IMPOSTO ZERO! A CESTA BÁSICA PEDE SOCORRO!
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- Terezinha Moreira Vilalobos
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1 IMPOSTO ZERO! A CESTA BÁSICA PEDE SOCORRO! Paulo Cezar Ribeiro da Silva Mestre em Administração FGV/RJ Coordenador da Empresa Júnior FABAVI Vitória RESUMO Trata de relatar sobre o lançamento da campanha de cidadania em defesa da isenção de impostos sobre a cesta básica, que é composto pelos seguintes produtos segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese): arroz, feijão, farinha de mandioca, carne de boi, manteiga, leite, óleo de soja, açúcar, batata inglesa, tomate, banana, pão francês e pó de café. Palavras-chave Imposto. Cesta Básica. Cidadania. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) o Brasil é o país que mais cobra impostos no setor de alimentos num ranking de 15 países ricos e emergentes. Na realidade, nosso Brasil é um dos poucos países do mundo que taxa os alimentos. A média da carga tributária nacional embutida nos preços dos alimentos atinge 18,35% - se considerados ICMS, PIS e Cofins, que correspondem a quase 70% do peso dos tributos. Na França, por exemplo, não há incidência de impostos sobre os alimentos. A eliminação da carga tributária começou na Revolução Francesa, por isso, hoje, eles não tem imposto nenhum sobre os alimentos. De acordo com recente estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Brasil a carga tributária sobre a comida é mais do que o dobro da média dos trinta países (7,11%) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A diferença é
2 gritante quando os números são comparados com os Estados Unidos (EUA): dos 50 Estados norte-americanos, 34 têm alíquota zero. O tributo médio sobre a venda de alimentos naquele país é de 0,66%. No Brasil o sistema tributário é do tipo regressivo, com muitos impostos indiretos, o que faz que as pessoas que ganham menos e que, portanto, gastam a maior parte do seu salário com alimentação acabem pagando mais impostos, porque ainda temos uma grande carga tributária sobre os alimentos. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em abril de 2008, a aquisição de alimentos consumiu 53% do rendimento líquido do trabalhador, contra 47% em abril de 2007, em função da alta do preço nos alimentos ocorrida ano passado. Alguns Estados tributam mais pesadamente as matérias-primas empregadas na produção dos produtos da cesta básica, como trigo, mandioca e soja em grão, onerando-a com o objetivo de não perder receitas de ICMS. No entanto, estudo realizado pela Associação Brasileira de Indústria de Alimentos mostra que a redução da carga tributária sobre alimentos aumentaria o tamanho do mercado consumidor em 5%, o que geraria 626 mil novos empregos tanto na agropecuária quanto na indústria, provocando um crescimento de 7% na arrecadação tributária. Isto contraria as projeções daqueles que prevêem uma queda no nível de arrecadação proveniente da isenção do ICMS sobre a cesta básica na tentativa de justificar a sua visão elitista e preconceituosa contra mais comida na mesa dos pobres. Ainda segundo a Associação Brasileira de Indústria de Alimentos, uma isenção de impostos sobre a cesta básica traria um extraordinário resultado no campo social, pois haveria um aumento de 11% no valor real do salário mínimo e um crescimento de 8% na renda real das famílias com menos de dois salários mínimos. Uma redução do número de indigentes e um aumento da ingestão calórica. Desse modo, a política tributária de desoneração da cesta básica é instrumento poderoso de redistribuição de renda e, consequentemente, de redução dos níveis de miséria e pobreza em que vive a maioria da população brasileira. Com objetivo de despertar a consciência cidadã do capixaba, no dia 16 de outubro de 2009, dia mundial da alimentação, a EJFV - Empresa Júnior do Curso de Administração da Faculdade Batista de Vitória lançou a campanha IMPOSTO ZERO! A CESTA BÁSICA PEDE SOCORRO! durante a Feira Saúde & Sabor com Cidadania realizada pela Secretaria de Assistência Social da Prefeitura Municipal de Vitória. É importante salientar que esta campanha de cidadania não tem qualquer vínculo político-partidário. Durante o evento (figuras 1 e 2) os alunos e diretores da Empresa Júnior iniciaram a empreitada e já iniciaram a coleta de centenas de assinaturas que serão encaminhadas ao Governo do Estado em março de A petição tem como objetivo a solicitação da desoneração definitiva e imediata da CESTA BÁSICA CAPIXABA com a eliminação da incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre seus treze componentes (arroz, feijão, farinha de mandioca, carne de boi, manteiga, leite, óleo de soja, açúcar, batata inglesa, tomate, banana prata, pão francês e pó de café).
3 Figura 1 Alunos da EJFV coletando assinaturas. Cabe ressaltar que esta petição ao Governo do Estado é apenas um paliativo da situação, pois o objetivo maior da campanha é a isenção integral de todos os impostos que incidem sobre a cesta básica. O cidadão também pode assinar o abaixo-assinado virtual que solicita a isenção integral de todos os impostos sobre a cesta básica nacional, através do site da campanha em e que será encaminhada à Presidência da República Federativa do Brasil também em março de Figura 2 Alunos da EJFV coletando assinaturas.
4 Como proposta, os alunos diretores da EJFV - Empresa Júnior FABAVI Vitória elaboraram o seguinte detalhamento dos itens da Cesta Básica a serem isentos dos impostos: arroz: arroz tipo II; feijão: feijão preto, feijão carioca; farinha de mandioca: farinha branca comum; carne de boi: patinho, chã de dentro, chã de fora, músculo, acém pá, costela; manteiga: manteiga comum; leite: leite em sacola tipo C, leite longa vida integral e desnatado; óleo de cozinha: óleo de soja comum; açúcar: açúcar cristal, açúcar refinado; batata: batata inglesa comum; tomate: tomate de mesa comum; banana: todos os tipos de banana; pão: pão francês comum; pó de café: pó de café tradicional tipo almofada. É válido observar que a cesta básica capixaba é a terceira mais cara do país, ficando na frente de grandes capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Fortaleza, conforme cálculos mensais efetuados Dieese. Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O agravante no Brasil é o fato de que os impostos sobre a alimentação têm maior peso sobre as camadas mais pobres da população. Segundo o estudo, a incidência equivale a 3,1% do consumo total de bens e serviços das famílias com renda mensal inferior a R$ 1 mil. Para as de classe alta, a tributação corresponde a 0,9%. Assim, um país com tantas pessoas pobres não poderia ter uma tributação tão pesada assim. O impacto do imposto sobre quem tem menos renda é enorme, o que diminui naturalmente seu poder de compra. No caso brasileiro, a tributação se torna ainda mais perversa se for observado que se gasta, em média, 30,8% da renda familiar com a compra de alimentos. Esse percentual cresce à medida que decresce a renda. Cidadãos brasileiros, o nosso país não pode se dar ao luxo de tributar alimentos básicos, até porque, para a população de renda baixa, a principal despesa de seu orçamento é o alimento. Assim, se queremos ser um país de FOME ZERO, precisamos com urgência lutar pelo IMPOSTO ZERO na cesta básica. REFERÊNCIAS AGÊNCIA Brasil. Estudo sugere fim da incidência do ICMS sobre os alimentos. Disponível em: < /view>. Acesso em: 10 out ASSOCIAÇÃO Comercial e Empresarial de Maringá. Impostos sobre alimentos chegam a 18%. Disponível em: < Acesso em: 11 out
5 CIDADES do Brasil. Estudo do IPEA revela que os pobres pagam mais impostos e os mais prejudicados ganham até R$ 372,00 por mês. Disponível em: < cgi-cn/news.cgi? cl= &arecod=8&newcod=671>. Acesso em: 10 out FOLHA online. Paraná reduz ICMS de 95 mil produtos de consumo popular. Disponível em: < Acesso em: 31 mar PSB na Câmara. Nordeste vê benefícios em isenção da cesta básica Disponível em: Acesso em: 22 jun
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