Relato de experiência: Importância da Música na Terceira Idade
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- Thiago Carrilho Rocha
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1 Relato de experiência: Importância da Música na Terceira Idade Resumo Gisellen Maximiano Este trabalho tem por objetivo relatar o projeto de estágio com o foco do ensino da flauta e a percussão instrumental e corporal, como experiência em sala de aula. Neste trabalho destaco a importância do ensino para a terceira idade. As aulas foram ministradas no campo sede da Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná, no ano letivo de 2013, com uma aula semanal em uma turma de 5 alunos (com mais de 60 anos de idade), do Projeto Práticas Musicais no Projeto UNATI, sob a orientação de Andréia Pires Chinaglia de Oliveira. As aulas foram requisitos da disciplina Estágio Supervisionado II, do curso de Licenciatura Plena em Educação Musical da Universidade Estadual de Maringá. Palavras-chave: terceira-idade, professor, ensino. INTRODUÇÃO A prática do estágio é de grande importância para a formação do educador musical, pois por meio dele, o aluno/estagiário pode ter uma vivência de suma importância para a consolidação de sua formação. Possibilita ao estudante, futuro professor, observar, analisar, atuar e refletir sobre as tarefas características de sua profissão (MATEIRO, 2006, p. 17). Colocando em prática o que aprendeu como aluno, além de proporcionar muitos estudos que contribuem para a academia. O licenciando, de um lado, é aluno na universidade, e, de outro, professor nos espaços onde atua. Isso o torna um colaborador em potencial nas pesquisas cujo tema é a formação de professores. (CERESER, 2004, p. 30) O estágio aconteceu no período de abril à novembro, no bloco 8 sala 3 no primeiro semestre no segundo na sala 11 do mesmo bloco do
2 campus sede da Universidade Estadual de Maringá, o projeto já estava acontecendo há um ano, se dividindo em três ciclos, onde foram trabalhados nos dois primeiros semestres a vivência musical de uma forma geral, com atividades que desenvolvessem o pulso, rítmos apreciação e canto. Nesta última fase, que seria o primeiro semestre deste foi trabalhado o ensino da música através da flauta doce e da prática de conjunto com vários instrumentos e sons corporais e como houve um interesse para que o curso continuasse, decidimos prolongá-lo até o fim deste ano. Nesse período a professora Priscila Fernandes de Oliveira que me orientou, depois no segundo semestre a Prof. Andréia Pires Chinaglia de Oliveira. O programa Universidade para Terceira Idade (UNATI) é um órgão da universidade que se destina a pessoas a partir dos 60 anos de idade, onde os departamentos promovem muitos cursos, de praticamente todas as áreas/graduações que estão inseridas na universidade. O ensino da música na terceira idade pode ser visto como uma continuação da formação do ser, sendo que todos podem continuar a aprender independente da idade ou qualquer outra circunstância. Uma forma muito interessante de ensinar música é a partir do ensino coletivo para a terceira idade juntamente com o instrumento (flauta). Essa prática tem sido significativamente utilizada por professores de instrumento como forma de proporcionar um ensino mais dinâmico e estimulante, onde os alunos poderão desenvolver suas habilidades técnicasinstrumentais a partir de dinâmicas que favoreçam a troca de informações entre os alunos, a imitação e demais aspectos que motivem sua participação ativa durante as aulas. (SANTOS, 2007, p. 2) Sabemos que a música pode ser compartilhada de muitas maneiras, mas dispomos dessa pois os alunos pediram para ter o enfoque na flauta doce e a interação dela com outros instrumentos.
3 UM PÚBLICO EM CRESCIMENTO Nessa experiência não tive a oportunidade observar os alunos antes de começar a minha prática com eles, pois o horário que era ministrado as aulas até então, estava no mesmo horário em que tinha uma aula na universidade. Conversei com minha orientadora sobre qual era o perfil dos alunos e o que eles estavam buscando com as aulas de música. Ao começar as aulas me deparei com um público totalmente diferente do que eu já havia trabalho antes. Precisei adaptar meu planejamento, já que tinha muitas atividades que eles não iriam conseguir fazer, pois eram rápidas e difíceis para executarem. Durante o ano visamos o ensino musical por meio da prática de conjunto e simultaneamente a prática da flauta doce, voltada para a terceira idade, também como uma forma de interação, socialização do ser humano nessa fase da vida, como é citada abaixo. A educação musical mostra um campo fértil de atuação junto a diversos grupos sociais. As práticas teóricometodológicas da música aplicadas à terceira idade, podem resultar em aspectos positivos como: incentivo ao fazer musical, o fornecimento de subsídios para as pesquisas nas áreas educacional e gerontológica e ainda, a melhora na qualidade de vida do idoso. (SOUZA, LEÃO, 2006, p. 58) Ou seja, todos podem e algumas vezes precisam de práticas, como a música, para melhor interagir com outros e consigo mesmos. E que essas práticas podem suprir essas necessidades, que não só os idosos têm, mas todo ser humano. Então precisamos Construir alternativas que atendam as necessidades dos diferentes contextos em que a educação musical
4 pode atuar, comprometendo-se sempre com um projeto de democratização do acesso a arte a cultura. (PENNA, 2008, p. 63) Muitos pensam na música como um meio de passar o tempo, mas a música vai muito além disso, trazendo muitos benefícios para quem a pratica. Segundo Luz é preciso desenvolver a música buscando objetivos além de proporcionar o lazer ou a ocupação de idosos, pois a prática e a aprendizagem musical envolvem múltiplos aspectos, tais como: o sensorial, o motor, o cognitivo, o afetivo e o social, entre outros (LUZ, 2008, p. 46 apud FUGIMOTO, 2010, p. 4) Muito se fala sobre a busca pelo conhecimento, em que todos podem ter acesso à educação e a informação. Com isso, a educação para idosos tem ganhado espaço e força, já que a necessidade de atividades para o idoso cresce em conjunto aos índices que demonstram elevados valores à expectativa de vida da população (FUGIMOTO, 2010, p. 4). O professor precisa estar capacitado para melhor interagir e ajudar seus alunos não importando a sua idade. A formação do professor é de suma importância, já que estará construindo a base da vida daquele ser humano, ou seja, o caráter. Então este precisa ter flexibilidade, ser reflexivo e crítico, e Hentschke ainda complementa: Possuir um conhecimento pedagógico-musical fundamentado na literatura e experienciado na prática, além de ter a competência de perceber e agir em realidades distintas. (HENTSCHKE, 2001, p. 72) Como é o caso do ensino da música para pessoas da terceira idade. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5 Considero que a formação do ser humano não aconteça somente quando criança ou jovem, mas que está em constante transformação, que não é porque já tem uma idade mais avançada não vá conseguir aprender novas coisas, como tocar um instrumento ou qualquer coisa que seja. Precisamos nos conscientizar desse público que cada vez mais se interessa em aprender. Ainda mais por muitos não terem conseguido, ou não puderam estudar música na juventude. Como um aluno comenta: comecei a estudar música, mas precisei parar por ter que trabalhar e não condição para isso. E que somente agora quando já estão aposentados podem desfrutar do gosto pela música podendo ter um contato direto. Ainda como estagiária, creio que precisamos nos capacitar para esse público, procurando saber quais são suas necessidades e objetivos ao estudar essa arte. O estagiário deve estar preparado e preparar-se para o contato com a prática, não só no sentido teóricopedagógico, mas também para as especificidades cotidianas, sejam burocráticas ou no âmbito das relações profissionais, para que possa exercer o uso de seus direitos e deveres, construindo sua autoestima enquanto sujeito no processo de construção do conhecimento. (MATEIRO, TÉO. 2003, p. 93). Depois desse tempo estagiando nesse projeto, aprendi muito sobre a importância da música para a terceira idade pois é algo que lhes é prazeroso além de estar aprendendo sobre música. Percebo que preciso aprender muito sobre como interagir com os alunos. Carrego essa experiência como uma reflexão sobre o ensino da música em projetos e a importância da música para a terceira idade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁGICAS
6 CERESER, Cristina Mie Ito. A formação inicial de professores de música sob a perspectiva dos licenciandos: o espaço escolar. Revista da ABEM. V. 11, p , FUGIMOTO, Tatiane Andressa da Cunha. Práticas musicais na terceira idade. 2011, 139 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Música) - Universidade Estadual de Maringá, HENTSCHKE, Liane. A formação profissional do educador musical: poucos espaços para múltiplas demandas. In: Encontro anual da abem, 10., 2001, Uberlândia. Anais Porto Alegre: ABEM, p , MATEIRO, Teresa. A prática de ensino na formação dos professores de música: aspectos da legislação brasileira. SOUZA, Jusamara. (Org.) Práticas de ensinar música. Porto Alegre: Sulina, 2006, p MATEIRO, Teresa. TÉO, Marcelo. Os relatórios de estágio dos alunos de música como instrumento de análise dos processos de planejamento. Revista da ABEM. V. 9, p , set PENNA, Maura. Música(s) e seu ensino. Música(s) e seu ensino: reflexões sobre cenas cotidianas. Porto Alegre. Sulina SANTOS, Carla. Ensino coletivo de instrumento: uma experiência junto ao Grupo de Flautas do Projeto Musicalizar é Viver. Anais, XVI Encontro anual da ABEM. Disponível em: df/art_e/ensino%20coletivo%20de%20instrumento.pdf> Acesso em 05/03/13.
7 SOUZA, Cristiana Miriam S., LEÃO, Eliane. Terceira idade e música: perspectivas para uma educação musical. 2006, p Anais, XVI Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música (ANPPOM). Disponível em < M/COM/01_Com_EdMus/sessao02/01COM_EdMus_ pdf> acesso em 17/03/13.
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