N.º de maio de 2011

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1 LEIA NO PANORAMA GERAL N.º de maio de 2011 A masculinização e o envelhecimento do meio rural LEIA NESTA EDIÇÃO Trigo: Inicia o plantio da safra 2011 Aqui você encontra: Panorama Geral Condições Meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos Preços Semanais EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo, Porto Alegre RS Fone: (051) Fax: (051) Elaboração: Gerência de Planejamento GPL Núcleo de Informações, Analise e Planejamento NIP Impresso na EMATER/RS Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte PANORAMA GERAL A masculinização e o envelhecimento do meio rural Pesquisas recentes têm comprovado o que há muito se observa: ocorre um gradativo e acentuado envelhecimento e masculinização no meio rural. Podem ser apontadas inúmeras razões para tal quadro, que vão da penosidade do trabalho e falta de perspectiva de crescimento à desvalorização da atividade. Mas, mais do que encontrar os desencadeadores deste processo, cabe analisar as formas de se reverter este quadro. A mulher não costuma ser reconhecida e, muitas vezes, não se reconhece como agricultora. Ainda são eles os chefes da família, e elas vistas como meras coadjuvantes do processo produtivo, responsáveis pelos cuidados com a casa e criação dos filhos. Isto não corresponde à realidade. A rigor, as mulheres são tão responsáveis pela atividade agrícola quanto os homens. É fundamental que elas sejam aceitas dentro dos núcleos familiares como geradoras de renda e se insiram cada vez mais na gestão das propriedades. Este processo de inclusão deve estender-se, também, aos jovens, que precisam ser vistos não apenas como mão-de-obra, mas como parceiros dos pais na atividade agrícola. Além disso, é imprescindível que a sociedade os reconheça como produtores de alimentos. A sucessão familiar só se dará quando a juventude tiver orgulho desta atividade, espaço para crescer e trabalhar dentro da propriedade familiar e acesso às suas demandas de lazer, cultura e educação. Para se evitar o êxodo rural, é fundamental perceber a agricultura não apenas como uma oportunidade de negócios, e, sim, como um modo de vida. Ela precisa ser valorizada em todos os seus aspectos, principalmente por ser uma atividade nobre, responsável por produzir o alimento que mata a fome de milhões de famílias. Deve, também, ser entendida como um espaço para desenvolvimento da cultura, acesso à educação e ao lazer. Porque só com a recuperação da auto-estima dos agricultores familiares, sejam homens, mulheres, jovens ou idosos, vamos construir o desejo de permanência na terra da família, e de seguimento ao trabalho nobre desenvolvido por seus pais. Gervásio Paulus Diretor técnico da ater/rs

2 CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS As condições meteorológicas registradas no último período foram bastante favoráveis às atividades agrícolas, sendo que na maioria das regiões o tempo se manteve seco e com poucas nuvens. Apenas chuvas isoladas e muito irregulares foram registradas nesta semana, com a parte sul do Estado recebendo os maiores volumes. Os registros demonstram volumes próximos aos 80mm entre Pelotas e Santa Vitória do Palmar e próximos dos 40mm na faixa entre Uruguaiana e Bagé. Apesar da pouca chuva, a umidade presente no solo é suficiente para a implantação e desenvolvimento das culturas de inverno. Nesse sentido, o trigo que se encontra em pleno período de plantio, foi bastante beneficiado durante o período, com os produtores conseguindo semear extensas áreas em pouco tempo. Segundo a meteorologia, essas condições deverão prevalecer nos próximos dias, uma vez que não estão previstas chuvas significativas até o início do mês de junho. Nos quadros a seguir, a precipitação acumulada em algumas estações do 8º Disme até as 09h do dia 26 e sua comparação com a média esperada pra o total do mês em curso. Precipitação Acumulada (mm): maio/11 Município mm Méd.Hist Desvio(%) Dias Chuva Iraí 70,1 156,0-55,1 21 SLGonzaga 30,8 146,0-78,9 6 Cruz Alta 101,2 130,0-22,2 10 P Fundo 137,1 131,0 4,7 9 L Vermelha 90,8 113,0-19,6 11 Cx do Sul 74,4 110,0-32,4 11 S Maria 54,9 127,0-56,8 12 P Alegre 48,4 95,0-49,1 12 Uruguaiana 120,0 117,0 2,6 6 Livramento 42,6 105,0-59,4 5 Bagé 73,2 101,0-27,5 7 Pelotas 118,1 78,0 51,4 10 S V Palmar 178,1 98,0 81,7 11 Média 87,7 115,9-20,0 10 Fonte: 8º DISME/INMET Elaboração: ater/rs-ascar (GPL/NIP) Município Precipitação - Distribuição semanal (mm): maio/11 1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana Iraí 5,4 2,8 55,3 6,6 SLGonzaga 25,5 1,4 0,0 3,9 Cruz Alta 8,8 85,6 2,3 4,5 P Fundo 8,8 73,8 45,0 9,5 L Vermelha 9,2 29,1 42,3 10,2 Cx do Sul 23,3 35,8 8,4 6,9 S Maria 22,4 26,0 1,0 5,5 P Alegre 30,4 0,3 10,1 7,6 Uruguaiana 0,0 75,0 0,0 45,0 Livramento 0,6 3,1 0,0 38,9 Bagé 30,7 7,5 0,0 35,0 Pelotas 33,2 0,3 5,6 79,0 S V Palmar 63,6 2,4 15,9 96,2 Média 20,1 26,4 14,3 26,8 Fonte: 8º DISME/INMET Elaboração: ater/rs-ascar (GPL/NIP) GRÃOS Feijão A semana foi semelhante a anterior, com boa evolução da colheita do feijão, especialmente na metade Norte do Estado. A qualidade do grão, em geral, é muito boa, assim como a sua produtividade, uma vez que faltando apenas 15% da lavoura a ser colhida, ela vem mantendo a tendência das ultimas estimativas de produção. Fases da cultura no RS Feijão 2ª safra Safra Atual Safra Anterior Média* 19/05 Plantio 100% 100% 100% 100% Germinação/Des. Veget 0% 0% 0% 0% Floração 0% 0% 0% 0% Enchimento de grãos 4% 7% 4% 5% Maduro e por colher 11% 14% 21% 15% Colhido 85% 79% 75% 80% Fonte: EMATER/RS-ASCAR *média Os preços continuam em queda, desestimulando os agricultores. Novamente, nessa semana, as cotações da leguminosa voltaram a cair, reduzindo mais 1,22% no valor da saca de 60 kg do feijão preto. O preço baixou para R$ 68,69/sc, estando, agora, 17,43% abaixo da média geral histórica. 2

3 5 0-5 % P r eço M édi o Fei j ão em 26 de mai o = R$ 68, 99 ( 60kg) Var iação per centual em r elação à , 79-3, 94-7, 76-11, 55-17, 07 Semana anter ior Mês anter ior Ano anter ior Média ger al Média maio Com relação à comercialização, o produto segue apresentando o mesmo comportamento verificado desde o início da safra passada. Os preços seguem abaixo das cotações históricas e os produtores têm enfrentado dificuldades na colocação junto aos moinhos, apesar da boa qualidade do grão obtida ano passado. Nessa semana, a saca de 60 kg ficou cotada a R$ 24,80. Um preço 10% inferior à média dos últimos cinco anos. P r eço M édi o T r i go em 26 de mai o = R$ 24, 80 ( 60 kg) 10 Var iação per centual em r elação à... Fei j ão - P r eço M édi o P ago ao P r odut or - R$ / saca 60 kg 5 1, 0 6 0, 8 5 3, 5 9 R $ 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 6 8, , , 8 2 Na Semana semana passada Mês anter ior Ano anter ior 7 4, 7 9 Média ger al O b s : S e ma n a A t u a l, Se ma n a A n t e r i o r e M ês 8 3, , 0 0 Média maio % , , 2 0 Semana anter ior Mês anter ior Ano anter ior Média ger al Média maio T r i go - P r eço M édi o P ago ao P r odut or - R$ / saca 60 kg A n t e r i o r : V a l o r N o mi n a l A n o A n t e r i o r e M éd i a s ( ) : C o r r i g i d a s I G P - 25,00 2 4, , , , , , 5 7 Trigo Os produtores já deram início ao plantio da nova safra de trigo. Nestes últimos dias, conseguiram semear cerca de 14% da área prevista para este ano, atividade que foi beneficiada pelas boas condições do tempo. Segundo o Sistema de Acompanhamento sobre as Condições das Culturas (Ipan-Quinzenal), a região mais adiantada é a de Santa Rosa, que compreende Missões e Fronteira Noroeste. Nela, o percentual já chega a 20% de um total previsto de cerca de 204 mil hectares. Apenas na Serra e no Sul ainda não foram registradas atividades nesse sentido. De maneira geral, esses números colocam o início desta safra próximo à média dos últimos anos. Apesar das chuvas esparsas e irregulares dos últimos dias, a umidade presente no solo é suficiente para uma boa germinação e desenvolvimento inicial das plântulas. As temperaturas amenas aliadas à baixa umidade, tem proporcionado uma boa sanidade às lavouras nessa fase inicial. Fases da cultura no RS Trigo Safra Atual Safra Anterior Média* 12/05 Plantio 14% 0% 10% 15% Germinação/Des. Veget 10% 0% 7% 12% Fonte: EMATER/RS-ASCAR *média R $ 20,00 15,00 10,00 Na semana Semana passada M ês anter i or Canola - A semeadura da canola terminou na região do Planalto, com área aproximada de ha. A cultura está em fase de germinação e início de desenvolvimento vegetativo. Na Fronteira Noroeste e Missões, a área semeada deverá ocupar cerca de 3 mil hectares, e se encontra em final de plantio. Preços de referência entre R$ 43,00/sc e R$ 46,00/sc de 60 kg. HORTIGRANJEIROS Olerícolas Alho Na Serra, iniciam-se os preparativos para implantação da próxima safra, com a realização de práticas de pré-preparo das áreas, como roçadas, incorporação de palhadas, compra e distribuição Ano anter i or M édi a ger al M édi a mai o O b s : Se ma n a A t u a l, Se ma n a A n t e r i o r e M ês A n t e r i o r : V a l o r N o mi n a l A n o A n t e r i o r e M éd i a s ( ) : C o r r i g i d a s I G P - D I 3

4 de adubos orgânicos. Também, já começa os trabalhos com os materiais destinados a realização do toalete e debulha dos bulbos, bem como a seleção dos bulbilhos. A parte final do produto da safra passada vem sendo comercializada, pois está mantida em bom estado. A valoração continua galgando pontos na região, e deixando toda a cadeia entusiasmada. Os atuais preços médios são de R$ 8,50/kg para o tipo de primeira, de R$ 7,00/kg para o tipo nº 5, de R$ 6,00/kg para o nº 4, de R$ 3,50/kg para o nº 3 e de R$ 3,00/kg para o tipo indústria. Batata-doce - colheita da safra 2010/11 na região Centro-Sul, com 11% da colheita já realizada. O produto está com boa qualidade. O preço médio de lavoura se mantém em R$ 8,00/cx com 20 kg. Grande parte da produção é comercializada na CEASA. Cebola O quadro climático foi favorável à recuperação da sanidade e intensificação do desenvolvimento das mudas das variedades precoces na região Serrana. Atualmente, o momento é de máxima intensidade no preparo dos canteiros e semeadura da variedade Crioula, principal material cultivado na região. Preços estabilizados, com média de R$ 0,60/kg. No Litoral Médio, as sementeiras estão em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, apresentando bom desenvolvimento e sanidade. Com a boa venda de sementes e com sementeiras já implantadas, acredita-se que não deverá ocorrer redução na área esperada inicialmente, em relação à safra passada. Frutícolas Banana - Cultura em bom desenvolvimento. Cerca de 80 % da área é de banana da cultivar Prata. O restante é de banana variedade Caturra. Os preços que estão sendo praticados no mercado do Litoral Norte são para a variedade Prata, de R$ 16,00/cx de 20 kg, para a de primeira qualidade, e de R$ 8,00/cx para a banana de segunda. Nos negócios com a variedade Caturra, os preços estão entre R$ 4,00/cx a R$ 6,00/cx de 20 kg, para a de primeira qualidade e entre R$ 2,00/cx e R$ 3,00/cx para banana de segunda. O agricultor aguarda melhoria de preços para a banana, tendo em vista que em outros mercados produtores, o preço tem alcançado cotações superiores aos praticados na região litorânea. Esta condição esta presente a mais de um mês. Caqui - Intensifica-se a colheita da safra na Serra Gaúcha, com as frutas mantendo-se com ótimo aspecto e calibre. A sanidade das frutas de polpa branca é muito boa, assim como as de polpa chocolate, ainda que estas últimas apresentem, em alguns pomares, incidência de manchas necróticas. As plantas, em geral, mostram-se sem maiores problemas de fitossanidade. Produtores que contabilizaram perdas, causadas pela ocorrência de granizo, estão encontrando dificuldades no recebimento da indenização prevista no seguro agrícola. O preço ao produtor está com tênue movimento ascendente, ficando entre R$ 0,60/kg e R$ 0,70/kg. Citros Na região Serrana, prossegue sem atropelos a colheita das variedades cítricas do cedo, mantendo-se ainda, com maturação em atraso. bora com coloração pouco intensa, o sabor das frutas vem melhorando. O fluxo comercial é relativamente lento, com cotações sem alterações. Os preços médios ao produtor são de R$ 0,50/kg para a laranja variedade do Céu, de R$ 0,60/kg para a bergamota variedade Ponkan e de R$ 0,50/kg para a variedade Caiense. Nas regiões do Médio Alto Uruguai e Produção, os citros estão em início de comercialização. A bergamota variedade Ponkan registraram preço de R$ 8,00/cx e as laranjas variedade Bahia a R$ 13,00/cx. e a IAPAR 53 a R$ 0,53/kg. No Noroeste do RS, pomares de citros estão em maturação de frutos, apresentando boa carga. Nessa mesma região, permanece em andamento a colheita da lima ácida Taiti. Floricultura Até o momento a produção tem se desenvolvido normalmente. Com relação aos preços, os dados demonstram que são muito variáveis, em razão do grande número de itens de comercialização. No caso de flores em vaso, os preços são oscilantes em função do custo de aquisição do plug (conjunto c/muda) que pode variar de R$ 0,30 no caso de Crisântemos/Prímulas/Gerânios até R$ 1,20 no caso de Ciclamens, por exemplo. Também variam os custos de cultivo em função dos tipos de instalações necessárias. O preço médio de comercialização da planta em vaso, varia de R$ 2,00 (Prímulas) até R$ 7,00 (Begônias). O valor médio deve ser em torno de R$ 4,50, sendo que em média podemos estimar uma produtividade de 10 plantas por metro quadrado. A margem de lucro é de cerca de 50 %. 4

5 Comercialização de Hortigranjeiros Na CEASA/RS de Porto Alegre, dos 35 principais produtos analisados em relação a preços pela Gerência Técnica, no período entre os dias 17/05 a 24/05/11, 20 se mantiveram estáveis, 4 tiveram alta e 11 tiveram queda. PRODUTOS EM 17/05/11 24/05/11 % de ALTA (R$) (R$) Aumento Brócolis híbrido 1,67/und 2,33/und 39,52 Repolho verde 0,44/kg 0,53/kg 20,45 Chuchu 0,45/kg 0,50/kg 11,11 Tomate caqui Lvida 1,75/kg 2,25/kg 28,57 PRODUTOS EM 17/05/11 24/05/11 % de BAIXA (R$) (R$) Queda Laranja suco 1,20/kg 0,90/kg 25,00 Bergamota comum 1,00/kg 0,67/kg 33,00 Caqui chocolate 1,11/kg 1,00/kg 9,91 Agrião 0,50/mol 0,42/mol 16,00 Couve 0,83/mol 0,67/mol 19,28 Espinafre 1,25/mol 1,00/mol 20,00 Vagem 3,00/kg 2,00/kg 33,33 Batata branca esp. 1,00/kg 0,90/kg 10,00 Batata rosa esp. 1,10/kg 1,00/kg 9,09 Beterraba 1,25/kg 1,15/kg 8,00 Cebola nacional 0,90/kg 0,85/kg 5,56 CRIAÇÕES Forrageiras Dias com boa insolação, com chuvas escassas ou ausência de precipitações e temperaturas amenas tanto diurnas como noturnas caracterizaram o clima outonal da semana que passou. Este quadro favoreceu a implantação e desenvolvimento das plantas forrageiras de maneira geral no Estado. O bom índice de umidade do solo facilitou a retomada das atividades com máquinas e implementos para o preparo do solo e semeadura das pastagens anuais de inverno, especialmente aveia e azevém, assim como, a realização das demais práticas culturais, como adubação de manutenção e cobertura nas áreas cultivadas. Bovinocultura de Corte Apesar de o campo nativo estar diminuindo consideravelmente o volume e a qualidade de massa verde devido ao final de ciclo das principais espécies forrageiras, ainda verifica-se boa disponibilidade de massa vede para o pastejo, desta forma os animais terão menor perda de peso antes da entrada do inverno. O bom índice de umidade do solo está facilitando o preparo das áreas, assim como, a semeadura e germinação de pastagens anuais de inverno (aveia e azevém) nas áreas colhidas de soja, visando o pastoreio de inverno. Foi praticamente concluída a semeadura das áreas instaladas com aveia, que apresentam boa germinação e desenvolvimento inicial. Está previsto o início do pastoreio para final do mês maio ou início de junho, já que esta é mais precoce das gramíneas anuais utilizadas pelos pecuaristas do Estado. algumas regiões produtoras de bovinos de corte, foram constatadas altas infestações de carrapatos, acarretando perda de peso e elevação dos casos de tristeza parasitária no rebanho. Neste caso, é necessário realizar o controle deste ectoparasita, especialmente neste período do ano que precede a entrada do inverno. Neste caso, a redução do índice de contaminação dos campos ocorre num momento estratégico uma vez que o aumento da população de carrapatos durante o período primavera/verão (calor e umidade) implica em sérias dificuldades de controle durante o restante do ano. A população excessiva deste parasita hematófago, ocasiona perda de peso dos animais, morte por tristeza parasitária e gastos excessivos com produtos químicos, pois os carrapatos adquirem rápida resistência aos carrapaticidas tradicionais. Para evitar que estes parasitas adquiram resistência, os princípios ativos dos produtos utilizados devem ser alternados periodicamente. Continua a comercialização de terneiros, com os animais ofertados apresentando peso médio inferior ao mesmo período do ano passado. A procura por esta categoria é considerada satisfatória e os preços praticados situam-se entre R$ 3,50 e R$ 3,90 o quilo do terneiro e de R$ 3,30 a R$ 3,70 o quilo da terneira. Bovinocultura de Leite O pastoreio direto do rebrote das gramíneas anuais de verão (milheto, sorgo, aveia de verão, etc) e das pastagens perenes (tifton), chegaram ao final. As condições climáticas favoráveis do período estão facilitando a germinação e desenvolvimento das pastagens anuais de inverno, especialmente aveia e azevém, nas áreas colhidas de soja, visando a alimentação dos animais durante o inverno. As áreas cultivadas com aveia estão praticamente concluídas em todo o Estado, apresentando boa germinação e desenvolvimento. Aos poucos, as novas 5

6 pastagens cultivadas oferecem condições de pastoreio direto dos animais. Nesta semana que passou, o volume de leite produzido na maioria das regiões produtoras sofreu pequena redução devido à menor disponibilidade de forragens cultivadas (vazio forrageiro). Esta falta de alimentos verdes está sendo superada pelo uso de feno, silagem ou rações industrializadas, aumentando assim, os custos de produção. No período, o preço do litro de leite recebido pelos agricultores variou entre R$0,58 e R$ 0,82/litro, dependo da quantidade e qualidade do produto Ovinocultura Situação sanitária e nutricional do rebanho ovino é satisfatória na maioria das regiões produtoras do Estado. alguns municípios da região de Santa Rosa ocorre o nascimento de cordeiros das fêmeas que foram encarneiradas precocemente. O clima seco e temperaturas amenas deste início de outono estão favorecendo a parição e desenvolvimento inicial dos cordeiros precoces. Nesta época do ano os ovinocultores realizam as seguintes práticas: esquila pré-parto, vermifugação, vacinação contra clostridioses e providência de abrigos do rebanho contra o frio. relação à comercialização, a oferta de cordeiros para abate continua muito baixa, face à grande procura da carne ovina pelos consumidores. O preço médio dos ovinos para abate recebido pelos produtores na semana que passou, foi de R$ 4,00/kg vivo virtude dos atrativos preços recebidos durante a safra, é forte a tendência por parte dos produtores de ampliar a ovinocultura de corte em muitas regiões do Estado. Apicultura As condições climáticas verificadas na semana anterior, com chuvas esparsas e de pequena intensidade, além de temperaturas altas, foram adequadas ao desenvolvimento da apicultura. Neste momento, os enxames estão bem desenvolvidos e o campo apresenta flores de unha de gato, eucalipto e algumas espécies anuais espontâneas consideradas invasoras das culturas de verão. muitos municípios produtores ainda está ocorrendo a colheita do mel, principalmente das colméias mais fortes, com grande população de abelhas. No entanto, a produtividade obtida é muito variada, nas diferentes regiões produtoras de mel no Estado. A produtividade de mel, neste ano, deverá ser sensivelmente menor que a do ano anterior nas regiões de Erechim e Passo Fundo e normal nas regiões do Vale do Taquari e Santa Rosa. Na região de Passo Fundo, estima-se em 30 % a redução da produção de mel em relação à safra do ano anterior. O preço do mel na venda direta para o consumidor varia entre R$ 6,00 a R$ 9,00/kg, já na venda para os atacadistas os apicultores estão recebendo entre R$ 5,00 e R$ 5,50/kg. Nesta época os apicultores estão preparando as suas colméias para a chegada do inverno, reduzindo alvados, retirando as melgueiras e administrando alimentação artificial para o fortalecimento dos enxames, quando necessário. Suínocultura Somente nesta semana o preço do suíno baixou R$ 0,11 no RS, ficando em R$ 2,15/Kg/vivo, em média. O preço mínimo baixou R$ 0,08, ficando em R$ 1,98 e o preço máximo diminuiu R$ 0,14 permanecendo em R$ 2,28/Kg/vivo. A cotação agroindustrial do suíno está em R$ 2,10. O preço da tonelada de farelo de soja, à vista, aumentou, ficando em R$ 620,00. O aumento também foi registrado no prazo, em torno de R$ 5,00, ficando em R$ 630,00 com 30 dias para pagar, ambos no preço da pedra. O preço médio da saca de milho aumentou ficando em R$ 26,80 A alta no preço da saca do milho acendeu o sinal vermelho para os criadores de suínos e aves no Estado. Comercializada a R$ 30,00/ em média, a saca com 60 quilos começa a pesar no orçamento dos criadores. O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) foi a Brasília reivindicar a importação de milho da Argentina, para suprir o mercado interno como forma de atenuar o problema dos criadores. O reflexo da alta no milho também afeta diretamente os suinocultores do Vale do Taquari. Segundo a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), o custo de produção do suíno está entre R$ 2,50 e R$ 2,60 por quilo do animal terminado, enquanto o preço comercializado está em torno de R$ 2,10. De acordo com a Acsurs, são vários fatores que contribuem para o alto custo da produção, mas o alto preço do milho é o fator preponderante. Piscicultura - A semana sem chuvas e com temperaturas altas propiciaram condições adequadas para o desenvolvimento da piscicultura. Os piscicultores estão adubando os açudes e alimentando os peixes. Está aumentando a incidência do parasita denominado Lernia em alguns açudes da região de Erechim, especialmente nos municípios de Quatro Irmãos e Benjamin Constant do Sul.. 6

7 Pesca Artesanal - Na pesca embarcada a situação do mar no período não permitiu a navegação de muitas embarcações pela barra do rio Mampituba no litoral norte do Estado. A captura foi predominantemente da espécie das pescadas. Os pescadores aguardam o movimento dos cardumes de Anchovas, característico nesta época do ano. O volume de tainhas na pesca de rio não foi satisfatória durante a semana que passou. A captura média conforme a modalidade de pesca no período foi: rede fixa na laguna: 08 a 10kg/noite de tainha, linguado e bagre; cabo: 12 a 15kg de tainha, anchova, bagre, pescada branca e amarela; bote: não houve pesca pois o mar não oferecia condições; tarrafa: na barra a pesca foi fraca com captura de apenas 6 tainhas por turno de trabalho.(torres) tarrafa camarão: pesca fraca com 1,0 Kg por noite de pesca. (Tramandaí). A pesca do camarão rosa na Lagoa do Peixe, para os 160 pescadores autorizados pelo ICMBio, continua até o final do mês de maio, de forma satisfatória e com o camarão de tamanho médio. No mar houve captura de tainhas e papa-terras. Na Lagoa dos Patos foram capturados bagres, tainhas e alguns peixes-reis e linguados (Tavares). TAB. Preços de pescados* Espécies Inteiro R$/Kg Eviscerado R$/Kg Filé R$/Kg Papa-Terra 3,50 5,50 8,50 Linguado 5,50 6,50 12,00 Pescada 3,50 5,50 8,50 Corvina Bagre 3,50 6,00 8,50 Tainha 3,50 6,00 8,50 Peixe-rei 3,50 6,50 8,50 Camarão 7 Barba Siri inteiro Camarão Rosa 20,00 a - 7,50 25,00 7

8 PRODUTOS ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES UNIDADE SEMANA ATUAL 26.MAI.11 SEMANA ANTERIOR 19.MAI.11 MÊS ANTERIOR 28.ABR.11 ANO ANTERIOR MÉDIAS DOS VALORES DA SÉRIE HISTÓRICA MAI.10 GERAL MAIO ARROZ 50 kg 18,71 18,74 19,21 30,92 29,30 28,69 FEIJÃO 60 kg 68,99 69,54 71,82 74,79 83,19 78,00 MILHO 60 kg 24,99 25,02 24,95 16,78 20,80 19,96 SOJA 60 kg 41,65 40,68 41,47 36,77 41,16 39,84 SORGO 60 kg 18,93 18,83 18,63 13,12 17,12 16,30 TRIGO 60 kg 24,80 24,54 24,59 23,94 27,56 28,57 BOI kg v 3,13 3,13 3,08 2,72 2,71 2,57 VACA kg v 2,78 2,78 2,72 2,39 2,43 2,29 SUÍNO kg v 2,17 2,23 2,27 2,36 2,34 2,22 CORDEIRO kg v 3,70 3,75 3,57 2,66 2,68 2,54 LEITE Litro 0,67 0,67 0,66 0,71 0,59 0,60 P e r í o d o 23/05-27/05 16/05-20/05 25/04-29/04 24/05-28/ Fonte dos dados/elaboração: ater/rs-ascar. Índice de correção: IGP-DI (FGV). NOTA: Os itens semana atual, semana anterior e mês anterior se referem a preços correntes. Ano anterior e médias dos valores da série histórica são valores corrigidos. Média geral é a média dos preços mensais do quinquênio corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais corrigidos, da série histórica OBS.: 1) Bovinos e ovinos com prazo de pagamento de 20 e 30 dias. 2) Leite: preço bruto. 3) SI indica sem informação. ST indica sem transação.