CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
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- Tomás Angelim Vilaverde
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1 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ASSUNTO: Regulamentação Do Programa de Educação a Distância e Instituição do Núcleo de Educação a Distância (NEAD) no CEFET-MG RELATÓRIO 1. Bases político-legais A atuação do CEFET-MG na Educação a Distância (EaD) está istitucionalmente presente há alguns anos, como evidencia o PDI Nele, a EaD estava prevista em um dos programas institucionais, que deveria contar com a contribuição de todas as áreas de atuação institucional ensino, pesquisa e extensão, embora se vinculasse diretamente à área de apoio da Administração. Os objetivos do Programa estavam assim formulados: 01 Incentivar essa modalidade de educaão na Instituição. 02 Fomentar projetos de educaão a distância. 03 Ampliar as ações de formação de recursos humanos na educação a distância. 04 Estabelecer infra-estrutura de apoio. (PDI , p. 80). O PDI teve ponto de partida um diagnóstico institucional fundado no grau de alcance das metas previstas no PDI anterior (autoavaliação) e no processo de avaliação externa da instituição. Na sua elaboração, aprimoraram-se os meios de consulta e participação da comunidade em relação aos recursos utilizados para as definições do PDI Isto resultou, entre outros aspectos, na intenção definida de aprimorar a organicidade e a sistematização das políticas e práticas vigentes. Fica implícita em todo o documento a importância da definição de marcos regulatórios relativos à atuação institucional em todas as áreas e a importância de definição de políticas que ultrapassem o caráter de políticas vinculadas às particularidades de uma dada gestão. Assim, definiu-se como um dos objetivos gerais a serem alcançados pelo CEFET- MG: Consolidar e prosseguir com o desenvolvimento da cultura de aprimoramento e ampliação da atuação institucional, com a definição de
2 marcos regulatórios e a avaliação contínua em todos os níveis e setores da instituição. (PDI p. 85). Estabeleceram-se seis programas gerais, entre os quais o de Inclusão e Inserção Social em que se posicionou o Programa de Educação a Distância. Este assumiu as características de um programa transversal a todas as áreas (EPT, GRD, PGR, PIT, EXT e PGE). O atual Programa transversal de EaD tem por objetivo: Implementar política de educação a distância e ampliar suas ações, ou seja: sistematizar as ações institucionais da área em uma nova política geral, de forma a aprimorar os projetos e as ações existentes e implantar novos; prover condições apropriadas de infraestrutura e de pessoal para o desenvolvimento dos projetos. (PDI p. 110). Nessas condições, e à luz das condições de certa fragmentação, certa dispersão e dificuldades objetivas de condução das ações de EaD no CEFET-MG, para o atendimento ao objetivo definido, fica clara a necessidade urgente de regulamentação do Programa de EaD no CEFET-MG. Obviamente isto deverá ser conduzido, garantindo-se a sua organicidade com as metas gerais e os princípios institucionais definidos para a instituição, tal como a seguir. Metas 01. Manter-se na condição de IFES verticalizada, assegurando a excelência no ensino, na pesquisa e na extensão. 02. Reforçar as características institucionais de IFES universitária, especializada na área tecnológica, visando a sua transformação na Universidade Tecnológica Federal de Minas Gerais. (PDI p. 85). Princípios valorização do caráter humanista e tecnológico da instituição, em prol da educação tecnológica, promoção da cidadania e rejeição de políticas e práticas de exclusão; continuidade da valorização dos servidores como o maior patrimônio da instituição; articulação entre as áreas do ensino, da pesquisa, da extensão e da administração e entre os componentes internos de cada uma; compromisso com a atuação integrada criticamente às demandas regionais, nacionais e internacionais, à luz de projetos de desenvolvimento sustentável; consideração do caráter plural que permeia as políticas e práticas de uma instituição universitária; respeito ao caráter contraditório das relações e ações institucionais e busca de sua síntese; democratização da gestão;
3 transparência político-administrativa e avaliação contínua; busca permanente de síntese entre centralização e descentralização na definição de políticas e em sua implementação; racionalização administrativa balizada por eficiência e eficácia, controle e flexibilidade. (PDI p ). Isto posto, a regulamentação do Programa de EaD no CEFET-MG deverá ser balizada pela institucionalização do órgão responsável pela EaD no CEFET-MG (NEAD), com o entendimento de que as ações do Programa só se alinharão com os objetivos, metas e princípios institucionais se atenderem a princípios específicos, aqui definidos a partir de reflexão sobre a EaD no país. 2. Bases político-educacionais A área da Educação a Distância (EaD) sempre foi objeto de polêmica particularmente por parte de profissionais da área da educação em geral e que questionam, entre outros aspectos: 2.1. reforço ao produtivismo na área da educação, pela EaD, em que a importância da relação custo-benefício seria privilegiada em detrimento da relação custo-efetividade, numa perspectiva de racionalização educacional, pela qual os fins da educação importariam menos do que os custos; 2.2. a fragilidade da EaD como forma de oferta educacional capaz de prover uma formação de qualidade em que, de fato, os aspectos qualitativos subsumam os quantitativos. E isto a partir do objetivo de se contribuir para o domínio, por parte dos participantes, dos conhecimentos científicotecnológicos e sócio-históricos relativos ao campo em que se está desenvolvendo essa modalidade; 2.3. a resistência histórica de muitas instituições de educação pública e gratuita a essa forma de oferta educacional, nos diferentes níveis e modalidades, tendo-se em vista, entre outros fatores, a defesa pelo direito de todo cidadão por uma educação que lhe favoreça aquele domínio mencionado. E, neste caso, é de fundamental importância o espaço vital
4 de interações humanas em ambiências não apenas de ensino, mas, também, de pesquisa; 2.4. a tradição histórica da área ligada a treinamentos para o exercício em postos de trabalho cada vez mais precarizados, no conjunto da cadeia produtiva; 2.5. a própria natureza tecnológica da EaD, porquanto ela viabilizaria e até mesmo reforçaria a intensificação e a precarização do trabalho docente, num contexto de exploração da força de trabalho sobretudo dos sujeitos professores que fazem parte dos cursos e programas conduzidos por essa forma. No entanto, a realidade da expansão da presença de cursos e programas de EaD, nas mais diversas instituições de educação formal, entre as quais as universidades públicas, vem evidenciando alternativas de propostas de atividades que, se não superam totalmente, pelo menos confrontam expressivamente a negatividade dos aspectos anteriores. Essas alternativas englobam, por exemplo, as ofertas de cursos, programas ou disciplinas do conjunto curricular de um dado curso presencial, na forma semipresencial, ou seja, utilizando-se parcialmente de recursos tecnológicos da EaD. Nesta alternativa preveem-se interações interpessoais presenciais que se mostram mediadoras fundamentais na relação virtuosa entre o aprendiz e o conhecimento. Além disso, no campo da pesquisa, a EaD implica a vantagem de disponibilizar experiências na área para a realização de estudos e pesquisas que contribuam para o desenvolvimento teórico-prático do saber na área tecnológica e também na área da educação. Nesse caso, têm-se, nas atividades de EaD, um campo de estudos e pesquisas para o desenvolvimento de processos e produtos tecnológicos que possam favorecer o processo de aprendizagem escolar e o próprio entendimento dos processos de conhecimento pelos quais passa o aprendiz ao aprender.
5 Ao lado disso, há que se reconhecerem os aspectos de uma nova cultura que se apresenta nas escolas, em que os aparatos do atual estágio de desenvolvimento tecnológico fazem-se presentes como instrumentos de administração, de ensino, de pesquisa, de extensão e de mediadores da relação escola, trabalho e contexto social mais amplo. 3. Os princípios que deverão reger a EaD no CEFET-MG Coerentemente com as considerações anteriores, a atuação do CEFET-MG na EaD, nas áreas da administração, do ensino, da pesquisa e da extensão, deverá se pautar pelos princípios de: 3.1. aproveitamento da cultura de educação tecnológica e da capacidade instalada em termos de recursos humanos, físico-materiais e equipamentos na instituição; 3.2. ampliação da capacidade institucional na área, cuidando-se para que as ações realizadas não impliquem a precarização e a intensificação do trabalho dos docentes e dos técnicos administrativos por elas responsáveis; 3.3. referência a projetos didático-pedagógicos que ultrapassem meros treinamentos; 3.4. envolvimento prioritário de propostas semipresenciais; 3.5. implicação de benefícios formativos para os sujeitos envolvidos; 3.6. enriquecimento curricular dos cursos regulares nos diferentes níveis de ensino, em que seja preservada a gratuidade e a possibilidade de acesso por parte dos alunos; 3.7. potencialização de estudos, pesquisas e campo de experimentações de inovações tecnológicas a serviço de uma educação que favoreça os interesses das camadas desfavorecidas da população; 3.8. prestação de serviços em benefício de políticas de inclusão; 3.9. aprovação pelos Conselhos implicadas nas atividades propostas. Com fundamentação neste parecer, propõe-se que se aprove o Projeto de Resolução em anexo.
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