VIGILÂNCIA SANITÁRIA
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- Raíssa Garrido Mirandela
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1 VIGILÂNCIA SANITÁRIA Giselle Freitas Nutricionista CRN 576 Especialista em Saúde Pública USP Especialista em Consultoria Alimentar e Nutricional UFG Fiscal de Saúde Pública SMS Goiânia-GO
2 NOÇÕES BÁSICAS SOBRE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ORIGEM: Europa - séc. XVII e XVIII Brasil - séc. XVIII e XIX, com o surgimento da noção de polícia sanitária. FUNÇÕES: regulamentar o exercício da profissão; combater o charlatanismo; exercer o saneamento da cidade; fiscalizar as embarcações, os cemitérios e o comércio de alimentos. OBJETIVO: vigiar a cidade, evitando propagação de doenças.
3 Gripe de 1918 ou Gripe Espanhola) pandemia do vírus influenza
4 História da Vigilância Sanitária no Brasil Brasil a polícia sanitária, que é a prática mais antiga da saúde pública, surge na época em que vigorava a teoria dos miasmas (sec. XVIII). Final do sec. XIX e início do sec. XX - reestruturação da vigilância sanitária impulsionada pelas descobertas nos campos da bacteriologia e terapêutico (período da I e a II Grandes Guerras).
5 Campanha Sanitária contra a Febre Amarela Distritos sanitários chefiados por delegados da saúde Rio de janeiro
6 História da Vigilância Sanitária no Brasil A partir de 1945 (após a II Guerra Mundial) - crescimento econômico, movimentos de reorientação administrativa ampliam as atribuições da vigilância sanitária Destaques: planejamento centralizado e participação intensiva da administração pública no esforço desenvolvimentista.
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8 História da Vigilância Sanitária no Brasil Década de 80 - crescente participação popular e de entidades representativas de diversos segmentos da sociedade concepção vigente de vigilância sanitária. Teorias sistêmicas e do planejamento SISTEMAS DE VIGILÂNCIA À SAÚDE controle do conceito de defesa da cidadania, do direito do consumidor, ou seja, complexo de atividades concebidas para que o Estado cumpra o papel de guardião dos direitos do consumidor e provedor das condições de saúde da população.
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10 O que é Vigilância Sanitária? Conjunto de ações que visam proteger a saúde; Sistema que interfere sobre os problemas sanitários para prevenir, diminuir ou eliminar riscos e danos à saúde.
11 Quais os objetivos da Vigilância Sanitária? Melhoria da qualidade de vida proteção, promoção e defesa da saúde individual ou coletiva. Qual a importância da Vigilância Sanitária? Para a Democracia: cidadania, ética e justiça. Para a Economia: agrega valor aos produtos e serviços; Sinaliza e orienta a produção; Projeta o país quanto à qualidade e o cuidado com a saúde pública.
12 PARA O SUS: Poder normativo e fiscalizatório dos serviços contratados/ conveniados; Qualidades dos produtos e insumos consumidos; Requisito para a plena implantação do SUS - presente no processo de habilitação dos municípios e estados; Comunicação com a sociedade e promoção à saúde - ação educativa e punitiva.
13 Quem é responsável pelas ações de Vigilância Sanitária? Estado -competência exclusiva pela sua natureza de intervenção reguladora; Questão de responsabilidade pública Dever dos cidadãos, trabalhadores da saúde, produtores, prestadores de serviços públicos e privados. Quais os órgãos responsáveis pela Vigilância Sanitária no Brasil? Governos Federal, Estaduais e Municipais -atuam como órgãos normatizadores, controladores, reguladores e fiscalizadores. Essas ações devem ocorrer de forma integrada, através de um sistema nacional.
14 Órgão Federal ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Normatização das ações. Órgãos Estaduais e Municipais Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde desenvolvimento das atividades de vigilância sanitária.
15 Dimensões inerentes à prática de Vigilância Sanitária: A. Política: prática de saúde coletiva, de vigilância da saúde; instrumento de defesa do cidadão; campo de conflito de interesses - prevenir ou eliminar riscos interfere no modo de produção econômicosocial. B. Ideológica: vigilância deverá responder às necessidades determinadas pela população; enfrenta os atores sociais com diferentes projetos e interesses.
16 C. Tecnológica: Necessidade de suporte de várias áreas do conhecimento científico, métodos, técnicas; Requerem uma clara fundamentação epidemiológica para seu exercício; Função de avaliadora de processos, de situações, de eventos ou agravos, com julgamentos a partir da observação ou cumprimento de normas e padrões técnicos e de uma conseqüente tomada de decisão.
17 D. Jurídica: Difere das demais práticas coletivas de saúde, pelo seu papel de polícia e pela sua função normatizadora; Proteção à saúde da população desde sua ação educativa e normativa até recomendações, obrigatoriedades e punição; Base é o Direito Sanitário - ações embasadas em leis; Conhecimento dos instrumentos processuais, das atribuições legais e responsabilidades.
18 CAMPO DE ABRANGÊNCIA DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA Definição atual da Vigilância Sanitária: campo de abrangência vasto e ilimitado; pode intervir em todos os aspectos relacionados à saúde dos cidadãos; composto por dois subsistemas, subdivididos.
19 CAMPO DE ABRANGÊNCIA DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA SUBSISTEMAS: I Bens e serviços de saúde Subsistema de produção de bens de consumo e serviços de saúde, que interferem direta ou indiretamente na saúde do consumidor ou comunidade. II Meio ambiente Subsistema que se refere ao conjunto de elementos naturais e daqueles que resultam da construção humana e suas relações sociais.
20 I Bens e Serviços de Saúde 1. Tecnologias de alimentos: referentes aos métodos e processos de produção de alimentos necessários ao sustento e nutrição do ser humano. 2. Tecnologias de beleza, limpeza e higiene: relativas aos métodos e processos de produção de cosméticos, perfumes, produtos de higiene pessoal e saneantes.
21 I Bens e Serviços de Saúde 3. Tecnologias de produção industrial e agrícola: referentes à produção de produtos Agrícolas, químicos, drogas veterinárias, etc. 4. Tecnologias médicas interferem diretamente no corpo humano, na busca da cura da doença, alívio ou equilíbrio da saúde; Compreendem: medicamentos, soros, vacinas, equipamentos médicohospitalares, cuidados médicos e cirúrgicos; organizações de atenção à saúde atendimento direto ao paciente; suporte diagnóstico, terapêutico; prevenção ou apoio educacional.
22 I Bens e Serviços de Saúde 5. As tecnologias do lazer: processos e espaços onde se exercem atividades não-médicas, mas que interferem na saúde dos usuários. Locais - Centros esportivos, cabeleireiros, barbeiros, manicures, pedicuros, institutos de beleza, espaços culturais, clubes, hotéis, etc 6. As tecnologias da educação e convivência processos e espaços de produção. Locais - Escolas, creches, asilos, orfanatos, presídios, cujas condições das aglomerações humanas interferem na sua saúde.
23 II Meio ambiente 1. Meio natural: correspondente a água, ar, solo e atmosfera. Controle sanitário das tecnologias utilizadas: na construção de sistemas de abastecimento de água potável para o consumo humano; na proteção de mananciais; no controle da poluição do ar; na proteção do solo; no controle dos sistemas de esgoto sanitário e dos resíduos sólidos, entre outros, Objetivo: proteção dos recursos naturais e garantia do equilíbrio ecológico, conseqüentemente da saúde humana.
24 II Meio ambiente 2. Meio construído: Edificações e formas do uso e parcelamento do solo. Controle sanitário das tecnologias utilizadas: Na construção das edificações humanas (casas, edifícios, indústrias, estabelecimentos comerciais, etc.); Na forma de parcelamento do solo no ambiente urbano e rural; Sobre os meios de locomoção e toda a infra-estrutura urbana e de serviços; Sobre o ruído urbano e outros fatores, no sentido de prevenir acidentes, danos individuais e coletivos e proteger o meio ambiente.
25 II Meio ambiente 3. Ambiente de trabalho: Condições dos locais de trabalho, geralmente resultantes de modelos de processos produtivos de alto risco ao ser humano. Controle sanitário: se dirige a esse ambiente, onde cidadãos são obrigados a dedicar grande parte de seu tempo ao trabalho em condições desagradáveis, em ambientes fechados e insalubres, em processos repetitivos, competitivos e sob pressão. Conseqüências: alteração e risco à saúde física e psicológica e a vida dos indivíduos e da comunidade.
26 Planejamento e Atuação Programática Atribuição da Vigilância Sanitária - detectar riscos e tomar medidas. PREVENIR DIMINUIR ELIMINAR INTERVIR Planejar as suas ações de forma a organizar a atuação sobre os problemas sanitários e as práticas de avaliação.; Há várias correntes teóricas sobre planejamento; Delinear atuação por meio do conhecimento dos problemas.
27 Planejamento e Atuação Programática Problema Sanitário - representação social de necessidades ou agravos de saúde, definidas por atores sociais e decorrentes das condições de vida e do modo de produção econômico-social. Identificação de problemas sanitários: atividade de planejamento das ações de vigilância sanitária, a ser incorporada de forma sistemática. área geográfica de abrangência - mapeamento dos problemas locais e prioridades com base em fontes de informação, questionários locais, denúncias, censo de estabelecimentos ou de espaços ou fenômenos que representem risco à saúde e à vida, diagnóstico da situação - priorizar ações, definir objetivos e programas, organizar recursos, articular órgãos internos e/ou setores externos para a operacionalização das ações e tomada de providências.
28 AVALIAÇÃO DE QUALIDADE Adaptando o modelo de avaliação para o objeto da vigilância, pode-se adotar a Tríade de Donabedian para avaliação de estrutura, processo e resultado, da seguinte forma: Avedis Donabedian
29 Tríade de Donabedian ESTRUTURA PROCESSOS características relativamente estáveis, condições físicas, organizacionais, equipamentos, recursos humanos. conjunto de atividades desenvolvidas, entre profissionais e pacientes. RESULTADOS obtenção das características desejáveis dos produtos ou serviços, sem erros, imperfeições ou nocividades; melhoria do meio ambiente e trabalho, mudanças obtidas no estado dos pacientes ou quadro sanitário,
30 Os Pilares da Qualidade de Donabedian Para cada componente da tríade deverá ser observado um conjunto de indicadores que melhor retratem a realidade a ser avaliada. São sete atributos propostos: 1. Eficácia 2. Efetividade 3. Eficiência 4. Otimização 5. Legitimidade 6. Aceitabilidade 7. Equidade
31 Ciclo de controle / gerenciamento PDCA P D C A - Plan - planejar; - Do - delegar, fazer ou executar; - Check - verificar; - Act - ação, agir Detalha as atividades praticadas no gerenciamento. É utilizado pela empresa para visualizar os itens objeto do gerenciamento. Pode ser empregado pelas equipes de vigilância sanitária no planejamento de suas ações.
32 Figura 1 - Ciclo de controle/gerenciamento PDCA
33 Diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe diagrama de causa e efeito; método para determinar todas as características importantes para chegar a um efeito desejado ; permite visualizar ou determinar os objetivos. O efeito será a característica de qualidade almejada. Os fatores de causa, ou processo, referem-se às características componentes da qualidade e remetem aos padrões necessários para atingir o efeito.
34 Figura 2 Diagrama de Ishikawa para a avaliação da hemodiálise Verificação do processo hemodialítico, durante a inspeção da vigilância, ou para a avaliação interna do próprio prestador.
35 APLICAÇÃO GERAL: LEGISLAÇÃO Lei de 11 de setembro de 1990 Código de Defesa do Consumidor Dispõe sobre a Proteção do Consumidor e dá outras Providências Lei nº 6.437, de 20 de agosto de Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências. Lei Estadual nº , de 02 de outubro de Dispõe sobre o Sistema Único de Saúde SUS, as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização, regulamentação, fiscalização e o controle dos serviços correspondentes e dá outras providências. Resolução RDC nº 32, de 29 de maio de Dispõe sobre a certificação compulsória dos equipamentos elétricos sob regime de Vigilância Sanitária e dá outras providências.
36 LEGISLAÇÃO APLICAÇÃO GERAL: Lei 8.080/90 de 19 de setembro de 1990 SUS Sistema Único de Saúde Art. 6º- 1º Entende-se por Vigilância Sanitária um conjunto e ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde [...]. O 3º refere-se à saúde do trabalhador, que também está contemplada sob a égide da Vigilância Sanitária: Lei de 26 de janeiro de 1999 Define o SNVS - Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e cria a ANVISA - Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
37 LEGISLAÇÃO ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE: Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973 Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências. (Inst Filantropicas) Decreto Nº de 10 de junho de Regulamenta a Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. Lei de 23 de setembro de Dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências. Decreto Nº , de 05 de janeiro de Regulamenta a Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976, que submete a sistema de vigilância sanitária os medicamentos, insumos farmacêuticos, drogas, correlatos, cosméticos, produtos de higiene, saneantes e outros.
38 LEGISLAÇÃO ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE: Resolução RDC nº 306, de 7 de dezembro de Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (ANVISA). Portaria nº 2616, de 12 de maio de Controle de Infecção Hospitalar. Lei nº 9431, de 06 de janeiro de Dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção de programa de controle de infecções hospitalares pelos hospitais do País.
39 LEGISLAÇÃO ALIMENTOS: Decreto-Lei nº 986, de 21 de outubro de Institui Normas Básicas sobre Alimentos Portaria SVS/MS nº 326, de 30 de julho de Regulamento Técnico; "Condições Higiênicos-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos Obs.: Regulamentada por RDC nº 175 / 2003
40 LEGISLAÇÃO ALIMENTOS: Resolução RDC nº 175, de 08 de julho de Aprova "Regulamento Técnico de Avaliação de Matérias Macroscópicas e Microscópicas Prejudiciais à Saúde Humana em Alimentos Embalados". Resolução - RDC nº 275, de 21 de outubro de Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos.
41 LEGISLAÇÃO ALIMENTOS: Portaria nº 1428, de 26 de novembro de Aprova, na forma dos textos anexos, o "Regulamento Técnico para Inspeção Sanitária de Alimentos", as "Diretrizes para o Estabelecimento de Boas Práticas de Produção e de Prestação de Serviços na Área de Alimentos" e o "Regulamento Técnico para o Estabelecimento de PIQ s para Serviços e Produtos na Área de Alimentos". Determina que os estabelecimentos relacionados à área de alimentos adotem, sob responsabilidade técnica, as suas próprias Boas Práticas de Produção e/ou Prestação de Serviços, seus Programas de Qualidade, e atendam aos PIQ\'s para Produtos e Serviços na Área de Alimentos. Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação.
42 Conclusão A educação científica do público deve ser parte fundamental da ação regulatória do SNVS. A informação científica e técnica detalhada não tem uma linguagem acessível à maioria dos grupos sociais. Uma das tarefas principais do SNVS seria reunir as (complexas) informações técnicas e científicas necessárias a cada assunto, e também apreender a percepção popular e a lógica empirista sobre os mesmos assuntos, e realizar o reencontro entre ciência e o senso comum. Em outras palavras, o conhecimento científico aprende com o senso comum e transforma-se em saber prático. A política de comunicação do risco tem um duplo sentido para o SNVS: realizar sua missão no campo da promoção da saúde e buscar outro paradigma de ação para a Vigilância Sanitária junto à sociedade. Geraldo Lucchese
43 GISELLE FREITAS
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