EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE
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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA DE NATUREZA ANTECIPADA NOME DO AUTOR, nacionalidade, estado civil, [existência de união estável - convivente em regime de união estável] profissão, portador da Cédula de Identidade RG n., devidamente inscrito no CPF/MF sob o n., endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua n., no bairro de, na cidade de, nesta Capital, CEP, por intermédio de seu advogado(a) e bastante procurador(a) infraassinado(a) (instrumento de mandato em anexo), vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 6º, in. III, 51, 1º, inc. III, 39, V e X e 51, inc. X, todos do Código de Defesa do Consumidor, propor AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CLÁUSULA ABUSIVA COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA DE NATUREZA ANTECIPADA em face de NOME DO RÉU (PLANO DE SAÚDE), devidamente inscrita no CNJP n., endereço eletrônico, com sede estabelecida na Rua
2 n., no bairro de, na cidade de, nesta Capital, CEP, pelos motivos de fato e de direito abaixo articulados: I DOS FATOS 1. Em / /, o autor firmou com a ré contrato de prestação de serviços de assistência à saúde, na categoria, na modalidade, de acordo com as cópias xerográficas em anexo. (familiar ou individual). O autor paga à ré o valor mensal de cujo valor é quitado mensalmente no dia aprazado, conforme as xérox dos boletos bancários. 2. Acontece que o autor foi surpreendido no dia de de, com uma carta da ré, informando-o sobre o reajuste de aniversário do contrato, que passou de para, indicando um aumento percentual de a título de reajuste anual, de acordo com a cópia anexa. 3. Ao impor unilateralmente esse reajuste contratual, a ré tornou a prestação excessivamente onerosa, impossibilitando o autor de se manter adimplente suas obrigações contratuais para com a ré. 4. A postura da ré implica desequilíbrio contratual, uma vez que houve aumento na mensalidade do plano de saúde. Nesse caso, o autor não terá condição de manter o pagamento, porque o reajuste percentual extrapola em muito os mais altos índices de correção monetária. II DO DIREITO 5. O contrato de plano de saúde foi firmado pelas partes depois de 1988, por isso encontra-se sob a égide da Lei n /98 (Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde), Lei n /90 (Código de Defesa do Consumidor) e Código Civil, além das Resoluções Normativas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 6. A cláusula, do contrato de plano de saúde, indica percentuais excessivos e ilegais de aumento nas mensalidades, majorando há mais de dez anos os valores que o autor pagou à ré.
3 7. É óbvio que os aumentos são legais, quando o plano de saúde demonstra de forma irreprochável que houve necessidade de se equilibrar a relação contratual. Acrescido a isso, deve ainda provar que o aumento foi é legal e foi aprovado pela ANS. Entretanto, o que se discute aqui é o aumento abusivo que, dentre outros fatores, a ré exige vantagem manifestamente excessiva a seu favor, tornando as obrigações iníquas e colocando o autor em desvantagem contratual. Nesse sentido: Destaca-se a ausência de violação ato jurídico perfeito, sequer ofensa à força obrigatória ou à cumutatividade dos contratos, ou ao princípio securitário do mutualismo. Como consabido, em se tratando de relação de consumo, especializada, no caso, em direito da saúde, em destaque as limitativas e conformadoras de direitos e deveres dos participantes deste tipo de relação jurídica, de longa duração, podem promover certa restrição à autonomia da vontade e à liberdade contratual, exatamente para, em nome da justiça social, proteger a parte aderente presumidamente mais vulnerável. (Apelação Cível n ) 8. A cláusula que deveria assegurar o equilíbrio contratual entre as partes, na verdade, um instrumento ilegal para impor aumentos unilaterais nos planos de saúde. Esse aumento unilateral esbarra na legalidade, visto que o artigo 51, inciso X, do CDC explicita que: São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral. 9. Com este último aumento excessivo e abusivo da ré, o autor não terá condições de arcar com o pagamento das mensalidades, sendo excluído do contrato por inadimplemento. Esse ardil empregado pela ré também desobedece à norma consumerista, de acordo com o artigo 51, 1º, inciso III, presume-se exagerada a vantagem do prestador de serviço que se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. 10. Como se isso não bastasse, o Código de Defesa do Consumidor exige que o prestador de serviço informe ao consumidor de maneira clara e precisa como se deu o cálculo para o aumento da mensalidade. Essa exigência é um direito básico do consumidor e está inserida no artigo 6º, inciso III, do Código Consumerista: São direitos básicos do consumidor: III - a informação adequada e clara
4 sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem. 11. É evidente que os planos de saúde coletivos não se submetem aos índices autorizados pela ANS, mas não é por esse motivo que a empresa prestadora de serviços à saúde está autorizada a majorar os valores das mensalidades a seu bel-prazer. Nesse sentido, traz à colação o aresto abaixo: Direito Processual Civil. Ação de Revisão de Contrato cumulada com Repetição de Indébito. Reajustes das contraprestações pecuniárias de plano de saúde. Embora os planos de saúde coletivos não se submetem aos índices autorizados pela ANS, eventual aumento de custos e sinistralidade deverá ser comunicado previamente ao contrato com comprovação minuciosa e de forma clara. Cláusula não abusiva. Devolução cabível. Recurso improvido. (Apelação Rel. Luiz Antônio Costa, 7ª Câmara de Direito Privado. j ). 12. Quando a ré aumentou excessivamente o valor da mensalidade do plano de saúde do autor, transgrediu o artigo 39, incisos V e X, do Código de Defesa do Consumidor que explicita o seguinte: É vedado ao fornecedor de produtos e serviços: V exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; X elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. 13. Note-se que o autor pagava mensalmente à ré o valor de R$ a título de mensalidade, quando foi surpreendido com o boleto bancário em anexo, no valor de R$, majorando o valor em mais de 60% (sessenta por cento). Ora, se o consumidor contrata um plano de saúde, ele espera que o valor terá um acréscimo de conformidade com índices, no mínimo, legais. 14. Além da ilegalidade da cláusula contratual que permitiu a aplicação do índice supramencionado, há que se ressaltar que a desproporcionalidade entre esse índice e os aplicados anteriormente superam qualquer índice legal e autorizado pela ANS.
5 15. A título de exemplificação, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentou o índice de inflação ocorrida na economia nacional no ano de 2014 (janeiro 2013 a fevereiro de 2014) na casa dos 9,61%. Por sua vez, a Agência Nacional de Saúde Suplementar autorizou um aumento de 9,65% para os planos de saúde individuais no ano de Por sua vez, a ré apresentou um aumento na mensalidade de 60%. 16. Comparando-se o valor que o autor vinha pagando com o que está lhe sendo exigido, fica demonstrado que houve um aumento abusivo da mensalidade, conferindo uma clara vantagem econômica à ré cujo aumento onera demasiadamente a mensalidade do plano de saúde e coloca-o em desvantagem excessiva, afetando o equilíbrio contratual. 17. Além disso, o último índice aprovado e publicado recentemente pela ANS, consoante a metodologia e diretrizes submetidas à apreciação do Ministério da Fazenda, foi de 9,65% aplicados aos contratos individuais. 18. É evidente que o índice a que o autor está sendo submetido é flagrantemente abusivo e ilegal, levando a ré a obter uma vantagem excessiva. A cláusula contratual é considerada igualmente abusiva e nula de pleno direito. Ressaltese que isso está acontecendo há mais de 8 anos. III DO PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA DE NATUREZA ANTECIPADA 20. A narração dos fatos jurídicos demonstra que há um expressivo desequilíbrio contratual em desfavor do autor, porque o aumento excessivo das mensalidades do plano de saúde tornará o autor inadimplente. Essa inadimplência poderá autorizar a ré a rescindir o contrato da prestação de serviço. 22. Por sua vez, o autor afirmou na peça exordial que não concorda com os índices de aumentos abusivos praticados pela ré. Além disso, não tem ele condições financeiras de arcar com esses aumentos. 23. Para evitar a rescisão contratual e prejuízos irreparáveis ao autor, o art. 300 do CPC permite ao juiz a concessão da tutela de urgência, quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
6 risco ao resultado útil do processo. Por esses motivos, impõe-se a medida protetora aqui pleiteada. 24. A probabilidade do direito demonstrado fundamenta-se no fato de que o autor demonstrou por meio de cálculos a abusividade dos aumentos das mensalidades dos planos de saúde, mas a ré nunca indicou com precisão como chegou às porcentagens ali praticadas. O perigo do dano e o risco ao resultado útil do processo dizem respeito à demora da demanda. Ora, Excelência, mesmo que o autor tenha seu pedido julgado procedente, até que haja o trânsito em julgado da sentença, o autor não terá condições de arcar com os aumentos abusivos praticados pela ré, tornando o autor inadimplente, rescindindo-se o contrato. 25. Há de se considerar ainda que a tutela de urgência pleiteada tem natureza reversível, visto que se ao final da demanda o autor, ad argumentandum tantum, perder a demanda, a ré poderá exigir por meio de ação própria a quantia devida. IV DO PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA DE NATUREZA ANTECIPADA 26. Diante dos altos índices de aumento praticados pela ré, aplicase ao presente feito a tutela da evidência. O art. 311, inciso II, do CPC explicita que: A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: IV a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 27. Em razão disso, se na eventualidade de não ser atendido de imediato o pedido do autor no que se diz respeito à antecipação de tutela de urgência, requer seja o mesmo pedido reanalisado e concedido após eventual contestação, a título de tutela da evidência, quando não restará dúvida quanto aos altos índices de aumentos ilegais praticados pela ré. V- DO PEDIDO Ex positis, requer seja concedida a tutela antecipada de urgência, inaudita altera parte a fim de determinar à ré que reajuste o índice do aumento do
7 mês seja de 9,65%, reduzindo o valor da mensalidade par ao valor de R$, determinando-se a emissão do boleto no valor retromencionado, bem como aplicando-se aos meses subsequentes do contratato os reajustes autorizados pela ANS, declarando-se, portanto, a abusividade da cláusula e, consequentemente, sua nulidade que prevê reajuste de mensalidade de plano acima dos índices legais. Requer que sejam aplicados os índices dos contratos particulares autorizados pela ANS no aumento das mensalidades a partir de 2005, dando-lhe o direito da repetição de indébito com correção monetária corrigida pelos índices do TJSP, desde o desembolso, acrescido de juros moratórios de 1% ao mês, a partir da citação, a ser apurado em liquidação de sentença. Ad argumentandum tantum, se não for concedida a tutela de urgência, requer-se que seja concedida a tutela da evidência após contestação da ré, nos mesmos termos do pedido da tutela de urgência. Seja deferida tanto uma quanto a outra tutela, requer a Vossa Excelência que, em caso de desobediência à determinação legal, seja aplicada multa diária à ré até o cumprimento da determinação judicial. Requer a inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor. Tendo em vista que o autor já tentou um acordo extrajudicial com a ré e esta não aceitou o acordo, o autor, nos termos do art. 319, inciso VII e art. 334, 5º, ambos do CPC, não tem interesse na realização da audiência de conciliação de conciliação ou mediação. Visto que a ré é pessoa jurídica, requer-se que a citação seja efetuada por intermédio do sistema de cadastro de processos em autos eletrônicos nos termos do art. 246, 1º do Código de Processo Civil ou, caso a ré não conte com o cadastro obrigatório, que seja citada pelo correio nos termos dos arts. 246, I, 247 e 248 do Código de Processo Civil; para responder no prazo de 15 (quinze) dias (art. 335 do Código de Processo Civil), sob pena de serem tidos por verdadeiros todos os fatos aqui alegados (art. 344 do Código de Processo Civil).
8 Protesta provar o alegado por todo os meios de prova admitidos em direito, especialmente pelo depoimento pessoal da requerida, sob pena de confissão, oitiva de testemunhas, juntada de novos documentos e outras provas que se fizerem necessárias para o deslinde da demanda. Dá-se à causa o valor de para efeitos de alçada. Nestes termos, pede deferimento. Local e data. NOME DO ADVOGADO OAB/SP OBSERVAÇÃO: CASO O AUTOR OPTE PELA AUDIÊNCIA DE TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO O FINAL DA PEÇA SERÁ ESTE: Nos termos dos arts. 319 e 334, 5º, ambos do CPC, o autor informa Vossa Excelência que opta pela realização da audiência de conciliação ou mediação, requerendo a citação da ré a fim de que compareça à referida audiência, aguardando designação de data e horário por esse juízo. Visto que a ré é pessoa jurídica, requer-se que a citação seja efetuada por intermédio do sistema de cadastro de processos em autos
9 eletrônicos nos termos do art. 246, 1º do Código de Processo Civil ou, caso a ré não conte com o cadastro obrigatório, que seja citada pelo correio nos termos dos arts. 246, I, 247 e 248 do Código de Processo Civil; para responder no prazo de 15 (quinze) dias (art. 335 do Código de Processo Civil), sob pena de serem tidos por verdadeiros todos os fatos aqui alegados (art. 344 do Código de Processo Civil). Protesta provar o alegado por todo os meios de prova admitidos em direito, especialmente pelo depoimento pessoal da requerida, sob pena de confissão, oitiva de testemunhas, juntada de novos documentos e outras provas que se fizerem necessárias para o deslinde da demanda. Dá-se à causa o valor de para efeitos de alçada. Nestes termos, pede deferimento. Local e data.. NOME DO ADVOGADO OAB/SP
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