ECONOMIA A informação que fala direto ao seu bolso 30 de Novembro de 2015
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- Maria do Pilar Peres Bacelar
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1 Associação Brasileira de Supermercados Nº58 ECONOMIA A informação que fala direto ao seu bolso 30 de Novembro de 2015 Índice de Vendas acumula queda de -1,02% até outubro Vendas do setor acompanham a economia do País O faturamento do setor supermercadista apresentou piora no mês de outubro e ampliou o resultado negativo. O desempenho se deve ao cenário de expectativas pessimistas que assola o País e que tem impactos na confiança do consumidor e do empresário. Apesar de esperado, e previsto nas projeções da Abras, o resultado preocupa, pois a crise política ganha mais ingredientes a cada semana, com impactos severos sobre a economia. Apesar de tudo, continuamos trabalhando, com apoio de nossos fornecedores, para ativar o consumo. Esperamos vendas positivas neste final de ano (a Black Friday, deste final de novembro foi bem trabalhada pelo setor), especialmente no período de Natal e ano novo, época tradicional e de grande movimento nos supermercados, afirmou o vice-presidente da Abras, João Sanzovo Neto. e Em outubro, as vendas reais do autosserviço apresentaram alta de 8,89% na comparação com o mês imediatamente anterior e queda de -1,56% em relação ao mesmo mês do ano de 2014, de acordo com o Índice Nacional de Vendas, apurado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No resultado acumulado (jan/out), as vendas apresentaram queda de -1,02% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os índices já estão deflacionados pelo IPCA do IBGE. Em valores nominais, as vendas do setor apresentaram alta de 9,78% em relação ao mês anterior e, quando comparadas a outubro do ano anterior, alta de 8,21%. No acumulado do ano as vendas cresceram 7,58%. Variações Período de análise mês/15 Variação Nominal Variação Real* (IPCA/ IBGE) Out/15 x Set/15 9,78% 8,89% Out/15 x Out/14 8,21% -1,56% Acumulado/ano 7,58% -1,02% Índice Abras apresenta queda de -1,02% no acumulado de 2015 Nesta edição: >>Conjuntura 2 PME-IBGE: Desemprego volta a subir em outubro e atinge 7,9% >>Abrasmercado 3 Abrasmercado varia 0,60% e acumula 12,83% em um ano >>Abrasmercado 4 Cesta da Região Centro-Oeste tem a variaçã mais alta do País >>PMC 5 PMC: atividade varejista mostra queda de -3,3% no ano >>Análise macro 6 Déficit primário acumulado em 2015 é de 0,49% do PIB >>Indicadores 7 Indicadores macroeconômicos e do varejo
2 Análise do mercado - pg. 02 Conjuntura - pg. 02 PME-IBGE: t desemprego volta a subir em outubro e atinge 7,9% A taxa de desocupação foi estimada em outubro de 2015, para o conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas, em 7,9%, resultado considerado estável frente a setembro. No confronto com outubro do ano passado a taxa subiu 3,2 pontos percentuais, passou de 4,7% para 7,9% no período de um ano. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em outubro de 2015, para o conjunto das seis regiões pesquisadas, em R$ 2.182,10. Este resultado ficou 0,6% menor que o verificado em setembro (2.194,71) e 7,0% abaixo do apurado em outubro de 2014 (R$ 2.345,81). Regionalmente, em relação a setembro último, o rendimento ficou estável em: Salvador; São Paulo e Porto Alegre. Caiu 3,5% em Belo Horizonte; 1,9% em Recife e 1,1% no Rio de Janeiro. Frente a outubro de 2014 o quadro foi de queda em todas as regiões, sendo a maior em Salvador (-10,1%) e a menor em Porto Alegre (-5,8%). A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados foi estimada em 49,6 bilhões em outubro de 2015 e ficou 1,7% menor que a estimada em setembro. Na comparação anual esta estimativa recuou 10,4%. Estas variações são explicadas pelas quedas da população ocupada e do rendimento médio nesse período. Com variação de 0,54%, IPCA-15 acumula 10,28% em 12 meses O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de outubro apresentou variação de 0,82% e ficou 0,28 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,54% registrada no mês de setembro. Constitui-se no mais elevado resultado dos meses de outubro desde 2002, quando atingiu 1,31%. Com o acumulado no ano em 8,52%, bem acima dos 5,05% de igual período de 2014, constitui-se, também, no mais elevado IPCA acumulado no período de janeiro a outubro, desde 1996, que ficou em 8,70%. IPCA-15: alta de 0,85% em novembro O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,85% em novembro e ficou 0,19 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,66% de outubro. Em relação aos meses de novembro, consistiu no índice mais elevado desde 2010, quando foi registrado 0,86%. Situando-se em 9,42% no ano, constitui-se no mais elevado acumulado de janeiro a novembro desde 1996, quando atingiu 9,70%. Em 2014, considerando o mesmo período, a taxa estava em 5,63%. Em relação aos últimos 12 meses, o índice foi para 10,28% e ficou acima dos 12 meses imediatamente anteriores (9,77%). Desde novembro de 2003, com os 12 meses em 12,69%, não havia registro de taxa mais elevada. Em novembro de 2014 o IPCA-15 havia sido 0,38%. A alta de 5,89%, que produziu impacto de 0,30 ponto percentual (p.p.), fez do item combustíveis o principal destaque individual em novembro. Nos alimentos, a alta foi de 1,05% (consumo no lar, 1,35%; fora, 0,52%). Os preços de vários produtos importantes na despesa das famílias tiveram alta expressiva de outubro para novembro, dentre eles, o tomate (15,23%), o açúcar cristal (9,61%) e refinado (7,94%), o arroz (4,10%), o frango inteiro (3,96%), a cerveja (3,35%), o óleo de soja (2,84%), as frutas (2,14%), a carne (1,71%) e o pão francês (1,03%).
3 Abrasmercado - pg. 03 Abrasmercado varia 0,60% e acumula 12,83% em um ano Os alimentos continuam com os preços pressionados nos supermercados brasileiros. Em outubro, o Abrasmercado, cesta de 35 produtos de largo consumo analisada pela GfK em mais de 600 estabelecimentos de autosserviço espalhados em todo o País, apresentou alta de 0,60%, em relação a setembro de Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o Abrasmercado apresentou alta de 12,83%, passando de R$ 370,25 para R$ 417,74. Em outubro de 2014, o Abrasmercado assinalava uma queda de -0,25% em relação ao mês anterior, acumulando queda de 3,25% em 12 meses. O que mostra que os preços dos principais produtos vendidos nos supermercados estão em um patamar mais elevado do que o verificado em Os produtos com as maiores altas em outubro, na comparação com o mês anterior, foram: pernil, com 7,71%; açúcar, 7,21%; xampu, 7,12%. O pernil obteve alta nos preços em todas as regiões, sendo que a maior alta foi registrada na Região Norte, onde variou 16,14%. O açúcar apresentou a sua maior alta, de 15,37%, na Região Centro-Oeste. Já os produtos com as maiores quedas foram: cebola, -35,84%; farinha de mandioca, -17,67%; batata, -13,33%. A cebola teve queda em todas as regiões, e a maior delas foi na Região Sudeste, -42,60%. A farinha de mandioca, por sua vez, apresentou sua maior queda, de -23,68%, na Região Norte. Batata varia 76,8% em 12 meses Na comparação longa, alguns produtos sempre apresentam variação significativa. No resultado acumulado do ano de 2015, os produtos que mais pressionaram a inflação foram o sal, com 29,2%, a carne dianteiro, com 20,7%, e a cebola com 17,8%. Os produtos com as maiores quedas no ano foram: a batata (-6,6%), farinha de mandioca (-5,8%), e a margarina cremosa (-2,9%). No resultado acumulado de 12 meses, os produtos que mais pressionaram a inflação foram a batata, com 76,8%, o sal, com 31,7%, e a cebola com 29,3%. Os produtos com as maiores quedas no ano foram: a tomate (-7,7%), farinha de mandioca (-6,7%), e a margarina cremosa (-2,6%). Abrasmercado Período Valor em R$ Outubro/14 R$ 370,25 Outubro/15 R$ 417,74 Var. (%) Mês x Mesmo mês do ano anterior 12,83 Período Valor em R$ Setembro/15 R$ 415,25 Outubro/15 R$ 417,74 Var. (%) Mês x Mês Anterior 0,60 Maiores quedas (Mês x Mês anterior - %) CEBOLA -35,84 FARINHA DE MANDIOCA -17,67 BATATA -13,33 LEITE LONGA VIDA -0,79 Comparativo Abrasmercado x IPCA Abrasmercado IPCA Variação Mensal (Out/15 versus Set/15) 0,60% 0,82% Acumulado no Ano (Jan/15 a Out/15) 8,61% 8,52% Variação 12 meses (Out/15 versus Out/14) 12,83% 9,93% Maiores altas (Mês x Mês anterior - %) PERNIL 7,71 AÇÚCAR 7,21 XAMPU 7,12 FRANGO CONGELADO 5,86
4 Abrasmercado - pg. 04 Cesta da Região Centro-Oeste tem a variação mais alta do País 3,60% Em outubro, a cesta da Região Sul passou a ser a mais cara do País, com variação de 1,24%, atingindo o valor de R$ 457,62. Na região, os produtos que apresentaram maiores altas de preços foram o xampu (11,03%) e o açúcar (6,80%). A segunda cesta mais cara do País é a da Região Norte, com valor de R$ 454,59, oscilação de -3,68% no mês. Na região, os produtos que apresentaram maiores altas de preços foram o pernil (16,14%) e o frango congelado (9,07%). A Região Sudeste apresentou alta de 1,57%, na relação de um mês para o outro. Na região, os produtos que apresentaram maiores altas de preços foram o tomate (19,86%) e o xampu (7,62%). Grande São Paulo mostra alta de 1,55% 454,59 R$ 359,50 R$ 404,71 R$ 404,01 457,62 A Região Centro-Oeste apresentou alta de 2,32% na relação de um mês para o outro, com destaque para a alta no preço do açúcar (15,37%). A cesta regional ficou em R$ 404,71. A Região Nordeste registrou alta de 2,46%, atingindo o valor de R$ 350,85, as maiores altas da região foram verificadas no sal (8,07%) e na carne traseiro (7,52%). Em outubro, Brasília continuou a ter a cesta mais cara do País, com o valor de R$ 498,19, e variação de 2,58% no mês. Destaque para a alta no preço do xampu (17,24%). Recife apresentou entre capitais e municípios a maior alta nos preços do País, com variação de 4,98%, atingindo o valor de R$ 372,41. Na região, os produtos que apresentaram as maiores altas no mês foram o sal (18,18%) e o carne traseiro (16,88%). Na Grande São Paulo, a cesta apresentou em outubro deste ano variação de 1,55%, atingindo o valor de R$ 425,30. Os produtos que apresentaram alta nos preços foram o tomate (18,92%).
5 PIB- pg. 05 PMC: atividade varejista mostra queda de -3,3% no ano Em setembro de 2015, o comércio varejista nacional recuou 0,5% frente ao mês imediatamente anterior para o volume de vendas, sendo esse o oitavo resultado negativo seguido, enquanto a receita nominal permaneceu praticamente estável (0,1%) pelo segundo mês consecutivo, ambos nas séries livres de influências sazonais. Quanto à média móvel, o volume de vendas registrou variação negativa de -1,0% pelo terceiro mês consecutivo, enquanto a receita se mantém estável (-0,1%) desde dezembro de Nas demais comparações obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional registrou, em termos de volume de vendas, queda de 6,2% frente a setembro do ano anterior, sendo esse resultado o sexto negativo. Com isso, as taxas acumuladas ficaram em -3,3% no ano e -2,1% para os últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 1,8% em setembro, 3,5% no ano e 4,5% em 12 meses, respectivamente. O comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, voltou a registrar variação negativa na margem, com decréscimo de 1,5% em relação a agosto na série com ajuste sazonal. Em relação à receita nominal, a taxa ficou em -1,2%. Super e Hiper: ritmo de queda mostra desaceleração Na comparação com setembro de 2014, em termos de volume de vendas, todas as oito atividades do varejo registraram variações negativas. Por ordem de contribuição, o principal destaque foi: móveis e eletrodomésticos (-17,9%), seguido por hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%); combustíveis e lubrificantes (-8,7%) e tecidos, vestuário e calçados (-12,9%). Estes segmentos responderam por mais de 80% da taxa global. Nos demais setores, os resultados foram: livros, jornais, revistas e papelaria (-14,9%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-9,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-7,0%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,1%), este último registrando a primeira queda da sua série histórica. O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, mesmo com o resultado de setembro (-2,2%) sendo menos da metade da taxa de agosto (-4,8%), representou o segundo maior impacto negativo na formação da taxa global do varejo. Esta atividade teve seu desempenho influenciado pela queda da renda real, além do comportamento dos preços dos alimentos, que cresceram acima do índice geral no período de 12 meses: 10,0% no grupo alimentação no domicílio, contra 9,5% da média geral de preços, segundo o IPCA. As taxas acumuladas, no volume de vendas, foram de -2,3% para os nove primeiros meses do ano e -1,7% para os últimos 12 meses.
6 Análise macro - pg. 06 Déficit primário acumulado em 2015 é de 0,49% do PIB O déficit Abrasmercado fiscal do governo central de janeiro a setembro deste ano atingiu R$ 20,938 bilhões, o pior da série histórica que começou em 1997, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). O déficit é 24,6% superior ao do mesmo período do ano passado já corrigido pela inflação. O governo central engloba o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central. No ano passado, o resultado ficou negativo em R$ 15,716 bilhões no mesmo período. Em setembro deste ano, o governo registrou déficit primário de R$ 6,932 bilhões, resultado 69% inferior ao do mesmo mês do ano passado, quando registrou R$ 20,409 bilhões. O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública. A redução, no acumulado do ano, do resultado primário do governo central é explicada, entre outros fatores, pela redução da receita líquida, de 4,6% em termos reais. A receita líquida corresponde ao total da receita primária após a dedução das transferências aos estados, por exemplo. De janeiro a setembro, as receitas totais do governo central caíram R$ 47,3 bilhões (-4,7%) em comparação com o mesmo período do ano passado. As despesas, porém, decresceram R$ 33,7 bilhões (-4%) em relação ao acumulado até setembro de Esse decréscimo ocorreu principalmente no âmbito das despesas do Tesouro Nacional. Previsão para o IPCA de 2015 passa dos dois dígitos: 10,38% Projeções 27/11/2015 Índices/Indicadores PIB (% de crescimento) -3,19-2,04 Produção Industrial (% de -7,50-2,30 crescimento) Taxa de câmbio - fim de 3,95 4,20 período (R$/US$) Taxa Selic - fim de período 14,25 14,13 (% a.a.) IPCA (%) 10,38 6,64 IGP-M (%) 10,77 6,30 Fonte: Boletim Focus - Banco Central Segundo analistas de mercado consultados pelo Banco Central, em seu Boletim Focus, a perspectiva para o PIB de 2015 é de -3,19%. Há um mês, o mercado previa recessão de -3,02%. Para 2016 a previsão é de -2,04%. As projeções indicam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) irá fechar 2015 em 10,38%, acima dos 6,41% de Para 2016 a expectativa é de alta de 6,64%. Para o IGP-M, a previsão é de que o índice encerre o ano em 10,77%. Para 2016 a projeção é de 6,30%. A previsão para a Selic é de 14,25% para Para 2016 a perspectiva é de 14,13% ao ano. De acordo com o levantamento de 27/11, a previsão do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 é de R$ 3,95. Em 23/10, a cotação estava em R$ 4. A previsão para 2016 está em R$ 4,20.
7 Indicadores Indicadores - pg. 07 Expediente: Departamento de Economia e Pesquisa Moisés Lira/Fabiana Alves/Flávio Tayra (consultor) Revisão: Roberto Leite Tel.: economia@abras.com.br
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