Museus: passado e futuro do conhecimento
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- Kléber Abreu
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1 Museus: passado e futuro do conhecimento Cecilia C. B. Cavalcanti PhD em Comunicação e Cultura Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro ECO/UFRJ. Bolsista PAPD FAPERJ-CAPES. IV Congreso Ciencias, tecnologías y culturas. Diálogo entre las disciplinas del conocimiento. Mirando al futuro de América Latina y el Caribe. Hacia una Internacional del Conocimiento
2 Os museus são Heterotopias ligadas a recortes do tempoao mesmo tempo absolutamente real, em relação com todo o espaço que o envolve, e absolutamente irreal, já que ela é obrigada, para ser percebida, a passar por aquele ponto virtual que está lá longe. A heterotopia se põe a funcionar plenamente quando os homens se encontram em uma espécie de ruptura com seu tempo tradicional - cemitério, museu, bibliotecas. M. Foucault (...)não vivemos em um espaço homogêneo e vazio - mas carregado de qualidades, um espaço que talvez seja também povoado de fantasma, da percepção; dos devaneios, das paixões Bachelard
3 Narrativas de temporalidades nos museus A narrativa histórica, muitas vezes, organiza a percepção humana e a forma de percepção da realidade, interrelacionando experimentos de vários tempos, numa transmissão de uma tradição cultural.
4 Narrativa linear do tempo: -Conquistas (cunho político) -Progresso (um tempo sobrepondo-se ao outros Benjamim (1994), citando Proust, nos diz que a presença do passado no presente e o presente que já está lá, prefigurado no passado, ou seja, uma semelhança profunda, mais forte que o tempo que passa e que se esvai sem que possamos segurá-lo (p. 16).
5 Narrativa linear do tempo: - Colecionismo exposição de espaços e tempos diferentes O museu como machines that inscribe time on space, que encapsulam o tempo, usando suas categorias analíticas para segmentá-lo e representá-lo em displays ou galerias Crang (1994)
6 A noção do coletivo de história depois do século XVIII, supõe que a história seria um advento de um tempo inédito, "história de fato" no qual "passado e futuro realinham-se recíproca e alternadamente de maneira continua, Koselleck (2006). Podemos observar de uma maneira geral, que as exposições cientificas nos remetem a um tempo passado com uma mescla de experiências que levam a possibilidades futuras.
7 O Deutsches Museum (1906), pura exaltação do nacionalismo alemão, foi concebido para reunir e conservar as obras-primas das Ciências e da Tecnologia alemã em uma área de 17 km de área expositiva. Sua importância é tamanha que, dois anos depois de ser bombardeado em 1944, e apesar das dificuldades da Alemanha diante da derrota na II Guerra, as autoridades alemãs iniciaram um programa de reconstrução do museu, finalizada em 1964.
8 À primeira vista, uma visita ao Deutsches Museum parece mais um passeio monótono, com uma linguagem expositiva linear e organizada. Aos poucos, as máquinas gigantescas, os aviões, naves, navios e os pequenos aparelhos se transformam em um convite para um passeio pelas transformações que a técnica são capazes de proporcionar nas nossas vidas.
9 Narrativas da memória: No século XVIII, a Revolução Industrial e a invenção de uma cultura democrática transformam os museus em espaços como conhecemos até os dias de hoje. A própria experiência de temporalidade, a história doando o sentido e a ordem, o museu passa a representar o acúmulo de experiência e realização. Neste contexto, o museu será uma maneira como o mundo moderno expressou a consciência da sua própria modernidade entendida como sendo inserida na história e direcionada para um futuro. Sua função será a de selecionar a memória por um lado e, no mesmo movimento, dar espessura ao tempo, mostrá-lo como habitado Conservatoire National de Arts et Métiers (séc. XVIII). Criação motivada pela necessidade de prover educação profissional para trabalhadores em mecânica
10 Science Museum Disco de Newton Cosmo Caixa Barcelona. Expo Abracadabra E, após revolucionar a forma de representação da ciência, os museus contemporâneos (re) definem sua função de preservar a produção científica, ao mesmo tempo em que favorece o encontro entre cultura, conhecimento e prazer, fundamentais para a realização de novas escolhas individuais, visando o futuro.
11 Narrativa não linear:: Numa exposição de objetos ou tecnologias de diferentes épocas, podemos dizer que há um diálogo não somente a partir da compreensão da mecânica através do observador objeto, mas o diálogo dos tempos sobrepostos no objeto. O filósofo francês Michel Serres, nos oferece uma síntese simples e incrível: a observação de um carro e seus componentes nos remete a períodos distintos: a roda ao neolítico, a mecânica ao século XVIII, o motor e a termodinâmica ao século XIX e a eletrônica a contemporaneidade (SERRES, 1994). Exposição de carros e Bicicletas: Conservatoire National de Arts et Métiers
12 Narrativas do contemporâneo: A partir da década de 80 do século passado, e para saciar esta vontade de saber, a sociedade procura em novos espaços o envolvimento nos vários campos do conhecimento, gerando redes integradas de educação e comunicação. Museo Interactivo Mirador Santiago do Chile Museu Goeldi Belém - Brasil Guggenheimer Bilbao - España MCT - PUCRS Porto Alegre- Brasil Museu da Língua Portuguesa São Paulo - Brasil Tivoli Copenhague Dinamarca CCBB RJ Espaço Ciência Recife - Brasil Palais de la Découverte - Paris
13 Narrativas do porvir: Living roof Califórnia Academy of Science Narrativa, na qual as exposições refletem um porvir, um tempo futuro de possíveis. Neste caso específico, a curadoria expositiva se utiliza de métodos de simulação e da ficção para criar cenários possíveis ou desejados. Museu do Amanhã
14 Como heterotopias, os museus e as bibliotecas registram o passado e o espaço, ao mesmo tempo em que rompem com eles. Nas exposições clássicas, o tempo e o espaço são reduzidos a uma organização baseada nos objetos. Nas exposições contemporâneas, os fenômenos e a interatividade rompem com as dimensões espaciais e temporais, dando ao conhecimento, de certa maneira, uma atualidade permanente, ou melhor dizendo, se rearticulando pela relação multitemporal dos muitos extratos de tempo.
15 Gracias!
Museus: passado e futuro do conhecimento.
Museus: passado e futuro do conhecimento. Cecilia C. B. Cavalcanti - PhD em Comunicação e Cultura Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro ECO/UFRJ. Bolsista PAPD FAPERJ-CAPES. E-mail:
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