DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO ENFERMEIRO NA IMPLEMENTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

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1 DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO ENFERMEIRO NA IMPLEMENTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA SOUSA, J. R 1 ; BEZERRA, F. M. C 1 ; SANTOS, R. N 1 ; OLIVEIRA, L. M. R 1 ; SANTOS, R. F 1 ; BIZERRA, L 1 ; SANTOS, T. R 1 ; SILVA, M. L. P 1 ; GUERRA, W. P. O 2 ; OLIVEIRA, F. C 3. GRADUANDOS EM ENFERMAGEM PELO CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTO AGOSTINHO UNIFSA. TERESINA, PIAUÍ 1 ; GRADUANDA EM ENFERMAGEM PELA FACULDADE ALIANÇA / MAURICIO DE NASSAU. TERESINA, PIAUÍ 2 ; ENFERMEIRA, GRADUADA PELA FACULDADE ALIANÇA / MAURICIO DE NASSAU. TERESINA, PIAUÍ 3. RESUMO Introdução: Apesar de ser um método que na prática vem mostrando muita eficiência, ainda são encontradas várias dificuldades pelos enfermeiros na implementação do protocolo de classificação de risco. Sendo a alta demanda, escassez de recursos materiais, físicos e humanos os principais fatores que dificultam na utilização dessa ferramenta. O estudo tem o objetivo de Investigar e descrever as dificuldades encontradas pelo enfermeiro na implementação da classificação de risco no setor de urgência e emergência. Metodologia: Tratase de uma revisão bibliográfica de caráter descritivo, realizado no período de março a abril de A busca pelos artigos foi realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), englobando a LILACS, MEDLINE e BDENF. Resultados e Discussão: Após a análise dos estudos foi possível identificar que a alta demanda, escassez de recursos materiais, físicos e humanos são os principais fatores que dificultam na implementação da classificação de risco no setor de urgência e emergência. Conclusões: É necessário superar as dificuldades enfrentadas pelo enfermeiro, através de planejamento, estratégias e atividades de educação em saúde, que certamente contribuirão para a mudança da realidade encontrada. Palavras-chave: Acolhimento; Classificação de risco; Enfermagem em urgência. _ ABSTRACT Introduction: Despite being a method that has shown great efficiency in practice, several difficulties are still encountered by nurses in the implementation of the risk classification protocol. Being the high demand, scarcity of material, physical and human resources are the main factors that make it difficult to implement this tool. The purpose of this study is to investigate

2 and describe the difficulties encountered by nurses in the implementation of risk classification in the emergency and emergency sector. Methodology: This is a bibliographic review of a descriptive character, carried out from March to April The search for the articles was carried out at the Virtual Health Library (VHL), encompassing LILACS, MEDLINE and BDENF. Results and Discussion: After analyzing the studies, it was possible to identify that the high demand, scarcity of physical, physical and human resources are the main factors that make it difficult to implement the risk classification in the emergency and emergency sector. Conclusions: it is necessary to overcome the difficulties faced by the nurse, through health education planning, strategies and activities, which will certainly contribute to the change in the reality found. Keywords: User Embracement; Risk rating; Nursing in emergency. INTRODUÇÃO Os atendimentos urgência e emergência corresponde um relevante componente da assistência à saúde no país. Estudos mostram que na última década, há uma demanda maior de atendimentos nessas áreas em decorrência de acidentes violentos nas zonas mais urbanizadas (ABREU et al., 2012). O estudo realizado por Bohn (2013) relata que a superlotação nos serviços de urgência e emergência pode ser agravada por condições de organização, visto que em alguns hospitais os pacientes são atendidos por ordem de chegada, não levando em conta os critérios clínicos, o que pode levar algum dano aos usuários do serviço em decorrência da espera pelo atendimento. Por isso a classificação de risco esta sendo usada em vários países, inclusive aqui no Brasil, pois entende-se que é uma instrumento útil e necessário para a organização dos serviços de saúde. De acordo com Abreu et al. (2012) é essencial a operacionalização do protocolo de classificação de risco nos serviços de urgência e emergência, uma vez que este instrumento se configura como uma estratégia relevante para uma boa organização do serviço, redução de filas de esperas com ocorrência de agravos, favorecendo uma assistência eficiente, resolutiva e humanizada. Para facilitar a classificação dos pacientes foram desenvolvidos eixos, sendo o eixo vermelho para pacientes graves, com risco de morte; eixo amarelo, para pacientes já estabilizados, porém que ainda requerem cuidados especiais (pacientes críticos ou semicríticos), área verde, composta pelas salas de observação, que devem ser divididas por sexo (feminino e masculino) e idade, eixo azul, paciente aparentemente não grave, que necessita ou procura o atendimento de urgência (BRASIL, 2009). Apesar de ser um método que na prática vem mostrando muita eficiência, ainda são encontradas várias dificuldades pelos enfermeiros na

3 implementação do protocolo de classificação de risco, sendo a alta demanda, escassez de recursos materiais, físicos e humanos os principais fatores que dificultam na implementação dessa ferramenta (ABREU et al., 2012). Diante do exposto o estudo partiu do seguinte questionamento: quais são as dificuldades encontradas pelo enfermeiro na implementação da classificação de risco na urgência e emergência? Com isso o presente estudo teve o objetivo de Investigar e descrever as dificuldades encontradas pelo enfermeiro na implementação da classificação de risco no setor de urgência e emergência. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão bibliográfica de caráter descritivo, realizado no período de março a maio de A busca pelos artigos foi realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), englobando as bases de dados LILACS, MEDLINE e BDENF. Foram utilizados os descritores, Acolhimento, Classificação de Risco e Enfermagem em urgência, cruzados com o operador booleano AND. Foram estabelecidos como critério de inclusão: artigos publicados a partir de 2011 a 2018, disponíveis em texto completo na língua português ou inglês e que atendesse os objetivos desta pesquisa. Foram excluídos os artigos que não disponibilizaram texto completo, os não respondiam a temática ou fugiam do objeto de estudo e os que não foram publicados no período estabelecido. RESULTADOS E DISCUSSÃO A classificação de risco deve ser realizada pelo enfermeiro ou profissional capacitado. Estes devem acumular requisitos necessários, nas quais incluem dialeto clínica voltada para os sinais e sintomas apresentados e demais características, para a realização das escalas de avaliação que levam em conta toda a complexidade dos fenômenos saúde-doença, o grau de sofrimento dos pacientes e seus familiares, a priorização da atenção no tempo, redução do número de mortes, sequelas e internações (ABREU et al., 2012). O estudo realizado por Oliveira et al., (2013) retrata que os profissionais que realizam a classificação de risco muitas vezes não são entendidos pela população, visto que muitos não entendem como funciona o protocolo que estabelece quem tem prioridade de atendimento. Esse tipo de prioridade é mal recebida pelos usuários que devem aguardar mais tempo em relação a outros e os que muitas vezes não recebem atendimento na instituição hospitalar e são encaminhados para uma unidade básica de saúde. Esses fatores contribuem para outro problema enfrentado pelos enfermeiros que realizam a triagem, que é a violência. Esses profissionais muitas vezes acabam sofrendo violência tanto verbal quanto física dos usuários

4 e familiares, por não entenderem como funciona a classificação de risco (SHIROMA; PIRES, 2011). O ato do enfermeiro ter que classificar um grande número de usuários em pequeno espaço de tempo acaba lhe acarretando um grade estresse e levando à mecanização do atendimento. Essa dificuldade relaciona-se ao pequeno número desse profissional que é destinado a classificação de risco, visto que há ainda a sobrecarga com as demais atividades exigidas (CAVEIÃO et al., 2014). O enfermeiro deve estar qualificado para classificar, se for necessário, reclassificar a prioridade dos atendimentos ao longo do tempo de espera. Essa classificação pode oferecer riscos, caso este profissional não esteja preparado cientificamente, podendo vir a atrasar o fluxo por dúvidas na classificação, pois é indispensável interpretar, discriminar e avaliar a queixa apresentada pelo paciente. Com isso a triagem representa uma ferramenta relevante para descrever a necessidade do cuidado individual, coletivo e igualitário do atendimento (CAVEIÃO et al., 2014). Diante disso, é necessário que o profissional responsável pelo acolhimento passe constantemente por educação em saúde, com a finalidade de aprimorar os seus conhecimentos, facilitando com isso uma classificação fidedigna e mais humanizada (DIAS; SANTOS; SILVA, 2018). Percebe-se que embora os enfermeiros revelem dificuldades no seu diaa-dia no acolhimento com classificação de risco, os mesmos também se sentem satisfeitos, reconhecidos e valorizados pelos pacientes e outros profissionais da equipe, o que traduz visibilidade na autonomia, respeito profissional e reorganização do serviço (WEYCAMP et al., 2016). CONCLUSÕES Após a análise criteriosa dos estudos selecionados, foi possível identificar que a classificação de risco nos serviços de urgência e emergência é de grande relevância, uma vez que esta ferramenta se configura como uma importante estratégia para a organização do serviço, diminuição de filas de esperas com ocorrência de agravos, favorecendo a prestação de uma assistência eficaz, resolutiva e qualificada. Vale destacar que ainda é necessário superar as dificuldades enfrentadas pelo enfermeiro através de planejamento e estratégias a serem implementadas não somente entre os profissionais de enfermagem, como também pelos demais, e, sobretudo pelos coordenadores dos serviços de saúde, no sentido de proporcionar melhorias administrativas e atividades de educação em saúde, que certamente contribuirão para a mudança da realidade encontrada.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, J. G. et al. Dificuldades encontradas pelos profissionais de saúde à implementação da classificação de risco no setor de urgência e emergência. Revista Interdisciplinar em Saúde, v. 3, n.1, p , BOHN, M. L. S. Classificação de Risco Manchester: opinião dos enfermeiros do Serviço de Emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; p. Monografia (Graduação) Bacharelada em Enfermagem - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. BRASIL, Ministério da Saúde, Acolhimento e Classificação de Risco nos Serviços de Urgência. Brasília-DF: Ministério da Saúde, CAVEIÃO, C. et al. Desafios ao enfermeiro na implantação da classificação de risco em unidade mista. Rev Enferm UFSM. v. 4, n. 1, p.: , COSTA, M. A. R. et al. Acolhimento com Classificação de Risco: Avaliação de Serviços Hospitalares de Emergência. Rev Esc Anna Nery. v. 19, n. 3, p , DIAS S. R. S.; SANTOS, L. L. L.; SILVA, I. A. Classificação de risco no serviço de urgência e emergência: revisão integrativa da literatura. Rev Enferm UFPI. v. 7, n. 1, p.57-62, OLIVEIRA, G. N. et al. Acolhimento com avaliação e classificação de risco: concordância entre os e o protocolo institucional. Rev. LatinoAm. Enferm. v. 21, n.2, p , OLIVEIRA, K. K. D. et al. Impacto da implementação do acolhimento com classificação de risco para o trabalho dos profissionais de uma unidade de pronto atendimento, Revista Mineira de Enfermagem, v.1, n.17, p , SHIROMA, L. M. B.; PIRES, D. E. P. Classificação de risco em emergência um desafio para as/os enfermeiras/os. Enfermagem em Foco. v. 2, n.1, p.14-17, WEYKAMP, J. M. et al. Acolhimento com classificação de risco nos serviços de urgência e emergência: aplicabilidade na enfermagem. Rev Rene. v.16, n. 3, p , 2015.