Regimes de Negociação Financeira Internacional e a atuação brasileira. Prof. Diego Araujo Azzi
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1 Regimes de Negociação Financeira Internacional e a atuação brasileira Prof. Diego Araujo Azzi
2 Aula 03 (11.06) Multilateralismo econômico ALMEIDA, Paulo Roberto. As exigencias do presente: a ordem do progresso republicano. Cap. 25. In: Formacao da diplomacia econômica no Brasil: as relacoes econômicas internacionais no Imperio / Paulo Roberto de Almeida. Vol. II, 3. ed. rev. Brasilia : FUNAG, Complementar: KRASNER, Stephen. Causas estruturais e consequencias dos regimes internacionais: regimes como variáveis intervenientes. In: Revista de Sociologia Politica, Curitiba, v. 20, n. 42, p , jun STEIL, Benn. The Battle of Bretton Woods: John Maynard Keynes, Harry Dexter White, and the making of a New World Order. Princeton University Press, 2013.
3 Transição do séc. XIX p/ o XX De uma ordem econômica relativamente liberal e de estabilidade monetária para um sistema fechado, protecionista, marcado por guerras tarifárias e manipulações cambiais Na República Velha, as tarifas alfandegárias deixam de ter objetivos f iscais para adotarem caráter protecionista, à medida que se vai incrementando a industrialização No plano multilateral, o cenário diplomático é caracterizado por poucas negociações e nenhuma regulamentação substantiva A Liga das Nações não era suf icientemente universal para conciliar interesses monetários, tarifários e f inanceiros
4 A crise de 29 e a depressão aumentaram ainda mais as tendências protecionistas nacionais Em 1930 é criado, na Basileia, o Banco Internacional de Compensações Bancárias (BIS) com vistas a melhorar a gestão de informações sobre a liquidez dos bancos e dos Bancos Centrais O entre-guerras como um todo não assiste a nenhum desenvolvimento signif icativo do sistema f inanceirocomercial multilateral Tratados Bilaterais de Amizade, Comercio e Navegação
5 No Brasil, os investimentos dos EUA começam a superar os britânicos apenas nos anos : investimentos britânicos diminuem 60% em toda a AL No mesmo período o investimento dos EUA sobe 28%. No Brasil o investimento dos EUA salta de USD 194 mi em 1929 para USD 644 mi em 1950 No início do séc. XX grande parte do comercio bilateral entre Brasil e EUA era administrado por empresas europeias e por bancos ingleses O banco City of New York se instala no país somente em 1915
6 A importância do setor externo se contrai no período republicano, com as exportações representando 33% do PIB em 1890 e 15% em 1928 A diplomacia econômica brasileira foi, durante toda a primeira metade do séc. XX até os anos 1960, muito ativa nas negociações de commodities, mas seu papel se reduz à medida que a industrialização aumenta, sobretudo a partir dos anos 1930 Séc. XX: da diplomacia do café à diplomacia da promoção comercial ampla Participação do Brasil no mercado exportador de café cai de 63% em 1920 para 32% em 1960
7 O balanço de transações correntes tendeu a apresentar déf icits de 1% do PIB entre e 3,5% do PIB nos anos 1970, devido sobretudo ao déf icit na conta de serviços, devido aos pagamentos de juros, seguros e fretes. O comércio exterior é usado como ferramenta de geração de divisas através de políticas protecionistas e barreiras não tarifárias que contribuíam com o superávit do setor Esta situação prevalece até o início dos anos 1990, quando a abertura econômica modif ica parcialmente a dinâmica de atração de divisas
8 É apenas a partir da segunda metade do séc. XX, e dos anos 1960 em particular, que os acordos multilaterais começam a suplantar os instrumentos bilaterais na regulação da vida econômica das nações A reconstrução da ordem econômica internacional se daria essencialmente em bases contratuais e institucionalistas A nova potência hegemônica do período, os EUA, tinha como projeto explícito que as nações cedessem parte de sua soberania em favor de uma administração coordenada do campo do comercio, das f inanças e dos meios de pagamentos
9 Ainda durante a II GM o Brasil aderiu à Declaração do Atlântico sobre as Nações Unidas e participou como um dos 44 países convidados para a Conferência de Bretton Woods, em Além de Bretton Woods, o Brasil participou do desenho e criação de diversas organizações e mecanismos multilaterais, buscando viabilizar uma ordem cooperativa A diplomacia econômica do país atuou inovando nos debates e mecanismos institucionais com a apresentação e defesa de conceitos (retenção de estoques; preços referenciais; acordos de cotas, etc)
10 Em comparação com o séc. XIX, a diplomacia econômica brasileira no séc. XX deixa de ser instintiva e passa a ser pragmática, recusando tanto a ideologia do livre comercio quanto o protecionismo aberto Diferentemente do séc. XIX, a diplomacia econômica deixa de ser movida por interesses f iscalistas e passa a estar f irmemente atrelada a um projeto industrializantes e de penetração de mercados Um tratamento específ ico do tema do subdesenvolvimento viria, porém, apenas mais tarde
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