ANUÁRIO DO CURSO DE ENFERMAGEM
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- Rita Carmona
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1 Simulação Clínica no Aprendizado da Consulta de Enfermagem Camilla Costa Cypriano Schmitz 1, Andrea Taís Zubreski 2, Celenira Resner 3, Patrícia Farias 1 Introdução Divergindo do método tradicional de ensino e indo ao encontro do modelo de ensino da Faculdade Anhanguera, a simulação clínica apresenta métodos inovadores de promover uma experiência de ensino mais próxima da realidade do enfermeiro desde as primeiras séries para promover profissionais mais seguros e capacitados. Nota-se que o processo educacional vem modificando suas formas de ensinar e aprender, principalmente devido ao avanço das tecnologias e as exigências do mercado de trabalho. Algumas estratégias de ensino permitem que o acadêmico passe a ser ativo no processo de aprendizagem e a adoção de alternativas inovadoras, como as metodologias ativas, definem um aprendizado que facilita a aquisição de habilidades, competências e atitudes baseadas em resultados, empoderando o acadêmico e colocando o professor como facilitador das experiências relacionadas ao processo de aprendizagem (MILLÃO et al., 2017; ROSA et al., 2017). Neste contexto a simulação clínica é uma metodologia que oferece aos estudantes a oportunidade de realizar de maneira segura e controlada, uma prática análoga a da prática profissional. Na simulação clínica o estudante interatua, em um cenário que simula a realidade, solucionando uma situação ou caso clínico que validarão os conhecimentos dos participantes por meio da aprendizagem baseada na experiência (EPPICH ET AL, 2011; MEAKIM COLLEN et al, 2013). A proposta pedagógica de utilizar a simulação clínica no ensino de enfermagem visa proporcionar a simulação da prática clínica desde os primeiros semestres da faculdade para que o aluno desenvolva habilidades interpessoais e de autocontrole de maneira segura e controlada. Preservando o aluno da pressão causada no atendimento real nas primeiras consultas, objetivando menor taxa de erros e impactos negativos para o paciente futuro. 1 Camilla.schmitz@anhanguera.com, Professora do curso de Enfermagem, Anhanguera Jaraguá do Sul, 2 ataiszubreski57@gmail.com Graduanda do curso de Enfermagem, Anhanguera Jaraguá do Sul, 3 celeniraresner@gmail.com Graduanda do curso de Enfermagem, Anhanguera Jaraguá do Sul.
2 Este trabalho objetiva descrever o relato de experiência dos alunos da terceira série do curso de enfermagem que realizaram a Simulação Clínica Realística. Materiais e métodos Este estudo trata-se de um relato de experiência baseado nas atividades desenvolvidas na disciplina Fundamentos Semiológicos de Enfermagem da terceira série do curso de Enfermagem da Anhanguera Jaraguá do Sul. Participaram da atividade 47 alunos do período matutino e noturno. A Simulação Clínica ocorreu no mês de maio de 2018, no período de aula, com quatro horas de duração e simulou uma consulta de enfermagem com a utilização das técnicas e conceitos aprendidos na disciplina. A atividade de simulação clínica foi dividida em três momentos didáticos: o Pré-briefing, Cenário Simulado e Debriefing (MEAKIM COLLEN et al, 2013). No pré-briefing foram fornecidas orientações aos alunos com o objetivo de prepara-los para a simulação da consulta de enfermagem, esclarecemos que o cenário seria uma unidade básica de saúde e a patologia apresentada pelo paciente simulado. Foi acordado que cada aluno teria cerca de 20 minutos para realizar a anamnese e orientações ao paciente e foi entregue um check list com o que seria avaliado durante a simulação, um check list para preenchimento dos participantes do atendimento simulado e outro check list para os alunos que apenas observaram a simulação. Durante o cenário clínico, o laboratório de enfermagem da faculdade foi equipado para ficar o mais semelhante possível a uma unidade de saúde e na sala ficaram apenas dois alunos que estavam realizando a simulação, o ator que simulou o paciente e a técnica de laboratório que filmou os atendimentos com um smartphone. Neste momento os demais alunos da disciplina estavam em outra sala onde foi reproduzido o filme do atendimento simulado. O ultimo momento (Debriefing) ocorre posteriormente a experiência da simulação, é um momento de reflexão coletiva mediada pelo professor da disciplina onde os participantes têm a oportunidade de refletir e ter retorno da experiência, de sua performance, considerando vários aspectos que ocorreram na simulação. O objetivo do debriefing é promover a assimilação e consolidação do conhecimento para a aprendizagem e a atuação profissional. Após a simulação os alunos entregaram os check list com a resposta das seguintes questões: Quais são os principais pontos que você como aluno desenvolveu na aula de simulação
3 clínica? Que reflexões a experiência de simulação clínica lhe proporcionou? Quais os pontos fortes e os pontos fracos da aula de simulação clínica? Resultados e discussão Desenvolvimento de habilidades na simulação clínica. Os alunos manifestaram que após a realização da simulação clínica eles se sentiram mais seguros na prática da consulta de enfermagem, sentindo-se mais confiantes no saber fazer, sentiram que obtiveram um aprendizado real para uma boa avaliação clínica. Com a simulação clínica é possível apresentar aos alunos vários cenários em um ambiente controlado, onde ele é acompanhado pelo professor e poderá executar o procedimento várias vezes até atingir a proficiência e será avaliado não só pelo seu desempenho técnico, mas também pelas suas atitudes comportamentais. Permitindo a aquisição de competências que vão além das habilidades técnicas e que desenvolvem o pensamento crítico reflexivo acerca de situações reais (GOMEZ; VIEIRA; SCALABRINI NETO, 2011). Foram relatadas também a importância de ter vivência em coleta de dados, conversação e troca de conhecimento. Durante a consulta de enfermagem segue-se a sistematização da assistência de enfermagem, aplica-se o processo de enfermagem em suas cinco etapas: Histórico, Diagnóstico, Planejamento, Implementação e Avaliação (COFEN, 2009). Na simulação foi realizada a etapa de coleta do Histórico de enfermagem, onde o enfermeiro precisa desenvolver competências humanas que propiciem uma relação horizontal entre profissional e paciente. O enfermeiro precisa desenvolver uma relação terapêutica demonstrando interesse pelo ser humano através de uma abordagem contextualizada e participativa (MACHADO; LEITÃO; HOLANDA, 2005). A simulação clínica propicia o desenvolvimento destas habilidades, sem constranger o aluno e o paciente em caso de erros ou desconfortos. Reflexões sobre a prática da simulação clínica A simulação clínica proporcionou aos acadêmicos um momento de aprendizado em trabalho em equipe, desenvolver a habilidade de administração do tempo, rotina e recursos,
4 ter conhecimento da prática correta, e buscar mais conhecimento, aprendizado no falar e ouvir o paciente e tranquilidade na avaliação clínica. A reflexão dos alunos traz a tona o papel do educador em saúde que garantir um aprendizado que contemple a complexidade do atendimento aos pacientes, provocando a reflexão sobre as razões para as orientações prestadas, para a investigação através da entrevista em enfermagem, para a subjetividade das relações humanas, transcendendo a teoria. Segundo Massias e Shimer (2007), a simulação clínica é uma metodologia ativa que permite que o aluno tenha uma experiência clínica autêntica em um ambiente controlado, livre de riscos tanto para si, quanto para o paciente, favorecendo a aprendizagem significativa que desenvolve no aluno uma postura comprometida com a busca do saber. Pontos fortes e fracos da simulação clínica Segundo os alunos os pontos fortes das aulas de simulação clínica foram aprendizado do autocontrole, empatia e conhecimento da prática bem como administração do tempo. O uso da simulação favorece que os participantes aprendam a gerenciar crises; flexibilizar as práticas; utilizar o conhecimento factual; pensamento crítico; interação com a equipe; desenvolvam habilidades de comunicação; planejamento; estratégia; decisões múltiplas e colaboração. Oferecendo experiências de todo o processo educativo (EPPICH ET AL, 2011). Os pontos fracos levantados foram o medo de fazer algo errado por ainda não se ter a prática e rapidez necessária. Para que a simulação clínica tenha êxito é importante de que os alunos sejam esclarecidos desde a primeira etapa de que este é um momento de aprendizado e que pode ser reptido inúmeras vezes até que se alcance o êxito. Para isto é necessário cumprir todas as etapas propostas na simulação gerenciando situações críticas com uma abordagem multidisciplinar; otimizando o atendimento clínico, minimizando o erro e estabelecendo diretrizes para melhorar a comunicação entre os participantes. Conclusão Conclui-se que a aprendizagem experiencial por meio da simulação clínica é uma estratégia metodológica que desenvolve no aluno as competências e habilidades exigidas no
5 curso de enfermagem. Favorecendo o raciocínio crítico/reflexivo na formação integral do aluno como educando e ser humano. Referências COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Brasília: COFEN, EPPICH, W. et al. Simulation-based team training in healthcare. Simulation in Healthcare, v.6, n.7, p.s14-s19, GOMEZ, M.V; VIEIRA, J.E.; SCALABRINI NETO, A. Análise do Perfil de Professores da Área da Saúde que Usam a Simulação como Estratégia Didática. Rev Bras. Educ. Méd., v.35, n.2, p , MASSIAS, L.A.; SHIMER, C.A. Clinical simulations: Let's get real!. Teaching and Learning in Nursing, v., n.4, p , MACHADO, M.M.T.; LEITÃO, G.C.M.; HOLANDA, F.U.X. O conceito de ação comunicativa: uma contribuição para a consulta de enfermagem. Rev. Latinoam. Enferm., v.13, n.5, p , MEAKIM COLLEN et al. Standards of Best Practice: Simulation Standard I: Terminology. Clin. Simulation in Nursing, v.9, n.65, p.s3-s11, MILLÃO, L.F. et al. Integração de tecnologias digitais no ensino de enfermagem: criação de um caso clínico sobre úlceras por pressão com o software SIACC. Rev. Eletr. Com., Inform. Inovação em Saúde, v.11, n.1,2017. ROSA, R.S. et al. Estratégias baseadas em metodologias ativas no ensino aprendizagem de primeiros socorros: Relato de Experiência. Rev Enferm., v.11, n.2, p , 2017.
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