatário da prova, cabendo-lhe a verificação quanto à necessidade e oportunidade para a sua produção, de modo que o mesmo está autorizado a dispensar a oitiva de testemunhas, quando entender que estas são prescindíveis para o deslinde da questão fática discutida nos autos (art. 130 do CPC). A toda evidência, se o conjunto probatório produzido revela-se satisfatório para a formação da convicção do Magistrado acerca da veracidade dos fatos alegados, este poderá indeferir as provas que julgar desnecessárias para o deslinde da controvérsia. Assim, em face das considerações tecidas, rejeito a preliminar arguida. Passo, agora, à análise do mérito da apelação interposta. Trata-se de ação de cobrança na qual pugna o autor pelo cumprimento do contrato de seguro, com o pagamento das verbas indenizatórias pertinentes ao roubo de seu veículo. Insurge-se a seguradora-ré contra a sentença que julgou procedentes os pedidos autorais, cingindo-se a controvérsia acerca da declaração prestada pelo autor quando do questionário de avaliação do risco do contrato de seguro, onde firmou declaração de que seria o principal condutor do veículo. É do conhecimento geral que o risco é elemento essencial no contrato de seguro e que a responsabilidade do segurador é fundamentada no risco contratual, ou seja, nos riscos assumidos constantes do contrato, em razão do que suas cláusulas devem ser estritamente respeitadas pelas partes. Por sua vez, devem permear os negócios jurídicos em geral e os contratos em particular os princípios da probidade e da boa-fé, hoje positivados nos artigos 113 e 422 do Código Civil de Neste contexto e do conjunto probatório carreado aos autos, claramente não assiste razão à apelante. Segundo a própria apelante a recusa de pagamento da indenização securitária se deu porque, ao contratar o seguro, o segurado teria prestado informações inverídicas sobre o fato de seu neto ser o principal condutor do veículo. Contudo, o fato de o neto do apelado ser o condutor do veículo no momento da ocorrência do sinistro não representa qualquer incremento do risco, uma vez que a hipótese dos autos não é de acidente de trânsito e sim de roubo de veículo. As supostas falsas informações feitas pelo autor quando da contratação do seguro não guardam qualquer relação com a ocorrência do sinistro, uma vez que a idade do condutor é desinfluente para a ocorrência do roubo do automóvel. Assim, ainda que o autor tenha feito declarações inverídicas sobre quem era o principal condutor, estas não tem qualquer relevância, uma vez que não foi este o fato que contribuiu para o sinistro. Página 4 de 9

5 No caso em tela, para o pagamento da indenização são irrelevantes as questões relativas ao chamado perfil do segurado, assim entendido aquele que leva em consideração, na fixação do prêmio, as características pessoais, porque não existe qualquer relação causal entre as características do motorista do veículo e o sinistro. Ademais, o fato de não estar sendo o veículo dirigido pelo condutor principal, no momento do assalto, em nada concorreu para ele, uma vez que o roubo teria ocorrido qualquer que fosse o perfil do motorista. Deve ser aplicado o entendimento jurisprudencial desta Corte, espelhado no enunciado nº 103, aprovado na forma do Aviso TJ nº 29, in verbis: Não exclui a indenização securitária a informação errônea prestada pelo segurado que não importe em agravamento do risco. Confira-se: Neste sentido segue a jurisprudência deste E. Tribunal de Justiça APELACAO - 1ª DES. ANTONIO CARLOS ESTEVES TORRES - Julgamento: 04/10/ DECIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZATÓRIA. SEGURO DE VEÍCULO. NEGATIVA DE PAGAMENTO. CONDUTOR PRINCIPAL. FALSAS DECLARAÇÕES. ALEGAÇÃO DE MÁ- FÉ. INEXISTÊNCIA. DESCUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. IMPROVIMENTO DO RECURSO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA APELACAO - 1ª DES. TERESA CASTRO NEVES - Julgamento: 03/10/ SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR. CONTRATO DE SEGURO DE AUTOMÓVEL. NEGATIVA DE COBERTURA. ARGUMENTO DE PREENCHIMENTO DA PROPOSTA COM AFIRMAÇÕES INCORRETAS SOBRE O PRINCIPAL CONDUTOR. AUSÊNCIA DE AGRAVAMENTO DO RISCO. NEGATIVA INJUSTIFICADA. SENTENÇA REFORMADA. 1- A responsabilidade do segurador é objetiva fundada no risco contratual e, em razão das peculiaridades do contrato de seguro. 2 - O contrato de seguro é, essencialmente, um contrato de boa-fé, sendo esta exigida tanto ao segurado, quanto ao segurador, prevendo a lei sanções cabíveis para quem contratar de má-fé. 3- A observância do referido principio é de suma importância tratando-se de um verdadeiro e imprescindível requisito para a existência desses contratos. 4- Assim, a Seguradora somente poderá se exonerar da obrigação com o pagamento do sinistro, se ficar efetivamente comprovado que o segurado ao contratar agiu de má-fé, ou seja, voluntaria e conscientemente teve a intenção de lesar o segurador. 5- Página 5 de 9

6 Logo, para afastar a aludida presunção de boa-fé, competia à Seguradora evidenciar que o Apelante agiu voluntariamente de má-fé ao omitir informação no perfil do condutor. 6- Ainda que o Autor tenha feito declarações inverídicas no momento da contratação do seguro, sobre o real condutor do veículo, tal fato não possui qualquer relevância, uma vez que não foi isto que contribuiu para o sinistro. 7- O furto ocorreu quando a esposa do Autor tinha acabado de estacionar, sendo surpreendida por meliantes que a ameaçaram com arma de fogo. Assim, ainda que o segurado estivesse conduzindo o veículo, não estaria livre de perder o bem para os bandidos. 8A informação inexata sobre a destinação do veículo ou sobre o seu principal condutor não poderia servir de escusa para a negativa da indenização. 9A mera omissão do Apelante não afasta a responsabilidade da seguradora pelo pagamento da indenização. Regra do parágrafo único do art. 766 do Código Civil de Verificado o sinistro e inexistindo prova, de fato modificativo extintivo ou impeditivo do direito do Autor, deve a seguradora indenizá-lo. 11- Correção de oficio dos juros de mora, nos termos do art. 397, único c/c art. 405 e 406, ambos do Código Civil, art. 161, 1º, CTN e Súmula 163, STF. Correção monetária, da publicação deste acórdão, conforme a Súmula 97 do TJ/RJ e 362 do STJ. 12- NEGATIVA DE SEGUIMENTO DO RECURSO, na forma do art. 557, caput do CPC APELACAO - 1ª DES. CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ - Julgamento: 20/05/ DECIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. SEGURO DE AUTOMÓVEL. ROUBO DE VEÍCULO. NEGATIVA DE COBERTURA SECURITÁRIA DURANTE A VIGÊNCIA DO CONTRATO. ALEGAÇÃO DE FALSA COMUNICAÇÃO SOBRE O PRINCIPAL CONDUTOR E LOCAL DE CIRCULAÇÃO DO VEÍCULO. AUSÊNCIA DE FRAUDE, MÁ-FÉ OU DOLO. NEGATIVA INJUSTIFICADA. DANO MORAL. REDUÇÃO. Nos contratos de seguro somente a distorção substancial quanto às informações prestadas tem o condão de quebrar a boa-fé, levando à invalidade do contrato. Indenização por danos morais. Quantum arbitrado na sentença que deve ser reduzido. Recurso parcialmente provido, na forma do art º-A do CPC, apenas para reduzir a verba indenizatória APELACAO - 1ª DES. RICARDO RODRIGUES CARDOZO - Julgamento: 26/04/ DECIMA QUINTA CAMARA CIVEL "INDENIZATÓRIA. SEGURO DE AUTOMÓVEL. NEGATIVA DE PAGAMENTO. Demanda proposta pela primeira Apelante, cujo veículo foi furtado, objetivando receber o Página 6 de 9

7 valor do seguro, bem como ser compensada pela segunda Recorrente, que se negou a pagar a indenização sob a alegação de que teria encontrado informações incorretas no questionário de avaliação de risco.recorrem as partes da sentença que julgou procedente apenas o pleito de pagamento da indenização contratada.1. A Seguradora declinou do atendimento por ter detectado divergência entre as respostas lançadas no questionário de avaliação de risco e as declarações prestadas pelo principal condutor quando da liquidação do sinistro. Considerou o ocorrido como uma irregularidade na contratação. Tal ilação não tem o condão de atingir a dignidade da cliente.2. A perda do direito de indenização por força de informação errônea depende do considerável agravamento do risco e da demonstração da má-fé do proponente, o que não restou demonstrado.portanto, de acordo com a jurisprudência desta Corte, refletida no enunciado nº103, aprovado na forma do Aviso TJ nº29, de 07/04/2011, a indenização securitária é devida.recursos desprovidos, nos termos do voto do Desembargador Relator." APELACAO - 1ª DES. CRISTINA TEREZA GAULIA - Julgamento: 12/04/ QUINTA CAMARA CIVEL Apelação cível. Seguro de automóvel. Colisão. BRAT que informa ter o acidente ocorrido porque a pista estaria muito escorregadia, suspeitando-se da presença de óleo. Negativa de pagamento do seguro por parte da seguradora ré, sob a alegação de prestação de informações desconformes com a realidade. Alegações da ré que não tem o condão de eximi-la do pagamento da indenização securitária contratada. Se o condutor principal indicado na apólice é o pai do autor-segurado, tal fato é irrelevante, pois, diante das peculiaridades do caso concreto, tal não implicou em aumento de risco. Seguradora que teve ciência da informação de que o veículo seria conduzido também por pessoa menor de 26 anos. Falha na prestação do serviço. Art. 14 CDC. Sentença de condenação da ré ao pagamento da indenização que se mantém. Condenação das rés ao pagamento/reembolso de IPVA, bilhete de seguro e estacionamento desde a data da negativa de cobertura igualmente correta. Apelo desprovido APELACAO - 1ª DES. CARLOS EDUARDO PASSOS - Julgamento: 11/01/ SEGUNDA CAMARA CIVEL COBRANÇA DE SEGURO. Roubo de veículo. Vigência da cobertura. Recusa ao pagamento da indenização. Indicação inverídica do principal condutor. Sinistro que independeu da atuação do condutor do veículo. Página 7 de 9

8 Incremento do risco não realizado no resultado. Ausência de exigência de qualquer documento do condutor indicado. Mãe do autor. Pessoa idosa. Carteira de motorista vencida há mais de quinze anos. Dispensa de cautelas pela seguradora no momento da contratação. Vedação ao comportamento contraditório. Circunstância não impeditiva da contratação do seguro. Violação da boa-fé objetiva. Indenização securitária devida. Recusa injustificada. Precedentes deste Tribunal. Dano moral. Inocorrência. Mero aborrecimento. Aplicação do verbete n 75, da Súmula de Jurisprudência Predominante deste Tribunal. Relação contratual. Juros de mora devidos a partir da citação. Sucumbência recíproca. Recursos a que se nega seguimento ( ) - APELACAO - 1ª DES. ISMENIO PEREIRA DE CASTRO - Julgamento: 06/08/ DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL APELAÇÃO CÍVEL. SEGURO DE VEÍCULO. ROUBO. CLÁUSULA PERFIL. NEGATIVA DE PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. INOCORRENCIA DE DANO MORAL. Ação de responsabilidade civil visando à obtenção de indenização securitária, cujo pagamento foi negado sob o argumento de que as informações prestadas quando da contratação do seguro não condizem com a realidade. O fato de o filho da autora, que não figura na apólice, utilizar o automóvel por tempo maior do que o condutor principal não representa qualquer incremento do risco, a despeito de ser mais jovem. Hipótese que não é de acidente de trânsito, mas de roubo do veículo. As supostas falsas alegações feitas pela autora quando da contratação do seguro não guardam relação com a ocorrência do sinistro, haja vista que a idade ou o tempo de habilitação são desinfluentes para a ocorrência do roubo do automóvel. Cláusulas limitativas que importam em verdadeira restrição ao direito de propriedade, gerando onerosidade excessiva ao consumidor. Precedentes do TJRJ. Inocorrência de danos morais, nos termos do verbete sumular nº. 75 desta Corte. Incidência de correção monetária a contar da data da negativa de pagamento do sinistro. Ocorrência de sucumbência recíproca. Reforma parcial da sentença.parcial PROVIMENTO DE PLANO DO RECURSO, NOS TERMOS DO ART. 557, 1-A, DO CPC. No tocante ao pleito de sub-rogação do bem, é desnecessária a declaração judicial expressa de que paga a indenização o segurador sub-roga-se, eis que tal decorre da própria lei civil, especificamente, o artigo 786 do CC, veja-se, como exemplo, o julgado abaixo (grifos nossos): APELACAO - 2ª Página 8 de 9

9 DES. BERNARDO MOREIRA GARCEZ NETO - Julgamento: 18/01/ DECIMA CAMARA CIVEL Contrato de seguro. Furto de automóvel. Informações do consumidor. Agravamento do risco. Não caracterização. Veículo furtado na rua. Inexistência de cláusula clara e destacada avisando ao cliente que a indenização somente seria paga se a subtração ocorresse dentro de sua garagem. Necessidade de a empresa-ré provar que houve intenção dolosa do segurado. Impossibilidade de condicionar indenização à transferência da titularidade do veículo. Sub-rogação legal. Correção monetária desde a efetiva recusa da seguradora. Inadimplemento contratual que, por si só, não constitui em dano moral. Incidência da Súmula 75 do TJ-RJ. Sucumbência recíproca mantida, nos termos do art.21, caput do CPC. Sentença retificada. Preliminares rejeitadas. Apelo da seguradora parcialmente provido pelo relator. Negado seguimento ao recurso dos autores. Decisão mantida. Agravos desprovidos. Destarte, porquanto examinou com extrema perfeição os fatos e aplicou corretamente o direito, a sentença não merece qualquer modificação ou reparo. Sem mais considerações, nego provimento ao agravo retido e nego seguimento ao apelo, na forma do artigo 557, caput do CPC c/c artigo 31, VIII do Regimento Interno deste E. Tribunal. Com efeito, nenhum argumento novo foi trazido no agravo interposto que justifique a revisão do julgado guerreado, impondo-se, pois, o seu desprovimento. À conta desses fundamentos, voto pelo conhecimento do recurso e por seu desprovimento. Rio de Janeiro, 21 de março de DESEMBARGADOR CLEBER GHELFENSTEIN RELATOR Página 9 de 9 Certificado por DES. CLEBER GHELFENSTEIN A cópia impressa deste documento poderá ser conferida com o original eletrônico no endereço Data: 23/03/ :27:52Local: Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro - Processo: Tot. Pag.: 9