WORKSHOP. EDUCAÇÃO ESPECIAL: Integrar e incluir são ações indissociáveis.
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- Ágatha Casqueira
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1 4º WORKSHOP EDUCAÇÃO ESPECIAL: Integrar e incluir são ações indissociáveis. No mês de junho, os acadêmicos da FAEL tiveram a oportunidade de participar do encontro de workshop que teve como tema a Educação Especial integrar e incluir são ações indissociáveis. A videoaula, ministrada pela professora Maristela Metz, teve como objetivo gerar a reflexão sobre a inclusão de alunos que apresentam necessidades educativas especiais no ensino regular. Além disso, no encontro, os estudantes receberam sugestões práticas para trabalhar com as diversidades em sala de aula. A inclusão é um processo muito sério, que exige de todos os envolvidos conhecimento e comprometimento. Engana-se quem pensa que incluir é simplesmente colocar um aluno que apresenta alguma necessidade especial dentro de uma escola do ensino regular, comenta Metz. A docente explica que é necessário garantir a participação do aluno e pensar em estratégias de ensino que permitam que ele interaja e assimile o conhecimento. Incluir X Integrar Dentro do processo de aprendizagem, também devemos nos atentar ao fato de que, o ato de incluir é diferente de integrar. Workshop na FAEL de Alagoinhas Integrar significa fazer entrar em um grupo, juntar-se, reunir-se. A integração, neste sentido, envolve preparar os alunos para serem inseridos nas escolas regulares, ou seja, o aluno precisa estar pronto para ser transferido da escola especial para a escola regular. Nesta integração, portanto, é o aluno que se adapta à escola e não o contrário. E ai, surgem alguns questionamos: Integrar é o suficiente para garantir a aprendizagem de uma criança que apresenta dificuldades? Garantir apenas a socialização da criança é desenvolvê-la de forma integral?. 1
2 Integrar o aluno não é suficiente. Para garantir a aprendizagem, é preciso também, incluir, esclarece Metz. Incluir implica em uma reforma radical da escola: do currículo, da estrutura física, da avaliação e das atividades que são propostas em sala de aula. A instituição que promove a inclusão, se baseia em um sistema de valores que celebra a diversidade, fazendo com que todos sejam bem-vindos e preparados para assimilarem o conhecimento da melhor forma possível. Inclusão significa pensar em toda a diversidade, não apenas nas crianças portadoras de deficiência, mas em todos os alunos como pessoas únicas, com histórias de vida particulares e características específicas, enfim, com formas de aprender diferenciadas. Neste contexto, a escola precisa aprender a lidar com a diversidade e promover adaptações curriculares, quando forem necessárias, revela a docente. Adaptações Curriculares Adaptações Curriculares são respostas educativas que devem ser dadas pelo sistema educacional, de forma a favorecer todos os alunos e, dentre estes, os que apresentam necessidades educacionais Especiais. Projeto Escola Viva - Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola - Alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, C , p. 08. Acadêmicas na FAEL de Joinville Estas respostas educativas que o sistema educacional deve dar a todos os alunos diz respeito a um olhar para: O Plano Municipal de Educação; O Projeto Pedagógico da Unidade Escolar; O Plano de Ensino do Professor. Há adaptações que chamamos de grande porte e também há adaptações de pequeno porte. Adaptações de grande porte são da competência e atribuição das instâncias político-administrativas superiores. Elas exigem modificações que envolvem ações de natureza política, administrativa, financeira, burocrática, entre outras. Já as adaptações de pequeno porte são modificações menores, de competência específica do professor. Elas constituem pequenos ajustes nas ações planejadas, a serem desenvolvidas no contexto da sala de aula. 2
3 Qualquer uma das adaptações envolvem 3 níveis: No âmbito do Plano Municipal de Educação e no do Projeto Pedagógico, tanto do Município como da Unidade Escolar; No âmbito do Plano de Ensino, elaborado pelo professor; No âmbito da Programação Individual de Ensino, também elaborada pelo professor. Projeto Escola Viva - Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola - Alunos com necessidades educacionais especiais, Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, C , p10. Então, é necessário fazer o mapeamento das reais necessidades de aprendizagem para a realização de uma mudança no próprio projeto pedagógico, que atenda a diversidade. A proposta curricular deve ser flexível, respeitando o aluno. Em relação ao plano de ensino, o professor deverá propor objetivos diferenciados, respeitando cada aluno, e trabalhar o mesmo conteúdo de forma diferenciada, buscando uma aprendizagem para todos. Como exemplo, confira a situação abaixo: Há, na sala de aula, um aluno com transtorno de déficit de atenção, com hiperatividade. Aquele aluno que: Presta pouca atenção a detalhes, comete erros por falta de atenção ou descuido em atividades escolares; Tem dificuldade na escuta (parece não escutar o que o professor fala); Não faz tarefa, não segue instruções, não se organiza; Anda o tempo todo na sala, se move na carteira, não faz as atividades. Perde os materiais. É possível o professor fazer adaptações na própria sala de aula: Organizar as carteiras para que o professor possa andar na sala; Colocar o estudante longe da janela e corredor e próximo ao professor; Colocar crianças com boa atenção perto do estudante; Estabelecer rotina na sala; Mostrar que valoriza a organização; Fazer revisões antes de iniciar novos assuntos; Fazer com que um aluno repita oralmente o que vai ser feito; Atividades realizadas pelos alunos de Caruaru 3
4 Intercale avaliações orais e escritas; Evite folhas com frente e verso. Perceberam como é possível fazer as adaptações curriculares de pequeno porte na sala de aula? Mas para que isso seja possível, o professor precisa ter auxílio de profissionais para identificar as necessidades dos alunos, ou seja, uma avaliação diagnóstica. A educação inclusiva é oferecida na rede regular, mas precisa do apoio da educação especial. Na verdade, todos devem trabalhar juntos, pois, a rua de acesso à inclusão não tem um fim porque ela é, em sua essência, mais um processo do que um destino, diz a professora. Ao final do encontro, os acadêmicos puderam refletir sobre diversas atividades práticas e confeccionaram jogos que podem ser utilizados para desenvolver as capacidades dos alunos, estimulando a melhoria da memória visual e auditiva, principalmente para os que apresentam déficits cognitivos. Confira como foi o workshop nos polos FAEL: Os acadêmicos perceberam que a brincadeira realizada durante o encontro desenvolve a atenção, raciocínio, lateralidade e outros conceitos e se interessaram pelas estratégias diferenciadas para atender cada deficiência. Após assistirem o vídeo, os Encontro na FAEL de Campinas estudantes confeccionaram individualmente os jogos sugeridos. Todos gostaram muito e disseram que vão utilizar na primeira oportunidade que tiverem, em suas turmas ou no estágio. Rosa Maria Silva, assistente acadêmica do polo de Alagoinhas/BA O workshop contribuiu com a inovação de ideias e maneiras de serem trabalhadas determinadas dificuldades apresentadas em sala de aula, estimulando a criatividade, com um grande diferencial: a confecção de novos materiais pedagógicos. Após a videoaula, refletimos sobre as adaptações curriculares e alguns alunos relataram fatos decorrentes de seus ambientes de trabalho instituições de ensino regular. Os acadêmicos demonstram muito interesse sobre a temática abordada, pois é onde muitos tiram suas dúvidas e relatam situações vivenciadas, surgindo troca de ideias e experiências. Sintia Cristina Lopes, assistente acadêmica do polo de Campinas/SP Após a videoaula, os acadêmicos refletiram sobre estratégias de aprendizagem para melhorar a qualidade de memória visual e auditiva e foram convidados a confeccionarem os jogos sugeridos. Reforçamos que os jogos e brincadeiras são grandes aliados no processo de ensino e aprendizagem. 4
5 Ana Cláudia da Silva, assistente acadêmica do polo de Caruaru/PE A participação dos acadêmicos no workshop foi boa e a metodologia aplicada pelo professor, relevante. Os acadêmicos aprenderam mais sobre o ensino inclusivo, onde o professor atua como mediador de aprendizagem, valorizando as capacidades de cada pessoa, organizando ações, leituras e interpretações. O assunto do encontro contribuiu para a prática profissional dos alunos, nos seguintes aspectos: Na questão do professor ser considerado um grande diferencial para a efetivação dos princípios da educação inclusiva; Na importante tarefa do docente de levar a turma a perceber que a inclusão está em cada indivíduo e que, o que é proposto na escola, com os alunos, deve ser feito consigo mesmo; Na reflexão de que a inclusão envolve muitas mudanças de valores e atitudes. Eliane dos Santos, assistente acadêmica do polo de Jaru/RO A brincadeira realizada no workshop demonstrou que todos possuem limitações e, no campo da escola, é ótima para trabalhar a noção de espaço, direção e raciocínio rápido. A melhor parte do encontro foi a confecção das fichas e apresentação do jogo, onde todos discutiram o resultado das ações, na prática. Debatemos e criamos algumas respostas ao tema abordado: Jogo realizado pelo acadêmicos de Passo Fundo 1- Integrar é contentar-se com transformações superficiais, ou seja, as pessoas deficientes se adaptam ao modelo que já existe na sociedade. Incluir é buscar qualidade para todos, com ou sem deficiência, e respeitar seus direitos. 2- Integrar é dar possibilidades para que a pessoa com deficiência possa interagir com todos e de forma igual na sociedade. 3- Adaptações curriculares são possibilidades educacionais de atuar nas dificuldades de aprendizado do aluno; é necessário fazer planos de aulas diferenciados, com os mesmos objetivos educacionais; são estratégias que todo espaço escolar deve se preparar para efetuar, incluindo estes alunos. 4- Os professores, na missão de ensinar, devem estar sempre em plena adaptação de seus trabalhos, no intuito de melhorar e trabalhar com crianças que possuem necessidades especiais. 5
6 5- É preciso muito mais que uma matrícula para inclusão de uma criança com necessidades especiais em uma escola, pois este aluno precisa de um ambiente confortável, acolhedor e que propicie o seu desenvolvimento e, principalmente, é necessário que esta escola possua pessoas capacitadas e especializadas para atendimento desta criança. Ana Maria Lopes, assistente acadêmica do polo de Joinville/SC Promovemos momentos de discussão sobre o objetivo geral do encontro, que é um momento de enriquecimento da prática educativa nas atividades acadêmicas. Refletimos sobre as experiências dos acadêmicos, seja como profissionais da área, ou durante os estágios supervisionados. A importância das ações necessárias para integrar e incluir na Educação Especial foi amplamente abordada. Os acadêmicos contribuíram com suas experiências, compartilhando dificuldades e também a satisfação quando se trabalha neste tipo de Educação. Com certeza, foi mais um momento de aproveitamento e aprendizagem. Gecy de Lourdes Vieira, assistente acadêmica do polo de Passo Fundo/RS O encontro facilitou o esclarecimento sobre a educação especial, onde a dinâmica mostrou a importância da inclusão e as ferramentas que podem ser utilizadas para favorecer a aprendizagem do aluno, pois crianças com necessidades especiais precisam ser tratadas de acordo com suas limitações individuais. O tema proporcionou questionamentos, como as dificuldades em fazer os alunos com necessidades especiais acompanharem os conteúdos programáticos. O interessante foi que os educadores mais experientes deram algumas sugestões e técnicas a serem aplicadas, iniciando assim, um debate caloroso em relação a atuação do professor. Marillac Nunes, assistente acadêmica do polo de São Francisco do Sul/SC As dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas para superá-las. A partir dos referenciais para a construção de sistemas educacionais inclusivos, a organização de escolas e classes especiais passa a ser repensada, implicando uma mudança estrutural e cultural da escola, para que todos os alunos tenham suas especificidades atendidas. Durante este debate, realizado no workshop, os acadêmicos ficaram entusiasmados e disseram que vão aplicar as atividades sugeridas com seus alunos, ficando motivados com as aulas práticas com qualidade e enriquecidas para o processo de ensino e aprendizagem. Concluímos que os professores são peças fundamentais na transformação da escola. Mestre não é quem sempre ensina, mas quem, de repente, aprende. (Guimarães Rosa) Claudineia Theodoro, assistente acadêmica do polo de Uruaçu/GO 6
7 O tema abordado durante o encontro do workshop dimensionou a importância de diferenciar a inclusão da integração, tendo em vista que a maioria dos alunos já atua na profissão e que muitos não compreendiam a inclusão em sua forma ampla, e sim, como lhes é imposta nas escolas que recebem os alunos e os colocam em salas de aula, sem o menor preparo, tanto do ambiente escolar como dos educadores e demais funcionários. Os acadêmicos apresentaram situações que vivenciaram nas escolas em que atuam, com crianças que têm as mais diversas necessidades especiais, sem apoio de gestão da escola, de outros profissionais e até, da própria família. O tema revelou a relevância de cada um no processo de inclusão das crianças. Dalva Ramos, assistente acadêmica do polo de Valparaíso de Goiás/GO Acadêmicos da FAEL de Uruaçu 7
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