DIREITO PROCESSUAL PENAL

Transcrição

1 DIREITO PROCESSUAL PENAL Recursos Criminais Agravo em Execução Prof. Gisela Esposel

2 - O agravo é o instrumento hábil para atacar as decisões proferidas pelo juiz no curso do processo. - O agravo integra o quadro dos recursos criminais, sendo conhecidas no sistema vigente, três hipóteses: I. Agravo de decisões que não admitem recurso especial e recurso extraordinário II. Agravo de decisões de membros de tribunais para órgãos colegiados dos mesmos tribunais (agravo regimental)

3 III. Agravo de decisões proferidas pelo juiz na execução criminal - A fase da execução penal inicia-se uma vez proferida a sentença penal condenatória. Com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, está constituído o título executivo.

4 - É a fase do processo penal em que se faz valer o comando contido na sentença penal condenatória, impondo-se efetivamente, a pena privativa de liberdade, restritiva de direitos ou pecuniária.

5 - É um processo de natureza jurisdicional, cuja finalidade é tornar efetiva a pretensão punitiva do Estado, envolvendo ainda atividade administrativa. O judiciário é o órgão encarregado de proferir os comandos pertinentes à execução da pena, embora o efetivo cumprimento se dê em estabelecimentos administrados, custeados e sob a responsabilidade do Executivo.

6 - O artigo 2º da Lei de Execução Penal Lei 7210/84 determina que a jurisdição será exercida no processo de execução pelos juízes e tribunais da justiça ordinária.. E o artigo 3º estabelece que ao condenado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei, o que nos leva a invocar, na Constituição, a garantia do devido processo legal previsto no art.5º da CR/88. Assim, mesmo na fase da execução penal há que se garantir o duplo grau de jurisdição.

7 - Desta forma, o artigo 197 da LEP dispõe : das decisões proferidas pelo juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo. - O agravo em execução seguirá o processamento do recurso em sentido estrito, previsto nos artigos 581 a 592 do CPP uma vez que os incidentes da execução penal são resolvidos por meio de decisões interlocutórias.

8 - Exemplos de decisões proferidas no curso da execução da pena: A. A que nega ou concede a progressão do regime B. Determina a regressão do regime C. Concede ou nega livramento condicional D. Nega pedido de saídas temporárias OBS : Diferente do RESE não há um rol taxativo de decisões impugnáveis pela via do agravo em execução.

9 DO PROCESSAMENTO DO AGRAVO EM EXECUÇÃO: I. 5 dias para interpor o recurso II. 2 dias para apresentar as razões recursais - Seguindo o rito do RESE, o agravo em execução se desenvolve em dois momentos distintos, porém a tempestividade é a exigência de interposição no prazo de 5 dias a contar da intimação da decisão.

10 - Súmula 700 do STF É de cinco dias o prazo para a interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal. - O recurso de agravo poderá ser interposto por petição ou termo nos autos, permitindo-se que a parte prejudicada interponha na própria audiência ou em cartório, mediante redução da manifestação oral à forma escrita. Mas a regra na fase da execução é a interposição por petição.

11 - A legitimidade para agravar é do Ministério Público, defensor ou apenado, estando o interesse vinculado à um gravame decorrente da denegação de um pedido. - O agravo subirá por instrumento devendo o recorrente indicar as peças do Processo de Execução que pretenda traslado, alem das obrigatórias como a decisão recorrida, a certidão da intimação da parte recorrente e o termo de interposição.

12 - Interposto tempestivamente o agravo, apresentadas as razões e formado o instrumento, com a resposta do recorrido ou sem ela, os autos serão conclusos ao juiz que proferiu a decisão para que a mantenha ou reforme (denominado juízo de retratação). E havendo retratação, sempre será possível que a parte prejudicada recorra dessa nova decisão por simples petição, sendo apresentada em até 5 dias da data em que for intimada da retratação do juiz.

13 ATENÇÃO : o fato de o agravo não ter efeito suspensivo faz com que seja impetrado habeas corpus para evitar ou sanar a grave coação ilegal que o apenado sofre ou pode vir a sofrer. E muitas vezes a Defesa se vê compelida a se utilizar dos dois instrumentos. Se o habeas corpus for conhecido esvazia o objeto do agravo, mas caso não o seja o agravo já foi interposto diminuindo o tempo de espera do apenado.

14 - Já para o Ministério Público, o caminho tem sido o Mandado de Segurança para obstar a execução imediata da decisão do juiz das execuções penais.