O futuro da tributação sobre o consumo no Brasil: melhorar o ICMS ou criar um IVA amplo? Perspectivas para uma Reforma Tributária
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1 1 XI CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS O futuro da tributação sobre o consumo no Brasil: melhorar o ICMS ou criar um IVA amplo? Perspectivas para uma Reforma Tributária Osvaldo Santos de Carvalho Doutor PUC/SP e Coordenador Adjunto da Administração Tributária CAT SP
2 Sumário 1. Deficiências do atual modelo 2. Objetivos de uma reforma da tributação 3. Melhorar o ICMS atual 4. Um IVA estadual amplo 5. Câmara de compensação escritural 6. Conclusões 2
3 Deficiências do atual modelo Forte dependência da arrecadação tributária de tributos sobre o consumo; Distorções do modelo limitam a expansão do consumo e inibem investimentos: complexidade, cumulatividade e quebra da neutralidade econômica. Multiplicidade de obrigações tributárias, com elevados custos administrativos para as empresas ( compliance ) e redução da competitividade. 3
4 Deficiências do atual modelo Complexidade dos tributos sobre o consumo. PIS/ COFINS: incidências cumulativa e não cumulativa e regimes especiais de tributação. ICMS: questões decorrentes da guerra fiscal, incidência sobre base restrita; acumulação de créditos; onera bens de capital. 4
5 Deficiências do atual modelo Guerra fiscal do ICMS: inibe investimentos; reduz a competitividade das empresas; provoca concorrência desleal que contamina o ambiente de negócios e afasta novos investidores. 5
6 Objetivos de uma reforma da tributação Simplificação do sistema tributário. Eliminação ou a redução da incerteza jurídica. Aumento da competitividade das empresas para criar um ambiente favorável ao crescimento econômico. Fim da guerra fiscal. 6
7 Objetivos de uma reforma da tributação Neutralidade tributária: desafio em qualquer sistema (KPMG, 2014) : 40% dos 65 países pesquisados realizam restituições de imposto sobre o consumo (VAT/GST) com eficiência. Em relação ao Brasil: análise indica a necessidade de melhoria; (Varsano, 2013) : calcanhar de Aquiles do IVA importância das restituições dos créditos líquidos de IVA. Em vários países (OCDE, em sua maioria), o valor das restituições é da mesma ordem de grandeza da receita líquida do IVA. 7
8 Objetivos de uma reforma da tributação Caminho a seguir: Melhorar o ICMS atual OU Criar um IVA amplo, que incida também sobre os demais serviços e seja compartilhado com os Municípios? 8
9 Melhorar o ICMS atual Proposta apresentada pela União em novembro de 2012: unificava as alíquotas interestaduais do ICMS em 4% no prazo de até 8 anos, sem exceções; criava um Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR); criava um Fundo de Compensação das Perdas (FCP) de receitas estaduais. 9
10 Um IVA estadual amplo Transformação do ICMS num IVA com ampla base de incidência, incluindo todas as operações onerosas com bens e serviços, ainda que iniciadas no exterior. A maior base de incidência possibilitaria uma não cumulatividade ampla, com crédito financeiro e desoneração plena das exportações. 10
11 Um IVA estadual amplo Possibilidade de incorporar no IVA amplo o atual ISS. Municípios, além de receber parcela do IVA estadual, poderiam instituir e arrecadar um adicional sobre a alíquota do IVA estadual. A utilização de uma mesma base cadastral reduziria os custos de compliance dos contribuintes, sujeitos a dois Fiscos cuja atuação seria complementar, e que não disputariam a mesma base tributária, mas a compartilhariam. 11
12 Um IVA estadual amplo Dificuldades: Creditamento do quanto hoje é tributado relativamente ao ISS por contribuintes do ICMS e vice-versa gera perda de parte da arrecadação atual; A arrecadação do novo IVA não será a soma das atuais arrecadações de ICMS e ISS, caso mantidas as atuais alíquotas aplicáveis. Adoção de créditos pelo critério financeiro reduzirá a arrecadação em relação ao modelo atual. 12
13 Câmara de compensação escritural Na perspectiva do contribuinte, operações interestaduais seriam oneradas como se fossem internas. ICMS das operações interestaduais seria repartido entre os Estados de origem e de destino das mercadorias, de forma a desincentivar a guerra fiscal. Para o Estado de origem caberia um mínimo percentual do imposto, para o Estado de destino, caberia a maior parte do tributo. Aproximaria arrecadação e consumo, apontando para a adoção do princípio de destino na tributação adaptado às peculiaridades brasileiras. 13
14 Conclusões Para viabilizar a reforma da tributação sobre o consumo, reduzindo as incertezas por parte dos entes federados, são necessários os fundos de compensação de perdas e de desenvolvimento regional; É preciso definir um modelo politicamente viável, que atenda aos interesses dos entes federados e garanta sua autonomia, mas ao mesmo tempo aponte para uma tributação com mais neutralidade, reduza os custos administrativos das empresas e gere ganhos de competitividade para a economia nacional. 14
15 FIM
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