Código de Defesa do Consumidor Aplicado à Saúde - Práticas Abusivas

Transcrição

1 AULA N. 72 Código de Defesa do Consumidor Aplicado à Saúde - Práticas Abusivas 1

2 Considerações sobre aumento abusivo de plano de saúde (Polo ativo) a) Plano individual e familiar b) Plano coletivo por adesão c) Plano empresarial por adesão 2

3 PRÁTICAS ABUSIVAS - ARTIGO 39, INCISO II, DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 1 - Conceito Prática abusiva ( lato sensu ) é a desconformidade com os padrões mercadológicos de boa conduta em relação ao consumidor. (GRINOVER, Ada Pelegrini et. al. Código brasileiro de defesa do consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto. 11. ed. Rio de Janeiro : Forense, 2017). 3

4 A prática abusiva é aquela que afeta o bem-estar do consumidor. Abuso = uso imoderado de poderes. 4

5 TIPOS DE PRÁTICAS ABUSIVAS a) Pré-contratuais: atuam na fase do ajustamento contratual. Ex.: publicidade enganosa. b) Contratuais: aparecem no interior do contrato. Ex.: cláusula abusiva. c) Pós-contratuais: manifestam-se sempre após a contratação. Ex.: Negativa de tratamento. 5

6 Case Jurídico Idoso requer adesão ao plano de saúde coletivo na categoria especial por sindicato A, dispensando-a do cumprimento de qualquer prazo de carência. 6

7 Art. 3º, inciso IV, da Constituição Federal Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 7

8 Art. 39 do Código de Defesa do Consumidor (Lei n /90) É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes. 8

9 Art. 14 da Lei n de outubro de 2003 Em razão da idade do consumidor, ou da condição de pessoa portadora de deficiência, ninguém pode ser impedido de participar de planos privados de assistência à saúde. 9

10 Resolução n. 19 do CONSU Art. 1º As operadoras de planos ou seguros de assistência à saúde, que administram ou operam planos coletivos empresariais ou por adesão para empresas que concedem esse benefício a seus empregados, ou ex-empregados, deverão disponibilizar plano ou seguro de assistência à saúde na modalidade individual ou familiar ao universo de beneficiários, no caso de cancelamento desse benefício, sem necessidade de cumprimento de novos prazos de carência. 10

11 RESOLUÇÃO NORMATIVA - RN Nº 254, DE 5 DE MAIO DE 2011 Art. 13. É garantido ao responsável pelo contrato e, nos planos individuais ou familiares e coletivos por adesão, também a cada beneficiário autonomamente, o direito de migrar para um plano de saúde da mesma operadora, sem que haja nova contagem de carências. 11

12 RESOLUÇÃO NORMATIVA ARTIGO 9º, INCISO II, DA RN Nº 195, DE 14 DE JULHO DE 2009 Plano privado de assistência à saúde coletivo por adesão é aquele que oferece cobertura da atenção prestada à população que mantenha vínculo com as seguintes pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial: II sindicatos, centrais sindicais e respectivas federações e confederações. 12

13 Prática Forense em Direito Médico e da Saúde 1. Foro Competente 2. Partes (Autor x Operadora e Administradora do Plano de Saúde) 3. Ação Cominatória (Obrigação de Fazer) Cumulada com Pedido de Tutela Provisória de Urgência. 13

14 4. Fato e Fundamentos Jurídicos do Pedido (Fundamentação Legal) Expor os acontecimentos e a indicação dos artigos de lei. 5. Pedidos Isto posto, requer a concessão inaudita altera pars da tutela provisória de urgência, nos termos do artigo 300 do Código de Processo Civil e artigo 84, 3º, do Código de Defesa do Consumidor, para compelir as rés a aceitarem imediatamente o autor no plano especial [...], adesão [...], nos termos da apólice do plano de saúde firmada, nas mesmas condições de cobertura e preço contratados, dando, por consequência, início à prestação dos serviços médico-hospitalares, a regular emissão dos boletos subsequentes e da carteira do plano, a fim de que se faça a costumeira justiça! 14

15 Concedida a tutela provisória de urgência, requer a Vossa Excelência que se digne de fixar o valor de multa diária para que as rés cumpram a determinação judicial, conforme dispõe o artigo 297 do Código de Processo Civil e artigo 84, 3º, do Código de Defesa do Consumidor e artigo 83, 1º, do Estatuto do Idoso. Art. 83, 1º, do Estatuto do Idoso Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao adimplemento. 1 o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código de Processo Civil. [Atual 300 do Código de Processo Civil) 15

16 Requer a citação da requerida para responder aos termos da presente demanda, sob pena de revelia, para que, ao final, a demanda seja julgada totalmente procedente, confirmando-se a tutela provisória de urgência, condenando definitivamente as rés a efetuarem a inclusão do autor como beneficiário do plano especial [...], adesão [...], nas mesmas condições de cobertura e preço estabelecidos no Contrato de Adesão firmado em / /, além da condenação das rés nas custas, despesas processuais e honorários advocatícios devidamente atualizados. 16

17 O autor informa Vossa Excelência que não tem interesse na realização da audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do artigo 319, inciso VII, do Código de Defesa do Consumidor. Requer a Vossa Excelência que se digne de determinar prioridade no andamento do feito, consoante o artigo 71 do Estatuto do Idoso e artigo 1.048, inc. I, do Código de Processo Civil, uma vez que o autor conta com mais de [...] de idade. 17

18 Requer a inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal dos representantes legais das rés, sob pena de confissão, juntada de novos documentos, oitiva de testemunhas, laudo pericial e tudo mais que for necessário ao deslinde da demanda. 18

19 Dá-se à causa o valor de R$ [...] para fins de alçada. Artigo 292, inciso II, do Código de Processo Civil: O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida. O valor da causa poderá ser o valor anual do contrato com base no valor da mensalidade paga. 19

20 Devemos recolher: a) Valor das custas sobre o valor da causa. b) Valor da procuração ad judicia c) Valor referente da citação (Correio - Aviso por recebimento) - Artigo 246, inciso I, do CPC: A citação será feita: I - pelo correio. 20