PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DA TERRA URBANA E SUAS IMPLICAÇÕES NA CIDADE DA PARAHYBA 1

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1 PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DA TERRA URBANA E SUAS IMPLICAÇÕES NA CIDADE DA PARAHYBA 1 Rebeca Maria Aguiar do Nascimento Resumo A presente propositura visa analisar as marcas na morfologia urbana da Cidade da Parahyba, do final do século XIX e inicio do século XX, resultante do processo de privatização da terra urbana a partir da Lei de Terras de A discussão ora construída nos ajudará a pensar as transformações ocorridas nas formas de apropriação da terra na Cidade da Parahyba e no Brasil, e por consequência, na produção do espaço, pois a terra é suporte da produção espacial. Portanto, a ideia é de partir da perspectiva de que o Estado e a Igreja enquanto instrumentos fundiários foram agentes modeladores do espaço ao partilharem o solo urbano concedendo datas de chão aos citadinos e posteriormente favorecendo o surgimento do mercado de terras e edificações urbanas. Assim, analisar a partilha, distribuição e domínio da terra, por conseguinte, apontar elementos da formação, conformação e transformação urbana da Cidade da Parahyba do final do século XIX e inicio do século XX é o grande propósito da pesquisa. Palavras-chave: Apropriação territorial. Lei de Terras (1850). Cidade da Parahyba. Morfologia Urbana. Grupo de Trabalho nº8 Geografia Histórica Urbana 1 Este artigo é resultado do trabalho realizado na minha pesquisa de mestrado intitulada de AS TRANSFORMAÇÕES NA MORFOLOGIA E NA VIDA URBANA DA CIDADE DA PARAHYBA A PARTIR DA INSTITUIÇÃO DA LEI DE TERRAS (1850), orientada pela Professora Dr a Doralice Sátyro Maia.

2 1. Notas introdutórias:o processo de privatização da terra urbana no Brasil Na primeira metade do século XIX encontram-se os indícios para compreendermos como se dá a transformação da terra em mercadoria concomitante com o processo de assalariamento no Brasil. Tais processos elucidam a dinâmica imposta tanto pelas transformações econômicas como pela articulação dos interesses da elite agrária brasileira. Entretanto, assinalamos que a conjuntura histórica da formação da Lei de Terras (1850) se estendeu durante longo período de embates. Havia tensões entre o Estado e a classe dominante, conflitos dentro da própria elite brasileira por questões regionais, acrescentando os interesses conflitantes entre o Estado e os capitalistas ingleses. Em 1808, com a chegada da Coroa Portuguesa ao Brasil, mais precisamente com sua instalação na cidade do Rio de Janeiro, dá-se um processo descontrolado de concessão de terras, decorrente de doações de sesmarias de forma indiscriminada. Temse o fim do Regime Sesmarial por iniciativa de José Bonifácio de Andrade e Silva no ano de O mesmo ainda defendia o trabalho livre por compreender o trabalho escravo como um obstáculo ao avanço da técnica. Por conseguinte, ocorre a necessidade de se pensar em uma redefinição da política fundiária. No caso brasileiro, a legalização da propriedade privada da terra ocorre juntamente com outros fatores, dos quais o mais importante foi a pressão inglesa que impõe a aplicabilidade das relações capitalistas de produção, isto é, a substituiçãodo trabalho escravo pelo trabalho livre e assalariado do imigrante europeu. Afirma Smith: O conselho do Estado encontrava-se envolvido com as negociações com a Inglaterra; em discussão: O Tratado de Comércio, a cláusula da extinção do tráfico, medidas protecionistas, a substituição do trabalho escravo pela colonização estrangeira. (SMITH, 1990). O debate na Câmara e no Senado durou aproximadamente uns doze anos. Iniciado pela criação de uma comissão em 1838, com o intuito de criar leis que regulassem a venda de terras, e que resulta no projeto n. 94 denominado Terras Devolutas e Colonização sancionado pela Câmara em 1850, sendo batizado de Lei de Terras (SMITH, 1999). De acordo com esse autor, os defensores do projeto afirmavam 2

3 que: [...] Como a profusão de datas de terras tem, mais que outras cousas, contribuído para a dificuldade que hoje se sente de obter trabalhadores livres é seu parecer que d ora em diante sejam as terras vendidas sem exceção alguma. Aumentando-se, assim, o valor das terras e dificultando, conseqüentemente, a sua aquisição, é de esperar que o imigrado pobre alugue o seu trabalho efetivamente por algum tempo, antes de obter meios de se fazer proprietário (SMITH. 1990, p. 306). Em 1850, com a oficialização do fim do tráfico negreiro da África para o Brasil, o governo brasileiro paulatinamente vai substituindo o trabalho escravo dos negros pelo trabalho livre e assalariado do imigrante europeu. A substituição do regime de trabalho deságua no processo de privatização da terra como apontado anteriormente e assinalado por Martins: [...] a ampla faixa de terrenos devolutos no país, teoricamente sujeitos a simples ocupação por parte dos interessados, poderia se constituir num grande entrave não só à libertação dos escravos como à entrada de trabalhadores livres de origem estrangeiras. Até a Independência, o regime de sesmarias (um regime de concessão de terras devolutas a particulares baseado em requisitos que dificultavam a legalização da ocupação indiscriminada dos terrenos) opunha um obstáculo à mera ocupação. A partir de então, porém, tais dificuldades deixaram de existir. Somente em 1850, é que o governo legislou sobre o assunto, estipulando que a terra devoluta não poderia ser ocupada por outro título que não fosse o de compra. (1979, p. 29) Portanto, antes do trabalho livre tornar-se predominante, a classe dominante precisava garantir através da legislação, a escravização da terra. Afinal, paulatinamente ela perdia a renda fruto do trabalho escravo. Assim, a elite agrária almejava acumular capital com a privatização da terra e ao mesmo tempo banir o trabalhador da mesma. Se anteriormente o objeto de renda capitalizada centrava-se no escravo, que não mais existia, necessitava-se de outro objeto que com a consolidação do mercado de terras passa a ser a terra tanto a rural quanto a urbana. A Lei Eusébio de Queiroz legisla contra o tráfico de escravos da África para o Brasil e o Estado adota uma política de imigração de colonos estrangeiros, por compreender a extensa faixa de terras no Brasil como um impedimento para a submissão desses trabalhadores livres. Em 1850 o governo estipula que a terra devoluta não poderia ser ocupada por outro título que não o de compra. Contudo, questionava-se o incentivo que se daria a esses imigrantes para saírem 3

4 de suas terras e se aventurarem em terras desconhecidas submetendo sua força de trabalho ao capital. A questão ainda é mais complexa, como convencer a elite agrária brasileira que o regime de trabalho livre assalariado era necessário quando essa elite tinha a maior parte de sua renda centrada no trabalho do escravo? Como fazê-los investir através do Estado na introdução de novos colonos? Devido a esses conflitos de interesses internos e externos, é que no Brasil a substituição do regime de trabalho foi se dando lentamente, mas assegurada na ideologia da propriedade privada da terra e legitimada pela Lei de Terras de 1850 e pelos fatores econômicos que transformaram a terra tanto rural quanto urbana em mercadoria fictícia. Afinal, a elite ao aceitar a imposição da Inglaterra de por fim ao tráfico de escravos, precisava de outra fonte de renda. Conforme Martins, A renda capitalizada no escravo transformava-se em renda territorial: num regime de terras livres, o trabalho tinha que ser cativo; num regime de trabalho livre, a terra tinha que ser cativa. [...] A propriedade do escravo se transfigura em propriedade da terra como meio para extorquir trabalho e não para extorquir renda. (1979, p. 32). A respeito da transformação da terra em mercadoria, José de Sousa Martins (1979) defende que a terra como elemento natural, teoricamente não deveria ter preço atribuído, pois não é um resultado do trabalho humano. Arlete Rodrigues (1989) também sinaliza nessa mesma perspectiva ao afirmar que [...] A terra é um bem natural, não pode ser produzida, não pode ser criada pelo trabalho. (1989, p. 16). Martins (1979) ressalta que nos países europeus, antes do começo do capitalismo o uso da terra estava condicionado ao pagamento de um tributo. Segundo o autor, essa seria uma forma de renda que os senhores feudais subtraíam do resto da população devido ao monopólio da terra. Assim, os camponeses pagavam através de trabalhos ou dinheiro pelo uso de uma parcela de terra, denominando esse fato, como forma précapitalista de renda decorrente da monopolização da terra, cuja utilização ficava sujeita a um tributo. Todavia, o supracitado autor afirma que, com o advento do capitalismo essa renda não tem a mesma lógica do passado pré-capitalista, não se configurando mais como um mero tributo individual e pessoal do servo ao senhor, mas sim como um pagamento que toda a sociedade faz pelo fato de que uma classe preserva o monopólio da terra (MARTINS, 1979). Assim, a propriedade fundiária, sob diferentes códigos é incorporada ao capitalismo tendo suas contradições expressas na renda da terra. Entretanto era preciso criar condições para que a propriedade fundiária 4

5 substituísse o escravo como base do crédito hipotecário e como fonte do capital de custeio. Para tanto, acreditava-se que o incremento da demanda por parte dos colonos trabalhadores livres provocaria artificiosamente uma elevação no preço das terras de modo a aproximar valor e preço. Desse modo, dever-se-iam criar obstáculos para dificultar o acesso àcompra de terra por parte dos trabalhadores livres que necessitariam assimilar a ideia da conquista da propriedade da terra através do trabalho (MARTINS, 1979). Com base no contexto político brasileiro no período da elaboração e instituição da Lei de Terras de 1850,apresentaremos as implicações da referida lei no espaço urbano, da Cidade da Parahyba. Esse processo ganhou contornos diferenciados que marcaram o espaço urbano, o que por sua vez exigiu uma mudança na maneira de olhar, pensar, planejar e reproduzir a cidade. A discussão ora construída nos ajudará a pensar as transformações ocorridas nas formas de apropriação da terra na Cidade da Parahyba e no Brasil, e por consequência, na produção do espaço, pois a terra é suporte da produção espacial. 2. Cidade da Parahyba: apropriações, formas e usos do espaço.. O desenho inicial da Cidade da Parahyba tinha bastante regularidade o que afirmava sua condição de cidade real, tendo o rio grande importância para a cidade e para a vida urbana, pois a margem do rio avistavam-se uns poucos equipamentos. A opção pelo sítio se deu pela questão estratégica de proteção e defesa do território, assim as primeiras edificações foram construídas na parte alta da cidade dando um amplo controle visual dos arredores e dos percursos de acesso á cidade por terra e água (Rio Parahyba e Rio Sanhuá), também levou-se em consideração a abundância de fontes de água na proximidades. Assim, a literatura recorrente retratava a cidade: [...] a cidade se alça no alto da colina, extraindo do solo a pedra de cal para sua edificação, das águas e da natureza do entorno seu sustento e do rio seu vínculo com o mundo[...] (FILHO, 2006, p.20-21). Na segunda metade do século XIX, a Cidade da Parahyba se concentrava no seu casco original 2, isto é, o núcleo primaz em que se desenvolveu inicialmente a trama 2 O conceito casco original é a tradução do conceito em espanhol cascos antiguos. Capel (1983) define os cascos antiguos como Constituyen lo que podemos llamar la ciudad preindustrial, la ciudad existente al 5

6 urbana da cidade ora analisada corresponde a um pequeno núcleo concentrado em algumas ruas. Seguindo a topografia local, a sua porção original estava dividida em Cidade Alta e Cidade Baixa, ou seja, se estendia do atracadouro do Rio Sanhauá até as ladeiras que se direcionavam para o tabuleiro. (Figura 1) Figura 1: O tecido Urbano da Cidade da Parahyba, 1855 Fonte: Mapa feito sobre base levantada por Alfredo de Barros e Vasconcelos, Elaboração: Maria Simone Soares, Na Cidade Alta concentravam-se os edifícios religiosos, administrativos e as principais residências, já na Cidade Baixa encontravam-se o porto e as atividades comerciais ligadas ao mesmo.segundo Maia (2001), a referida cidade em sua origem tinha função estratégica e administrativa, sendo geralmente habitada por administradores civis, militares, comerciantes, religiosos e artesãos. A atividade econômica de maior dinâmica era o comércio de importação e exportação. Em 1850, no Brasil institucionalização da propriedade privada absoluta da terra com a implementação da Lei de Terras N. 601, estabelece-se as novas regras de aquisição de domínio sobre as terras. A referida lei é regulamentada com o Regulamento de 30 de janeiro de 1854 que esclarece a aplicação da lei e estabelece o Registro Geral de Terras ao pontuar que Todos os possuidores de terras, qualquer que seja o titulo da sua propriedade, ou possessão, são obrigados (parágrafo 1) a fazer iniciarse las profundas transformaciones de los siglos XIX y XX producidas por la revolución industrial. (p. 11). Isto é, o casco original ou cascos antiguos é o núcleo primaz em que se desenvolveu inicialmente a trama urbana, com suas primeiras edificações e ruas. 6

7 registrar as terras, que possuírem, (parágrafo2) dentro dos prazos marcados pelo presente regulamento. Entretanto, os prédios urbanos que situavam-se na área delimitada de cobrançada Décima Urbana não tinham essa obrigatoriedade do registro conforme determinava o art. 91 do Regulamento de 30 de janeiro de 1854: [...] se observe em geral como linha de separação a demarcação da décima urbana, declarando-se na obrigação do registro todos os terrenos, que estão fora da dita demarcação; e que, quando aconteça acharem-se dentro desta alguns, que são destinados para a lavoura ou criação, em tal caso ficao nas Províncias autorisados os Presidentes para fazer huma circumscripção especial para aquelle fim, bem como para estabelecer hum limite nas povoações, onde não haja demarcação da décima [...] (GLEZER, 2007, p. 65) Na Cidade da Parahyba, o Registro Geral de Terras 3 foi finalizado em 13 de janeiro de 1856, sendo entregue 64 declarações de posses de terras. A maioria dos registros tratava de posses localizadas fora da área de cobrança da décima urbana. Os registros correspondem às possessões situadas nas áreas de Jaguaribe, Mandacaru e sítio Água Fria 4 (Figura 2). Desde meados do século XIX, Jaguaribe torna-se povoado conhecido pelo sítio e pelo rio que davam nome ao lugar. De acordo com o Registro Geral de Terras constava como proprietários do sítio Jaguaribe o Senhor Feliciano José Henriques e sua esposa Dona Anna Joaquina de São José Henriquese aos seus filhos, cujas terras foram apropriadas logo após solicitado pelas autoridades portuguesas documento de posse. No sítio eram mantidas chácaras, roças, criação de animais e árvores frutíferas. O sítio Jaguaribe já vinha sendo alocado para retirantes da seca e algumas partes vendidas para terceiros. Após o falecimento de Dona Joaquina de São José Henriques, mais precisamente em 1912, parte do sítio foi doado à Santa Casa de Misericórdia e aos padres franciscanos e outra parte foi loteada, surgindo assim o primeiro loteamento da Cidade da Parahyba inicialmente destinado a trabalhadores e alocado a alguns pobres provenientes do interior do Estado. A Santa Casa de Misericórdia loteou sua parte do terreno e aforou para os 3 Registro Geral de Terras localizado no livro Apontamentos para a Historia Territorial da Parahyba de autoria de João de Lyra Tavares (1989). 4 Jaguaribe, Mandacaru e Água Fria eram áreas afastadas do perímetro urbano que no período estudado era definido pela área da Décima Urbana e na atualidade constituem bairros. 7

8 operários e trabalhadores do comércio mediante pequenas taxas. Através dessas formas de apropriação, via lotes, surgiu o bairro Jaguaribe com uma paisagem composta de casas simples, com distância lateral e frontal entre as casas e árvores frutíferas (CHAGAS, 2004). Só a partir de 1922, Mandacaru e Água Fria tiveram seus sítios loteados, de acordo com as escrituras do Cartório de Registros Imobiliários Carlos Ulysses, livro N 49 Notas de 17 de Março a 14 agosto 1922, folha 49 e folha 6. No Registro Geral de Terras ainda constavam 19 registros de edificações e terrenos situados nas ruas da Misericórdia, Cadeia, Trincheiras, Direita, Mercez e Nova, no perímetro da cidade (Figura 3; Quadro 1). Os registros predominantes eram de fato de áreas distantes da área delimitada pela décima urbana. Quadro 1: Registro de terras situadas nas ruas principais da cidade 1855 Localização N. de Edificação urbana registrada Rua da Misericórdia 3 Rua da Cadeia 4 Rua da Baixa 1 Rua das Trincheiras 5 Rua Direita 3 Rua Nova 1 Rua das Mercês 1 Rua São Francisco 1 Fonte:Registro Geral de Terras. In: Apontamentos para a Historia Territorial da Parahyba. Organização: Rebeca Maria Aguiar do Nascimento Através da leitura do texto completo dos referidos documentose registros, verificamos que ao informar a posse de determinada parcela do espaço colocava-se como pertencente a todos os membros da família mostrando o caráter hereditário desses bens. Outra característica é a extensão das possessões que eram amplas, tendo o maior terreno medidas de 25 palmos de frente e 157 de fundo, sendo todos estreitos nas larguras e extensos no comprimento, bem característicos do parcelamento e edificações da época. Salientamos que não havia uma padronização de unidades de medidas dos lotes e as informações dos limites eram precárias já que forneciam como orientação outras edificações e por vezes limites físicos, como o rio ou o riacho. Com base nas informações colhidas na descrição do tecido urbano da Cidade da Parahyba, na segunda metade do século XIX, feita por Vidal Filho, a cidade compunhase de casas, dentre elas, 39 sobrados. As ruas da cidade em 1850 não estavam 8

9 todas edificadas, a que apresentava um maior número de edificações no seu trajeto era a Rua das Convertidas (posteriormente denominada Maciel Pinheiro) com 129 edificações. Essa via caracterizava-se por ser uma rua importante para o comércio que se instalava em sobrados de dois ou três pavimentos, sendo o primeiro pavimento o ambiente comercial e os demais pavimentos serviam de moradia para os proprietários. O lugar do trabalho não se separava do lugar da moradia. Outra fonte importante é a Monographia da Cidade da Parahyba do Norte escrita por Vicente Gomes Jardim publicada pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba. Jardim apresenta dados sobre as edificações e as ruas existentes na Cidade da Parahyba referentes ao ano de Acrescentamos que a partir das informações colhidas nos dois trabalhos acima citados, é notório o destaque de algumas ruas da Cidade da Parahyba, dentre elas: a Rua das Convertidas (Maciel Pinheiro), a Rua Barão do Triunfo, a Rua Direita e a Rua Nova (FIGURA 3). As duas últimas são as primeiras ruas abertas na cidade. No quadro 2 identificamos as referidas ruas e o número de edificações das mesmas. Quadro2: Número de Edificações na Cidade da Parahyba por Rua Ano Principais Ruas Direita Nova Maciel Pinheiro Barão do Triunfo Direita Nova Maciel Pinheiro Barão do Triunfo Número de Edificações (casas térreas e sobrados) 123 imóveis 65 imóveis 129 imóveis 35 imóveis 120 imóveis 69 imóveis 177 imóveis 67 imóveis Figura 3: Mapa de localização das principais Ruas da Cidade da Parahyba da segunda metade do século XIX 9

10 Fonte: VIDAL FILHO, F. (1958). JARDIM, V. G. (1910). Organização: Rebeca Maria Aguiar do Nascimento. Até o século XIX as representações cartográficas da Cidade da Parayba são escassas e imprecisas. A primeira planta da Cidade da Parahyba foi solicitada pelo presidente da província Beaurepaire Rohan em 1855, já que a cidade não possuía nenhum tipo de arruamento, ou alinhamento, portanto se fazia imprescindível uma planta da cidade. Ele contratou, então, o engenheiro Alfredo de Barros Vasconcellos para levantar a primeira planta da cidade contendo o alinhamento e a designação das ruas e dos principais prédios. Também era de interesse ter um maior controle sobre a produção da cidade, identificar e registrar as edificações para que pudesse ser devidamente cobrado o imposto predial, por conseguinte, aumentar o rendimento do poder público, investindo 10

11 assim em intervenções no traçado da cidade. As casas eram modestas, obedecendo à arquitetura típica das residências coloniais, sendo baixas, feitas de pedra e cal com o desenho do telhado em duas águas, que em dias de chuva lançava água pluvial nas calçadas, no próprio leito das ruas e no quintal. Alguns sobrados representavam a imponência arquitetônica e o status sócioeconômico de seus proprietários. Os edifícios públicos eram poucos e bastante limitados, carentes e inadequados. Segundo Aécio Villar (1984), a Cidade da Parahyba no final do século XIX tinha o desenho urbano marcado por um traçado tortuoso e descontínuo,com edificações modestas (casebres de palha) e os sobrados que ostentavam através de sua arquitetura,sua imponência e o status socioeconômico de seu proprietário. No final do século XIX, com a implantação das usinas, há a passagem da residência dos proprietários do campo para a cidade. Essa passagem é caracterizada pela implantação das usinas como unidades produtivas de ponta (MAIA, 2001). Na Paraíba, como em todo litoral nordestino, não é a instalação das fazendas de café, mas a passagem do engenho para a usina de açúcar que vai marcar as alterações sócio-econômicas no final do século XIX e inicio do século XX. (MAIA, 2001, p. 90). No âmbito da questão fundiária, mudanças incisivas vão ocorrer a partir do século XIX. Após a independência, há uma indefinição por parte Estado quanto à reformulação da questão da terra no Brasil [...] (MAIA, 2001, p. 85) No Brasil a transformação da terra em mercadoria ocorreu concomitante com o processo de assalariamento no Brasil. Tais processos elucidam a dinâmica imposta tanto pelas transformações econômicas como pela articulação dos interesses da elite agrária brasileira. Entretanto, assinalamos que a conjunturahistórica da formação da Lei de Terras (1850) se estendeu durante longo período de embates. Havia tensões entre o Estado e a classe dominante, conflitos dentro da própria elite brasileira por questões regionais, acrescentando os interesses conflitantes entre o Estado e os capitalistas ingleses.se anteriormente o objeto de renda capitalizada centrava-se no escravo, que não mais existia, necessitava-se de outro objeto que com a consolidação do mercado de terras passa a ser a terra tanto a rural quanto a urbana. A Lei Eusébio de Queiroz legisla contra o tráfico de escravos da África para o Brasil e o Estado adota uma política de imigração de colonos estrangeiros, por compreender a extensa faixa de terras no Brasil como um impedimento para a 11

12 submissão desses trabalhadores livres. Inicia-se um processo de fim do trabalho escravo e da formação dos trabalhadores livres. Apesar da quantidade considerável de residências, o negócio imobiliário nos primeiros anos, após a Lei 601, não teve quantitativamente registros tão consideráveis, devido à pouca dinâmica da cidade e da fragilidade econômica.a parca comercialização de imóveis fica evidenciada nos registros cartoriais. Os documentos mostram que a maior parte dos registros de negociação estava ligada ao grande negócio de escravos ocupando uma posição de destaque diferentemente do que ocorria com o mercado de terras. Gráfico 1: Registros das negociações ( ) Escritura de engajamento Escritura de perfiliação Tipo de Registro Hipotecas de moradias da cidade Escritura de venda de terrenos ao redor da cidade Escritura de venda de moradias da cidade Hipoteca de escravos Escritura de venda de escravos Declaração de liberdade de escravos Números absolutos Fonte: Cartório de Registro Imobiliário Carlos Ulysses. Organização: Rebeca Maria Aguiar do Nascimento O gráfico foi elaborado com base na coleta e na leitura das escrituras do Primeiro livro e do Segundo livro (1864 e 1889) do Cartório de Registro Imobiliário. Alguns termos da época devem ser aqui destacados: escritura de perfiliação trata-se de documento de reconhecimento de paternidade; a escritura de engajamento trata da união matrimonial entre duas pessoas. Os registros cartoriais demonstram que entre 1864 e 1889, a principal mercadoria ainda era o escravo totalizando trinta escrituras de compra e venda, quatro escrituras de hipotecas de escravos e sete declarações de libertação de escravos, somando quarenta e uma escrituras de negociações em que o escravo aparece como 12

13 mercadoria. Já as negociações de terrenos ou de edificações referem-se a: duas escrituras de hipotecas de edificações localizadas no perímetro urbano da cidade; vinte escrituras de compra e venda de imóveis situados na cidade; oito escrituras de compra e venda de terrenos circunvizinhos ao perímetro urbano da Cidade da Parahyba. Ao todo foram trinta transações contidas no primeiro livro cartorial em que a mercadoria consistia de terrenos e edificações na Cidade da Parahyba. Com o advento da República, o Estado tem uma maior participação como agente produtor da cidade, contudo a Igreja não perde seu destaque na paisagem urbana, nem seu patrimônio territorial. O patrimônio territorial das Igrejas confere às mesmas rendimentos para manutenção de seus bens e de suas ações na cidade. Além disso, as ordens religiosas configuravam-se como vetores de ocupação com seus patrimônios imobiliários e fundiários tendo forte relação com os senhores de terra que interferiam nas formas de organização territorial das cidades (FRIDMAN, 1994). Do ponto de vista urbano, as ordens religiosas tiveram um papel importante. Abriram ruas em troca de terras, forneceram água em suas carroças para a população em caso de invasões estrangeiras, ofereceram bois ao Governador para alimento de sua casa e comitiva, foram responsáveis pela educação, pela saúde e pela hospedagem dos romeiros pobres nos hospícios e hospedarias. [...] Além disso, seu patrimônio fundiário e imobiliário, acumulado através de doações de famílias nobres e da Coroa como também de compra, induziu os caminhos da expansão da cidade. (FRIDMAN, 1994, p. 204). Ainda sobre o patrimônio territorial das cidades, é importante discorrer sobre as terras do Conselho Municipal. Conforme Abreu (2010), o rei era o único que tinha o poder de outorgar o título de cidade havendo uma distinção simbólica e política entre as cidades e outros aglomerados urbanos. Distinguiam-se as cidades de outros aglomerados urbanos, pois as mesmas eram sede de governo local, a Câmara/Conselho Municipal representava os poderes legislativo e executivo, esses materializados na paisagem através do pelourinho que simbolizava a presença do monarca e suas leis e uma edificação de destaque. Além disso, as cidades tinham um termo/patrimônio fundiário. Ainda de acordo com Fridman, As cidades ao serem fundadas tinham seu termo e rossio demarcados. O termo, onde se estabeleciam as instituições e as residências, tinha seis léguas em quadra para cada lado fixadas a partir do pelorinho, centro que simbolizava a autonomia municipal. O termo era doado em sesmarias ou em datas a quem requeresse. O rossio era uma reserva de expansão do termo e utilizado pela população na extração de lenha e de madeira para construção, como pasto e como terra de plantio. Eram 13

14 terras livres, áreas destinadas ao uso público no interior do termo. A sua gestão era empreendida pelos vereadores porque parte do rossio e as ruas, conhecidos como logradouro público, pertenciam ao poder público. Essas terras, apesar da legislação, foram apropriadas privadamente em um curto período de tempo. (1994, p. 205). O patrimônio territorial das cidades conferia renda às Câmaras que a dividiam em glebas, promovendo concessões que transferem o direito de uso aos moradores em troca de um pagamento anual. O aforamento dessas terras é um contrato de alienação territorial que distingue a propriedade de um imóvel de acordo com dois tipos de domínio: o domínio eminente e o domínio útil. Ao fazer uso de um contrato enfitêutico, o proprietário de pleno direito não transfere o imóvel integralmente a terceiros; apenas cede a outrem o seu domínio útil, isto é, o direito de utilizá-lo e de nele fazer benfeitorias, retendo para si o domínio direto, a propriedade do solo. Em troca do domínio indireto que lhe é repassado, o outorgado aceita cumprir uma série de condições, entre as quais o pagamento de uma pensão anual (ou foro) ao proprietário do domínio eminente, razão pela qual se transforma em foreiro deste último. (ABREU, 2010, p. 235) O contrato de arrendamento era anulado caso o foro deixasse de ser pago por 3 anos consecutivos e proibia-se ao foreiro fazer qualquer negócio envolvendo a terra sem conhecimento do proprietário direto. Em casos de transmissão do domínio útil por venda das benfeitorias, os contratos garantiam ao detentor do domínio direto o recebimento de um tributo de 2,5% sobre o valor da venda (ABREU, 2010). A escritura de um imóvel localizado na Cidade da Parahyba e datada de 1912 revela esse tipo de negociação que era muito comum naquele período: Seguem-se o conhecimento do imposto de transmissão e recibo de laudêmio que são do teor seguinte: Estado da Parahyba. Exercicio de Rendas Diversas N (...) aquantia (sic) de noventa e seis mil, cento e vinte reis, proveniente do imposto e addicionaes, por quanto, digo addicionaes de um conto de reis, por quanto compra o D. dor Ignacio da Costa Brito, á João Estanilau de Macedo e seus filhos Maximiniano da Cruz Macêdo e sua mulher e D. Roza Viterbo de Macêdo, duas pequenas casas n os 41 á Rua Mãe dos Homens e 21 a Rua do Tambiá desta Cidade, em chãos foreiros. Recebedoria de Rendas da Parahyba, em 2 de setembro de O Thezoureiro Francisco Luis. O Conferente Julio Adalpho de Vasconcellos. Recebi do D. dor Ignacio da Costa Brito, a quantia de vinte e cinco mil reis, proveniente do laudemio de 21/2% sobre 1:000$000 de reis, por quanto compra a João da Cruz Estanislau de Macedo e seus filhos D. Roza Viterbo de Macêdo e Maximiniano da Cruz Macêdo e sua mulher (Escritura de compra e venda data em 1912, Cartório de Registro Imobiliário Carlos Ulysses). 14

15 A Câmara, com o objetivo de aumentar seus recursos, permitiu a venda de seu patrimônio direto passando a pertencer a indivíduos, além disso, em muitos casos ocorreram apropriações indevidas por particulares e muitos dos rossios com o advento do regime republicano se transformaram em praças (ABREU, 2010). A partir de escrituras de imóveis urbanos datadas do início do século XX podemos verificar a importância do patrimônio territorial da Câmara e do patrimônio religioso na Cidade da Parahyba, além do crescente número do patrimônio leigo. No Brasil era comum a transferência definitiva do domínio indireto beneficiando o foreiro, seus herdeiros e sucessores, que assim poderiam ter a posse do uso de determinada gleba para sempre, podendo arrendar para outros (ABREU, 2010). Essa transferência definitiva fez surgir a figura do proprietário de terras urbanas que arrendava ou aforava para outros, e obtinham assim uma renda da terra. Como é possível verificar no gráfico 2, esses proprietários passaram a constar nas negociações envolvendo a terra urbana, nas negociações de compra e venda, venda condicional (dentre elas era comum o aluguel) e o arrendamento, dados que mostram a evidência das negociações dos imóveis que compunham o patrimônio leigo. Gráfico 2: Situação de posse dos terrenos negociados na Cidade da Parahyba ( ) Situação de posse do terreno Terreno Devoluto Chãos arrendados por particulares Chãos foreiros ao Estado Chãos Foreiros as Ordens Religiosas Chãos foreiros a particulares Chãos Próprios Número Absoluto

16 Fonte: Livros 3, 4, 5, 6,7 e 8 de notas do arquivo docartório de Registro Imobiliário Carlos Ulysses Organização: Rebeca Maria Aguiar do Nascimento No gráfico 2, nota-se que apenas duas negociações envolviam edificações cujos terrenos eram de propriedade do próprio vendedor e passaria através de escritura para o adquirente. Outro dado importante é o número de negociações de imóveis urbanos em que a situação de posse do terreno é declarada como foreiros a particulares, assim seus adquirentes deveriam pagar um preço anual por uso do terreno, adquirindo-se nessas negociações apenas a edificação. O patrimônio religioso está registrado em seis escrituras, nestas consta o pagamento de laudêmio anualmente pelos usuários dos terrenos. Uma das congregações religiosas que tinha maior patrimônio territorial na Cidade da Parahyba era a Santa Casa de Misericórdia. Para observarmos a importância da terra para essas congregações e ordens religiosas, vale consultar algumas informações dos relatórios da Santa Casa de Misericórdia da Cidade da Parahyba encontradas no livro de Tombo da referida instituição. Enfatizamos a valorização que tinha o funcionário encarregado de fiscalizar e providenciar a regularização de escrituras, fazer a cobrança do pagamento do foro atrasado e ainda trabalhar nos reparos exigidos pelos gestores para a conservação e embelezamento dos prédios que pertencia à Santa Casa de Misericórdia. Ao mesmo tempo, pelo que consta nos relatórios encontrados no Livro de Tombo da Santa Casa de Misericórdia havia dificuldade para cobrança dos pagamentos em atraso dos foros. Nesses casos procedia-se com chamadas em editais para que os devedores amigavelmente quitassem os seus débitos dentro de prazo estabelecido entre os contratantes. Se mesmo assim persistissem as dívidas empregavam-se os recursos jurídicos. Todavia, em alguns casos, a falta da escritura do contrato impossibilitava que a Santa Casa de Misericórdia exigisse judicialmente o reparo da dívida: É duro este procedimento, mas infelizmente é exigido pelas circumstancias. A Mesa Administrativa teve com muito pesar de recorrer ao despejo judicial de um inquilino despois de esgotados todos os meios amigáveis. A pesar disto, ficou a Santa Casa prejudicada em alguns mezes de aluguel do prédio, pois o inquilino não tinha fiador e nem siquer havia termo de arrendamento do referido predio. (RELATÓRIO DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA, 16

17 1908, p ). Ainda a partir desse relatório, pudemos avaliar a receita financeira da Santa Casa de Misericórdia com os dados relativos ao arrecadado no período de junho de 1907 a maio de 1908 com as rendas provenientes dos imóveis urbanos localizados na Cidade da Parahyba. Apenas com o pagamento dos foros arrecadou-se um conto, seiscentos e oitenta mil, trezentos e cinquenta e sete reis(1.680$357); duzentos e noventa e dois mil reis de pagamento de aluguel de casas (292$000); e a arrecadação de laudêmio de negociações de imóveis,somou seiscentos e vinte um mil quinhentos e cinquenta reis (621$550). Acrescenta-se a essa renda as informações pertinentes à dívida ativa de um conto duzentos e quinze mil seiscentos e sete reis (1. 215$607) de foros de terrenos da Cidade da Parahyba. Para ter uma ideia desses valores arrecadados pela Santa Casa de Misericórdia trazemos os valores de mercadorias como exemplo, os custos dos moradores com o imposto predial e de imóveis situados nas principais ruas da cidade. Para se ter uma ideia dos preços dos imóveis, citamos: Em 1861 Capitão Simplicio Narcizo de Carvalho residente da casa N. 4 situada na Rua Direita (Atual Rua Duque de Caxias) pagou trinta e um mil reis, 31$000 do imposto predial (Jornal O Imparcial, 1861). Um ferro definido como de alta qualidade era vendido por oito mil reis, 8$000, (Artigos Parahybanos, Arquivo do Estado da Parahyba). Em 1907, a casa N. 127 localizada na Rua Visconde de Pelotas, em chãos foreiros a Santa Casa de Misericórdia foi adquirida pelo preço de quatro contos de reis, 4:000$000 (Livro de Escrituras de Imóveis N. 3, Cartório de Registro Imobiliário Carlos Ulysses). Ou seja, com o somatório arrecadado pela Santa Casa de Misericórdia no período de junho de 1907 a maio de 1908 proveniente das rendas dos imóveis urbanos localizados na Cidade da Parahyba dava para adquirir a casa N. 127 na Rua Visconde de Pelotas. Com relação ao preço do ferro de oito mil reis (8$000) é ínfimo se confrontado a qualquer arrecadação da Santa Casa da Misericórdia. Assim, se compararmos com o arrecadado pela instituição com os alugueis de casa no período de junho de 1907 a maio de 1908 que foi duzentos e noventa e dois mil reis (292$000) saberemos que o preço do ferro é 36,5 menor que o arrecadado com os alugueis.outras congregações religiosas tiveram também importância na Cidade da Parahyba dentre elas: Beneditinos, Franciscanos, Jesuítas e Carmelitas. Todas tinham considerável patrimônio imobiliário dentro do perímetro urbano da Cidade da Parahyba. 17

18 No decorrer da primeira metade do século XX, na cidade supracitada, observa-se uma maior circulação de pessoas, mercadorias e dinheiro advindo das altas na produção e comercialização do algodão. Desse modo, a cidade da Paraíba, até inicio do século XX, configurava-se muito mais como ponto de reunião da camada de brancos-senhores, para usar a expressão de Reis Filho, muito embora ali vivessem artesãos, vendedores, carregadores, ex-escravos, soldados, prostitutas, mestiços, que compunha a camada da sociedade de menor prestígio (MAIA, 2001, p. 92). Como Maia (2001) destaca, a morfologia social da cidade começa no inicio do século XX ser mais dinâmica, sendo o processo de urbanização tendo como resultado a vinda e a instalação efetiva da elite rural na cidade o que dinamizou a comercialização das terras urbanas na Cidade da Parahyba. Nas primeiras décadas do século XX, na Cidade da Parahyba, o crescimento demográfico, as intervenções urbanísticas do poder público, as normativas implementadas que visavam o controle, o disciplinamento e o aformoseamento das edificações na cidade, a utilização da terra como aplicação segura para investimentos e a abertura do primeiro loteamento (1912) favoreceram a mercantilização dos imóveis urbanos. Considerações Finais Defendemos no decorrer do presente artigo o espaço é produto histórico e social, portanto, a cidade não é algo dado, pronto e finalizado. Por isso, a defesa da compreensão da história da cidade e do urbano como processual. Murilo Marx (1999) apresenta a cidade com regulamentos que conduzem às atividades, às relações sociais e os comportamentos, portanto, que moldam o convívio dos indivíduos em sociedade. Salienta ainda que esses regulamentos e ou normas são constantemente burladas exprimindo as contradições entre interesses da população. A cidade, a partir desta compreensão pode ser vista também enquanto criação social do embate entre essas normativas e os interesses dos grupos sociais. Com a Lei de Terras de 1850 tem-se a passagem do Sistema de Concessão de terras da Ordem de Cristo em que as concessões de terras se faziam com o domínio da terra relativo para o sistema baseado na compra e venda da propriedade privada que se caracteriza pela propriedade absoluta da terra. Em linhas gerais, com base na análise das escrituras cartoriais da primeira década do século XX, podemos constatar que na Cidade 18

19 da Parahyba o sistema de concessão, via compra e venda, conviveu com as outras formas de concessões dentre elas o aforamento e o arrendamento da terra provenientes do Sistema Sesmarial. Referências Bibliográficas ABREU, M. de A. Geografia Histórica do Rio de Janeiro ( ). Vol. 1, Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio, ABREU, M. De A. Pensando a cidade no Brasil do passado. In: CASTRO, Iná Elias.(Orgs.). Brasil: questões atuais da reorganização do território. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996, p VILLAR, A. In: AGUIAR, Wellington; OCTÁVIO. Uma cidade de quatro século: evolução e roteiro. João Pessoa: Fundação Cultural do Estado da Paraíba. 2º edição,1989. FRIDMAN, Fania. Os donos da terra carioca - alguns estudos de caso. IN: Espaço e Debates. Nº37, FRIDMAN, F. A Propriedade Santa: o patrimônio territorial da Ordem de São Bento na Cidade do Rio de Janeiro. In: Revista Brasileira Geográfica, Rio de Janeiro, 1994, p MARX, Murilo. Cidade no Brasil em que termos? São Paulo: Nobel, GODOY, P. R. T. de. BRAY, S. C. Considerações sobre o espaço urbano no Brasil. In: GERARDI, Lucia Helena. Ambientes. Estudos Geográficos. Unesp: Rio Carlos, Acesso em agosto de Disponível em < MAIA, D. S. Tempos lentos na cidade: permanências e transformações dos costumes rurais na cidade de João Pessoa-PB. São Paulo: 2000 (tese de doutorado em Geografia Humana, Universidade de São Paulo.). MARX, Murilo. Cidade no Brasil em que termos? São Paulo: Nobel, REIS FILHO, Nestor G. Contribuição ao estudo da evolução urbana do Brasil ( ). São Paulo: Livraria Pioneira/Ed. da Universidade de São Paulo, Fontes Consultadas: VIDAL FILHO, F. Nossa capital em In: Revista Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, v. 13, JARDIM, Vicente Gomes. Monographia da Parahyba do norte. In: Revista Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, v. Nº 2, Livros 3 e Livro 4 do arquivo docartório de Registro Imobiliário Carlos Ulysses RELATÓRIO DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA, 1908.Nestor Filho (1968), 19

20 VIDAL FILHO, F. Nossa capital em Revista Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, v. 13, JARDIM, Vicente Gomes. Monographia da Parahyba do norte. Revista Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, v. Nº 2, (Escritura de compra e venda data em 1912, Cartório de Registro Imobiliário Carlos Ulysses). Livros 3 e 4 do arquivo docartório de Registro Imobiliário Carlos Ulysses (RELATÓRIO DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA, 1908, p ) 20

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