A. Veiga Pinto. Foz de Iguaçu, 17 de Abril 2015 LEGISLAÇÃO PORTUGUESA SOBRE SEGURANÇA DE BARRAGENS A SUA APLICAÇÃO E RESULTADOS ALCANÇADOS
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1 Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens (CEASB) LEGISLAÇÃO PORTUGUESA SOBRE SEGURANÇA DE BARRAGENS A SUA APLICAÇÃO E RESULTADOS ALCANÇADOS Foz de Iguaçu, 17 de Abril
2 A SEGURANÇA DE BARRAGENS ESTÁ RELACIONADA COM A GESTÃO DE RISCOS ISTO É, NA IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS E MINIMIZAÇAO DOS SEUS EFEITOS 2
3 PRINCIPAIS ACTIVIDADES DA GESTÃO DO RISCO Descrição do âmbito Identificação do perigo e respectivos efeitos Análise de riscos Identificação das consequências Avaliação de riscos Estimativa do valor das consequências Estimativa da probabilidade das consequências Gestão de riscos Estimativa de riscos Apreciação de riscos Admissibilidade de riscos Percepção de riscos Tomada de Decisões/Recomendações Tomada de decisões e controlo Controlo de riscos Observação de riscos 3
4 APRECIAÇÃO DE RISCOS Após a realização de uma análise de riscos, há que efetuar a apreciação do risco. Designa-se por apreciação do risco o processo de ponderação e de julgamento do significado do risco obtido na análise dos riscos É um campo em que se entra no domínio da aceitabilidade e tolerabilidade do risco e portanto é um dos aspetos mais controversos da gestão dos riscos A aceitabilidade do risco parece variar significativamente com a condição socio- -económica do local onde a barragem se insere 4
5 ANÁLISE DO RISCO INDIVIDUAL A aceitabilidade do risco a nível individual da ruptura em barragens é da ordem de 10-6 (Reino Unido; Morris et al.) a 10-6 a 10-8 (Austrália; ANCOLD, 1994) por pessoa e por ano O risco individual, geralmente associado à probabilidade de perda de uma vida humana, é uma forma sugestiva de representar o risco, já que permite a sua comparação imediata com diferentes tipos de acidente 5
6 ACEITABILIDADE DO RISCO INDIVIDUAL RISCO ACEITÁVEL POR MORTE QUANDO UM INDIVÍDUO É EXPOSTO A DIFERENTES TIPOS DE ACIDENTES (Gulvanessian et al.,2002) 6
7 ANÁLISE DO RISCO SOCIETAL A aceitabilidade dos riscos societais são calculadas por curvas FN, estabelecidas em termos do número de vítimas, N, e a respectiva probabilidade anual de ruptura (ou frequência, F, acumulada, por barragem e por ano), com um valor esperado de vítimas igual ou superior a N Os critérios propostos para barragens pela ANCOLD (1994) e pela BC Hydro (1993) estão representadas em escalas logarítmicas na figura seguinte 7
8 ACEITABILIDADE DO RISCO SOCIETAL Limites de aceitabilidade e tolerabilidade 8
9 ANÁLISES QUALITATIVAS OU SEMI-QUANTITATIVAS Nas análises qualitativas ou semi-quantitativas, os critérios de apreciação dos riscos mais usuais são as matrizes de risco Esta modalidade de apreciação do risco é mais subjetiva que os critérios de risco individual e societal utilizadas no âmbito da avaliação de análises de risco quantitativas. Verifica-se pois a existência de diferentes matrizes de risco, consoante o tipo de estrutura em causa, da sua localização e enquadramento das entidades envolvidas Nas matrizes de risco são normalmente consideradas 5 classes de probabilidade e 5 classes de consequências, conduzindo a um conjunto de apreciação do risco associado 9
10 MATRIZ DE RISCO EXEMPLO DE UMA MATRIZ DE RISCO (ALMEIDA, 2006) ANÁLISE QUALITATIVA 10
11 ANÁLISE DE RISCOS VERSUS CONTROLO DA SEGURANÇA As acções de apreciação, de controlo e de mitigação de riscos exigem o envolvimento activo de entidades sociais, políticas e reguladoras, e podem incorporar a comunicação ao público e a participação activa da sociedade Na fase de tomada de decisão e controlo e mitigação dos riscos entra-se numa área comum do controlo de segurança de barragens que está presente na maior parte das disposições normativas e regulamentares, como sejam, por exemplo, a realização de estudos de ruptura para caracterização das consequências, a realização de Planos de Emergência e a implementação de sistemas de aviso e alerta Há muito que o controlo de segurança de barragens tem sido uma preocupação para fazer face ao elevado número de rupturas ocorridas neste tipo de estruturas e as consequências resultantes 11
12 CONTROLO DA SEGURANÇA A segurança de uma barragem é a sua capacidade para satisfazer as exigências do comportamento relativas a aspectos estruturais, hidráulico-operacionais e ambientais, de modo a evitar a ocorrência de acidentes ou incidentes ou minorar as suas consequências ao longo da vida da obra (RSB, 2007) Para controlo dessa segurança, os Países têm promovido a elaboração de legislação, normas ou recomendações sobre segurança de barragens Na maior parte dos países da Europa, sobretudo no Norte (Reino Unido, Noruega, Suécia, Finlândia, Áustria e Alemanha) foram elaborados documentos, relativamente à segurança de barragens, em forma de recomendações (guidelines) No entanto, noutros países, como Portugal e Espanha, a legislação é de aplicação obrigatória e tem carácter impositivo 12
13 LEGISLAÇÃO PORTUGUESA SOBRE SEGURANÇA DE BARRAGENS 1990 Regulamento de Segurança de Barragens (RSB) Revisão publicada em Regulamento de Pequenas Barragens de Terra 1993 Normas de Projecto Revisões em curso 1993 Normas de Observação e de Inspecção de Barragens 1998 Normas de Construção 2014 Normas de Exploração 13
14 EXPERIÊNCIA NA APLICAÇÃO DO RSB e Normas EFICIÊNCIA E EFICÁCIA 14
15 RSB ENTIDADES ENVOLVIDAS Estado Autoridade (Instituto da Água INAG) Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) Comissão de Segurança de Barragens (CSB) Privados Dono de Obra 15
16 Qual o maior contributo da legislação sobre segurança de barragens? EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO CONTROLO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 1. Cumprimento eficaz, da Legislação e dos Guias Técnicos de Barragens, nomeadamente pelo dono de obra, sendo responsável pelas equipas de projeto, fiscalização e construção o A existência de Regulamentos, Normas e Recomendações (legislação) sobre barragens não são suficientes para um controlo de segurança eficaz o Há, por vezes, incumprimento na sua aplicação 16
17 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO CONTROLO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 2. Elaboração de um adequado Plano de Observação, antes do início da construção, baseado nos pressupostos do Projeto 17
18 COMPONENTES FUNDAMENTAIS DE UM PLANO DE OBSERVAÇÃO 1) Análise do Projecto > Previsão do comportamento estrutural Deformações Níveis piezométricos Caudais, etc. 2) Grandezas a medir Análises dos índices de risco 3) Dispositivos de observação com especificações para a sua instalação 4) Localização da aparelhagem 5) Inspeção visual 6) Frequência de leituras 7) Modelos de análise do comportamento (valores de 18 referência)
19 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO CONTROLO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 3. Efectuar um Controlo de Execução do Plano de Observação eficaz, nomeadamente com a instalação dos dispositivos de observação fiável e interpretação e análise do comportamento da estrutura logo após a aquisição dos dados 19
20 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO CONTROLO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 4. Apresentação, pelo dono de obra, no final da fase da construção, de um relatório de síntese Ação importante Inspeção Prévia ao Primeiro Enchimento Quer-se fiável 20
21 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO CONTROLO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 5. Existência de um Diretor Técnico da Obra para a fase de construção, após proposta do Dono de Obra e aprovação pela Autoridade RSB DIRETOR TÉCNICO DA OBRA Responsável técnico pelos trabalhos de aplicação do Regulamento de Segurança de Barragens na fase de construção 21
22 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO CONTROLO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 6. Existência de um Técnico Responsável pela Exploração para a fase de operação, após proposta do Dono de Obra e aprovação pela Autoridade RSB TÉCNICO RESPONSÁVEL PELA EXPLORAÇÃO Responsável pelos trabalhos na fase de operação, nomeadamente da aplicação do Regulamento de Segurança de Barragens 22
23 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO CONTROLO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 7. Elaboração de um Plano de Primeiro Enchimento fiável que incorpore a informação obtida na fase de construção 23
24 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO CONTROLO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 8. Controlo de Execução do Plano de Primeiro Enchimento eficaz, nomeadamente, efetuando a análise do comportamento da estrutura nos patamares de enchimento Da análise estatística de acidentes em barragens, verifica-se que, em termos relativos, a fase de primeiro enchimento tem sido a mais crítica 24
25 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO CONTROLO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 9. Realizações periódicas de inspeções visuais de especialidade e de rotina de modo fiável (mitigação do risco por prevenção) As inspeções visuais têm por objetivo (NOIB, 1993): A deteção de sinais ou evidências de deteriorações ou sintomas de envelhecimento A deteção de anomalias do sistema de observação instalado Nas visitas de inspeção deve incluir-se a verificação do funcionamento dos órgãos hidráulico-operacionais 25
26 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO CONTROLO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 10.Execução das leituras do sistema de observação na frequência estipulada com interpretação e análise do comportamento da estrutura logo após a aquisição de dados 26
27 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO CONTROLO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 11.Elaboração e cumprimento de Planos de Emergência Internos 27
28 APLICAÇÃO DO RSB (PORTUGAL) Autoridade/LNEC (Estado) Dono de Obra (Privado) Projeto Fiscalização Construção
29 RSB (2007) EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO CONTROLO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS Artigo 6.º Autoridade Nacional de Segurança de Barragens 1 Em matéria de controlo de segurança compete à Autoridade promover e fiscalizar o cumprimento do presente Regulamento. 2 a) Promover a intervenção do LNEC, nos termos do presente Regulamento; Artigo 7.º Laboratório Nacional de Engenharia Civil 1 Para as barragens da classe I, sempre que no âmbito da alínea a) do n.º 2 do artigo 6.º lhe seja atribuída uma intervenção de carácter sistemático, compete ao LNEC: a) Rever o plano de observação na fase de elaboração do projecto e as respectivas adaptação e actualizações, bem como o plano de primeiro enchimento ou de enchimento, após esvaziamento prolongado da albufeira; b) Controlar a execução dos planos referidos na alínea anterior, com especial incidência nas fases de construção e primeiro enchimento da albufeira; c) 29
30 RSB (2007) EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO CONTROLO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS Artigo 10.º Dono de obra 1 Na fase de projecto, cabe ao dono de obra promover a elaboração do projecto e de todos os estudos de apoio necessários, incluindo a revisão do plano de observação pelo LNEC para as barragens da classe I, e submetê -los a aprovação da Autoridade no âmbito do presente Regulamento. 2 Na fase de construção, cabe ao dono de obra: a) Submeter à Autoridade a designação do director técnico da obra, nos termos da alínea b) do n.º 4 do artigo..
31 Autoridade/LNEC (Estado) Construção e operação 12 Barragens de aterro Período de 1982 a 2009
32 Meimoa Consultar barragens portuguesas
33 Beliche
34 Apartadura
35 Meimoa Beliche Apartadura INAG (Autoridade) 1. Acompanhamento Sistemático da Construção da Obra LNEC (Consultor da Autoridade). Elaboração do Plano de Observação. Coordenação da Equipa Fiscalização (do LNEC). Coordenação da realização dos Aterros Experimentais. Instalação do Equipamento de Observação. Controlo de Construção dos materiais de aterro. Acompanhamento Sistemático da Obra com Interpretação do Comportamento Estrutural
36 Lagoacho
37 S. Domingos
38 Arcossó
39 Lagoacho S. Domingos Arcossó 1. Acompanhamento Sistemático da Construção da Obra 2. Coordenação da Fiscalização INAG LNEC 1. Elaboração do Plano de Observação 2. Coordenação da Equipa de Fiscalização e Realização de Aterros Experimentais 3. Instalação do Equipamento de Observação 4. Controlo de Construção dos materiais de aterro 5. Acompanhamento Sistemático da Obra com Interpretação do Comportamento Estrutural
40 Odeleite
41 Odeleite 1. Acompanhamento Sistemático da Construção da Obra INAG 2. Coordenação da Fiscalização (Equipa contratada pelo DO) LNEC 1. Elaboração do Plano de Observação 2. Realização dos Aterros Experimentais 3. Instalação do Equipamento de Observação 4. Controlo de Construção dos materiais de aterro 5. Acompanhamento Sistemático da Obra com Interpretação do Comportamento Estrutural
42 Sabugal
43 Sabugal INAG 1. Visitas de Inspecção aos Trabalhos de construção 2. Solicitado o Relatório de Síntese (Elaborado pelo LNEC) 3. Coordenação da Fiscalização 1. Elaboração do Plano de Observação LNEC 2. Realização dos Aterros Experimentais 3. Instalação do Equipamento de Observação 4. Controlo de Construção dos materiais de aterro (Visitas de Inspeção com a Autoridade) 5. Acompanhamento Sistemático da Obra com Interpretação do Comportamento Estrutural
44 VEIGA PINTO, A. e FORTUNATO, E. (1999) Barragem do Sabugal. Controlo de execução do plano de observação (a metade da altura do aterro), Relatório LNEC, CONCLUSÕES Os resultados do controlo de construção dos materiais de aterro, durante toda a construção, apresentaram-se muito próximos entre si, não havendo indicação de camadas rejeitadas; para além deste facto, deve acrescentar-se ter-se utilizado um número extremamente reduzido de ensaios de compactação leve de referência.
45 INSPECÇÃO PRÉVIA AO PRIMEIRO ENCHIMENTO DA BARRAGEM DO SABUGAL (ACTA) Em face do RSB (Artigos 44º e 45º) e tendo em conta que a povoação do Sabugal se encontra cerca de 2 km a jusante da barragem e que uma parte da povoação poderá ser atingida pela onda de inundação resultante de um eventual colapso da barragem, é evidente que devem existir sistemas de aviso e alerta e plano de emergência É importante notar o seguinte: uma eventual ruptura da barragem do Sabugal seria uma ruptura lenta e, assim, os sistemas de aviso e alerta e os planos de emergência seriam realmente efetivos na proteção de vidas humanas Enquanto não se dispuser destes sistemas e planos deve-se adotar, pelo menos, um procedimento de emergência expedito
46 INSPECÇÃO PRÉVIA AO PRIMEIRO ENCHIMENTO DA BARRAGEM DO SABUGAL (ACTA) Capítulos acrescentados pelo LNEC 3 DESCARGA DE FUNDO E TOMADA DE ÁGUA: MANOBRAS EFECTUADAS E RECOMENDAÇÕES 4 SISTEMAS DE AVISO E ALERTA E PLANO DE EMERGÊNCIA 5 PROCEDIMENTO DE EMERGÊNCIA
47 PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO 2 km pessoas poderão vir a ser afetadas pela onda de cheia Barragem do Sabugal Concluída em
48 Barragem do Sabugal Autoridade/LNEC (Estado) Concluída em 2000 Em Março de 2006 PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO AINDA NÃO EXISTENTE 48
49 Minutos
50 Minutos INAG 1. Visitas de Inspecção aos Trabalhos de Construção 2. Solicitado o Relatório de Síntese (Elaborado pelo LNEC Após manifesta incapacidade da sua entrega por parte DO) 3. Coordenação da Fiscalização 1. Revisão do Plano de Observação LNEC 2. Realização dos Aterros Experimentais 3. Instalação do Equipamento de Observação 4. Controlo de Construção. Acompanhamento Sistemático da Obra com Interpretação do Comportamento Estrutural
51 Na visita de inspecção da especialidade, efectuada em no âmbito do controlo de segurança na fase de construção da barragem dos Minutos e da execução do plano de observação, estiveram presentes: AUTORIDADE: Engª Manuela Teixeira Direito; LNEC: Engº Veiga Pinto; IHERA: Engº Eduardo Gomes; DIRECTOR TÉCNICO DA OBRA (adjunto): Engº Manuel Romeiro. A Autoridade solicitou a entrega atempada dos seguintes relatórios: Sistema de observação, especificando a instalação de todos os equipamentos de observação da barragem. A sua entrega será no final da obra, após a instalação dos tacos de nivelamento e da primeira leitura do último aparelho instalado; Controlo de execução do plano de observação durante a fase de construção. Deve incluir a análise do comportamento e a avaliação da segurança e ainda a justificação de que a obra foi executada de acordo com o projecto e o caderno de encargos (ver artigos 24º e 25º do RSB); Plano de primeiro enchimento.
52 ACTA DA REUNIÃO Nº 24 BARRAGEM DOS MINUTOS PREPARAÇÃO DA INSPECÇÃO PRÉVIA PÁGINA 2 DATA LOCAL: LISBOA Na reunião realizada no INAG, em , no âmbito do controlo de segurança da Barragem dos Minutos, estiveram presentes: INAG: Engº António Miranda; IDRHa: Engº Campeã da Mota; IDRHa: Engº Luís Freitas; IDRHa: Engº Eduardo Gomes; LNEC: Dr. Delgado Rodrigues; LNEC: Engº Veiga Pinto. 1 OBJECTIVO DA REUNIÃO A reunião teve como objectivo analisar o andamento dos trabalhos relativos à preparação da inspecção prévia ao primeiro enchimento, de modo a que se possa iniciar, o mais rapidamente possível, o enchimento da albufeira da barragem, cumprindo o RSB. 2 DISTRIBUIÇÃO DE TAREFAS LNEC Deverá concluir, até à inspecção prévia, o relatório da Apreciação do Controlo de Execução do Plano de Observação, de um modo mais completo do que o inicialmente acordado, de modo a poder substituir o relatório de síntese do final da construção, solicitado há mais de um ano e ainda não elaborado. O relatório deverá concluir se a barragem foi construída de acordo com o projecto (RSB, artigo 24º, alínea 3).
53 Esclarecimento relativo ao encerramento das comportas da Barragem dos Minutos De acordo com o Regulamento de Segurança de Barragens o inicio do enchimento destas obras só pode ocorrer após a realização de alguns procedimentos inerentes ao controlo de segurança das mesmas. Assim, após a conclusão da construção da barragem o Dono de Obra (ex-ihera) elabora um Relatório com a síntese de todo o arquivo técnico incluindo os resultados do sistema de observação que tem como finalidade solicitar à Autoridade competente (INAG) a Inspecção Prévia da obra. Lisboa, 30 de Dezembro de 2002 O Presidente do IDRHa, C. Mattamouros Resende
54 Óbidos
55 Óbidos INAG 1. Visitas de Inspecção aos Trabalhos de Construção 2. Solicitado o Relatório de Síntese (Não Entregue pelo DO) 3. Coordenação da Fiscalização LNEC. Elaboração do Plano de Observação. Realização dos Aterros Experimentais. Instalação do Equipamento de Observação. Controlo de Construção. Acompanhamento Sistemático da Obra com Interpretação do Comportamento Estrutural
56 Rego do Milho
57 Rego do Milho INAG 1. Visitas de Inspecção aos Trabalhos de Construção 2. Solicitado o Relatório de Síntese (Elaborado pelo Projectista) 3. Coordenação da Fiscalização LNEC 1. Revisão do Plano de Observação 2. Realização dos Aterros Experimentais 3. Instalação do Equipamento de Observação 4. Controlo de Construção 5. Acompanhamento Sistemático da Obra com Interpretação do Comportamento Estrutural
58 Serpa
59 Serpa 1. Visitas de Inspecção aos Trabalhos de Construção 2. Solicitado o Relatório de Síntese 3. Coordenação da Fiscalização INAG LNEC. Elaboração do Plano de Observação. Realização dos Aterros Experimentais. Instalação do Equipamento de Observação. Controlo de Construção. Acompanhamento Sistemático da Obra. Interpretação do Comportamento Estrutural
60 Autoridade/LNEC (Estado) Em face desta evolução que lições a reter e como deve o Estado exercer a sua função eficazmente torna-se, em 2000, membro da Comissão de Revisão da Legislação sobre Segurança de Barragens
61 A TÍTULO DE EXEMPLO Autoridade LNEC Dono de Obra BARRAGEM DE ÓBIDOS RESPONSÁVEIS Eng.º António Miranda Eng.º Eng.º Luís Barbas Director Técnico da obra Eng.º António Mateus de Brito Projectista Fiscalização Empreiteiro 1ª Visita de Inspecção Realizada em Dr.º Fernandes Nunes Eng.º Raul de Sousa Normalmente não presente
62 Na primeira visita de inspecção, a Autoridade (acompanhada pelo LNEC) deverá: 1. Verificar se foi avaliada a Classe da Barragem 2. Verificar a existência do Livro Técnico da Obra 3. Verificar o cronograma da fase de construção 4. Verificar o organigrama de responsáveis e funções a executar (Director Técnico da Obra) 5. Tomar conhecimento sobre quem são os responsáveis pela elaboração dos documentos em obra e sua distribuição 6. Verificar a existência do Arquivo Técnico da Obra
63 Na primeira visita de inspecção, a Autoridade deverá (Continuação) 7. Questionar eventualmente sobre o plano de realização dos aterros experimentais e os métodos de controlo de construção propostos pelo empreiteiro (troxler, por exemplo) 8. Verificar da existência do Plano de Observação e dos meios disponíveis para a sua implementação 9. Verificar o andamento dos trabalhos. Apontar as datas das próximas visitas de inspecção, as quais devem coincidir com os períodos mais importantes da construção 10. Referir a necessidade da elaboração do Relatório de Síntese a apresentar no final da obra 11. Referir a necessidade da actualização do Plano de Primeiro Enchimento no final da obra
64 RSB,1990 AVALIAÇÃO DE ESTUDOS DE BARRAGENS EXISTENTES CONSTRUÍDAS ANTES DO RSB (12 grupos de barragens) Cada grupo foi entregue a diferentes empresas de consultadoria O LNEC efetua a avaliação dos estudos dos consórcios Coordenação das 3 primeiras equipas de trabalho do LNEC multidisciplinares por A. Veiga Pinto (total de 10 aproveitamentos)
65 ATKINS/GAPRES 1º Grupo Ano de construção 1949 B. de Vale do Gaio B. de Pego do Altar B. de Campilhas
66 FBO 2º Grupo B. De Ranhados B. da Meimoa B. da Apartadura 1993 B. da Marateca 66
67 AQUALOGUS/TETRAPLANO 3º Grupo B. de Magos 1938 B. de Montargil B. de Rio da Mula
68 Principais conclusões obtidas 1. Não se percebeu o critério da Autoridade na seleção do tipo de barragens a estudar 2. Na generalidade, as barragens tinham sido bem construídas e projetadas, mesmo com tecnologias hoje em desuso como, por exemplo, nas de enrocamento lançado em vez de compactado com cilindros vibradores 3. As barragens estavam em relativamente bom estado, quer em termos estruturais, quer hidráulico 4. Os estudos propuseram algumas obras de reabilitação, sobretudo para aumento da capacidade dos descarregadores 5. A crise económica que surgiu no final da década de 2000, levou a que a maior parte dessas obras tenham sido adiadas, até hoje 68
69 TENDÊNCIA ATUAL NA CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS THE FUTURE HYDROELECTRIC POWER DAMS IN PORTUGAL. AN ANALYSIS OF THE GLOBAL TREND OF DAM CONSTRUCTION and Filipa Sousa 69
70 3% 1% Barragens com mais de 100m (Até ao ano 2000) Estatística de construção de barragens atualmente 20% 17% Terra (TE) Enrrocamento (ER) 28% Betão Arco (VA) 31% Betão Gravidade (PG) 0% 1% 7% Barragens com mais de 100m ( ) 24% Terra (TE) Enrrocamento (ER) 18% 50% Betão Arco (VA) Betão Gravidade (PG)
71 CURSO DE EXPLORAÇÃO E SEGURANÇA DE BARRAGENS Lisboa INCIDENTES, ACIDENTES E RUPTURA DE BARRAGENS
72 CURSO DE EXPLORAÇÃO E SEGURANÇA DE BARRAGENS Avanço de conhecimentos ANÁLISE ESTATÍSTICA DE ACIDENTES EM BARRAGENS No Plano de Observação devem-se estimar os mecanismos de acidente que poderão ocorrer na barragem A análise de riscos, também recomenda, para definição das grandezas a medir, uma análise histórica dos mecanismos de deterioração Na realidade, um dos métodos mais eficazes de analisar as causas potenciais de deterioração é a análise estatística dos acidentes em barragens 72
73 CURSO DE EXPLORAÇÃO E SEGURANÇA DE BARRAGENS Avanço de conhecimentos ANÁLISE ESTATÍSTICA DE ACIDENTES EM BARRAGENS ESTATÍSTICA DE DETERIORAÇÕES ICOLD (1983) barragens analisadas (até 1979) deteriorações INCIDENTES - 1 em cada 15 barragens ( ) RUPTURAS- 1 em cada 50 barragens ( ) Frequência relativa da ruptura de barragens Frequência relativa da ruptura de centrais nucleares a
74 CURSO DE EXPLORAÇÃO E SEGURANÇA DE BARRAGENS Avanço de conhecimentos Os conhecimentos adquirem-se com os erros Análise estatística de deteriorações - alerta para os riscos efetivos - alerta para os mecanismos que originam acidentes 74
75 CURSO DE EXPLORAÇÃO E SEGURANÇA DE BARRAGENS Avanço de conhecimentos ANÁLISE ESTATÍSTICA DE ACIDENTES EM BARRAGENS Métodos e critérios pouco fiáveis na caracterização do caudal de cheias As barragens têm exibido excelente comportamento aos sismos 75
76 CURSO DE EXPLORAÇÃO E SEGURANÇA DE BARRAGENS Avanço de conhecimentos ANÁLISE ESTATÍSTICA DE ACIDENTES EM BARRAGENS As consequências do colapso por galgamento têm diminuído nos últimos anos - melhor capacidade de previsão cheias - melhor capacidade de comunicação com as zonas em perigo Deve-se incentivar a revisão dos projetos por pessoal devidamente qualificado Até 1975, não se verificou qualquer referência a acidentes por questões ecológicas ou ambientais 76
77 CURSO DE EXPLORAÇÃO E SEGURANÇA DE BARRAGENS Avanço de conhecimentos ANÁLISE ESTATÍSTICA DE ACIDENTES EM BARRAGENS A segurança depende da fiabilidade no projeto construção exploração A observação de barragens tem contribuído apenas para minorar as consequências das deteriorações 77
78 CURSO DE EXPLORAÇÃO E SEGURANÇA DE BARRAGENS ANÁLISE ESTATÍSTICA DE ACIDENTES EM BARRAGENS Avanço de conhecimentos Elevada importância do fator humano na segurança de barragens Critérios, normas e recomendações (legislação) sobre barragens não são suficientes para eliminar todos os riscos. Há, por vezes, deficiências na sua aplicação O sucesso depende sobretudo do sentido de responsabilidade, discernimento, experiência e capacidade de julgamento dos responsáveis pela segurança das barragens 78
79 Lisboa LEGISLAÇÃO PORTUGUESA SOBRE SEGURANÇA DE BARRAGENS A SUA APLICAÇÃO E RESULTADOS ALCANÇADOS Obrigado! (vpinto@mecasolos.com) Foz de Iguaçu, 17 de Abril
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