Aula nº O Professor ressalta que o procedimento da Apelação ocorre em duas fases:
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- Luzia Oliveira
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1 Página1 Curso/Disciplina: Direito Processual Civil (NCPC) Aula: Procedimento de Apelação Parte II. Professor(a): Edward Carlyle. Monitor(a): Guilherme Januzzi Marques Correa. Aula nº. 232 O Professor inicia a aula relembrando que estamos analisando de maneira pormenorizada vários aspectos da Apelação, tal como ela é tratada no novo Código de Processo Civil. Salienta que na última aula iniciou a análise do procedimento da Apelação. Naquela oportunidade, foi ressaltado que o procedimento da Apelação está expresso no artigo 1.010, do CPC/2015, in verbis: Art do CPC/2015. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: I - os nomes e a qualificação das partes; II - a exposição do fato e do direito; III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; IV - o pedido de nova decisão. 1 o O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias. 2 o Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões. 3 o Após as formalidades previstas nos 1 o e 2 o, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade. No artigo em epígrafe, se pode vislumbrar de maneira bem clara a ideia de que o procedimento da Apelação foi basicamente mantido como sendo o mesmo daquele que estava em vigor no Código de Processo Civil de O Professor ressalta que o procedimento da Apelação ocorre em duas fases: Em um primeiro momento, perante o Juízo de Primeira Instância; E a fase de julgamento desse recurso da Apelação tramita no Tribunal. Na última aula foi iniciada a análise do trâmite desse procedimento na Primeira Instância de Jurisdição. Proferida a sentença, será cabível, em tese, o recurso de Apelação. Esse recurso de Apelação poderá (é uma faculdade da parte) ser interposto a contar da intimação das partes do teor da sentença.
2 Página2 Esse momento a partir do qual tem início a contagem do prazo recursal está previsto no artigo 1.003, caput, do CPC/2015.O prazo para interposição é de 15 dias, tal como dispõe o artigo 1.003, 5º, do CPC: Art do CPC/2015. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. 5 o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. É importante lembrar que esse prazo é contado em dias úteis, em consonância com o artigo 219 do CPC/2015 e poderá sofrer alterações, tais como a contagem do prazo em dobro, como ocorre para o Ministério Público, Fazenda Pública, dentre outras exceções. No final da aula anterior, o Professor ressaltou que, proferida a sentença, iniciado o prazo para apresentação da Apelação, interposta esta em petição escrita dirigida ao Juízo de PrimeiraInstância, o mesmo, tal como dispõe o artigo º do CPC/2015, deverá determinar a intimação do apelado para apresentar contrarrazões. Essa é a única conduta atribuída ao Juiz de Primeira Instância, à luz do artigo acima qualificado. Após a apresentação das contrarrazões (faculdade do apelado), como regra, o apelado pode apresentar argumentos contrários a apelação, com o escopo de manter a sentença proferida intacta, defendendo a integridade da mesma. Porém, o apelado também pode se valer das contrarrazões para atacar aquelas decisões interlocutórias não agraváveis que sejam do seu interesse, tal como estabelece o artigo 1.009, 1º do CPC/2015: Art do CPC/2015. Da sentença cabe apelação. 1 o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. Se o apelado apresenta as contrarrazões apenas com a finalidade de se defender, o processo seguirá o seu rumo normal com a remessa ao Tribunal, conforme preceitua o artigo 1.010, 3º do CPC/2015. No entanto, se as contrarrazões foram apresentadas para se defender, mas também ou até mesmo somente para que o apelado pudesse apelar subordinadamente contra decisões interlocutórias não agraváveis, terá procedimento distinto.
3 Página3 A Apelação adesiva, conforme já estudado, é considerada uma espécie de recurso subordinado. A outra espécie deste tipo de recurso é a Apelação subordinada contra decisões interlocutórias não agraváveis. Tendo em vista que Apelação subordinada contra decisões interlocutórias não agraváveis formula um pedido contra o apelante, por força do princípio do contraditório e da ampla defesa, e por analogia ao artigo 1.010, 2º do CPC/2015, o Juiz deverá determinar a intimação do apelante original para que o mesmo apresente contrarrazões da Apelação subordinada do apelado no prazo de 15 dias úteis, com observância as situações dos prazos em dobro. O professor faz a seguinte indagação: O apelante original, nas contrarrazões da Apelação subordinada, poderia formular um pedido de Apelação subordinada dessas contrarrazões para impugnar decisões interlocutórias não agraváveis anteriormente? A resposta é negativa, uma vez que se o apelante desejasse impugnar decisões interlocutóriasnão agraváveis, deveria tê-lo feito dentro da Apelação original. Trata-se do fenômeno da preclusãoconsumativa, pois uma vez apresentada a Apelação original sem menção as decisões interlocutórias não agraváveis, ele não pode depois querer discutir o teor destas decisões. O º do CPC/2015 prevê a hipótese de Apelação adesiva. Nesta, é necessário uma sucumbência recíproca. Não é qualquer hipótese que dará ensejo a Apelação adesiva. Ela possui determinados requisitos. A Apelação adesiva é dirigida em face da sentença, mais precisamente a parte da sentença na qual o apelado foi derrotado. É possível ao apelado simultaneamente apresentar contrarrazões para defesa, apelação subordinada contra decisões interlocutórias não agraváveis e também apresentar apelação adesiva? Para a doutrina, em tese, é perfeitamente possível. Argumento: Quando o apelado é intimado para apresentar contrarrazões, em regra, essa intimação é realizada para apresentação de defesa para tentar manter a sentença na parte em que ele foi vitorioso. Existindo a sucumbência recíproca, ele pode apresentar contrarrazões para se defender na parte em que ele foi o vencedor e pode apresentar Apelação adesiva para recorrer na parte em que ele foi derrotado. Mesmo que a sucumbência seja total ou recíproca, pode acontecer que ele, mesmo na condição de vencedor ou de vencido, integralmente ou em parte, queira impugnar as decisões interlocutórias não agraváveis.
4 Página4 Realizado esse processamento no âmbito do Juízo de Primeira Instância, os autos serão remetidos ao Tribunal pelo Juiz, independentemente de juízo de admissibilidade, dando início a segunda fase do procedimento. O professor enfatiza que a Apelação leva o processo inteiro ao Tribunal. O juízo de admissibilidade é a primeira fase do julgamento dos recursos. Nesta fase, o órgão competente irá verificar se estão presentes ou não todos os requisitos de admissibilidade recursais. Se estiverem presentes, o recurso é conhecido e poderá ter o seu mérito examinado. Se ausente um, algum, ou todos os requisitos de admissibilidade recursais, havendo possibilidade de correção do vício, o Relator deverá providenciar o prazo de 5 dias para que a parte corrija o vício. Caso não corrigido, o recurso não será conhecido e consequentemente não terá o seu mérito examinado. O professor enfatiza que o Juiz de Primeira Instância vai remeter os autos ao Tribunal independentemente de juízo de admissibilidade. Esse Juiz não faz mais juízo de admissibilidade recursal. Essa foi uma inovação do novo Código de Processo Civil. O Juiz de Primeira Instância não profere decisão recebendo ou não o recurso. Nem afirmando em que efeitos recebe o recurso. O professor ressalta que as hipóteses de Apelação em que exista a possibilidade de juízo de retratação são conhecidas como Apelação com efeito regressivo. Exemplo: artigos 331; 332, 3º e 485, 7º, todos do CPC/2015. Em todas essas hipóteses, a Apelação possibilita ao Juiz o exercício do juízo de retratação. O professor suscita um problema: O juízo de admissibilidade, à luz do artigo 1.010, 3º do CPC/2015, é exclusivo do Tribunal. O juízo de retratação, nos casos dos artigos 331; 332, 3º e 485, 7º, todos do CPC/2015,é de competência exclusiva do Juízo de Primeira Instância. Para que o juízo de Primeiro Grau possa se retratar, ele precisa examinar quais as alegações estão sendo apresentadas no recurso com o objetivo de pleitear a reforma ou a invalidação da sua decisão. Se o Juiz de Primeira Instância para se retratar vai ter que examinar a fundamentação utilizada pelo apelante para pleitear a reforma ou a invalidação da decisão judicial, na verdade ele estará examinando o mérito. Na realidade, ele está examinando o próprio recurso para, se for o caso, se retratar. Ele não vai conceder ou negar provimento ao recurso. Então, para fazer um juízo de retratação, ele antes terá que fazer um juízo de admissibilidade. Mas o Código expõe que o juízo de admissibilidade é de competência do Tribunal. Nessa hipótese surgiu o problema. O Juiz de Primeira Instância realiza ou não um juízo de admissibilidade nessa hipótese de retratação?
5 Página5 1ª corrente: Nessas hipóteses haveria uma espécie de juízo de admissibilidade implícito. Daniel Amorim Assumpção Neves é um dos defensores dessa tese. Ele pressupõe um juízo de admissibilidade positivo para que o Juiz de Primeiro Grau exerça a retratação. Se o juízo de admissibilidade implícito for negativo, esse Juiz não poderá exercer a retratação. 2ª corrente: O juízo de admissibilidade feito pelo Juiz de Primeiro Grau apenas poderia abranger a tempestividade do recurso. Sendo tempestivo, ele poderia se retratar; sendo intempestivo, ele não poderia se retratar; 3ª corrente: O Juiz analisa se é o caso ou não de retratação sem fazer qualquer análise de admissibilidade do recurso. Se o Juiz de Primeira Instância equivocadamente realizar um juízo de admissibilidade, mas remeter o processo ao Tribunal, não existirá nulidade, uma vez que os autos serão saneados. Porém na hipótese de juízo de admissibilidade negativo feito pelo Juiz de Primeira Instância (não admitiu o recurso de apelação), estará privando o órgão competente (Tribunal) da análise desse recurso de Apelação. Por fim, ressalta o Professor que se o Juiz de Primeiro Grau não admitir a Apelação, segundo entendimento doutrinário, a partedeverá ingressar com uma Reclamação Constitucional, alegando usurpação de competência.
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