RECURSOS RECURSOS EM ESPÉCIE RECURSO ORDINÁRIO (RO)

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1 Página1 Curso/Disciplina: Direito Processual do Trabalho Objetivo Aula: Recursos Professor (a): Leandro Antunes Monitor (a): Rafael Cardoso Martins 20 RECURSOS RECURSOS EM ESPÉCIE Art. 893 da CLT: trata dos recursos cabíveis no processo do trabalho. Art Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: I - embargos; II - recurso ordinário; III - recurso de revista; IV - agravo. o recurso extraordinário. Obs.: além destes, cabem outros recursos, como os embargos de declaração e RECURSO ORDINÁRIO (RO) Art. 895 da CLT. Art Cabe recurso ordinário para a instância superior: I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e

2 Página2 II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. Muitos associam à apelação no processo civil. Tal associação não é errônea e faz sentido. Contudo, apesar da similitude, existem peculiaridades distintas. O RO não possui efeito suspensivo. É interposto na Vara do Trabalho para que esta o reconheça, através do primeiro juízo de admissibilidade, e o remeta para julgamento do TRT. Objetivo Combater decisões consideradas terminativas ou definitivas. Obs.: é certo que não cabe RO para combater decisão interlocutória (na Justiça do Trabalho, nem há recurso, em regra, contra decisão interlocutória). Contudo, quando possível recurso contra decisão interlocutória (excepcionalmente), na fase de conhecimento será cabível o recurso ordinário. Prazo 8 dias. Obs.: prazo em dobro para litisconsortes com procuradores distintos é regra do CPC que não se aplica à CLT. Contudo, prazo para a Fazenda Pública é dobrado. A União pode ser demandada de forma subsidiária, ou pode recorrer do acordo homologado pelas partes (o INSS pode recorrer). Não há que se falar da aplicação subsidiária do CPC no RO. Preparo Em regra, deve-se realizar o depósito recursal e pagamento de custas. Exceto na hipótese do reclamante recorrer, pois neste caso, se ele for o único sucumbente, ele recolhe apenas as custas (desde que não tenha gratuidade de justiça). A Fazenda Pública não paga nem custas nem depósito recursal, pois é imune das custas e, caso condenada, paga por meio de precatório.

3 Página3 Obs.: Art. 485, 7 do CPC Art O juiz não resolverá o mérito quando: [...] 7 o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. Prevê a possibilidade do juiz se retratar da apelação proposta no prazo de 5 dias. Aplica-se ao RO da seguinte forma: o juiz, em 5 dias, poderá exercer do juízo de retratação e não enviar os autos ao TRT. Cabimento Art. 895, I e II da CLT. O TRT pode atuar em competência originária em hipótese de dissídio coletivo (que pode começar no TRT ou no TST). Quando isso ocorre, proferida a sentença normativa pelo TRT, cabe RO em face desta, para enviar os autos ao TST. Neste caso, o recurso pode ter, excepcionalmente, efeito suspensivo. Ação rescisória também pode ser iniciada no TRT ou no TST. Mandado de segurança contra ato de juiz do trabalho também tem o TRT como juízo competente originariamente. Nestes dois casos, da decisão proferida pelo TRT, cabe RO para julgamento perante o TST, ambos com prazo de 8 dias. Assim, conclui-se que o RO não cabe apenas em face do juiz do trabalho. RO no Procedimento Sumaríssimo Art. 895, 1, CLT. Art º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário: I - (VETADO)

4 Página4 II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão; IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. O prazo continua sendo de 8 dias. A tramitação também continua sendo a mesma. O procedimento sumaríssimo é mais célere, devendo ser resolvido em até 15 dias (prazo entre petição inicial e sentença). Em sede de RO, este deve ser liberado pelo relator em até 10 dias. Obs.: nas provas, as bancas costumam trocar estes prazos! O RO, neste procedimento, só terá relator, e não revisor (item II). Deve haver, também, parecer do Ministério Público do Trabalho (MPT), feito verbalmente (item III). Este parecer não é obrigatório, devendo ocorrer apenas se o membro do MPT achar necessário. art. 895 da CLT. Atenção! As bancas de concurso costumam copiar e colar as regras do 1 do Súmula 393 do TST Súmula nº 393 do TST RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE. ART , 1º, DO CPC DE ART. 515, 1º, DO CPC DE (nova redação em decorrência do CPC de 2015) Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e

5 Página5 I - O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do 1º do art do CPC de 2015 (art. 515, 1º, do CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. II - Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário, deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do 3º do art do CPC de 2015, inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos. O RO, em regra, é dotado de efeito devolutivo, e não suspensivo. O item II da Súmula aplica a Teoria da Causa Madura do CPC (importante para concursos!). Art A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. 1 o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. [...] 3 o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I - reformar sentença fundada no art. 485; II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.