Finanças Públicas Receita Federal SLIDES 3
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- João Lucas Álvares Desconhecida
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1 Finanças Públicas Receita Federal SLIDES 3 Prof: Francisco C. E. Mariotti fcem90@gmail.com O lema do novo regime, deve ser, pois, fugir dos empréstimos e organizar a amortização, não contrair novas dívidas e reservar, ainda que com sacrifício nos seus orçamentos, quinhão sério ao resgate (...), o desequilíbrio entre a receita e a despesa é a enfermidade crônica da nossa existência nacional". Palavras de Rui Barbosa, quando da Proclamação da República. Baseada em normas internacionais, a exemplo da Fiscal Transparency editada pelo FMI, que assim dispõe sobre à Gestão Fiscal: - As funções de política e gestão devem ser bem definidas, informando ao público as atividades ocorridas, em ocorrência e a ocorrer; - O orçamento deve especificar objetivos da política fiscal, estrutura macroeconômica, políticas orçamentárias e o risco fiscal; - As informações orçamentárias devem ser de fácil análise, sendo apresentadas regularmente ao legislativo e ao público em geral. Art. 1º da LRF: Art. 1 o Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição. 1 o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. (negrito nosso) A noção trazida pela LRF é aquela referente ao equilíbrio das contas públicas, e não relativo ao equilíbrio orçamentário. De acordo com o título Entendendo a, pág. 11, editada pela Secretaria do Tesouro Nacional, a LRF trouxe uma nova noção de equilíbrio para as contas públicas: o equilíbrio das chamadas contas primárias, traduzida no Resultado Primário equilibrado. 1
2 A LRF veio reforçar o disposto na Lei 4320/64, lei esta que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A Lei 4320/64, corroborada pela Lei de Responsabilidade Fiscal, impõem que a despesa pública seja fixada, proibindo-se a sua estimação. Já a receita pública poderá ser estimada, devendo, no entanto, nunca ser menor do que a despesa fixada. A Receita Corrente Líquida: A RCL corresponde à Receita Corrente (receita tributária, patrimonial, de contribuições e etc) excluindo-se as transferências obrigatórias (Fundo de Participação do Estados FPE, Fundo de Participação dos Municípios FPM, Transferências para a Previdência) e as contribuições previdenciárias e para o Programa de Integração Social - PIS. A Receita Corrente Líquida e os parâmetros com gasto de pessoal nos entes da Federação: Para a União: 50% da RCL, distribuídos da seguinte forma: 2,5% para o legislativo, incluindo o Tribunal de Contas da União; 6,0% para o judiciário; 40,9% para o executivo; e, 0,6% para o Ministério Público Federal A Receita Corrente Líquida e os parâmetros com gasto de pessoal nos entes da Federação (cont.): Para os Estados e o DF, 60% da RCL, assim distribuídos: 3,0% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do Estado; 6,0% para o Judiciário; 49,0% para o Executivo; e, 2% para o Ministério Público Estadual A Receita Corrente Líquida e os parâmetros com gasto de pessoal nos entes da Federação (cont.): Para os Municípios, 60% da RCL: 6,0% para o legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do Município; e, 54,0% para o Executivo. A LRF e os Instrumentos de Planejamento (PPA, LDO e LOA): A LRF promoveu várias alterações nos chamados instrumentos de planejamento dos três entes governamentais. Estes de subdividem no Plano Plurianual PPA, na Lei de Diretrizes s LDO e na Lei Anual LOA. 2
3 O Plano Plurianual PPA É o instrumento de ação pública que deve orientar a política orçamentária por um período de quatro anos. O PPA estabelecerá, de forma regionalizada, diretrizes, objetivos e metas da administração pública para as despesas de capital e outras dela decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. O Plano Plurianual PPA (cont.): O PPA deve ser elaborado e encaminhado pelo Executivo ao Legislativo no prazo máximo de até quatro meses (até 31 de agosto) antes do encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial. Este deve ser devolvido (ao menos é o que dispõe a lei) até o encerramento da sessão legislativa (até 22 de dezembro, no caso da União). Esse prazo pode ser estender caso ocorra a convocação extraordinária da casa. O Plano Plurianual PPA (cont.): A LRF praticamente silenciou-se a respeito do PPA. De forma básica, a Lei de Responsabilidade Fiscal apenas fez à ressalva de que o orçamento anual, a chamada LOA, deve ser elaborada de forma compatível com o PPA, com a LDO e com a própria LRF. A Lei de Diretrizes s - LDO A LDO define as metas e prioridades da Administração Pública Federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. A Lei de Diretrizes s LDO (cont.) O projeto da LDO deve ser enviado ao Legislativo até 8 meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro (até 15 de abril), sendo devolvido até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa (dia 17 de julho). A Lei de Diretrizes s LDO (cont.) Entre os pontos estabelecidos pela LRF para a LDO, estão: - equilíbrio entre receitas e despesas; - critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de receita inferior ao esperado, de modo a não comprometer as metas de resultado primário e nominal previstas para o exercício; 3
4 - normas relativas ao controle de custos e avaliação do programas financiados pelo orçamento; - transferência de recursos a entidades públicas e privadas; e - quantificação do resultado primário a ser obtido com vistas à redução da dívida e das despesas com juros. A Lei de Diretrizes s LDO (cont.) O 1º do art. 4º da LRF estabeleceu que devem ainda integrar o projeto da LDO os anexos de Metas e de Riscos Fiscais. O anexo de metas fiscais deve trazer as descrições referentes às relações existentes entre as receitas e as despesas, dentre elas: - Resultado nominal e primário; - Montante de dívida pública para o exercício a que se referir e aos dois seguintes; - Metas anuais, em valores correntes e constantes; - Avaliação do cumprimento das metas do ano anterior; A Lei de Diretrizes s (cont.) - evolução do Patrimônio Líquido da União; LDO - avaliação da situação financeira e atuarial dos regimes de previdência social e do Fundo de Amparo ao trabalhador, dos fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial, além do demonstrativo com a estimativa e compensação da renuncia de receita; e - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. A Lei de Diretrizes s LDO (cont.) O anexo de riscos fiscais, presente no 3º do art. 4º da LRF, estabelece o dimensionamento dos riscos que venham a impactar as contas do governo, sejam as referentes ao próprio orçamento, representados pela superestimação da receitas ou pela subestimação das despesas, que acabarão por gerar impactos diretos nas contas públicas, sejam aqueles relativos às dívidas, especialmente a pósfixada, que devido a mudanças nas taxas de juros, podem promover a insolvência das contas do próprio governo. 4
5 A Lei de Diretrizes s LDO (cont.) O anexo de Riscos Fiscais informará: - Os passivos contingentes; - Outros riscos capazes de afetar as contas públicas e as providências a serem tomadas, caso se concretizem. Dentre os riscos fiscais destaca-se primeiramente os riscos orçamentários, referentes à possibilidade de frustração de receita ou ampliação das despesas, tal como a ocorrência da redução da arrecadação de determinado imposto. Já os riscos da dívida correspondem à possibilidade de variações positivas na dívida pública, ocasionadas por exemplo por variações positivas nas taxas de juros. A Lei Anual LOA: A LOA compreende os orçamentos fiscal, de investimento em estatais na qual o governo possua mais de 50% das ações com direito a voto, e da seguridade social. A LOA deve ser encaminhada exclusivamente pelo chefe do Poder Executivo ao Congresso até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro, sendo devolvido até o final da sessão legislativa. A Lei Anual LOA (cont.): Em relação à LOA, a LRF inovou ao trazer as seguintes regras, referentes à sistemática de elaboração: - A compatibilização da programação orçamentária com as metas previstas na LDO, disponibilizado no adendo de metas fiscais da mesma lei; - A previsão de reserva para contingências (dotação de recursos global, não destinada a órgão ou projeto), tendo como parâmetro um percentual da Receita Corrente Líquida, sendo a reserva destinada ao pagamento de passivos contingentes além de outros riscos e eventos fiscais; A Lei Anual LOA (cont.): - A impossibilidade de na LOA conter créditos imprecisos (sem objetivo indefinido); - As despesas relativas à dívida pública, mobiliária e contratual e respectivas receitas que as atenderão. 5
6 A Lei Anual LOA (cont.): Conforme é importante destacar, a LOA pode ser considerada como um planejamento operacional, enquanto o PPA é um planejamento estratégico, sendo a LDO o guia do orçamento anual. Na LOA o governo faz a previsão da arrecadação das receitas, assim como a fixação das despesas para o período de um ano. Exercício 20 (AFC/CGU ESAF/2008) Com a publicação da Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei de Diretrizes s assumiu novas prerrogativas, entre as quais a de apresentar o Anexo de Metas Fiscais (AMF) e o Anexo de Riscos Fiscais (ARF). Em relação ao AMF e ao ARF não se pode afirmar: a) no ARF, serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem; Exercício 20 b) considerando os riscos de déficits atuariais dos sistemas de previdência, a LRF determina que integre o ARF a avaliação da situação financeira e atuarial do regime próprio dos servidores públicos; c) De acordo com as últimas Leis de Diretrizes s da União, os riscos fiscais podem ser classificados em duas grandes categorias: Riscos orçamentários e Riscos de dívida; Exercício 20 d) O AMF estabelece as metas de Receita, Despesa, Resultado Primário e Nominal e o montante da dívida pública a serem observadas no exercício financeiro a que se refere além de indicar as metas fiscais para os dois exercícios seguintes; e) faz parte do AMF o demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. Exercício 20 Gabarito: letra b. Exercício 21 (APO/MPOG ESAF/2008) A LRF atribui novas e importantes funções ao orçamento e à LDO. Nos termos da LRF, a LDO recebeu novas e importantes funções entre as quais não se inclui: a) mostrar as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual e respectivas receitas, sendo o financiamento da dívida demonstrado de forma separada nas leis de créditos adicionais; 6
7 Exercício 21 b) estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de arrecadação da receita inferior ao esperado, de modo a comprometer as metas de resultado primário e nominal previstas para o exercício; c) quantificar o resultado primário obtido com vistas à redução do montante da dívida e despesas de juros; d) dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos programas financiados pelo orçamento; e) disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas. Exercício 21 Gabarito: letra a. A Receita Pública: Segundo o art. 11 da LRF, constitui-se como requisito de responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional de cada ente da Federação. A Receita Pública (cont.): As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante. Além disso, estas deverão ser acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. Orçamento e Previsão da Receita Pública: Conforme dispõe o 3º do art. 12, o Poder Executivo de cada ente deve colocar à disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo com 30 dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos e estimativas das receitas para o exercício subseqüente, inclusive referente à Receita Corrente Líquida, e as respectivas memórias de cálculo. Orçamento e Previsão da (cont.): Receita Pública O Poder Executivo, após a publicação do orçamento, promoverá o desdobramento das receitas previstas, em metas bimestrais de arrecadação, como forma de um verdadeiro acompanhamento das receitas previstas. 7
8 Reestimativa da Receita pelo Legislativo: O 1º do art. 12 afirma que a reestimação de receita por parte do legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal. A ação deve ser tomada durante a tramitação do projeto da LOA, a ser votada pelos parlamentares. Renúncia de Receita: Considerando a necessidade do governo em gerar recursos para o pagamento de sua série de obrigações e também a obrigatoriedade de cumprimento das metas de resultado fiscal, a LRF procurou engessar a possibilidade das renúncias de receitas públicas. Renúncia de Receita (cont.): Segundo o art. 14 da LRF: A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: Renúncia de Receita (cont.): I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias; (que é o próprio anexo de metas fiscais)(parênteses negritado nosso) Renúncia de Receita (cont.): II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. 1 o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado. 8
9 2 o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso. Renúncia de Receita (cont.) (importante!): Não é considerada renúncia de receita a alteração das alíquotas dos impostos sobre produtos industrializados (IPI), sobre a importação, sobre operações financeiras bem como sobre exportações, além do cancelamento de débitos fiscais em montantes inferiores aos custos para a cobrança destes. Regra de Ouro: Um aspecto implicitamente estabelecido no 2º do art. 12 da LRF refere-se ao conceito chamado de Regra de Ouro. Este diz que o governo somente poderá realizar operações de crédito (e não pleitear novas receitas de capital) para cobrir gastos que estejam vinculados a despesas de capital. Regra de Ouro (cont.): A Regra de Ouro ratifica em parte justamente o entendimento do Equilíbrio Auto-Sustentável, no qual as receitas primárias (ou não financeiras) devem ser suficientes para fazer frente inicialmente às despesas primárias e, no melhor dos mundos, ao total de despesas previstas na LOA. Regra de Ouro na LRF e na Constituição: O art. 167 da Constituição dispõe que, mediante autorização via crédito suplementares ou especiais com finalidade específica, é permitido a realização de operações de crédito, desde que aprovadas pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. O art. 167 é conflituoso com o dispositivo da LRF. Regra de Ouro na LRF e na Constituição: Diz o 2º do art. 12 da LRF: O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes no projeto de lei orçamentária. Afirma o Art. 167, inciso III da Constituição: a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Legislativo por maioria absoluta. 9
10 Exercício 22 Regra de Ouro na LRF e na Constituição: Em medida acauteladora (julgamento da Adin 2.238), o STF suspendeu a eficácia do 2º do art. 12 da LRF. Destaca-se no entanto que ainda persiste a necessidade de atendimento à Regra de Ouro, conforme disposto no mesmo art. 167 da Constituição Federal. (APO/MPOG- ESAF/2002) No tocante à Lei de Responsabilidade Fiscal, identifique a chamada Regra de Ouro. a) A transparência na gestão fiscal é o principal instrumento para o controle social. b) As penalidades alcançam todos os responsáveis dos Três Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e todo cidadão será parte legítima para denunciar. Exercício 22 c) A é importante para o país, porque representa um enorme avanço na forma de administrar os recursos públicos. d) A contratação de operações de crédito em cada exercício fica limitada ao montante da despesa de capital. e) Nenhum ato que provoque aumento da despesa de pessoal, nos Poderes Legislativo e Executivo, poderá ser editado nos 180 dias anteriores ao final da legislatura ou mandato dos chefes do Poder Executivo. Exercício 22 (APO/MPOG- ESAF/2002) No tocante à Lei de Responsabilidade Fiscal, identifique a chamada Regra de Ouro. a) A transparência na gestão fiscal é o principal instrumento para o controle social. b) As penalidades alcançam todos os responsáveis dos Três Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e todo cidadão será parte legítima para denunciar. Exercício 22 c) A é importante para o país, porque representa um enorme avanço na forma de administrar os recursos públicos. d) A contratação de operações de crédito em cada exercício fica limitada ao montante da despesa de capital. e) Nenhum ato que provoque aumento da despesa de pessoal, nos Poderes Legislativo e Executivo, poderá ser editado nos 180 dias anteriores ao final da legislatura ou mandato dos chefes do Poder Executivo. Exercício 23 (AFRF/SRF ESAF/2003) Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da federação. Deste modo, na Lei de Responsabilidade Fiscal, foram definidos procedimentos e normas a serem observados pelo poder público. Com base na referida Lei, identifique a opção incorreta com relação à receita. a) O Poder Legislativo somente poderá efetuar a reestimativa de receita se ficar comprovado erro ou omissão de ordem técnica e legal. 10
11 Exercício 23 b) Se o montante previsto para as receitas de operação de crédito ultrapassarem o das despesas correntes constantes do projeto de lei orçamentária, o Poder Legislativo poderá efetuar a reestimativa de receita. c) A Lei de Diretrizes s e a Lei Anual deverão conter um demonstrativo da estimativa e das medidas de compensação da renúncia de receita. d) Cada nível de governo deverá demonstrar que a renúncia de receita foi considerada na Lei Anual e que não afetará as metas previstas na Lei de Diretrizes s. e) No prazo previsto, as receitas previstas serão desdobradas pelo Poder Executivo em metas bimestrais de arrecadação. Exercício 23 Gabarito: letra b Exercício 24 (AFRF/SRF ESAF/2002.2) Identifique a única opção errada relativa à Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal. a) O governante deve demonstrar que a renúncia de receita será compensada somente por alteração de alíquotas dos impostos e contribuições. b) O governante deverá demonstrar que a renúncia de receita foi considerada na Lei Anual. Exercício 24 c) O governante de qualquer esfera de governo poderá instituir, prever e efetivamente arrecadar todos os tributos de sua competência institucional. d) O governante de cada esfera de governo deverá explorar adequadamente sua base tributária e ter capacidade de estimar sua receita. e) Para o governante que não prever, arrecadar e cobrar tributos que sejam de sua competência, serão suspensas as transferências voluntárias. Exercício 24 (AFRF/SRF ESAF/2002.2) Identifique a única opção errada relativa à Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal. a) O governante deve demonstrar que a renúncia de receita será compensada somente por alteração de alíquotas dos impostos e contribuições. b) O governante deverá demonstrar que a renúncia de receita foi considerada na Lei Anual. Exercício 24 c) O governante de qualquer esfera de governo poderá instituir, prever e efetivamente arrecadar todos os tributos de sua competência institucional. d) O governante de cada esfera de governo deverá explorar adequadamente sua base tributária e ter capacidade de estimar sua receita. e) Para o governante que não prever, arrecadar e cobrar tributos que sejam de sua competência, serão suspensas as transferências voluntárias. 11
12 Contas Públicas - Déficit Público Podemos definir de forma genérica o déficit público como sendo excesso de gastos públicos sobre as receitas públicas. Contas Públicas - Déficit Público Segundo o Manual de Finanças Públicas do Banco Central, o conceito de setor público utilizado para mensuração da dívida líquida e do déficit público é o de setor público nãofinanceiro mais Banco Central. Considera-se como setor público não-financeiro as administrações diretas federal, estaduais e municipais, as administrações indiretas, o sistema público de previdência social e as empresas estatais não-financeiras federais, estaduais e municipais, além da Itaipu Binacional. Contas Públicas - Déficit Público Ainda segundo o mesmo Manual, o Banco Central é incluído na apuração da dívida líquida pelo fato de transferir seu lucro/prejuízo automaticamente para o Tesouro Nacional. (de acordo com os Arts. 5 a 7 da LRF) Contas Públicas - Déficit Público O déficit público é uma variável fluxo, dado que seu resultado, um fluxo, é incorporado à dívida pública, considerada uma variável estoque. Contas Públicas - Déficit Público Carga Fiscal Bruta, Líquida e a Poupança Pública O somatório das receitas fiscais arrecadadas pelo governo é chamada de carga fiscal bruta. Desta carga tributária devem ser excluídas as chamadas transferências realizadas (lato sensu), tais como o pagamento dos juros sobre a divida pública, os subsídios concedidos pelo governo bem como os gastos para a manutenção dos regimes de assistência e previdência social. Contas Públicas - Déficit Público Carga Fiscal Bruta, Líquida e a Poupança Pública O que sobra da carga tributária, agora chamada de líquida, é utilizada pelo governo inicialmente para administrar a máquina pública, ou seja, realizar o pagamento das chamadas despesas correntes. O resultado da receita líquida do governo menos o pagamento de pessoal e custeio é o que chamamos de poupança (ou saldo) do governo em contacorrente. 12
13 Contas Públicas - Déficit Público Carga Fiscal Bruta, Líquida e a Poupança Pública O resultado do governo em conta corrente, uma vez positivo, deve ser utilizado para fazer frente às chamadas de despesas de capital, divididas em investimento, inversões financeiras e transferências de capital. De forma ampla, chamaremos as despesas de capital de Investimento Público (ou governamental). Contas Públicas - Déficit Público Déficit Público = Investimento Público - Poupança Pública Dessa maneira, pode-se afirmar que, caso o volume de investimentos públicos seja superior a poupança do governo em conta corrente, teremos o chamado Déficit Público. Contas Públicas - Déficit Público Caso o governo apresente um Déficit Público, poderá financiara-se da seguinte maneira: Realizar a venda de títulos públicos aos bancos, com o objetivo de auferir recursos financeiros para realizar o pagamento de suas contas; Vender títulos públicos ao Banco Central[1], recebendo em troca moeda nova (aumento da base monetária), para fazer frente aos seus compromissos; [1] Cabe-nos destacar que conforme a, em seu art. 39, 2º, o Banco Central só pode adquirir títulos diretamente do Tesouro Nacional se for com o objetivo de refinanciar a dívida mobiliária federal que estiver vencendo em sua carteira. Contas Públicas - Déficit Público A conseqüência natural do crescimento da dívida pública, partindo-se do pressuposto de que ela é um resultado de déficits passados, é a necessidade da ampliação dos gastos do governo com o pagamento de juros, o que torna ainda menor a capacidade de geração de poupança corrente do governo, já que verificamos que esta é obtida diminuindo-se da carga tributária líquida, as despesas correntes, sendo que nesta última encontram-se os pagamentos de juros do período passado. Resultado das Contas Públicas Déficit Público e o critério Acima da Linha O governo possui um instrumento eficaz para verificar os motivos que estão levando ao surgimento de constantes déficits. É o chamado critério acima da linha, que mede como se comportam as suas contas de receitas e de despesas. O primeiro conceito do critério acima da linha é a mensuração do excesso de investimento público sobre a poupança pública, conhecido como déficit primário. Resultado das Contas Públicas O déficit primário é calculado pela diferença entre as despesas operacionais ou primárias (ou despesas não-financeiras), que incluem as despesas correntes e de capital, menos as receitas operacionais ou primárias (ou nãofinanceiras). Déficit Primário = Despesas Primárias - Receitas Primárias 13
14 Resultado das Contas Públicas Caso o total de Receitas Primárias seja superior às Despesas Primárias, o governo terá um Superávit Primário. Superávit Primário = Receita Primárias - Despesas Primárias No Brasil tem vigorado ano a ano a necessidade de geração de Superávits Primários, consubstanciado na Lei de Diretrizes s. O parâmetro de análise sempre se dá como uma percentagem do Produto Interno Bruto da Economia - PIB. Resultado das Contas Públicas Resultado Operacional Adiciona-se ao resultado primário o pagamento dos juros reais (descontado a inflação) relativos ao estoque de dívida pública existente. Resultado Operacional = Resultado Primário + Juros Reais da Dívida Passada Resultado das Contas Públicas Resultado Nominal Adiciona-se ao resultado operacional o pagamento da atualização monetária da dívida pública existente. Resultado Nominal = Resultado Operacional + atualização monetária da dívida Resultado das Contas Públicas Resultado Nominal (cont.) Uma outra forma de mensurar o déficit nominal é calculando o déficit primário e, adicionado a este, o resultado entre o balanceamento das Despesas e Receitas Financeiras (também chamadas de não-operacionais) do governo. Resultado Nominal = Resultado Primário + (Receitas Financeira Despesas Financeiras) Necessidades de Financiamento do Setor Público - NFSP Toda vez que o governo apresenta um déficit em suas contas, este necessita financiar-se para fazer frente aos seus compromissos. As formas de mensuração das necessidades de financiamento do setor público - NFSP é a adotada pelo Banco Central seguindo orientação do Fundo Monetário Internacional -, sendo caracterizado como o critério abaixo da linha. Necessidades de Financiamento do Setor Público - NFSP As NFSP representam a Variação da Dívida Líquida do Setor Público - DLSP para com o setor privado interno e externo durante um determinado período de tempo. Caso ocorra uma variação positiva na dívida, temos um conseqüente déficit nas contas públicas. Logicamente, uma variação negativa na dívida consistirá num superávit das contas públicas. 14
15 Necessidades de Financiamento do Setor Público - NFSP NFSP no Conceito Nominal Corresponde ao próprio déficit nominal. Seu resultado é a chamada de variação da Dívida Líquida do Setor Público DLSP, descontados os ajustes patrimoniais ocorridos no período. Estes ajustes são representados pelas privatizações (ajuste positivo), que abatem parte da dívida, e o reconhecimento dos esqueletos (ajuste negativo na dívida), que tendem a aumentar (variação positiva) a dívida líquida. Necessidades de Financiamento do Setor Público - NFSP NFSP Nominal sem Variação Cambial Retira-se do cálculo da NFSP nominal o impacto da variação cambial sobre a dívida externa e sobre a dívida mobiliária interna indexada à moeda estrangeira (ajuste metodológico). Abrange o componente de atualização monetária da dívida, os juros reais e o resultado fiscal primário.(nos moldes do déficit nominal calculado pelo critério acima da linha). Necessidades de Financiamento do Setor Público - NFSP NFSP Nominal com Variação Cambial Abrange além da NFSP Nominal sem variação cambial, a apropriação da variação cambial (positiva ou negativa) sobre a dívida mobiliária interna. Necessidades de Financiamento do Setor Público - NFSP Destaca-se que a diferença entre a DLSP e os ajustes patrimoniais corresponde a Dívida Fiscal Líquida DFL. Necessidades de Financiamento do Setor Público - NFSP NFSP no Conceito Operacional Para calcularmos as NFSP no conceito operacional, precisamos excluir da DFL os resultados da atualização monetária da dívida. NFSP operacional = Variação da Dívida Fiscal Líquida Atualização Monetária da Dívida Necessidades de Financiamento do Setor Público - NFSP NFSP no Conceito Primário É definido pela diferença entre como o conceito de NFSP Nominal excluindo-se, além da atualização monetária da dívida, o pagamento dos juros reais. NFSP primário = Variação da Dívida Fiscal Líquida Atualização Monetária Juros Reais da Dívida 15
16 Exercício 25 (AFRF/SRF ESAF/2003) Aponte a única opção incorreta no que diz respeito a impostos, déficit público e seus impactos a) As despesas do governo e os impostos afetam o mercado de capitais. b) Aumentos dos impostos reduzem a renda disponível. Exercício 25 c) O déficit público reduz a poupança nacional, provocando alta das taxas de juros reais. d) Quando o governo gasta mais do que arrecada, precisa obter empréstimos para financiar seu déficit. e) O déficit público provoca um aumento do investimento privado. Exercício 25 (AFRF/SRF ESAF/2003) Aponte a única opção incorreta no que diz respeito a impostos, déficit público e seus impactos a) As despesas do governo e os impostos afetam o mercado de capitais. b) Aumentos dos impostos reduzem a renda disponível. Exercício 25 c) O déficit público reduz a poupança nacional, provocando alta das taxas de juros reais. d) Quando o governo gasta mais do que arrecada, precisa obter empréstimos para financiar seu déficit. e) O déficit público provoca um aumento do investimento privado. Exercício 26 (AFRF/SRF ESAF/2000) Utilizando conceitos básicos de finanças públicas, assinale a única opção correta em relação ao déficit público. a) A diferença entre o déficit primário e o déficit operacional está em que o primeiro considera as despesas e receitas financeiras. b) Enquanto o país conviveu com elevadas taxas de inflação, o déficit nominal foi menor do que o déficit primário. Exercício 26 c) O déficit nominal é sempre menor do que o déficit operacional. d) O déficit público é a única causa de expansão da base monetária. e) A diferença entre o déficit operacional e o déficit nominal está em que o segundo não considera o imposto inflacionário como receita real do governo. 16
17 Exercício 26 (AFRF/SRF ESAF/2000) Utilizando conceitos básicos de finanças públicas, assinale a única opção correta em relação ao déficit público. a) A diferença entre o déficit primário e o déficit operacional está em que o primeiro considera as despesas e receitas financeiras. b) Enquanto o país conviveu com elevadas taxas de inflação, o déficit nominal foi menor do que o déficit primário. Exercício 26 c) O déficit nominal é sempre menor do que o déficit operacional. d) O déficit público é a única causa de expansão da base monetária. e) A diferença entre o déficit operacional e o déficit nominal está em que o segundo não considera o imposto inflacionário como receita real do governo. Exercício 27 (AFRF/SRF ESAF/2005) A diferença entre a arrecadação tributária e o gasto público leva a um dos conceitos mais discutidos na economia brasileira nos últimos anos, que é o déficit público. Identifique a opção incorreta no que diz respeito a déficit público e finanças públicas. a) Para evitar distorções causadas pela inflação, é desejável se utilizar o conceito de déficit operacional do setor público, onde, do lado da despesa, são excluídos os gastos com correção cambial e monetária das dívidas interna e externa. b) O déficit público é equivalente à diferença entre o valor dos investimentos públicos e a poupança do governo em conta corrente. Exercício 27 c) O governo pode financiar o déficit público por meio de emissão de moeda ou via colocação de títulos públicos junto ao setor privado. d) O conceito de déficit primário exclui, além dos pagamentos relativos à correção monetária, as despesas com juros reais das dívidas interna e externa, refletindo, na prática, a situação das contas públicas, caso o governo não tivesse dívida. e) Ao financiar o déficit público com a colocação de títulos junto ao setor privado, o governo aumenta as pressões inflacionárias do excesso de moeda e expande a dívida interna. Exercício 27 Gabarito: letra e Receita Pública A receita pública corresponde aos recursos auferidos pelo governo, utilizados para o atendimento das funções governamentais. Pelo enfoque orçamentário, a receita pública é representada por todos os ingressos disponíveis para a cobertura das despesas públicas, em qualquer esfera governamental. 17
18 Receita Pública Originária Receita Pública Derivada A receita pública originária é aquela obtida pelos entes estatais por força da exploração do patrimônio público, tais como receitas auferidas com aluguéis de prédios públicos, de remuneração financeira (juros recebidos) das aplicações em moeda, etc. Receita pública derivada é aquela obtida através do poder coercitivo do Estado, sendo representada pela cobrança de tributos feita pelos diversos entes da federação. Receita Receita A Lei 4320/64, que regulamenta e classifica as receitas públicas, faz referência a sua natureza, realizando a distinção entre as chamadas receitas orçamentárias e extra-orçamentárias. As receitas orçamentárias são aquelas pertencentes ao ente público, arrecadados exclusivamente para aplicação em programas e ações governamentais e que não geram contrapartida devedora (no passivo). Receita (exceção) Existe uma exceção às chamadas receitas orçamentárias sem contrapartida devedora. As operações de crédito realizadas pelo ente público, mesmo gerando contrapartida no passivo, são reconhecidas como orçamentárias, já que são destinadas ao pagamento de despesas orçamentárias. Receita Extra - Receitas extra-orçamentárias são aquelas pertencentes a terceiros, arrecadadas exclusivamente para fazer face às exigências contratuais para posterior devolução. Ex: Garantia em processos licitatórios, empréstimos compulsórios. 18
19 Receita Extra (ressalva) Uma ressalva importante e digna de comentário é que determinadas receitas extra-orçamentárias podem se constituir em receitas orçamentárias. É o caso por exemplo das próprias receitas de garantias em processo licitatórios. Caso a empresa vencedora descumpra um dos requisitos constantes no processo, de forma a anular a licitação e execução do serviço, o depósito em garantia se converterá em receita orçamentária, excluindo-se a obrigação do ente estatal com a empresa descumpridora, grosso modo. A Lei 4320/64 regulamenta e classifica as receitas públicas em duas partes (ou grupos): orçamentárias e extra-orçamentárias. Segundo o Manual de Procedimentos sobre Receitas Públicas, editado em conjunto pela Secretária do Tesouro Nacional e pela Secretária de Orçamento Federal do MPOG, as receitas orçamentárias são aquelas pertencentes ao ente público, arrecadados exclusivamente para aplicação em programas e ações governamentais. Segundo o mesmo manual, as receitas extraorçamentárias são aquelas pertencentes a terceiros, arrecadadas exclusivamente para fazer face às exigências contratuais para posterior devolução. Ressalva à Receita Extra - Em relação à definição de receita orçamentária e extra-orçamentária, cabe uma ressalva, conforme nos informa a Lei 4320/64, em seu art. 57: Ressalvado o disposto no parágrafo único do art.3º desta Lei, serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no orçamento. (grifo nosso) Natureza da Receita A natureza da receita orçamentária procura definir a origem da receita bem como a sua vinculação. É diferente da receita extra-orçamentária que, por não ser comum, não possui um rito de classificação tão extenso. Sua classificação está refletida no parágrafo 1º do artigo 8º da Lei nº 4.320/64, que procura definir os itens da receita, discriminada no art. 11 da mesma Lei. Natureza da Receita Os chamados códigos decimais são utilizados para classificar a natureza de cada receita. Estes códigos buscam classificar a receita identificando a origem dos recursos segundo o seu fato gerador. De acordo com o Manual Técnico do Orçamento (MPOG), as naturezas de receitas orçamentárias procuram refletir a menor célula de informação no contexto orçamentário para as receitas públicas, devendo, portanto, conter todas as informações necessárias para as devidas vinculações das receitas. 19
20 Natureza da Receita Ainda de acordo com o Manual, face à necessidade de constante atualização e melhor identificação dos ingressos aos cofres públicos, o código identificador da natureza de receita é desmembrado em níveis. 1º Nível Categoria Econômica 2º Nível Origem 3º Nível Espécie 4º Nível Rubrica 5º Nível Alínea 6º Nível Subalínea Categoria Econômica: Utilizada para mensurar o impacto das decisões do Governo na economia nacional (formação de capital, custeio, investimentos, etc.). Esta subdividida em: 1. Receitas Correntes; 2. Receitas de Capital; 7. Receitas Correntes Intra-s; 8. Receitas de Capital Intra-s. Origem: Identifica a procedência dos recursos públicos, em relação ao fato gerador dos ingressos das receitas (derivada, originária, transferências e outras). É a subdivisão das Categorias Econômicas, que tem por objetivo identificar a origem das receitas, no momento em que as mesmas ingressam no patrimônio público. No caso das receitas correntes, tal classificação serve para identificar se as receitas são compulsórias (tributos e contribuições), provenientes das atividades em que o Estado atua diretamente na produção (agropecuárias, industriais ou de prestação de serviços), da exploração do seu próprio patrimônio (patrimoniais), se provenientes de transferências destinadas ao atendimento de despesas correntes, ou ainda, de outros ingressos. No caso das receitas de capital, distinguem-se as provenientes de operações de crédito, da alienação de bens, da amortização dos empréstimos, das transferências destinadas ao atendimento de despesas de capital, ou ainda, de outros ingressos de capital. Espécie: É o nível de classificação vinculado à Origem, composto por títulos que permitem qualificar com maior detalhe o fato gerador dos ingressos de tais receitas. Por exemplo, dentro da Origem Receita Tributária (receita proveniente de tributos), podemos identificar as suas espécies, tais como impostos, taxas e contribuições de melhoria (conforme definido na Constituição Federal de 1988 e no Código Tributário Nacional), sendo cada uma dessas receitas uma espécie de tributo diferente das demais. É a espécie de receita. 20
21 Rubrica: É o detalhamento das espécies de receita. A rubrica busca identificar dentro de cada espécie de receita uma qualificação mais específica. Agrega determinadas receitas com características próprias e semelhantes entre si. (Imposto de Renda, IPI, etc). Alínea: Funciona como uma qualificação da rubrica. Apresenta o nome da receita propriamente dita e que recebe o registro pela entrada de recursos financeiros. (Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza). Subalínea: Constitui o nível mais analítico da receita. Exemplo: Classificação: Pessoas Físicas 1 = Receita Corrente (Categoria Econômica); 1 = Receita Tributária (Origem); 1 = Receita de Impostos (Espécie); 2 = Impostos sobre o Patrimônio e a Renda (Rubrica); 04 = Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (Alínea); 10 = Pessoas Físicas (Subalínea) NÍVEL EXCLUSIVO DA STN. Receitas Correntes: São as receitas destinadas ao atendimento das chamadas despesas correntes ou custeio, e das despesas de capital, da máquina pública. Receitas Correntes Intra-s: São receitas correntes de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social, decorrentes do fornecimento de materiais, bens e serviços, recebimentos de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo. Receitas Correntes Intra-s: As receitas correntes Intra-s são na verdade ingressos derivados de operações realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública da mesma esfera de governo (União). 21
22 Ressalta-se que as naturezas de receitas correntes intra-orçamentárias são constituídas substituindo-se no 1º nível (categoria econômica), o dígito 1 pelo dígito 7, mantendo-se o restante da classificação. No entanto, atendem à especificidade de se referirem a operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental. Repartição das Receitas Correntes: Tributárias: São as receitas públicas provenientes da arrecadação de tributos discriminadas do CTN (IR, IPI, ICMS, IPTU, Taxas, Contribuições de Melhoria, etc.); Patrimoniais: São as receitas públicas derivadas da exploração do patrimônio do Estado (bens imóveis (prédios), aplicações financeiras). Os bens imobiliários geram receitas de aluguéis assim como as aplicações financeiras geram juros nas aplicações. Com a ampliação do regime de concessão e permissão de bens públicos, estradas, portos e ferrovias passaram a ser fontes geradoras de receita patrimonial; Repartição das Receitas Correntes: Contribuições: Trata-se das receitas advindas das contribuições ditas sociais e de Intervenção no Domínio Econômico, tais como COFINS, PIS, CIDE. Não podemos confundir estas com as Contribuições de Melhoria, que é espécie de Receita Corrente Tributária; Agropecuárias: É a receita derivada da exploração dos bens do Estado referente à atividade agrícola ou pecuária, como, por exemplo, o aproveitamento de matrizes de animais utilizadas para melhoramento genético pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EMBRAPA; Repartição das Receitas Correntes: Industriais: Refere-se à receita incorporada aos cofres públicos pela atividade de industrialização de bens. Um exemplo típico são as vacinas vendidas pela Fundação Oswaldo Cruz FIOCRUZ; Serviços: São receitas derivadas das atividades de prestação de serviços pela Estado, tal como a armazenagem de produtos em postos aduaneiros, serviços de inspeção e fiscalização sanitária, taxas cartorárias e judiciais dentre outras. Repartição das Receitas Correntes: Transferência Corrente: Constituem-se em receitas de outros entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas correntes. (Repasse de recursos federais a Estado ou Município para atendimento de programas objetos de despesas correntes.). Outras Receitas Correntes: São todas as outras receitas correntes não classificáveis nas anteriormente citadas (juros de mora, alienação (venda de bens apreendidos, etc)). 22
23 Receitas de Capital: São as receitas provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos e dos recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, conforme diz a própria letra da Lei em seu art 11, 2º. As Receitas de Capital são denominadas receitas por mutação do patrimônio público, simplesmente porque em nada acrescem ao patrimônio do Estado. Receitas de Capital Intra s: São receitas de capital de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social, decorrentes de operações de crédito, alienação de bens, amortização de empréstimos, além de outras operações, quando o fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo. Repartição das Receitas de Capital: Operações de Crédito: Trata-se de operações de empréstimos realizados pelo poder público, assim como as operações com títulos públicos com fins de obtenção de recursos financeiros; Alienação de Bens Móveis e Imóveis: é a conversão de bens móveis (veículos) e imóveis (prédios), em espécie. Veja que ocorre uma mera mutação patrimonial entre o valor contábil do bem e a entrada de recursos na conta bancária; Repartição das Receitas de Capital: Amortização de Empréstimos Concedidos: São os pagamentos feitos por Estados e Municípios aos empréstimos feitos pela União. Cabe ressaltar que a recíproca também é valida, ou seja, pagamentos feitos pela União de empréstimos anteriormente contraídos; Transferência de Capital: Trata-se do ingresso de recursos em caixa, proveniente de outros entes ou entidades, objetivado ao atendimento de despesas de capital, tal como a construção de escolas etc.. Outras Receitas de Capital: São as receitas não classificáveis em nenhum dos itens acima elencados. Superávit do Orçamento Corrente: Na existência de Superávit do Orçamento Corrente, ou seja, se as Receitas Correntes forem maiores que as Despesas Correntes, este será classificado como Receita de Capital, Receita Extra-, por constituir-se em Superávit utilizado para o pagamento de Despesas de Capital. O Superávit do Orçamento Corrente é resultado da diferença de Receitas e Despesas Correntes, que já foram anteriormente contabilizados quando da elaboração, discussão, votação e aprovação do Orçamento Anual. Se este fosse contabilizado como Receita, acabaria por ocorrer uma dupla contabilização. Exercício 28 (AFC/CGU ESAF/2006) No que diz respeito à receita pública, indique a opção falsa. a) A Lei n /64 classifica a receita pública em orçamentária e extraorçamentária, sendo que esta apresenta valores que não constam do orçamento. b) A receita orçamentária divide-se em dois grupos: correntes e de capital. c) As receitas correntes compreendem as receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços, de alienação de bens, de transferências e outras. d) A receita pública é definida como os recursos auferidos na gestão, que serão computados na apuração do resultado financeiro e econômico do exercício. e) A receita extra-orçamentária não pertence ao Estado, possuindo caráter de extemporaneidade ou de transitoriedade nos orçamentos. 23
24 Exercício 28 (AFC/CGU ESAF/2006) No que diz respeito à receita pública, indique a opção falsa. a) A Lei n /64 classifica a receita pública em orçamentária e extraorçamentária, sendo que esta apresenta valores que não constam do orçamento. b) A receita orçamentária divide-se em dois grupos: correntes e de capital. c) As receitas correntes compreendem as receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços, de alienação de bens, de transferências e outras. d) A receita pública é definida como os recursos auferidos na gestão, que serão computados na apuração do resultado financeiro e econômico do exercício. e) A receita extra-orçamentária não pertence ao Estado, possuindo caráter de extemporaneidade ou de transitoriedade nos orçamentos. Exercício 29 (TFC/TCU ESAF/2000) A Lei n 4.320, de 17/03/1964, que estatui as normas gerais do Direito Financeiro, classifica as receitas públicas em receitas correntes e receitas de capital. Indique, entre as opções abaixo, aquela que representa corretamente as receitas de capital. a) Receitas tributárias, receitas dos contribuintes, receitas patrimoniais, transferências de capital e outras receitas de capital. b) Operações de crédito, alienação de bens, amortização de empréstimos, transferências de capital e outras receitas de capital. Exercício 29 c) Operações de crédito, alienação de bens, receitas patrimoniais, receitas agropecuárias e receitas industriais. d) Receitas tributárias, receitas de serviços, amortizações de empréstimos, transferências de capital e outras receitas de capital. e) Operações de crédito, receitas tributárias, receitas patrimoniais, transferências de capital e outras receitas de capital. Exercício 29 (TFC/TCU ESAF/2000) A Lei n 4.320, de 17/03/1964, que estatui as normas gerais do Direito Financeiro, classifica as receitas públicas em receitas correntes e receitas de capital. Indique, entre as opções abaixo, aquela que representa corretamente as receitas de capital. a) Receitas tributárias, receitas dos contribuintes, receitas patrimoniais, transferências de capital e outras receitas de capital. Exercício 29 b) Operações de crédito, alienação de bens, amortização de empréstimos, transferências de capital e outras receitas de capital. c) Operações de crédito, alienação de bens, receitas patrimoniais, receitas agropecuárias e receitas industriais. d) Receitas tributárias, receitas de serviços, amortizações de empréstimos, transferências de capital e outras receitas de capital. e) Operações de crédito, receitas tributárias, receitas patrimoniais, transferências de capital e outras receitas de capital. FIM 24
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