EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE

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1 1. MODELO DE PETIÇÃO INICIAL COM PEDIDO DE TUTELA DA EVIDÊNCIA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE Nome e prenome da requerente, nacionalidade, estado civil (a existência de união estável), profissão, portador do RG/SP n., inscrita no CPF/MF sob nº, endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua n., bairro, CEP, nesta Capital, por intermédio de seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato incluso), vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excelência propor AÇÃO DE DEPÓSITO cumulado com PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DA EVIDÊNCIA com base nos artigos 311, inciso III, do Código de Processo Civil, combinado com o artigo 627 do Código Civil em face de Nome e prenome da requerida, (nome da parte contrária, nacionalidade, estado civil (a existência de união estável), profissão, portador do RG/SP n., inscrita no CPF/MF sob nº ) (Nome da empresa), CNPJ n., endereço eletrônico, sediada na Rua n., no bairro de, CEP, nesta Capital, pelos motivos de fato e de direito abaixo articulados:

2 I - DOS FATOS 1. O requerente precisou realizar uma viagem a trabalho e teve de tomar uma série de providências que garantissem a sua tranquilidade, durante a viagem. Para tanto, encontrou uma pessoa para realizar a manutenção de sua residência, mas não localizou alguém para guardar seu veículo automóvel de marca, placa, chassi n., ano de fabricação, cor, Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo n.. Por esse motivo, contratou os serviços da requerida, firmando o contrato de depósito de fls.. 2. Conforme demonstram as provas documentais referentes ao contrato de depósito, o requerido comprometeu-se a devolver o automóvel deixado em depósito no dia / /, data do retorno do requerente. Entretanto, quando do retorno do requerente, o requerido não cumpriu com o contrato de depósito firmado entre os demandantes. Em contato com o requerido, este se negou a entregar o veículo. 3. Com o desiderato de reaver o carro, o requerente enviou uma notificação extrajudicial ao requerido em anexo, exigindo a devolução do automóvel, entretanto, este fez ouvidos moucos à solicitação daquele. Ademais, o requerido disse ao requerente que não poderia restituir o veículo sem explicar os motivos. 4. Dessa forma, inúteis foram as tentativas de o requerente receber amigavelmente o bem depositado, uma vez que o requerido se nega a entregá-lo, não restando alternativa senão valer-se do Poder Judiciário a fim de obter a imediata devolução do veículo sub judice, para que seja cumprido o contrato de depósito de fls..

3 II DO DIREITO 5. A jurista Maria Helena Diniz explicita que O depósito é o contrato pelo qual um dos contratantes (depositário) recebe do outro (depositante) um bem móvel, obrigando-se a guardá-lo, temporária e gratuitamente, para restituí-lo quando lhe for exigido (CC, 627). (Curso de direito civil brasileiro: teoria das obrigações contratuais e extracontratuais. 23. ed. São Paulo: Saraiva, p. 347.) 6. O conceito de depósito apresentado pela ilustre professora de Direito Civil é de clareza meridiana ao explicitar que o depositário é obrigado a restituir o bem móvel, quando lhe for exigido pelo depositante. A recusa injustificável da devolução do veículo do requerente pelo requerido é ato ilícito e reprochável, autorizando a interferência do Poder Judiciário no sentido de compelir o requerido a devolver imediatamente o carro do requerente. 7. O artigo 627 do Código Civil explicita que: Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame. Ora, Nobre Magistrado, esse artigo também corrobora a tese do requerente no sentido de que o requerido não cumpriu com o contrato de depósito, visto que, repise-se, recusa-se a devolver o veículo do requerente mesmo que este o tenha reclamado extrajudicialmente. 8. Convém explicitar que o requerente pagou ao requerido à quantia pactuada referente ao depósito, conforme demonstra o comprovante de pagamento em anexo. Diante disso, o requerido não tem direito de retenção. Não tem direito nem mesmo a qualquer tipo de crédito, uma vez que o valor fixado no contrato foi cumprido. Tem, na

4 verdade, de restituir o bem para o requerente. Nesse sentido é a orientação do Tribunal de Justiça de Santa Catarina: INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS. DEPOSITÁRIO INFIEL. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA. APELO INTERPOSTO PELO AUTOR. DIREITO OBRIGACIONAL. NATUREZA PESSOAL. PRESCRIÇÃO DECENAL NÃO CONSUMADA. EXEGESE DO ART. 205 DO CC. O contrato de depósito é de cunho obrigacional e, portanto, de natureza pessoal. Logo, aplicável o prazo prescricional de dez anos, na forma do art. 205 do CC. PRINCÍPIO DA CAUSA MADURA. De fato e de direito a questão versada nos autos, aqueles suficientemente comprovadas, e respeitado o contraditório, uma vez afastada a prescrição pelo Tribunal, é possível solucionar a lide com base no princípio da causa madura. OBRIGAÇÃO DE GUARDA E CONSERVAÇÃO (ART. 629 DO CC) DESCUMPRIDOS. OBJETOS NÃO RESTITUÍDOS. DEVER DE INDENIZAR PRESENTE. Na forma do art. 629 do Código Civil (art do CC/16), o depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante. Trata-se, portanto, de uma obrigação não só de custódia, mas de cuidado e intensa vigilância, de modo que, não cumprida a obrigação, resolve-se em perdas e danos. JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. Após a entrada em vigor do Código Civil de 2002, a taxa de juros moratórios passou a ser de 1% ao mês, devendo ser este o percentual a incidir sobre a condenação. ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA. NECESSÁRIA INVERSÃO EM VIRTUDE DA REFORMA DA SENTENÇA. Vencido integralmente o réu, ele responde pela totalidade da sucumbência. RECURSO PROVIDO. Apelação nº Relator: Desembargador Gilberto Gomes de Oliveira. (Grifou-se)

5 9. Pode-se observar que o requerente possui documentos que comprovam suas alegações quanto ao fato constitutivo de seu direito. Preenche então os requisitos do artigo 372, I, do Código de Processo Civil que registra o seguinte: O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito. Conseguiu, por meio dos documentos carreados aos autos do processo, provar documentalmente suas alegações, não havendo a menor possibilidade de a presente demanda ser julgada improcedente. III DO PEDIDO DA TUTELA PROVISÓRIA DA EVIDÊNCIA 10. A tutela provisória da evidência permite ao magistrado que antecipe uma medida satisfativa ou cautelar, transferindo para o réu o ônus da demora. O legislador processualista preocupou-se com o autor da demanda no sentido de agilizar o desfecho da ação, invertendo o ônus da demora e da morosidade processual para o réu. 11. Por esse motivo, o artigo 311, inciso IV, do Código de Processo Civil explicita que: A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: IV a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 12. Ora, Excelência, o contrato de depósito demonstra que houve também a contratação de seguro para o depósito do veículo do requerente. Não há, portanto, perigo de dano ou resultado útil do processo, porque se o automóvel desaparecer, o requerente será ressarcido, uma vez que é o beneficiário do referido seguro. No entanto, o requerente tem por objetivo reaver seu veículo. Em razão disso, caracteriza-se a tutela provisória da evidência, nos termos do artigo 311, inciso III, parágrafo único, do Código de Processo Civil, possibilitando ao juiz de direito decidir liminarmente. Esse é o pedido que será formulado pelo requerente a fim de reaver seu automóvel. IV DO PEDIDO Isto posto, requer a Vossa Excelência que se digne de conceder, liminarmente, de forma inaudita altera parte, a tutela provisória da evidência a fim de compelir o requerido a cumprir imediatamente o contrato de depósito, devolvendo o veículo, objeto do contrato, nos termos do artigo 311, inciso III, parágrafo único, do Código de Processo Civil, combinado com o artigo 627 do Código Civil, para que se faça a costumeira Justiça.

6 O requerente informa a Vossa Excelência de que não opta pela audiência de conciliação ou mediação, nos termos do artigo 319, inciso VII, do Código de Processo Civil, requerendo, desde já, a citação pelo correio do requerido, nos termos do artigo 246, inciso I do Código de Processo Civil e, sendo esta não realizada, requer-se a citação por oficial de justiça, nos termos do artigo 246, inciso II, do mesmo Codex, a fim de que apresente, se quiser, defesa no prazo legal sob pena de revelia quanto à matéria de fato. Por fim, requer a Vossa Excelência que se digne de julgar procedente a demanda, condenado o requerido nas despesas, custas processuais e honorários advocatícios, tudo devidamente corrigido. Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos em direito, inclusive pela oitiva da parte contrária, oitiva de testemunhas, juntada de documentos, realização de laudos periciais e tudo o mais que se fizer necessário para o deslinde desta demanda. para fins de alçada. Dá-se à causa o valor de R$ Termos em que pede deferimento. Local e data. Assinatura, nome e OAB.