Curso 2017: Os gozos na teoria e na clínica psicanalíticas. Aula 2 (24/8/2017)

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1 Curso 2017: Os gozos na teoria e na clínica psicanalíticas Aula 2 (24/8/2017) Marcus do Rio Teixeira I - Pulsão de vida e pulsão de morte: uma releitura lacaniana Na primeira aula do curso Os gozos na teoria e na clínica psicanalíticas retomamos brevemente alguns pontos abordados em 2016, ressaltando que os três temas do corpo, da pulsão e do gozo estão estreitamente relacionados no ensino de Lacan. Se o corpo é a sede das fontes das pulsões (o que o distingue logo de saída do organismo, entendido como corpo natural), para Lacan ele é também aquilo de que se goza e aquilo que é preciso para gozar. A sua definição do corpo como substância gozante, no Seminário 20, Mais, ainda, merece ser mais refletida e menos repetida como um slogan. Ainda sobre a pulsão, esta não é um mero sinônimo do gozo, como às vezes se diz apressadamente, mas ela veicula o gozo (C. Soler), que Lacan situa no Drang (impulso/pressão). Vimos também que a abrangência conferida ao conceito pelo próprio Lacan para se referir a fenômenos clínicos muito diversos conduz a alguns paradoxos, como observa R. Chemama. Para C. Soler, o gozo não é exatamente um conceito: (...) é um termo não é um conceito, gozo é um termo, é uma noção, bastante difícil de circunscrever na razão do conceito (...) 1 Destacamos dois pares de noções que guardam alguma relação na teoria lacaniana, não simplesmente de oposição: o primeiro, prazer e gozo; o segundo, desejo e gozo. Iniciamos esta aula do curso fazendo uma recapitulação da leitura lacaniana da teoria das pulsões. Como vimos no ano passado, Lacan discorda da primeira teoria freudiana das pulsões sintetizada no artigo metapsicológico de 1915, As pulsões e seus destinos. Nesse artigo Freud divide as pulsões em dois grupos: Sugeri diferenciar dois grupos de tais pulsões primordiais: as pulsões do Eu, ou de autopreservação [Ichtriebe/Selbsterhaltungstriebe], e as pulsões sexuais [Sexualtriebe]. 2 Lacan rejeita as pulsões de autopreservação argumentando, segundo os princípios definidos pelo próprio Freud, que a fome e a sede não podem ser consideradas como pulsões: cada uma delas pode 1 SOLER, C. L en-corps du sujet... op. cit., Aula de 06/02/2002. p. 82 [tradução para uso interno: Graça Pamplona]. 2 FREUD, S. As pulsões e seus destinos. Belo Horizonte: Autêntica Editora, p

2 ser descrita como um estado de tensão crescente que diminui até chegar a zero com a ingestão do seu objeto específico. A pulsão, ao contrário, (...) não tem subida nem descida. É uma força constante. 3 A pulsão tampouco tem um objeto único, como é o caso da fome e da sede, que só podem ser satisfeitas pela ingestão de alimento e líquido que contenha água; ao contrário, seu objeto é extremamente variável. Como ressalta Colette Soler: Vemos bem que isso quer dizer que a necessidade convoca uma satisfação particular que só pode ser fornecida por um objeto especificado, e efetivamente a fome só se acalma pelo alimento. A pulsão oral não. A fome, enquanto necessidade, não se sublima. 4 Lacan rejeita igualmente as pulsões do eu [Ichtriebe], amor e ódio: O nível do Ich é não-pulsional, e é aí - eu lhes rogo que leiam atentamente o texto - que Freud situa o amor. 5 O que mostra, segundo Marie-Christine Laznik, que Lacan (...) reserva o termo pulsão apenas para as pulsões sexuais parciais 6. Sabemos, porém, que o próprio Freud reviu a sua teoria das pulsões e que em um segundo momento ele reúne as pulsões do eu e de autopreservação às pulsões sexuais, denominando-as pulsões de vida. Ele reinstaura o dualismo com a pulsão de morte. Colette Soler lembra que Lacan, nos seus primeiros comentários sobre a pulsão de morte, adota uma atitude de (...) nem a rejeição, nem a fascinação. 7 Isso não impede que, desde o início, ele não cesse de reformular a pulsão de morte em outros termos que não o da busca do retorno ao inanimado: Podemos segui-lo: inicialmente ele a formulou em termos de efeito especular; depois ele a formulou em termos de efeito de linguagem, na medida em que a linguagem porta a instância da morte; e em seguida, isso é reformulado em termos de inércia de gozo. Tudo isso não nos oferece uma pulsão de morte como pulsão: há a presença da mortificação, há a presença da inércia, mas não é uma pulsão. No fundo, isso nos leva a dizer que toda pulsão é pulsão de morte. 8 3 LACAN, J. O Seminário, Livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. [1964]. 2ª ed. Corrigida. Rio de Janeiro: JZE, 2008, p SOLER, C. L en-corps du sujet - Cours Paris: Fondation Clinique du Champ Lacanien, Aula de 19/12/2001 [tradução para uso interno: Graça Pamplona]. 5 LACAN, J. O Seminário, Livro op. cit., p LAZNIK, M.-C. Por uma teoria lacaniana das pulsões. In:. A voz da sereia: o autismo e os impasses na constituição do sujeito (textos compilados por WANDERLEY, D.). Salvador: Ágalma, 2013 (3ª Ed.). p SOLER, C. L en-corps du sujet... Op. cit., aula de 16/01/2002 [tradução para uso interno: Graça Pamplona]. 8 Id., ibid., aula de 19/12/

3 A ideia de que toda pulsão é pulsão de morte vem do próprio Lacan, que afirma em Posição do Inconsciente 9 : O sujeito falante tem o privilégio de revelar o sentido mortífero desse órgão [a libido] e, através disso, sua relação com a sexualidade. Isso porque o significante como tal, barrando por intenção primeira o sujeito, nele faz penetrar o sentido da morte (A letra mata, mas só ficamos sabendo disso pela própria letra). Por isso é que toda pulsão é virtualmente pulsão de morte. Essa afirmação faz com que muitos analistas que se reportam ao ensino de Lacan considerem que o conceito de pulsão de morte continua valendo para Lacan, ainda que com um sentido diferente daquele proposto por Freud, extraindo seu caráter mortífero da repetição. Ora, é evidente que ao falar da pulsão de morte Lacan se refere aqui à mortificação introduzida pelo significante. Ocorre que no supracitado Seminário 11, Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, ele vai retomar essa relação dando a ela uma definição mais precisa: A distinção entre pulsão de vida e pulsão de morte é verdadeira na medida em que manifesta dois aspectos da pulsão. Mas com a condição de conceber que todas as pulsões sexuais se articulam no nível das significações no inconsciente, na medida em que, o que elas fazem surgir, é a morte - a morte como significante, e, nada mais que como significante, pois será que se pode dizer que há um ser-para-a-morte? 10 A mortificação introduzida pelo significante não é da ordem da pulsão. Isso fica claro quando Lacan frisa que se trata da morte (...) como significante, e, nada mais que como significante. O que leva Soler a afirmar: Toda pulsão é pulsão de morte : não creiam que isso queira dizer que há a pulsão de morte; isso quer dizer que não há pulsão de morte; há as pulsões, que são pulsão de morte, isto é, que veiculam o que Freud colocou sob o termo de pulsão de morte. Não há tampouco pulsão de vida em Lacan. Da vida, ele fala muito ao final para dizer: Sabem o que é a vida? Antes precisaria dizer o que se imagina que é a vida, a vida que não seria marcada, a vida que seria a pura vida, não cisalhada, nem recoberta pela linguagem. 11 Resumindo: Lacan rejeita a primeira teoria freudiana das pulsões, distinguindo o campo da necessidade daquele do desejo e mantendo como pulsões somente as pulsões sexuais parciais. Rejeita 9 LACAN, J. Posição do inconsciente. In:. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, p LACAN, J. O Seminário, Livro op. cit., p SOLER, C. L en-corps du sujet... Op. cit., aula de 19/12/2001 [tradução para uso interno: Graça Pamplona]. 3

4 igualmente a segunda teoria das pulsões, uma vez que a mortificação trazida pelo significante não é da ordem de um impulso para a morte. Ainda que ele sustente que toda pulsão tem dois aspectos, de vida e de morte, tais noções não se parecem em nada com o sentido que elas possuem na teoria freudiana. II- O objeto no desejo e na pulsão A via do estudo da pulsão nos conduz ao tema do objeto a. Lembrando que Lacan faz coincidir o seu conceito de objeto a com o objeto da pulsão na teoria freudiana, como resume a resposta à questão de Moustapha Safouan no Seminário 11: Compreendam que o objeto do desejo é a causa do desejo, e esse objeto causa do desejo é a causa da pulsão quer dizer, o objeto em torno do qual gira a pulsão. [...]. Não é que o desejo se prenda ao objeto da pulsão o desejo faz seu contorno, na medida em que é dele que se trata na pulsão. 12 Lembrando que essa resposta é dada em um Seminário no qual Lacan situa um grande número de definições teóricas de extrema importância a respeito do que ele denomina os conceitos fundamentais da psicanálise, dentre eles a pulsão. É nesse contexto que ele superpõe o seu objeto causa do desejo ao objeto acerca do qual Freud já havia dito: O objeto de uma pulsão é aquele junto ao qual, ou através do qual, a pulsão pode alcançar sua meta. É o que há de mais variável na pulsão, não estando originalmente a ela vinculado, sendo apenas a ela atribuído por sua capacidade de tornar possível a satisfação. Não é necessariamente um objeto material [Gegenstand] estranho ao sujeito, podendo ser até mesmo uma parte do seu corpo. 13 Lacan assim comenta a definição freudiana: O objeto da pulsão, como é preciso concebê-lo, para que se possa dizer que, na pulsão, qualquer que ele seja, ele é indiferente? (...) a esse seio, na sua função de objeto, de objeto a causa do desejo, tal como eu trago sua noção devemos dar uma função tal que pudéssemos dizer seu lugar na satisfação da pulsão. A melhor fórmula nos parece ser esta que a pulsão o contorna LACAN, J. O Seminário, Livro 11, os quatro conceitos fundamentais... Op. cit., p FREUD, S. As pulsões e seus destinos. op. cit., p LACAN, J. O Seminário, Livro op. cit., p

5 Lacan aproveita do conceito freudiano a sua característica variável ao mesmo tempo em que enfatiza o caráter inalcançável, inapreensível, fazendo a pulsão contorná-lo. Comentei a controvérsia em torno da materialidade/imaterialidade de tal objeto em dois artigos sobre o tema 15, nos quais fiz algumas colocações a partir de comentários de autores contemporâneos. Colette Soler apresentou uma proposta de solução no seu Seminário de Leitura comentada do Seminário 10, A Angústia 16. Nesse Seminário, ela situa o objeto a enquanto objeto perdido na constituição do sujeito como pré-subjetivo, insubjetivável, distinguindo-o dessa forma dos as, no plural, que designam os objetos que possuem o valor de objeto a para o sujeito. Portanto, ainda que não seja possível representar esse objeto cuja perda original constitui o sujeito como faltante, porque não se trata nesse caso de um objeto material, que tenha existência física, por outro lado, os diversos objetos da realidade aos quais o sujeito atribui a capacidade de tamponar a sua falta, ainda que transitoriamente, estes sim são bem materiais, possuem consistência imaginária. Na situação da relação sexual (no sentido de ato, e não de rapport) são esses objetos que fisgam o desejo. Mas o desejo, rumo a que ele se dirige? Parece, às vezes, que ele se dirige ao parceiro, homem ou mulher. Mas, na verdade, ele se dirige ao mais-de-gozar que se aloja aí. E isso vale, inclusive, para a relação de corpo a corpo. O que Lacan formulou de forma simples e categórica, em Radiofonia: ele dizia que a relação tomada pelo sexo é como qualquer uma, articulada a partir do mais-de-gozar. Para o homem, isso supõe identificar o parceiro ao objeto a e para a mulher, reduzi-lo ao falo. 17 Notem que esta citação levanta algumas questões importantes a respeito do desejo e do gozo. Primeiramente, mostra que estes conceitos não são excludentes e que não faz o mínimo sentido dizer, como alguns, que nos últimos anos do seu ensino Lacan substituiria o conceito de desejo pelo de gozo. O desejo visa um objeto do qual se goza. Goza-se, de fato, ainda que também se escute dizer (eu mesmo já escutei muito) que não se goza porque não se atinge o gozo, que o gozo é impossível; ou seja, praticamente tudo é gozo, mas não se goza (sic). 15 TEIXEIRA, M. R. O objeto da pulsão. Disponível em E O objeto da pulsão (parte II). Disponível em: 16 SOLER, C. Seminário de leitura de texto, ano : Seminário A angústia, de Jacques Lacan. São Paulo: Escuta, p SOLER, C. Desejo no singular, desejos no plural. Stylus, revista de psicanálise, Rio de Janeiro, nº 28, p , jun p

6 Essa leitura apressada (para usar um termo gentil) da teoria de Lacan induz a uma grave confusão. O gozo que não se atinge é o gozo absoluto, aquele que supostamente propiciaria a satisfação plena, total. Acerca de tal gozo, Roland Chemama comenta: Esse gozo absoluto, como poderíamos concebê-lo? Tal gozo seria a adequação perfeita do ser a si mesmo, e que dessa forma não comportaria nem a perda acerca da qual lhes falei bastante, nem a necessidade de preenchê-la. 18 Percebe-se a impossibilidade de tal gozo, que supõe que o sujeito estivesse fora da linguagem. Chemama lembra que Lacan o supôs nos animais. Ao mesmo tempo outros gozos são possíveis - aqueles dos objetos pulsionais, por exemplo, ainda que tais gozos restem distantes dessa plenitude mítica. Assim, Lacan pôde afirmar que (...) não há acesso ao Outro do sexo oposto senão através das chamadas pulsões parciais, onde o sujeito busca um objeto que lhe reponha a perda de vida (...) 19 Esse Outro do sexo oposto pode ser melhor entendido como o Outro da alteridade sexual, que está presente mesmo em um casal anatomicamente semelhante. [...] essa dimensão da alteridade é, portanto, a condição do desejo, do endereçamento desse desejo e de seu exercício. Poderíamos nesse aspecto ressaltar que mesmo no interior desses casais que buscam realizar a homogeneidade casais homossexuais essa dimensão da alteridade, entretanto, não deixa de se revelar em ação entre eles, ou seja, malgrado essa aspiração à semelhança, à similitude, haverá entre eles uma repartição, e que fará com que um ou uma se encontre, em relação ao outro, sustentando essa posição. 20 Lacan assim define essa dimensão da alteridade feminina no Seminário 20, Mais, ainda: O Outro, na minha linguagem, só pode ser portanto o Outro sexo 21. Porém, como constatamos, o que se atinge não é o Outro, mas partes dele onde o sujeito localiza seus objetos a. Por isso não há gozo do Outro (genitivo objetivo), mas gozo dos objetos parciais. Esta seria uma forma de esclarecer por que não há relação [rapport] sexual, ainda que haja ato sexual. Não há relação porque o gozo não faz laço, ele não estabelece uma relação [rapport]. Soler vai dizer então que não há relação sexual porque há a pulsão CHEMAMA, R. La jouissance, enjeux et paradoxes. Paris: Érès, LACAN, J. Posição do inconsciente...op. cit., p MELMAN, C. Aimons-nous encore des femmes? Data da conferência : 22/3/2007. Disponível em: < Acesso em: 15 nov [Tradução minha para o trecho citado] 21 LACAN, J. O Seminário, Livro 20: mais, ainda [ ]. 3 a. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, p SOLER, C. L en-corps du sujet... Op. cit., aula de 06/02/

7 Somos levados dessa forma a uma aporia: a pulsão é a única via de acesso ao Outro, mas a pulsão não permite o acesso ao Outro na sua totalidade, porque ela só visa os objetos parciais. Isso é fonte de mal-entendido e confusões imaginárias na vida dos casais, fato que Lacan ironiza: Que eu saiba, depois de ter dado uma conotação tão pejorativa ao fato de considerar o outro como um objeto, ninguém jamais observou que considerá-lo um sujeito não é melhor. Vamos admitir que um objeto valha por um outro, sob a condição de darmos ao termo objeto seu sentido original, que visa aos objetos na medida em que os distinguimos e podemos comunicá-los. Se é, pois, deplorável que o amado jamais venha a se tornar um objeto, será melhor que ele seja um sujeito? Para responder a isto, basta observar que, se um objeto vale um outro, para o sujeito isso ainda é pior. Pois não é simplesmente um outro sujeito que ele vale - um sujeito, estritamente, é um outro. 23 Sabemos que no quadro das fórmulas da sexuação, Lacan assim distribui sujeito e objeto a: Do lado do homem, inscrevi aqui, não certamente para privilegiá-lo de modo algum, o S (...) Não vamos comentar a ironia de Lacan não certamente para privilegiá-lo de modo algum... Ele diz ainda que (...) esse S só tem a ver, enquanto parceiro, com o objeto a inscrito do outro lado da barra. Só lhe é dado atingir seu parceiro sexual, que é o Outro, por intermédio disto, de ele ser a causa de seu desejo. 24 Lacan situa, portanto, de modo inequívoco, o objeto a no campo feminino. Isso significa dizer que a mulher não tem os seus objetos a? Uma tarefa de casa seria: localizar nos Seminários, nos Escritos e nos Outros Escritos onde Lacan fala do objeto a da mulher (não na mulher). Um aviso: as referências são raras. 23 LACAN, J. O Seminário, Livro 8, a transferência [ ]. 2ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, p LACAN, J. O Seminário, Livro 20: mais, ainda...op. cit., p

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