CÂMARA MUNICIPAL DE ÉVORA
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- Ana Beatriz Bernardes Franco
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1 CÂMARA MUNICIPAL DE ÉVORA DIVISÃO DE DESPORTO DOCUMENTO DE ORIENTADOR CENTRO DE FORMAÇÃO DESPORTIVA BASQUETEBOL Técnico Desporto: Jorge Vicente ÉVORA, 2008
2 ÍNDICE ÍNDICE... 2 INTRODUÇÃO CENTROS DE FORMAÇÃO DESPORTIVA CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ALVO PROGRAMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TREINO Programa Anual de Treino Programa Mensal Programa de Unidade de Treino Processo de Treino a Longo Prazo Estruturação do Processo de Treino a Longo Prazo Formação Geral de Base Treino de Jovens Competências a Desenvolver Estratégias Psicopedagógicas PROGRAMAÇÃO E IMPORTÂNCIA DA COMPETIÇÃO PARA A EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE TREINO Competição e Desenvolvimento sistemático da Performance A competição como meio de treino eficaz Planeamento do Centro de Formação em BASES DA BIOLOGIA DESPORTIVA NO TREINO DAS CRIANÇAS Desenvolvimento das Capacidades Motrizes Fundamentais Treino da Força nesta Faixa Etária: Treino da Resistência nesta Faixa Etária: Treino da Velocidade nesta Faixa Etária: Treino das Capacidades Coordenativas nesta Faixa Etária: Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 2
3 6. DETECÇÃO E ENCOROJAMENTO DO TALENTO DESPORTIVO NAS CRIANÇAS A detecção do talento e das aptidões desportivas CENTRO DE FORMAÇÃO DE BASQUETEBOL Treino da Técnica Desportiva Etapas de Aprendizagem Técnica Fases de Aprendizagem do Treino da Técnica Objectivos Específicos Propostas de Exercícios AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE DESENVOLVIDA BIBLIOGRAFIA Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 3
4 INTRODUÇÃO O Programa JOGAR MAIS, vem no prosseguimento do Programa JOGAR, que funciona no âmbito das Actividades de Enriquecimento Curricular. O processo didáctico surge com o objectivo de dar-mos a conhecer às crianças um maior número de modalidades possíveis, bem como as especifidades de cada uma para a construção de um repertório motor mais valorizado e enriquecido. A abertura nos processos de ensino, de aprendizagem e de prática do desporto é ditada pela preocupação de transmitir a todos as crianças qualificações e competências fundamentais, recorrendo para tanto a diversidade, variedade, criatividade e fantasia nas formas de abordagem. Em resumo esta abertura pedagógico-didáctica não subentende qualquer atitude de reserva em relação ao ensino das modalidades desportivas, antes procura concretizar três ideias principais: Ultrapassar o entendimento restrito de cada modalidade desportiva, enriquecendo-o com a latitude de perspectivas da evolução presente e futura do desporto e relacionando-o com novos conteúdos e formas de organização de movimento, jogo e desporto; Corresponder às necessidades insuficientes resultantes, das condições de vida das crianças, estabelecendo os elementos e fundamentos de um repertório motor imprescindível à afirmação de uma capacidades de aprendizagem desportiva abrangente; Contemplar o leque de interesses e motivações, encorajando e capacitando, com soluções diferenciadas, para um relacionamento afectivo e inteligível com as práticas desportivo-motoras, para uma aquisição e expressão individuais da competência desportiva. O Programa JOGAR MAIS, tem Centros de Formação Desportiva, fora do contexto escolar e com um conjunto de objectivos, bem definidos e de importância extrema para o desenvolvimento desportivo do concelho. Estes Centros de Formação Desportiva, procuram complementar a actividade de sensibilização à actividade física proporcionada nas escolas, pretende também ir ao encontro das necessidades e motivações desportivas específicas de cada criança, proporcionando-lhe as condições desejáveis para o início de um novo ciclo desportivo. Com o novo modelo de intervenção nas escolas, as crianças têm acesso a um conjunto de modalidades, tendo como Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 4
5 finalidade a iniciação à prática da modalidade e despistar possíveis praticantes da mesma. Ao terem acesso às diversas modalidades leccionadas pelos monitores, irão ter a possibilidade de escolher aquela para a qual têm maior apetência e que gostariam de praticar regularmente. Assim, será também da responsabilidade de cada monitor conseguir cativar as crianças a participarem neste programa, bem como já foi referido, despistar algumas que revelem já nestas idades, mais talento e capacidades de praticar uma ou outra modalidade. O presente documento é destinado a todos os coordenadores dos centros, é um documento mais direccionado para o treino e para o desenvolvimento das competências básicas e específicas da criança em cada modalidade. Foi elaborado pelos técnicos da Divisão de Desporto, e vai de encontro às perspectivas e finalidades da Câmara Municipal de Évora, no que diz respeito ao desenvolvimento desportivo e sensibilização para a prática desportiva. (Nota: Adaptado do Documento Orientador 2006 do Prof. Óscar Tojo Técnico da Div. Desporto da C.M.E.) Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 5
6 1. CENTROS DE FORMAÇÃO DESPORTIVA Hoje em dia as cidades, ruas e praças são cada vez menos compatíveis com os jogos e brincadeiras das crianças, mas cada vez mais compatíveis com o automóvel e com a ofensiva do betão. Por outro lado as crianças copiam de muitos adultos e da televisão os seus comportamentos de consumo do tempo, reduzindo actividades motoras a índices preocupantes. Deste modo ficam por realizar experiências e operações motoras fundamentais, afectando o repertório de habilidades e capacidades. A alteração das condições de vida das crianças provoca obviamente modificações intra e inter individuais nos seus interesses, inclinações, hábitos e apetências. O que implica problemas de motivação, de instabilidade e individualização de interesses em relação ao desporto em geral e a cada modalidade desportiva em particular. O desporto é assim, chamado a cumprir uma função de compensação e recuperação, pelo que as modalidades desportivas prestam um serviço que transcende, nos seus objectivos, conteúdos, métodos, espaços e materiais, os limites habituais e naturais noutras circunstâncias. Conscientes de que a realidade desportiva do país, expressa por número de praticantes extremamente baixo, obrigam à tomada de medidas globais e concertadas, estamos a avançar cautelosamente, mas com segurança, para a tomada de medidas que venham a contribuir para uma melhoria da situação do Desporto, quer no Sistema Educativo, quer no Sistema Desportivo. Ora os Centros de Formação encerram em si mesmo conteúdos e objectivos próprios tão específicos, nomeadamente, os da promoção da saúde para um desenvolvimento e crescimento harmonioso e equilibrado (somente esta área tem esta virtualidade), bem como o da prevenção de comportamentos desajustados, integração social, respeito pelas regras, pelos outros e por si próprio, de superação, compreensão e aceitação dos outros, em suma, para o desenvolvimento de um conceito de cidadania. Para não falar dos objectivos operacionais inerentes a cada modalidade/centro. Assim e tendo em conta esta realidade, o Programa JOGAR MAIS apresenta os seguintes objectivos gerais: Desenvolver o gosto pela prática da Actividade Física e Desporto; Diversificar a oferta desportiva do Concelho; Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 6
7 Proporcionar prática desportiva sem custos, para todos indivíduos do escalão etário a que se destina; Ocupar os tempos livres de uma forma saudável; Desenvolver e continuar a prática das modalidades desportivas no 1º ciclo; Colmatar as insuficiências resultantes do estilo de vida cada vez mais sedentário das crianças, procurando estimular e enriquecer o seu reportório motor; Fomentar o processo de iniciação Desportiva como uma etapa fundamental no processo de formação do praticante desportivo; Possibilitar a aquisição, nos momentos certos (períodos críticos), de habilidades e competências motoras essenciais para p futuro pessoal e desportivo dos jovens; Envolver e incentivar as Associações Desportivas, para que no futuro criem núcleos/grupos destas modalidades, que lhes permitam a posteriori enveredar pela vertente federada. Incentivar à prática de modalidades desportivas com menor capacidade de mobilização; É importante reforçar que a acção dos coordenadores de cada Centro Formação Desportiva, em cada Escola do concelho, torna-se essencial e de extrema importância para cativar e sensibilizar as crianças a integrarem os mesmos. Assim, deverão os coordenadores ser os próprios a desenvolver estratégias de divulgação e sensibilização, com organização de actividades e iniciativas de promoção, de forma a aumentar o número de participantes no Centro de Formação Desportiva da Modalidade. Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 7
8 2. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ALVO Tendo o Programa JOGAR uma intervenção dirigida à população das escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico, é de todo pertinente que o monitor se acerque das particularidades desenvolvimentais desta população, para que possa desenvolver uma metodologia de trabalho adequada às suas características e, assim, atingir os objectivos previamente delineados. Durante o escalão etário dos 6/7 aos 10/11 anos, no qual se inscreve a população alvo em questão, ocorre a fase mais crucial dos processos de crescimento do sistema nervoso e do desenvolvimento motor. Neste último, a criança aperfeiçoa progressivamente as suas acções, nomeadamente ao nível da rapidez e precisão, como também é capaz de acompanhar o aumento de complexidade das tarefas. Verifica-se também a consolidação da adaptação às estruturas espaciais e temporais, o que permite à criança melhorar a coordenação das suas acções e uma maior segurança na realização dos movimentos. Outra aquisição característica desta fase é a capacidade de diferenciação das diferentes partes do corpo, sendo que o ganho de consciência corporal permite à criança ter comportamentos socialmente mais ajustados. Em termos morfológicos, segundo Pacheco (2001) a criança poderá ser considerada como um Mosaico, que possui mais de 1500 cartilagens em período de crescimento, que se irão posteriormente transformar nos cerca de 208 ossos que todos nós possuímos na idade adulta, havendo por isso que ter alguns cuidados nas cargas a ministrar nas sessões de ensino. É, no entanto, necessário entender que as características que se descrevem para uma determinada idade, nem sempre têm uma correspondência absoluta com a realidade. Isto porque pode haver diferentes formas de expressão e de envolvimento durante a infância e também porque nem sempre a idade cronológica (o número de anos e dias de vida decorridos após o nascimento) corresponde à idade biológica (a maturidade geral do organismo, do sistema hormonal, do esqueleto, determinado neste caso, pelo grau de ossificação da estrutura óssea) da criança. Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 8
9 Passamos a enumerar algumas características predominantes: Boa capacidade de aprendizagem dos exercícios e dos objectivos a atingir; Possuem o gosto pelo movimento, pelo jogo e pelas actividades físicas; Fraca capacidade de atenção à informação que lhe queremos fornecer; Fraca possibilidade de integração e de retenção de conteúdos, se os mesmos não forem sistematizados; Boa capacidade de imaginação; Impera o pensamento concreto e o pensamento centrado em si; Gostam de ser o centro das atenções, atraindo para si as atenções do professor e colegas; Constituição física equilibrada e harmoniosa; Boa predisposição para o desenvolvimento de flexibilidade, capacidades coordenativas e lateralidade. Quadro I Características das Crianças entre os 6 e os 10 anos (adaptado de Pacheco, 2001) Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 9
10 3. PROGRAMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TREINO Para que um processo de treino seja eficaz, é preciso não apenas prever-lhe a forma, mas também a programação a longo prazo, a estruturação e avaliação fundamental. 3.1.Programa Anual de Treino O programa anual do treino indica a estruturação do trabalho no desportista ou do grupo de desportistas no espaço de um ano. Ele concretiza, portanto, o programa plurianual para o ano corrente. Contém: A definição dos diferentes objectivos e pontos importantes no decorrer do ano; A programação das cargas de treino, metodologia aplicada e conteúdos das sessões; O diagnóstico com caracter previsional da performance; O programa de aproximação à competição, estando nele contidas as fases de preparação e as competições-testes; O programa de avaliação. No Programa Jogar Mais, o planeamento ocorre durante o ano lectivo em causa, sendo a planificação elaborada Setembro a Junho cumprindo com as interrupções lectiva, organizando o plano de actividades para o respectivo período. Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 10
11 3.2.Programa Mensal O programa de treino mensal, denominado também como microciclo ou como programa operacional, indica a programação de sequências de treino de vários dias, podendo ir até uma semana. Ele contém, por um lado, a definição da carga de treino para a semana e, por outro lado, a sucessão de variação de tarefas principais no interior das unidades de treino. Por conseguinte, ele mostra também os dias em que as cargas superiores ou inferiores devem ser programadas e a ordem pela qual devem intervir os métodos e conteúdos de treino. O Coordenador Modalidade deverá periodizar em função do mês em causa tendo em conta 2 sessões semanais. 3.3.Programa de Unidade de Treino O programa de unidades de treino encerra a indicação concreta da estruturação de cada sessão de treino, precisando os objectivos individuais da carga, assim como os métodos, os conteúdos e os meios necessários para a sua realização. Ele fornece indicações sobre a estruturação do programa de aquecimento, do ponto forte da sessão e do fim do treino, como por exemplo uma pequena marcha de descanso ou outras medidas de recuperação; Estruturação de uma Unidade de Treino - A sessão de treino representa a mais pequena unidade na totalidade do processo de treino; o seu conteúdo, a sua forma, a sua periodicidade e a sua organização constituem um todo. A unidade de treino desenvolve factores físicos da performance, as competências técnicas e tácticas, as disposições e os comportamentos desportivos específicos da modalidade desportiva em questão. Na prática, demonstrou-se ser produtivo dividir a sessão de treino em três fases sequenciais: fase preparatória, fase principal e fase terminal. Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 11
12 Diferentes modalidades de programação de uma Sessão de Treino Fase Preparatória Fase Principal Fase Terminal Conteúdo dos exercícios e objectivos; Métodos observações; Estipular situações pedagógicas; Preparação organismo; Exercícios estímulo inicial. Controlo vestuário aparelhos desportivos; do de do e Começar a sessão a horas; Melhoramento do estado de treino; Exercer reforçar desenrolar movimento; e o do Preparação da competição. Intervenções, assimilação e reforço dos conhecimentos das capacidades e das habilidades; Acalmar o organismo ou trabalhar novamente os pontos importantes; Interpelar as sensações (experiência do sucesso); Conclusões pedagógicas positivas. Exercícios relaxamento, etc; de jogos, Retorno à calma do organismo após exercícios intensos; Escolha da Matéria; Esforço Definição objectivos tarefas; de de Exercícios simples e diversificados; (exercícios de base; jogos); Dar atenção à passagem para a parte seguinte; Cargas de trabalho crescentes Resolver consequentemen te os exercícios e os objectivos parciais; Considerar a compatibilidade dos esforços; Fazer avançar a sua própria educação; Cargas elevadas Arrumar os exercícios e a sessão de treino (avaliação e reconhecimento); Conclusão do exercício ou da unidade de treino; Cargas Elevadas Duração 10-15min 35-45min 5-10min As sessões do Centros de Formação Desportiva, deverão ter uma duração mínima de 50 minutos até uma 1h 10m no máximo de prática efectiva. Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 12
13 3.4.Controlo e Avaliação do Treino Distinguimos o controlo imediato e o controlo diferido. O controlo imediato efectua-se no seguimento de uma única sessão de treino cuja eficácia se deseja verificar; O controlo diferido diz respeito à análise do efeito interactivo de um certo número de sessões que, geralmente, formam um bloco de treino (período de treino, treino de um ano inteiro). A ligação entre o controlo imediato e o controlo diferido, ou seja, entre o controlo detalhado e o controlo mais complexo, é particularmente significativo, visto que os efeitos de uma sessão ou de um bloco de treino não são efectivamente conhecidos a não ser ao fim de um certo período de tempo. As sessões devem ser definidas de acordo com blocos programáticos que se pretendam envolver na aprendizagem. 3.5.Processo de Treino a Longo Prazo A prática desportiva demonstra cada vez mais claramente que as mais elevadas performances desportivas só podem ser atingidas se as bases necessárias para esse efeito tiverem sido adquiridas desde a infância e adolescência. Isto supõe uma programação sistemática do processo de treino a longo prazo. Para a programação do processo de treino a longo prazo, os elementos decisivos são, por um lado, a programação a longo prazo das condições de evolução da performance e, por outro, a definição das etapas necessárias no tempo, em função da idade performance máxima e das condições gerais de preparação a longo prazo para o desenvolvimento de performances ideias. Pretende-se que a evolução surja com base numa sequenciação sistemática e regular de aulas a longo prazo. Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 13
14 3.5.1.Estruturação do Processo de Treino a Longo Prazo O processo de treino a longo prazo está muito em geral dividido em diferentes sequências, apresentando cada uma objectivos, métodos e conteúdos relativamente independentes e uma organização adaptada a uma determinada faixa de idade. O objectivo do processo de treino a longo prazo é o aumento progressivo das exigências do treino, ou seja, o melhoramento contínuo da capacidade de performance desportiva. Esta capacidade de performance desportiva depende das capacidades físicas, psíquicas, técnicas, tácticas e intelectuais. Para chegar, dentro do conjunto destas componentes parciais da capacidade de performance desportiva, ao mais alto nível possível, é preciso que o processo de treino seja programado judiciosamente. Aumentar a complexidade ao longo do período anual para que ocorra aprendizagem. 3.6.Formação Geral de Base A formação geral de base é a sequência (etapa) de encorajamento dos talentos. Designámo-la também de «treino motor de base» e ela corresponde sobretudo ao desenvolvimento das capacidades de coordenação. O essencial é a ocorrência da aprendizagem de habilidades e de combinações motoras simples, adaptadas ao estádio de desenvolvimento respectivo, que serão o «veículo» do melhoramento progressivo das capacidades de coordenação em particular a capacidade de equilíbrio, capacidade de ritmo, a capacidade de reactividade, a capacidade de diferenciação muscular, a capacidade de orientação no tempo e no espaço, a capacidade de correlação e a de adaptação. A formação geral de base deve fixar as exigências (diversas e variadas) adaptadas à idade e deve desenrolar-se numa atmosfera feliz para permitir o enriquecimento sistemático do repertório motor e acumulação mais diversas Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 14
15 experiências motoras e psíquicas. Para certas categorias de idade, a aprendizagem pode efectuar-se apenas de forma lúdica. É preciso respeitar, desde esta etapa, o princípio da progressividade das cargas: o aumento da complexidade dos movimentos e dos encadeamento motores, o aumento da velocidade de movimento e da precisão do movimento melhoram não apenas capacidades de performance coordenativa, mas também aumentam a capacidade de aprendizagem motora pela aquisição de uma grande quantidade de «rotinas motoras». As rotinas base transversais a todas as modalidades deverão estar sempre presentes. Crianças e Adolescentes Treino Base Geral de Treinos de Sensibilização para Actividade Desportiva Jogar Júnior; Jogar; Práticas informais; Treino de Aprendizagem Treino de Base Treino Intensivo Jogar Mais; Actividade no Clube; Treino de transição Competição; Actividade no Clube; Treino de Alta Performance Treino Aperfeiçoamento de Actividade nas Associações/Federações; Competição; Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 15
16 3.7.Treino de Jovens CÂMARA MUNICIPAL ÉVORA DIVISÃO DE DESPORTO O objectivo do treino dos jovens é, antes de mais, a detecção das qualidades específicas e das capacidades de desenvolvimento individual na modalidade desportiva considerada. A utilização de indicações específicas de uma modalidade desportiva desempenha, nesta ocorrência, um papel importante. No que diz respeito por exemplo ao Treino de Base tem como objectivos os seguintes pontos: Uma formação de base polivalente orientada para uma modalidade desportiva; O emprego de métodos e de conteúdos de treino polivalentes, inscrevendo-se no âmbito da formação geral; A aquisição de capacidades técnicas fundamentais, por exemplo de um importante repertório de capacidades motoras de base; Competências a Desenvolver O contributo da educação psicomotora constitui um elemento fundamental para o desenvolvimento da inteligência, da afectividade e da personalidade da criança, uma vez que não só lhe permite ganhar consciência do seu corpo e do mundo que a circunda, como também lhe providencia o espaço para os seus primeiros contactos sociais dentro de um grupo, que auxiliam o desenvolvimento da sua espontaneidade, criatividade e responsabilidade (Dominguez, et al., 1999). Por outro lado, o desenvolvimento físico da criança atinge estádios qualitativos que precedem o desenvolvimento cognitivo e social. Assim, a actividade física educativa oferece aos alunos experiências concretas, necessárias às abstracções e operações cognitivas inscritas nos Programas de outras áreas, preparando os alunos para a sua abordagem ou aplicação. Estas evidências justificam a importância crucial desta Área Curricular no 1º Ciclo, como componente inalienável da Educação. As actividades lúdicas e pré-desportivas assumem assim importância fundamental como veículo de desenvolvimento da criança, entendido num processo integral e harmonioso. Resumidamente, podemos considerar três Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 16
17 grandes domínios do desenvolvimento: o cognitivo, o sócio-afectivo e o psicomotor: Domínio Capacidades a desenvolver Coordenação motora global; Execução de elementos e gestos técnicos e tácticos específicos a cada modalidade; Resistência geral; Psicomotor Flexibilidade e agilidade; Ritmo; Controlo da orientação espacial; Velocidade de reacção simples e complexa de execução de acções motoras básicas e de deslocamento; Equilíbrio dinâmico em situações de voo, de aceleração e de apoio instável e/ou limitado; Auto-estima; Auto-confiança; Motivação intrínseca; Respeito pelo próximo; Sócioafectivo Cooperação; Responsabilidade; Cordialidade e auto-controlo; Interpretação correcta dos exercícios realizados; Compreensão, aplicação e cumprimento de regras; Cognitivo Realização de forma correcta das componentes críticas de cada exercício; Expressão oral com correcção de alguns elementos da actividade; Utilização destas aprendizagens noutras áreas curriculares; Quadro II: Identificação de algumas capacidades a desenvolver nos domínios psicomotor, sócio-afectivo e cognitivo. Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 17
18 Porque a criança é uma totalidade, personalidade complexa que se desenvolve de forma integrada, global, a intervenção do monitor processa-se de forma sistemática, interagindo em qualquer dos domínios. A riqueza de estímulos e vivências diversificadas, devem reforçar todas as dimensões possíveis dos três domínios de aprendizagem, potenciando-se umas às outras (Matos, 2000). Orientada neste sentido, a intervenção do monitor deve desenvolver-se de forma estruturada, procurando em cada momento o desenvolvimento de capacidades concretas, que assegurem no final do processo a aquisição de um conjunto de competências fundamentais Estratégias Psicopedagógicas Segundo Coelho (2004), apesar da preparação psicopedagógica dos técnicos desportivos ser um instrumento fundamental e indispensável à acção e intervenção dos mesmos no processo desportivo, verifica-se que os insucessos obtidos pelos técnicos no exercer das suas funções e cumprimento dos seus objectivos, em geral, são justificados por carências psicopedagógicas (estratégias desajustadas do contexto de intervenção). Posto isto, apresentamos em seguida ALGUMAS sugestões de estratégias psicopedagógicas a que o monitor poderá recorrer no decurso da sua actividade (Buceta, 2001; Martens, 1999). Motivação Providenciar um clima de trabalho agradável, em que predominem actividades estimulantes e interessantes; Programar tarefas concretizáveis e exigências adequadas ao nível das capacidades dos alunos, salvaguardando uma aprendizagem gradual e diferentes ritmos de progressão; Utilizar diferentes materiais e exercícios que pressuponham tanto o trabalho em grupo como individual; Proporcionar aos alunos experiências de êxito e ajudá-los a atribuir o sucesso às suas próprias capacidades, à sua competência; Centrar o elogio no esforço, empenho e progresso conseguidos pelos alunos, ao invés dos resultados propriamente ditos; Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 18
19 Elogiar imediatamente a seguir à apresentação de um comportamento desejado; Reforçar continuamente os alunos no início da aprendizagem de conteúdos novos e, numa fase mais avançada, atribuir o reforço de forma intermitente; Abordar positivamente os aspectos a corrigir, destacando primeiramente um aspecto positivo evidenciado pelo aluno, em seguida o que se pretende corrigir e, por último, novamente o reconhecimento de um aspecto positivo. Comportamento Equilibrar a intervenção estruturada e proposta pelo monitor e a participação dos alunos nos processos de tomada de decisão, atendendo ao seu nível de maturidade; Reconhecer que a superação dos erros é alcançada com o tempo, que permite uma melhor assimilação e domínio da informação recebida, e que os mesmos são inerentes ao processo formativo dos alunos; Complementar uma explicação com a respectiva demonstração, executada pelo monitor ou pelos alunos, por forma a consolidar a explicação e os critérios de êxito da tarefa; Ser activo nos deslocamentos no espaço de aula para que os alunos possam ser adequadamente supervisionados, garantindo aspectos de segurança, rentabilização do tempo de aula e prevenção de comportamentos menos correctos; Observar como os alunos actuam para que o monitor se certifique se a explicação foi compreendida e, em caso contrário, interromper o exercício e explicar de novo; Explicar, em caso de realização incorrecta de uma tarefa, onde o aluno procedeu mal, como o deve corrigir e oferecer-lhe uma nova oportunidade de realização da tarefa, ao invés de o repreender; Centrar a atenção no progresso dos alunos mais do que nos seus aspectos deficitários, destacando sempre os aspectos de evolução; Distribuir a atenção por todos os alunos; Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 19
20 Providenciar aos alunos um feedback descritivo e avaliativo, para que saibam como estão a executar uma determinada tarefa, o que necessitam de melhorar e como; Dar prioridade à aprendizagem e execução dos exercícios propostos e só depois deixar o aluno fazer o que mais gosta; Comunicação Apresentar de forma clara, precisa e sucinta as tarefas e os seus objectivos Estabelecer regras de funcionamento da tarefa e as consequências do seu não cumprimento; Permitir que os alunos pensem por si mesmos, ao invés de ser o monitor a dizer sistematicamente o que deverão fazer em cada momento; Apropriar comportamentos verbais e não verbais, como sendo o olhar para os alunos quando falamos com eles, utilizar um tom e volume de voz adequados, etc.; Utilizar o questionamento como método de ensino, quer na fase principal quer na final, de forma a verificar os conhecimentos/aquisições dos alunos. Organização Utilizar tarefas que se relacionem com aprendizagens anteriores; Consciencializar os alunos para a necessidade de se disporem em U, sempre que o monitor dê qualquer tipo de instrução; Fazer com que todos os alunos participem na arrumação do material. Quadro III: Sugestões de algumas estratégias psicopedagógicas a que o monitor poderá recorrer no decurso da sua actividade. Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 20
21 4. PROGRAMAÇÃO E IMPORTÂNCIA DA COMPETIÇÃO PARA A EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE TREINO A performance individual máxima só pode ser atingida pela utilização adequada de todas as categorias de exercícios, isto é, no momento certo, na medida ajustada e com a intensidade própria. As competições desportivas são importantes sob várias perspectivas. Elas servem para o desenvolvimento sistemático da performance, para o melhoramento do estado de treino do desportista, para a verificação do estado de performance desportiva, para atingir uma boa concretização do plano e permitem controlar a eficácia do treino. 4.1.Competição e Desenvolvimento sistemático da Performance De um modo geral, a competição desportiva pratica-se em interacção com o treino. A competição e o treino constituem uma unidade. O treino sem a competição perde o seu valor para o desportista, dado que o treino é a preparação para o sucesso em competição. De um ponto de vista metodológico pedagógico e didáctico, temos necessidade não só de uma teoria de treino, que vise a optimização da capacidade da performance, mas também de uma teoria da competição. Assim, é necessário aquando da realização dos convívios com cariz mais competitivo respeitar os seguintes pontos: Uma sucessão de competições judiciosa; Um número de competições adequado; Um nível de competição correspondente ao nível de preparação; O jovem desportista deve poder provar a sua capacidade, as técnicas e comportamentos que adquiriu; O jovem desportista deve participar em competições nas diferentes disciplinas da sua modalidade desportiva e de outras modalidades (pluridisciplinar); As competições devem desenvolver-se ao longo do ano e ao longo de todas as fases do treino. As competições devem ser organizadas no interior dos grupos de treino e entre grupos de treino com mesmo nível de performance. Documento Orientador Centro de Formação Desportiva Mini Ténis 21
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