Nº de abril de 2012

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1 LEIA NO PANORAMA GERAL ater/rs-ascar reafirma compromisso de inclusão social e produtiva no meio rural Nº de abril de 2012 LEIA NESTA EDIÇÃO Citros: Segue em bom ritmo a colheita no Vale do Caí. Aqui você encontra: Panorama geral Condições meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos preços semanais ater/rs-ascar Rua Botafogo, Porto Alegre/RS Fone: (51) Fax: (51) Elaboração: Gerência de Planejamento - GPL Núcleo de Informações, Análise e Planejamento - NIP Impresso na ater/rs Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte PANORAMA GERAL ater/rs-ascar reafirma compromisso de inclusão social e produtiva no meio rural O RS Mais Igual, programa do Governo do Estado que busca a erradicação da pobreza extrema, foi apresentado na semana passada em Barros Cassal, município localizado nos Altos da Serra do Botucaraí. Essa é uma das regiões contempladas pelas ações de inclusão social e produtiva a serem desenvolvidas pela ater/rs-ascar até 2014, e que pretende atender a 35 mil famílias do meio rural gaúcho com assistência técnica e social. Barros Cassal é um dos 15 municípios da região que, naquela ocasião, assinou termo de adesão ao RS Mais Igual, assumindo o compromisso de elaborar seu próprio Plano Municipal de Erradicação da Pobreza Extrema. A força tarefa do programa tem o apoio da ater/rs-ascar e de outras 14 secretarias de Governo, além da Casa Civil e do Gabinete do Governador. Dentro desse programa, a ater/rs-ascar é responsável pelo Projeto de Combate à Pobreza Extrema no Meio Rural, que tem como meta atingir 35 mil famílias até o final de O desafio de diminuir a pobreza extrema no meio rural do Estado passa pelo diagnóstico preliminar realizado pela ater/rs- Ascar no final do ano passado, e que dá um cenário da situação dessas famílias da região. Nos próximos meses, a Instituição vai rastrear as demais famílias que podem acessar o RS Mais Igual e outras políticas públicas como o Bolsa Família, com o objetivo de amenizar o problema da exclusão, especialmente no meio rural. As famílias que vivem em situação de pobreza na região do Botucaraí têm anseios e aspirações, como melhorar suas condições de vida, com a construção e a melhoria da habitação, seguida da intenção de permanecer no meio rural (51%) e fazer cursos de aperfeiçoamento (40%). Como a maioria (73,44%) vive em casa de madeira e, desses, quase 30% não possuem banheiro, essa é uma das principais aspirações, com 62% das respostas. Um dos dados que mais chama a atenção é a alta dependência de aquisição externa de alimentos para consumo familiar. Das famílias entrevistadas, 54,86% apresentam grau de dependência de 70 a 100%; 34,55% têm dependência média de 40 a 70%; e 10,59% possuem baixa dependência. Das famílias que produzem para o próprio sustento, a maioria (52,43%) utiliza a tração animal para preparar o solo. Milho, fumo, soja, mandioca e feijão são os produtos mais cultivados e 66% dos entrevistados têm horta, mas a venda do excedente é eventual, de 0,35%. Diante dessa realidade, são necessárias ações assistenciais, de caráter emergencial, mas ao mesmo tempo ações estruturais, na perspectiva emancipatória da condição atual de pobreza extrema das famílias beneficiárias. Gervásio Paulus Diretor técnico da ater/rs e superintendente técnico da Ascar

2 CO NDIÇÕE S ME TEO ROL Ó GICAS CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS OCORRIDAS NA SEMANA DE 28/03 A 04/04/2012 Nos últimos dias de março, o deslocamento de uma forte massa de ar seco e frio provocou o declínio da temperatura em todo o Estado. No dia 28/03, foram registrados valores abaixo de 2ºC na região dos Campos de Cima da Serra. O ar seco e frio seguiu predominando no início de abril, deixando o tempo firme e com sol entre os dias 01 e 04/04. No que diz respeito à chuva, não foram registradas precipitações pluviais nas estações meteorológicas durante a semana. 7ºC, especialmente no final de semana da Páscoa. Nos demais dias, as temperaturas serão típicas de outono, com menores valores no período noturno e maiores ao longo do dia. Há possibilidade de formação de um ciclone extratropical no litoral de Santa Catarina entre quarta-feira (11/04) e sexta-feira (13/04), o que poderá provocar pancadas de chuva com rajadas de vento entre a porção leste e norte do Estado. Fonte: CEMETRS - Fepagro GRÃO S PREVISÃO METEOROLÓGICA PARA A SEMANA DE 04 A 11/04/2012 A previsão meteorológica indica que, entre quarta-feira (04/04) e sexta-feira (06/04), a passagem de uma nova frente fria provocará chuva no Estado. A precipitação pluvial atingirá todas as regiões, havendo possibilidade de ocorrência de temporais com rajadas de vento e eventual queda de granizo em áreas isoladas. Os volumes de chuva previstos ficarão entre 70 e 80 mm na região do Alto Vale do Uruguai, Planalto Médio e Campanha. Valores entre 35 mm e 50 mm estão previstos para toda região sudeste do Estado (regional Porto Alegre e parte dos regionais de Pelotas e Santa Maria, especialmente). Após a passagem do sistema frontal, o deslocamento da massa de ar frio e seco vai provocar o declínio da temperatura do ar. Na Campanha e na Serra do Nordeste, as temperaturas mínimas podem variar entre 5ºC e Arroz - Com o baixo regime de chuvas das últimas semanas, o clima continua favorável para a colheita do arroz, que se desenvolve de forma intensa em todas as áreas produtoras. A região mais adiantada é a Fronteira Oeste, onde alguns municípios encontram-se conforme os percentuais a seguir discriminados: Uruguaiana - 75% Dom Pedrito - 60% Barra do Quaraí - 75% Alegrete - 72% termos estaduais, a média encontra-se em 55%, com as produtividades girando ao redor dos 7 mil kg/ha. Apesar do bom avanço em relação à semana passada, a safra atual encontra-se em atraso na comparação com safras es. 2

3 Safra Safra atual Fases da cultura no Média* RS - Arroz 29/03 Plantio 100% 100% 100% 100% Germinação/Des. veget. 0% 0% 0% 0% Floração 0% 0% 0% 0% Enchimento de grãos 11% 15% 4% 9% Maduro e por colher 34% 40% 25% 31% Colhido 55% 45% 71% 60% Fonte: ater/rs-ascar *média O grão registrou ligeira alta de 0,85% no preço médio da saca de 50 kg, chegando a R$ 25,96 nesta semana. $%!"# Fases da cultura no RS - Feijão 2ª safra Safra atual Safra Média* 29/03 Plantio 100% 99% 100% 100% Germinação/Des. veget. 15% 30% 9% 9% Floração 22% 29% 24% 19% Enchimento de grãos 40% 30% 39% 44% Maduro e por colher 15% 4% 14% 17% Colhido 8% 2% 14% 11% Fonte: ater/rs-ascar *média A colheita já alcança 8% da área semeada, e a comercialização mantém-se aquecida nos últimos períodos. Nessa semana, no RS, o valor médio da saca de 60 kg do feijão-preto subiu mais 0,48%, chegando a R$ 88,25, mantendo-se acima das médias históricas. O preço médio variou entre R$ 75,00/sc a R$ 100,00/sc.!"# Na semana passada Mês Ano Média geral Média abril! "#$%" Preço Médio Arroz em 05 de abril = R$ 25,96 (50 kg) 24,93 Variação percentual em rela Na semana passada Mês Ano Média geral Média abril! "#$%" % 0,85 0,54 Preço Médio Feijão em 05 de abril = R$ 88,25 (60kg) -13,00-10,39 Mês Ano Média geral Média ab 21,04 Variação percentual em relação à... Feijão - Após ser encerrada a semeadura da lavoura da 2ª safra, em algumas áreas, a falta de uma maior quantidade de umidade, que se faz necessária, está mantendo um desenvolvimento lento e prejudicando a fase de floração. Os produtores que já foram prejudicados com a redução da produção da 1ª safra estão preocupados com o atual momento. Eles seguem realizando os tratos culturais, mantendo a lavoura dentro da melhor condição possível. % 0,48 9,96 3,68 1,86 Mês Ano Média geral Média abril 3

4 Milho - Com os produtores dando mais atenção à soja, a colheita segue um pouco mais lenta nos últimos dias. Todavia, dado à situação atípica devido às consequências da estiagem, que adiantou a maturação de muitas lavouras, o percentual de área colhida nesta data já chega a 64%, o que representa dez pontos à frente do ano passado e onze na comparação com as últimas cinco safras. O milho chamado de safrinha também já está sofrendo com a falta de chuva. As lavouras plantadas no mês de janeiro apresentam um aspecto bastante ruim, pois foram severamente afetadas pela seca. Já o milho implantado com as últimas chuvas ocorridas no início de março (totalmente fora de prazo) está apresentando aspecto um pouco melhor. Entretanto, a perspectiva para essas lavouras é de produção de silagem ou simplesmente matéria verde para os animais, não impactando na produção de grãos. Safra Safra atual Fases da cultura no Média* RS - Milho 29/03 Plantio 100% 100% 100% 100% Germinação/Des. veget. 0% 0% 2% 2% Floração 0% 1% 4% 5% Enchimento de grãos 9% 10% 19% 18% Maduro e por colher 27% 29% 21% 22% Colhido 64% 60% 54% 53% Fonte: ater/rs-ascar *média A semana também não apresentou novidades com relação aos preços, que se mantiveram estáveis, fixando a saca de 60 kg em R$ 26,17. &'!"# Na semana passada Mês Ano Média geral Média abril! "#$%" % 0,00 Preço Médio Milho em 05 de abril = R$ 26,17 (60 kg) -1,32 2,43 Variação percentual em relação à... 13,88 16,83 Mês Ano Média geral Média abril Soja - A colheita continua em todo o Estado, com rendimentos abaixo do esperado, e com baixa qualidade de grãos. Nesta semana, a área colhida chega a 45% do total semeado, indicando ligeiro atraso em relação ao ano passado, porém, à frente da média dos últimos cinco anos. Outros 40% já se encontram prontos e aptos para a colheita. Safra Safra atual Fases da cultura no Média* RS - Soja 29/03 Plantio 100% 100% 100% 100% Germinação/Des. veget. 0% 0% 0% 0% Floração 0% 0% 0% 0% Enchimento de grãos 15% 35% 15% 26% Maduro e por colher 40% 35% 35% 34% Colhido 45% 30% 50% 39% Fonte: ater/rs-ascar *média De maneira geral, aumentam os pedidos de Proagro nos bancos, com as perícias sendo realizadas de forma intensa. São Gabriel, Santana do Livramento e Santa Margarida do Sul (região da Fronteira Oeste), a produtividade das áreas colhidas está entre 360 kg/ha e 720 kg/ha. A situação das lavouras é muito diversa, algumas muito boas, mas outras com perda total, devido à má distribuição das chuvas. De maneira constante, há uma menor quantidade de vagens, mesmo nas lavouras consideradas em bom estado. Na região de Bagé (Campanha), a previsão de produtividade é um pouco mais otimista do que na Fronteira Oeste, devendo ficar entre 25 e 30 sacos/ha, com maiores perdas nas lavouras do cedo. Dom Pedrito, por exemplo, a produtividade deverá ficar em torno de 30 sacos/ha, principalmente devido às lavouras de várzea, que estão muito boas. 4

5 Já na Região Administrativa de Ijuí, que este ano plantou cerca de 950 mil ha, nas áreas melhores, os técnicos estão projetando um rendimento entre 20 e 50 sc/ha. Porém, devido à grande área afetada pela seca, o rendimento médio estimado na região no momento é de 22 sc/ha, indicando que a cultura poderá ter alteração em relação às estimativas atuais. Nessa região, aumentou de forma significativa o número de solicitações de Proagro, que já passam de O mapa a seguir, com as médias obtidas recentemente (em sacos/ha), dá uma ideia do cenário na região. % 4,02 Preço Médio Soja em 05 de abril = R$ 51,25 (60 kg) Variação percentual em relação à... 15,79 14,96 13,38 11,75 Mês Ano Média geral Média abril HORTIGRANJEIROS Com os preços reagindo fortemente devido ao cenário atual, o mercado trabalhou com cotações de saca de 60 kg em alta, oferecendo ao produtor R$ 51,25 pela mesma. (!"# Na semana passada Mês Ano Média geral Média abril! "#$%" decorrência da forte estiagem que ainda afeta em parte a agricultura do Estado em algumas regiões, a oferta e a qualidade dos produtos estão reduzidas, determinando elevação dos preços. contrapartida, há produção normal em locais irrigados e em cultivos hidropônicos, que, para esses, a seca está sendo, até o momento, uma oportunidade de aumentar o ganho econômico. Existe preocupação em relação à situação de produtores que fornecem olerícolas para o Programa PAA e Merenda Escolar, que poderão ter dificuldades de cumprirem seus contratos. Como exemplo, em Cacequi, os produtores que comercializam seus produtos para a merenda escolar estão enfrentando dificuldades de entregar seus produtos nas escolas, e a feira do produtor está suspensa em virtude da escassez de oferta. Olerícolas Abóbora-japonesa - A expectativa de produção das lavouras do tarde é boa, o clima favoreceu o desenvolvimento e algumas áreas estão produzindo até 15 t/ha. O preço nas praças de Porto Alegre e São Paulo se mantém, variando entre R$ 0,43/kg e R$ 0,50/kg na lavoura, apresentando boa procura. Pimenta-vermelha - Turuçu, município da região Sul, maior produtor do Estado, as lavouras de pimenta estão na fase de maturação e colheita. A cultura da pimenta foi favorecida pelo clima seco e, até o momento, as lavouras encontram-se em bom estado sanitário, sem presença de 5

6 antracnose. Produtores realizaram controle fúngico preventivo nas lavouras. A comercialização está em torno de R$ 7,00/kg. Frutícolas Citros - A colheita de frutas cítricas no Vale do Caí, que iniciou na segunda quinzena de março, com a variedade de bergamota Satsuma, agora tem o acréscimo da laranja-do-céu precoce, que registrou colheita e comercialização no município de São José do Hortêncio. A variedade Satsuma, bergamota sem semente e sem acidez, originária do Japão, já está com 40% das frutas colhidas, estando os citricultores recebendo o preço médio de R$ 15,00/cx de 25 kg, considerado muito bom pelos citricultores e sem variação em relação à quinzena. A lima ácida tahiti (limão da caipirinha), que possui floração contínua e, portanto, colheita durante todo o ano, ingressou em uma fase de grande oferta de frutas no mercado. Até agora, já foram colhidos 15% da produção estimada para este ano, estando o citricultor recebendo em média R$ 12,00/cx, com uma redução de R$ 2,00/cx em relação à segunda quinzena de março. O volume de frutas colhidas e comercializadas nas próximas semanas já aumentou em relação ao mês de março, e deverá aumentar gradativamente até os meses de junho e julho, quando ocorre o pico da colheita. A principal atividade na região citrícola continua sendo o raleio das bergamotinhas verdes, do grupo das bergamotas comuns, ou seja, das variedades Caí, Pareci e Montenegrina, nessa ordem, de acordo com a maturação da variedade. O raleio da bergamota da variedade Caí já está praticamente finalizado, da Pareci está em 50% e da Montenegrina, em 15%. Atualmente o preço recebido pelos citricultores está em média R$ 4,50/cx com peso entre 27 e 28 kg. As bergamotinhas verdes retiradas no raleio são comercializadas para indústrias que realizam a extração do óleo da casca, que possui diversas utilidades como, por exemplo, na indústria de perfumes, produtos de higiene e limpeza, e indústrias de alimentos e refrigerantes. A grande preocupação dos citricultores tem sido a pouca demanda de bergamotinha verde por parte das indústrias. Um tradicional comprador e transportador da frutinha, que leva para uma empresa que produz óleos essenciais em Jaraguá do Sul/SC, parou de comprar na última semana. Uma empresa do Vale do Caí suspendeu a compra por uma semana. Na região do Planalto Médio e Médio Alto Uruguai, ainda permanecem os sintomas de estiagem, determinando diminuição do tamanho das laranjas das variedades IAPAR-53 e Bahia. Para a laranja da variedade Valência, ainda é cedo para se manifestar sobre diminuição do tamanho dos frutos e da produtividade porque as frutas ainda estão muito pequenas, podendo recuperar-se. A variedade Bahia está sendo procurada para comercialização a R$18,00/cx, mas ainda não se encontra madura. A safra da bergamota da variedade Satsuma foi toda vendida a um preço médio de R$ 0,75/kg. Na Campanha, a produção dos citros de mesa, a variedade Satsuma Okitsu, encontra-se em fase final de maturação e início de comercialização. Na Ceasa/RS de Porto Alegre, dos 35 principais produtos analisados em relação a preços pela Gerência Técnica, no período entre os dias 27/03 e 03/04/2012, 29 mantiveram-se estáveis, cinco tiveram alta e um teve queda. PRODUTOS EM ALTA 27/03/12 03/04/12 % de Aumento (R$) (R$) Alface 1,00/pé 1,25/pé 25,00 Brócoli híbrido 2,50/und 3,33/und 33,20 Couve-flor 3,33/cab 3,75/cab 12,61 Vagem 2,00/kg 3,00/kg 50,00 Batata-rosa esp. 0,76/kg 0,80/kg 5,26 PRODUTOS EM 27/03/12 03/04/12 % de BAIXA Queda (R$) (R$) Caqui-chocolate 1,60/kg 1,30/kg 18,75 CRIAÇÕES Forrageiras - De maneira geral, ocorreram chuvas esparsas nas diferentes regiões do Estado, durante a semana que passou. Os baixos índices pluviométricos registrados já estão preocupando os produtores rurais gaúchos, pois há falta de umidade no solo, o que está prejudicando o desenvolvimento das atividades agropecuárias como um todo. No município de Santiago, na Depressão Central, por exemplo, não há o registro 6

7 de chuvas há mais de 30 dias na maioria das localidades do interior do município, causando prejuízos consideráveis para a economia local. As perdas na agropecuária, devido à estiagem, foram estimadas em cerca de R$ 100 milhões, correspondendo a 20% do PIB do município, faltando inclusive água para o consumo humano, que vem sendo fornecida através de caminhões pipa da prefeitura municipal. Na região de Santa Maria, em função do baixo volume de chuvas nos últimos cinco meses, acentua-se o quadro da estiagem causando prejuízos irreversíveis para a agropecuária. Muitas das espécies forrageiras cultivadas, anuais e perenes de verão, estão encaminhando-se para o término do ciclo vegetativo, porém, aquelas que foram bem manejadas pelos criadores ainda apresentam razoável volume de massa verde para manutenção corporal dos animais. algumas regiões, principalmente nas áreas de altitude ou onde predominam as temperaturas mais amenas, os produtores intensificam o preparo do solo para a semeadura das pastagens de inverno, principalmente de aveia e azevém, que são as principais espécies cultivadas durante o outono no RS. No entanto, a germinação dessas espécies está sendo prejudicada pela falta de umidade no solo. Alguns plantios realizados no início de março na região de Bagé estão em bom estado e com bom desenvolvimento inicial, mas são cultivos de risco, caso não haja ocorrência de chuvas nos próximos 15 dias. Há boa disponibilidade de sementes de azevém na maioria das regiões, com preços de R$ 1,30 a R$ 2,50/kg, sendo que os preços mais elevados são para cultivares de ciclo longo, geralmente originárias do Uruguai. Na região de Bagé, onde outrora haviam cultivos extensivos de pastagens de cornichão, atualmente os cultivos são muito reduzidos, com a disponibilidade de semente sendo raridade. Bovinocultura de corte - O rebanho bovino ainda se encontra em condições corporais satisfatórias, porém, a preocupação dos criadores é com a entrada do outono, devido à baixa disponibilidade de pasto nativo e cultivado até o estabelecimento das novas áreas a serem cultivadas com pastagens anuais hibernais, especialmente aveia e azevém. O forte déficit hídrico dos últimos meses afetou principalmente o rebanho de cria, pois a estiagem foi muito intensa durante o período de reprodução, havendo previsão na região de Bagé e Fronteira Oeste do Estado de uma redução na produção de terneiros, entre 20 e 30%, como já ocorreu no ano passado, sendo que os produtores estão encontrando dificuldades na reposição de animais, devido à baixa oferta. Houve aumento no entoure do número de vacas e novilhas, o que poderá minimizar um pouco a redução na produção de terneiros. As condições sanitárias do rebanho bovino de corte são boas, mas permanecem os cuidados com o controle de verminoses, carrapato e moscado-chifre, que têm apresentado uma alta incidência nas regiões de temperaturas médias mais elevadas. relação à comercialização, existe uma boa procura por gado gordo e alta oferta de gado magro, em função da intenção dos produtores em folgar as pastagens. O período é de pouca comercialização e o preço está estável. Preços mínimos e máximos registrados na região de Pelotas no período: - boi gordo: R$ 3,10 a R$ 3,40/kg vivo, com 30 dias de prazo; - vaca gorda: R$ 2,80 a R$ 3,00/kg vivo, com 30 dias de prazo; - terneiro vivo: R$ 3,30 a R$ 3,40/kg. Ovinocultura - O rebanho ovino foi o que menos se ressentiu diante do quadro de estiagem que assolou o Estado. Na região de Bagé, o período de encarneiramento deve continuar até abril, assim como o monitoramento e o controle dos endoparasitas, piolhos e da sarna. Na região de Santa Rosa, a comercialização segue normalmente e os preços dos ovinos giram em torno R$ 3,00/kg para capão, R$ 2,80 para ovelha, R$ 3,50 a R$ 3,70 para cordeiro. Animais que apresentam bom estado corporal e sanitário são comercializados com facilidade, devido à grande procura. Preços mínimos e máximos de ovinos e derivados registrados na região Sul no período: - ovelha - R$ 3,30 kg/vivo (30 dias) ou R$ 7,00 na carcaça; - cordeiro - R$ 3,30 a R$ 5,0/kg vivo; - Cordeiro Marfrig - R$ 8,50 carcaça + bonificação de 10% a 15%, conforme a qualidade da mesma; - capão - R$ 3,40/kg vivo com prazo de 30 dias e R$ 7,00 na carcaça; - lã: em Santana da Boa Vista: Merino: R$ 10,00/kg; Ideal: R$ 8,00 a R$ 8,50/kg; e de cruza: R$ 3,50/kg. Bovinocultura de leite - Os produtores continuam o fornecimento de ração e silagem, o que ocasiona um aumento dos custos de produção do leite. Nessa semana que passou, a maioria dos 7

8 municípios produtores do Estado registrou queda na produção de leite, haja vista a redução de disponibilidade e de qualidade de pastos nativos e cultivados. A tendência é que essa queda se acentue nos próximos dias, pressionando o preço para cima, porém, o mesmo ainda continua estável. O produto de melhor qualidade tem recebido bonificação da indústria. Têm sido recomendados os exames de brucelose e tuberculose nos animais comercializados, além da comprovação das vacinações contra brucelose e febre Aftosa, conforme o calendário oficial do Estado. relação à comercialização, o preço do leite variou entre R$ 0,64 e R$ 0,80/litro em média na zona Sul do Estado; na região de Passo Fundo, os preços praticados ficaram estabilizados: - preço máximo pago pela indústria ao produtor: R$ 0,80 /lt; - preço mínimo pago pela indústria ao produtor: R$ 0,76/lt; - remuneração média: R$ 0,78/lt. Tendências: - atuais: redução na renda da atividade pela necessidade de suplementação alimentar concentrada, devido à seca que ocorreu nos meses es; - futuras: os produtores consideram o leite como uma atividade importante para o fluxo financeiro das propriedades e como geradora de receitas, principalmente em situações como a atual, de frustração de safra de grãos. Apicultura - Na última semana que passou, houve ocorrência de chuvas de pequena intensidade na maioria das regiões produtoras de mel no RS, o que, aliado às temperaturas médias variando entre baixas a altas, produziu condições climáticas razoáveis para o desenvolvimento da apicultura. No entanto, a oferta de néctar e pólen pelas plantas melíferas no período foi muito baixa, devido à pouca floração das espécies, fato que provoca a redução de população dos enxames. Nesta entrada de outono, os apicultores estão realizando as últimas colheitas de mel e aproveitando para reduzir/retirar as melgueiras. A atual safra de mel no Estado pode ser considerada boa, com produtividade média situando-se ao redor de 20 kg/colmeia/ano. Na região de Erechim, o preço do mel na venda direta ao consumidor variou entre R$ 6,00 e R$ 10,00/kg, no varejo, os apicultores estão recebendo entre R$ 3,50 e R$ 3,70/kg. No entanto, na região de Passo Fundo, o clima seco e as precipitações esporádicas do período fizeram com que ocorresse nova floração, recuperando parcialmente a produção de mel. Estima-se uma quebra de safra em torno de 15% da produção. Nessa região, o mel está sendo comercializado a um preço em torno de R$ 10,00/kg. Suinocultura - Os suinocultores da maioria das regiões produtoras do Estado estão preocupados com a atual situação do setor, especialmente em relação aos preços dos insumos. O principal insumo, no caso o milho balcão para estiagem está disponível em unidades de Erechim para aquisição pelos produtores locais. Nessa região, o milho está sendo comercializado a um preço que varia entre R$ 26,00 e R$ 30,00 por saca. Quanto ao farelo de soja, o preço no período variou entre R$ 1,00 e R$ 1,25 /kg, enquanto o preço do suíno girou em torno de R$ 2,20/kg/vivo para os produtores integrados. Piscicultura - O nível dos açudes e reservatório utilizados para o desenvolvimento da atividade voltou a baixar devido à falta de chuvas na maioria dos municípios do Estado, e a qualidade da água é bastante precária. muitos casos, a despesca foi antecipada para não haver perda dos peixes por falta de oxigênio. Vários municípios estão realizando as feiras de peixe nesta Santa, com menor oferta de peixes e a preço maior que o do ano passado. A piscicultura é incentivada pela ater/rs- Ascar. A piscicultura consiste na criação e multiplicação de peixes em águas doces ou salgadas. Essa atividade pode ser realizada com a utilização de subprodutos das propriedades rurais como esterco e pasto, que muitas vezes são abundantes na propriedade, favorecendo a redução de custos de produção. A piscicultura é incentivada pela Instituição para que os agricultores, especialmente os familiares, tenham acesso a alimentos mais nutritivos, sendo também uma alternativa de geração de renda e trabalho, contribuindo para a diversificação das atividades no meio rural. No Brasil, a piscicultura, apesar de ser utilizada desde a década de 1930, adquiriu grande notoriedade a partir dos anos 1990, principalmente nas pequenas propriedades familiares rurais. De acordo com os dados do Ministério da Pesca e Aquicultura, o país produz aproximadamente 1,25 milhões de toneladas de pescado, sendo 38% cultivados. Além do consumo familiar, também é promovida pela ater/rs-ascar a comercialização do 8

9 excedente de pescado diretamente aos consumidores, por meio da promoção de feiras do peixe e outros eventos. Somente na região de Porto Alegre, atendida pela ater/rs-ascar, foram realizadas, no ano passado, feiras do peixe em 66 municípios e comercializadas aproximadamente 669 toneladas de peixes, não só de piscicultores, mas de pescadores artesanais. 9

10 ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES PRODUTOS UNIDADE SEMANA ATUAL 05.ABR.12 SEMANA ANTERIOR 29.MAR.12 MÊS ANTERIOR 08.MAR.12 ANO ANTERIOR MÉDIAS DOS VALORES DA SÉRIE HISTÓRICA ABR.11 GERAL ABRIL ARROZ 50 kg 25,96 25,74 25,82 20,78 29,84 28,97 FEIJÃO 60 kg 88,25 87,83 86,64 72,91 85,12 80,26 MILHO 60 kg 26,17 26,17 26,52 25,55 22,98 22,40 SOJA 60 kg 51,25 49,27 44,26 45,86 45,20 44,58 SORGO 60 kg 21,00 21,05 21,05 19,09 18,16 17,90 TRIGO 60 kg 24,10 24,00 23,63 25,64 28,35 29,88 BOI kg/v 3,26 3,29 3,25 3,27 3,00 2,90 VACA kg/v 2,92 2,95 2,90 2,89 2,70 2,60 SUÍNO kg/v 2,07 2,07 2,21 2,35 2,45 2,34 CORDEIRO kg/v 3,69 SI SI 3,69 3,01 2,78 LEITE litro 0,71 0,70 0,70 0,68 0,65 0,62 P e r í o d o 02/04-06/04 26/03-30/03 05/03-09/03 04/04-08/ Fonte dos dados/elaboração: ater/rs-ascar. Índice de correção: IGP-DI (FGV). NOTA: atual, e Mês são preços correntes. Ano e Médias dos valores da série histórica são valores corrigidos. Média geral é a média dos preços mensais do quinquênio corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais corrigidos, da série histórica OBS.: 1) Bovinos e ovinos com prazo de pagamento de 20 e 30 dias. 2) Leite: preço bruto. 3) SI indica Sem informação. ST indica Sem transação.