ELISABETH*GOMES*DE*MATOS*MEDEIROS*

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1 UNIVERSIDADEFEDERALDEPERNAMBUCO CENTRODEFILOSOFIAECIÊNCIASHUMANAS PROGRAMADEPÓS7GRADUAÇÃOEMARQUEOLOGIA ElisabethGomesdeMatosMedeiros AREPRESENTAÇÃOGRÁFICADOESPAÇOTRIDIMENSIONALNASPINTURASRUPESTRES DOPARQUENACIONALSERRADACAPIVARA,BRASIL. Recife 2016

2 1 ELISABETHGOMESDEMATOSMEDEIROS AREPRESENTAÇÃOGRÁFICADOESPAÇOTRIDIMENSIONALNASPINTURASRUPESTRESDO PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA,BRASIL. TeseApresentadaaoProgramadePós7graduação em Arqueologia, da Universidade Federal de Pernambuco,paraaobtençãodograuacadêmico dedoutoremarqueologia. Orientadora:Prof.Dra.Anne7MariePessis Recife 2016

3 2 Catalogação na fonte Bibliotecária Maria Janeide Pereira da Silva, CRB M488r Medeiros, Elisabeth Gomes de Matos. A representação gráfica do espaço tridimensional nas pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara, Brasil / Elisabeth Gomes de Matos Medeiros f. : il. ; 30 cm. Orientadora : Profª. Drª. Anne-Marie Pessis. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de Pós-Graduação em Arqueologia, Recife, Inclui Referências. 1. Arqueologia. 2. Pinturas rupestres. 3. Pinturas em cavernas. 4. Imagem tridimensional. I. Pessis, Anne-Marie (Orientadora). II. Título CDD (22. ed.) UFPE (BCFCH )

4 3 ELISABETH GOMES DE MATOS MEDEIROS TÍTULO DO TRABALHO: A representação gráfica do espaço tridimensional nas pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara, Brasil. Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, para a obtenção do título de Doutor em Arqueologia. Aprovada em:04/11/2016 BANCA EXAMINADORA Profª Drª Anne-Marie Pessis Universidade Federal de Pernambuco Profª Drª Daniela Cisneiros Silva Mutzenberg Universidade Federal de Pernambuco Profª Drª Gabriela Martin Ávila Universidade Federal de Pernambuco Prof. Dr. Fernando Antônio Guerra de Souza Universidade Federal de Pernambuco Profª Drª NIede Guidon Fundação Museu do Homem Americano Prof. Dr. José Luiz Mota Menezes Universidade Federal de Pernambuco

5 4 Àminhamãe MariaGomesdeMatosMedeiros (in#memorian)

6 5 AGRADECIMENTOS ÀsminhasirmãsEdnaeSôniaeaomeuirmãoeparceiroOzael. ÀminhaprofessoraeorientadoraDra.AnneCMariePessisporsergenerosaemseus ensinamentoseporsuascríticassempreconstrutivas. ÀminhaprofessoraDra.GabrielaMartin,peloconstanteapoio. ÀDra.NièdeGuidon,minhaprofessoradocampo. ÀsprofessorasDra.SílviaMarancaeDra.DorathPintoUchoa(in#memorian)eauma amigadeoutraáreadra.normalabarthe. Aos meus colegas de luta que de um modo ou de outro ajudaram a construir esse trabalho.fátimabarbosa,giselefelice,fátimaluz(in#memorian),andreiamacedo,daniela Cisneiros, Demetrio Mutzenberg, Márcia Chame, Marília Perazzo, Daniele Luso e, Rigel Romeumeuagradecimentoespecial. ÀLucianeBorbapeloapoioedisponibilidade.

7 6 RESUMO Aspinturasrupestres,localizadasnoParqueNacionalSerradaCapivara,naregiãoNordeste do Brasil, apresentam grande narratividade que permite o reconhecimento das ações dos gruposhumanospréchistóricos.consideradasvestígiosmateriaisdesociedadesdetradição oral, seu estudo é abordado como parte de um sistema de comunicação que utilizava códigos gráficos. Um desses códigos é a construção do espaço gráfico relacionando a profundidadeentreasfiguras.oscódigossãoarbitrários,dependendodosrealizadoresdas diversascenaspintadasepodemsertrabalhadoscomomarcadoressociais.foinecessário, assim, identificar as soluções técnicas gráficas utilizadas pelos autores e analisar o código gráfico em dois momentos. Em primeiro lugar, sobre a imagem bidimensional da pintura rupestre,estudamosoplanoeoobservadorapartirdarelaçãodedistânciaentreaslinhas de terra e do horizonte. Através da fotografia se analisam as soluções técnicas escolhidas para representar o espaço tridimensional, segregando as cenografias apresentadas com códigosreconhecíveis.aseguir,aanálisepassaaserefetuadadiretamentesobreoespaço tridimensionalrepresentado,realizandoadecomposiçãodacenografiaatravésdaépuraea remontagem da situação tridimensional com a maquete gráfica. Foram identificadas cinco soluçõestécnicas,dasquaisduastêmdesdobramentos,totalizando12modosdiferentesde apresentaroespaçotridimensionaldaspinturasrupestresanalisadas.algunsdoscódigos identificados aproximamcse da perspectiva geométrica conhecida e outros, são códigos herméticosapenasreconhecidospelogrupoautor. Palavras chaves: Pinturas rupestres. Parque Nacional Serra da Capivara. Espaço tridimensionalnapinturarupestre.

8 7 ABSTRACT The rock paintings located in the Parque Nacional Serra da Capivara, Northeastern Brazil, have grand narrative allowing the recognition of the actions of prehistoric human groups. Considered to be material traces of oral tradition societies, it is studied as part of a communicationsystemthatusedgraphiccodes.oneofthesecodesistheconstructionofa graphic space intercrelating the depth between the figures. The codes are arbitrary, depending upon the authors of the various painted scenes, and can be used as social markers.thereforeitwasnecessarytoidentifythetechnicalgraphicsolutionsusedbythe authorsandtoanalyzethegraphicalcodeintwostages.firstofall,onthebicdimensional image of the rock painting we studied the plan and the observer from the distance relationship between the lines of earth and of the horizon. Through photography the technicalsolutionschosentorepresentthetridimensionalspacewereanalyzed,segregating thescenographywithrecognizablecodes.insequence,theanalysisisdonedirectlyonthe represented tridimensional space, decomposing the scenography by the épura and reassembling of the tridimensional situation with the graphic mockup. Five technical solutionswereidentifiedofwhichthreeofthemunfoldtotaling12differentwaystopresent the tridimensional space of the analyzed rock paintings. Some of the identified codes are similartotheknowngeometricperspectiveandothersarehermeticcodesrecognizedonly bytheauthors group. Keywords:Rockpaintings.SerradaCapivaraNationalPark.tridimensionalspaceintherock painting.

9 8 LISTADEFIGURAS Figura1C MapadoParqueNacionalcomossítiosanalisados...23 Figura2C ExperimentodeFilippoBrunelleschi BattisterodiSanGiovanni Figura3C DetalhedepinturamuraldotúmulodeNebamun.1350a.C...28 Figura 4 C Método Alberti, 1435, Leon Battista Alberti C Ajuste da distorção espacial da perspectiva...29 Figura5C ExperimentodeAlbrechtDurer...30 Figura6C DistorçõessegundoLeonardoDaVinciCComatelaplana,asdistânciaslaterais sãomaioresqueapartecentraldapintura.quandoatelaécurva,ouoobjetoé curvo,adistorçãoémenorporquetodososobjetostêmamesmadistânciado observadoreconsequentementeomesmotamanho...30 Figura7C Detalhedoprimeirodiedroparaanálisediretasobreapintura...32 Figura8C HomensBarcoseAnimais.PinturamuraldeumasepulturapréCdinástica,3200 a.c.hieracompolis Egito...33 Figura9C DetalhePinturamuraldeumasepulturapréCdinástica,3200a.C.Hieracompolis Egito...34 Figura10CJardim de Nabamum Mural de um túmulo em Tebas 1350 a.c...34 Figura 11C Pintura mural de la tumba de Djehutihotep en Deir elc Bersha. Império Médio. Transportedaestatuaegípcia...35 Figura12CDetalhedacenadotúmulodeDjehutihotpe...35 Figura13CExéquias.Dionísonumbarco,540a.C...37 Figura14CANatividadedeGiovanniPisano ANatividade,detalhedopúlpitodemármore, 1302C10d.C. CatedraldePisa...38 Figura15CPinturasrupestreseegípcia...39 Figura16CVasoGregoDipylon760C750a.C.MuseuArqueológicodeAtenas...39 Figura17CMúsicosdaTumbadosLeopardos480C470a.C.CNecrópoleetrusca,Tarquínia.40 Figura18CCasadosVettii.SalaIxion...40 Figura19CTutankhamon na caça C Arca pintada do túmulo do Faraó, Tebas C 1340 a.c. MuseuEgípciodoCairo...41 Figura20CTutankhamonnacaçaaosescravos...41 Figura 21C Pintura das carpideiras da tumba de Ramose, da época de Amenofis III, XVIII Dinastiadatadade1380a.C...42 Figura22CDetalhedapinturaacima,pintadanatumbadeRamose...42 Figura23CCavalosCCavernadeChauvet a32.000anos...43 Figura24CSarcófagodasAmazonasdeTarquínia.350a.C. Florença...43

10 9 Figura25CGiottoCOBeijodeJudas.CapeladegliScovegniC Figura26CSítiodaTocadoBadúCPNSC...44 Figura27CSítiodaTocadoArapuádoGongoCPNSC...45 Figura28CSítiodaTocadoSítiodoMeio PNSC...45 Figura29CEscravos egípcios pintados em dois tons intercalados de marrom C Um mais escuroeoutromaisclaro...46 Figura30CGrutadeAltamira Espanha...47 Figura31CGrutadeLascaux França...48 Figura32CLascaux osbisontesestãosobrepostoseemumasituaçãocomoseestivessem seseparando,paraqueoobservadorpasseentreeles...49 Figura33CFotodostrabalhosdeanálisegráfica PESSIS(1987C2003)...55 Figura34CMapaGeraldoParqueNacionalSerradaCapivara.Comsítiosarqueológicos...58 Figura35CSítio da Toca do Baixão do Nenên I C Grupo de figuras dispostas em três áreas irregulares. Todas as figuras estão conectadas pelas mãos e acompanham a irregularidadedosuporte.aprofundidadedoespaçográficoseconfundecoma profundidadedoespaçodosuporte...60 Figura36CPlanosdesolovariáveissegundoomovimentodoobservador...65 Figura37CDetalhedoprimeirodiedroparaanálisediretasobreapintura...66 Figura38CSítiodaTocadoCaldeirãodosRodriguesI PNSC...67 Figura39CFotosimulandoposiçãodeslocamentolateral...68 Figura40CFotosimulandoodeslocamentopordesnível...68 Figura41CSítiodaTocadoNilsondaPedraSolta PNSC;Simulaçãoplanosposteriores...69 Figura42CSítiodaTocadoBaixãodaRoçadoTintinoCPNSC...70 Figura43CSítiodaTocadaEntradadoPajaú PNSC...71 Figura44C SítiodaTocadaEntradadoPajaú PNSC...72 Figura45CSítiodaTocadoSalitre PNSC...73 Figura46CFotosimulaçãoreduçãodefiguras...74 Figura47CSítiodaTocadoBaixãodaVaca PNSC...74 Figura48CFotosimulação Reduçãolateralgradual...75 Figura49CSítiodaTocadaTocadaPassagem PNSC...75 Figura50CFotosimulaçãoredução(superioreinferior)defiguras...76 Figura51CSítiodaTocadoBadu PNSC...76 Figura52C Fotosimulaçãoalinhamentosuperiorereduçãoinferior...77 Figura53C SítiodaTocadaPedradoUnaII PNSC...77 Figura54CSítiodaTocadoBoqueirãodaPedraFurada PNSC...78

11 10 Figura55CSítiodaTocadaRoçadoTintino PNSC.SituaçãoBidimensional,asfigurasnãose tocam...79 Figura56CSítiodaTocadoNilsondaPedraSolta PNSC...80 Figura57C SítiodaTocadaSerrinhaII CenadacaçaàOnça. PNSC...82 Figura58CProcessodetransformaçãodaÉpura...83 Figura59CModelodecomposiçãooudecomposiçãocenográfica...84 Figura60C Situação bidimensional Planta baixa ou Mapa; Situação tridimensional Perspectiva...85 Figura61CSítiodaTocadaSerrinhaII,Caçaàonça. PNSC...87 Figura62CDecalquedaspinturasrupestresdoSítioTocadaSerrinhaII...88 Figura63CMaquetegráfica...89 Figura64CMapalocalizaçãodasoluçãotécnica Figura65CSítiodaTocadaTocadoVentoCPNSC...92 Figura66CDesenhodapintura...92 Figura67CSimulaçãodapinturanoprimeirodiedro...93 Figura68CNomomentodacolocaçãodaimagemnodiedro...94 Figura69CPlantabaixacomalocalizaçãodosdoisgrupos...94 Figura70 C Maquete gráfica Elevação lateral. A linha de terra coincide com a linha do horizonte...95 Figura71CMaquetegráficaCVoodepássaro...95 Figura72CMapadelocalizaçãodasoluçãotécnica Figura73CDesenhorealizadosobreafotografia...97 Figura74CSimulaçãodainserçãodaimagemnoprimeirodiedro...97 Figura75CAfotografiasendoinseridanoprimeirodiedro...98 Figura76CAplantabaixaresultantedaépura...99 Figura77CMaquetegráfica Aelevaçãolateralcomasfigurasemposiçãobidimensional..99 Figura78CMaquetegráfica Umavisãolateralemvoodepássaro...99 Figura79CSimulaçãodasituaçãodedesnível Figura80CMapadelocalizaçãodasoluçãotécnica3A Figura81CTocadoCaldeirãodosRodriguesIIInoPNSC Figura82CDesenhodapintura Figura83CSimulaçãodacolocaçãodaimagemnoprimeirodiedro Figura84CPlantabaixa Figura85CMaquetegráfica Pontodevistaigualaodaimagem...104

12 11 Figura86C Maquete gráfica Ponto de vista com o observador mais alto que o representadonapintura Figura87CSimulaçãodoespaçodiagonalnoprimeirodiedro Figura88CMapadelocalizaçãodasoluçãotécnica3B Figura89CSítiodaTocadaEstremaCPNSC Figura90CDesenhodasfigurasrepresentadas,separadasdosuporterochoso Figura91CSimulaçãodainserçãodapinturanoprimeirodiedro Figura92CSimulaçãodeinserçãodaimagemnoprimeirodiedro Figura93CPlantabaixacomadisposiçãodasfigurasnosolográfico Figura94CElevação das figuras ponto de vista bidimensional Linha de Terra coincide comlinhadohorizonte Figura95CMaquetegráfica voodepássaroc30graus emlaranja,oeixodiagonal Figura96CMaquete gráfica voo de pássaro 45graus, apresentando os 4 grupos alinhadoseoespaçodiagonalbemdefinido Figura97CSimulaçãodeumacomposiçãodedeslocamentoseriado Figura98CMapadelocalizaçãodasoluçãotécnica3C Figura99CSítiodaTocadoMorrodaFiguradoAngicalIICPNSC Figura100CDesenhodasfigurasrupestres Figura101CSimulaçãodainserçãodaimagemnoprimeirodiedro Figura102CSimulaçãodeinserçãodaimagemnoprimeirodiedro Figura103CPlantabaixacomadisposiçãodasfigurasnosolográfico Figura104CMaquetegráfica Vistalateralbidimensional Figura105CMaquetegráfica Vistaemvoodepássaro Figura106CSimulaçãodasfigurasemdeslocamentocircular Figura107CMapadelocalizaçãodasoluçãotécnica3D Figura108CSítiodaTocadoNilsondaPedraSoltaCPNSC Figura109CDesenhodasfigurasrupestres Figura110CSimulaçãodainserçãodasfigurasnoprimeirodiedro Figura111CInserçãodapinturanoprimeirodiedro Figura112CPlantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas Figura113CMaquetegráfica Vistalateral Imagembidimensional Figura114 C Maquete gráfica C Vista com observador um pouco mais alto que as figuras representadas. Neste ponto de vista podemos observar as figuras no entorno daárvore,numamesmaescalaaltimétrica...124

13 12 Figura 115C Maquete gráfica Voo de pássaro 45 graus Veja figuras de trás acima da cabeçadafiguradafrente Figura116CSimulaçãodasfigurasemdeslocamentosemicircular Figura117CMapadelocalizaçãodasoluçãotécnica3E Figura118CSítiodaTocadaExtremaIICPNSC Figura119CDesenhodasfigurasrepresentadas Figura120CSimulaçãodasfigurasnoprimeirodiedro Figura121CInserçãodasfigurasnoprimeirodiedro Figura122CDecalquedasfiguras Figura123CPlantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas Figura124C Maquete gráfica Elevação vista lateral das figuras Apresentação bidimensional Figura125CSimulaçãodareduçãodasfigurasemfugacentral Figura126CMapadelocalizaçãodasoluçãotécnica4A Figura127CSítiodaTocadaPassagemCPNSC Figura128CDecalquedasfigurasrupestresrepresentadas Figura129CSimulaçãodasfigurasnoprimeirodiedro Figura130CInserçãodasfigurasrepresentadasnoprimeirodiedro Figura131CPlantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas Figura132CMaquetegráfica Elevaçãolateraldasfiguras representaçãobidimensional.136 Figura133CMaquetegráfica pontodevistaemvoodepássaro Figura134CMaquetegráfica Observaçãoemvoodepássaronaparteposterior Figura135CMapadelocalizaçãodasoluçãotécnica4B Figura136CSitiodaTocadasEuropasICPNSC Figura137CDecalquedasfigurasrepresentadas Figura138CSimulaçãodeinserçãodaimagemnoprimeirodiedro Figura139CInserçãodaimagemnoprimeirodiedro Figura140CPlantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas Figura141CMaquetegráfica Pontodevistalateral Figura142CMaquetegráfica Pontodevistacentral Figura143CMaquetegráfica Voodepássaro,vistalateraldamaquetegráfica Figura144CSimulaçãodareduçãoposterior Figura145CMapadelocalizaçãodasoluçãotécnica4C Figura146CSitiodaTocadoAmâncioCPNSC...144

14 13 Figura147CDesenhodasfigurasrupestres Figura148CSimulaçãodainserçãodacenadoprimeirodiedro Figura149CInserçãodasfigurasnoprimeirodiedro Figura150CPlantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas Figura151CImagemlateral Maquetegráfica Figura152CMaquetegráfica Observadoremvoodepássaro Figura153CSimulaçãodarepresentaçãocomreduçãoinferior Figura154CMapadelocalizaçãodasoluçãotécnica4D Figura155CSítiodaTocadoCaldeirãodosCanoasIV Figura156CDecalquedasfigurasrupestresrepresentadas Figura157CSimulaçãodainserçãodaimagemnoprimeirodiedro Figura158CInserçãodasfigurasnoprimeirodiedro Figura159CPlantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas Figura160CMaquetegráfica Voodepássaro Figura161C Maquete gráfica ponto de vista central, observacse a redução central das figuras Figura162CSimulaçãodasfigurasaplanadasnosolográfico Figura163CMapadelocalizaçãodasoluçãotécnica Figura164CSítiodaTocadoEstevoIII Figura165CDecalquedasfigurasrepresentadas Figura166CSimulaçãodainserçãodaimagemnoprimeirodiedro Figura167CPlantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas Figura168CMaquetegráfica Voodepássaro Figura169CMaquetegráfica Voodepássaroladoinverso Figura170CSítiodaTocadaExtremaII Cenadelutacoletiva Figura171CDesenhodaspinturasrupestresdasoluçãotécnica PLANOSSOBREPOSTOS.161 Figura172CDesenhodepinturasrupestres soluçãotécnica PLANOSPOSTERIORES Figura173CDesenhodepinturasrupestres soluçãotécnica PLANOSDESLOCADOS Figura174CDesenhodepinturasrupestres soluçãotécnica PLANOSREDUÇÃO Figura175CDesenhodepinturasrupestres soluçãotécnica APLANADA Figura176CSítiodaTocadaSerrinhaII.Modelofotogramétricoemmaquetedigital Figura177CSítiodaTocadaSerrinhaII.Modelofotogramétricoemmaquetedigital...167

15 14 LISTADEQUADROS Quadro1CTipologiadeperspectivaindividualH.BREUIL...50 Quadro2CPerspectivaIndividualLEROICGOURHAN...52 Quadro3CPerspectivacoletivaLEROICGOURHAN...53 Quadro4CLocalizaçãodasimagensporáreaequantitativos...61 Quadro5COssítiosarqueológicosanalisadosnatese...61 Quadro6CResumodostestesfotográficosrealizados...78 Quadro7CSistemadiédrico...83

16 15 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO OPARQUENACIONALSERRADACAPIVARA OESTUDOHISTÓRICODAREPRESENTAÇÃODAPROFUNDIDADE ANÁLISEDEPROJEÇÕESHISTÓRICAS SOLUÇÕESTÉCNICAS PADRÕESHISTÓRICOS AS PRIMEIRAS INVESTIGAÇÕESSOBRE A REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA PROFUNDIDADENASPINTURASPRÉC HISTÓRICAS ##Na#Europa...#...#49# 2.3.2##Na#América#do#Sul#...#54# 2.4 ÁREADEESTUDO ##Localização...#...#56# 2.4.2##Critérios#de#escolha#...#59# 2.4.3# Os#suportes...#...#59# 3 SOLUÇÕESTÉCNICASEOPROCEDIMENTODEINVESTIGAÇÃO PROBLEMASEHIPÓTESES METODOLOGIADEANÁLISE ##Análise#Bidimensional#...#66# 3.3 ASSOLUÇÕESTÉCNICASGRÁFICASPRÉCHISTÓRICAS DAÉPURAÀMAQUETEGRÁFICA SOLUÇÕESTÉCNICASIDENTIFICADASNASPINTURASDOPARQUENACIONALSERRADA CAPIVARA SOLUÇÃOTÉCNICA1:SOBREPOSIÇÃO SOLUÇÃOTÉCNICA2 PLANOPOSTERIOR SOLUÇÃOTÉCNICA3 DESLOCAMENTO ##ST#3A#:##Deslocamento#por#Desnível#...#100# 4.3.2##ST#3B:#Deslocamento#em#Diagonal#...#105# 4.3.3##ST#3C:#Deslocamento#Seriado#...#112# 4.3.4##ST##3D:#Deslocamento#Circular#...#118# 4.3.5##ST#3E:#Deslocamento#Semicircular#...#125# 4.4 SOLUÇÃOTÉCNICA4:REDUÇÃODEFIGURAS ##ST##4A:#Redução#Fuga#Central#...#131# 4.4.2# ST###4B:#Redução#Lateral#...#137# 4.4.3# ST###4C:#Redução#Posterior#...#142# 4.4.4# ST###4D:#Redução#Inferior#...#148# 4.5 SOLUÇÃOTÉCNICA5 APLANADAS CONCLUSÃO REFERENCIAS #

17 16 1 INTRODUÇÃO Reconstituir o passado da interface homem/ambiente desde épocas remotas é o objetivodapesquisapréchistórica,visandoidentificar,caracterizaredescrevercomunidades humanas de tradição oral. Ao iniciar uma pesquisa com vestígios arqueológicos o pesquisadordispõededadosdescontextualizados,semreferênciascronológicas.deveentão construir seu objeto de estudo com uma abordagem interdisciplinar com os aportes de outrasciências,exatasedanatureza.deve,também,escolherumsistemadentreasdiversas alternativasteóricaspropostas,paraenquadrarossignificadosdasrelaçõespossíveis.assim, a partir dos vestígios arqueológicos disponíveis se organizam conjuntos de dados que são processadosparareagrupáclosemnovasinterpretaçõesfundamentadas. Os registros rupestres, pinturas e gravuras realizadas sobre suportes rochosos, fornecem informações sobre a diversidade da cultura material e imaterial dos grupos préc históricosqueasrealizaram. Para atingir a reconstituição da vida desses grupos é necessário privilegiar dois aspectos principais, os componentes da identidade cultural e as informações que contribuem a situáclos cronologicamente. Nenhum vestígio arqueológico isolado, pode fornecer todas as propriedades que caracterizam uma identidade grupal ou seu posicionamento no tempo préchistórico. Os vestígios picturais rupestres aportam apenas algunsatributosrecorrentesquedevemserintegradosemperfisgráficos.juntocomoutros caracterizadoresdosgruposculturaisintegramcsenumamatrizdedadosrelacionáveis.essa interface se realiza mediante enunciados teóricocmetodológicos e utilizando técnicas arqueológicas. A disciplina arqueológica aborda sua pesquisa partindo com categorias de entrada próprias das ciências naturais, da metrologia e das ciências físicocquímicas que permitem incrementar sua base de dados vestigiais. A contribuição humanística não é observáveldemaneiradireta,éoresultadodoprocessodepesquisaquepermitecontrolar ocomportamentodenovasvariáveisecomocategoriadesaídaestabeleceraconfiabilidade dosfatosnovos.

18 17 Os registros gráficos rupestres feitos sobre paredes rochosas são vestígios que tinham funções mnemotécnicas nas sociedades ágrafas. São componentes de sistemas de comunicaçãosocial.analisadossegundoparâmetrostemáticos,técnicosecenográficospara identificar perfis gráficos, podem contribuir para caracterizar diferentes comunidades humanas.osvestígiosgráficosimagéticosqueseachamregistradosemsítiosarqueológicos sobaformadepinturasegravurasrupestressãoportadoresdecaracterizadoresculturais, decarátermaterialeimaterial,(pessis,2003). FundamentarainterpretaçãodosvestígiosarqueológicosdeépocaspréChistóricasé uma tarefa complexa, na medida em que se trabalha apenas com restos materiais. As interpretações históricas se enquadram no contexto das ideologias que acompanham os fatos. Mas, no caso dos vestígios das culturas de tradição oral a situação interpretativa é completamentediferenteemtermosepistemológicos. As interpretações mais frequentes das pinturas ou gravuras rupestres se fundamentamemcertosmodelosteóricosdereconstituiçãodafunçãoedosignificadodos registros gráficos nas sociedades préchistóricas. Existem tentativas de explicar a prática rupestrecomoumatoreligioso.essahipótesesefundamentaemcomparaçõesetnográficas, considerandoosconjuntosfigurativoscomosantuáriosdereligiõesprimitivas.(breuil1952,1958). Outra explicação recusa as comparações etnográficas, definindo os sítios como santuários seculares do Paleolítico/Neolítico, que têm seu próprio significado. Apesar de métodos diferentes as interpretações estão fundamentadas em modelos semiológicos. (LAMINGCEMPERAIRE1962;LEROICGOURHAN1965;SAUVET1979). Finalmenteoutromodeloquesalientaafunçãosocialdapráticarupestreafirmaque grupos humanos teriam escolhido territórios específicos, para desenvolver rituais ou celebrações.(conkey1980;bahn1984). Essas explicações, decaráter antropológico, são objeto de muitas discussões, pois apresentamproblemasdevalidaçãoqueatéagoranãoestãoresolvidos,permanecendono planodoconjetural. Aviainterdisciplinaréamaisconfiávelparadarcontinuidadeàpesquisanaprocura da construção dos perfis culturais da préchistória. O quadro explicativo que utilizamos,

19 18 privilegiaovalordoscontextosambientaletecnológico,comoodeterminanteprincipaldas característicasculturaisdesenvolvidas.oambienteetodassuasparticularidadesclimáticas, fauna e flora, definem, de certa forma, a natureza das limitações físicas da sobrevivência. Pesam na hierarquia dos problemas a superar e nas soluções técnicas que serão desenvolvidaseincorporadasaoacervoculturaldecadagrupo. No caso dos registros rupestres pintados a análise se fundamenta nas técnicas corporais segundo o trabalho de Mauss, Nele, fica manifesto o caráter socialmente adquiridoetransmitido,dosgestostécnicose,emconsequência,asespecificidadesétnicas da gestualidade do corpo humano. O estudo sistemático do comportamento motor socializado do corpo humano, tem permitido realizar um inventario descritivo das práticas corporais tradicionais. Este tipo de inventário é também feito no estudo dos registros pintadosrealizadoapartirdasmanchasgráficasatemporais.ametaédiferenciarunidades imagéticas para estabelecer sincronia e diacronia do acervo gráfico gestual de cada grupo humano. A análise desses inventários permite segregar detalhes ou características grupais das unidades gráficas observadas. Posturas e movimentos padronizados e diferenciadores, permitemcomparaçõesvisandosegregarasescolhasgráficasdediferentesgruposétnicos. Também, a análise dos registros rupestres incorpora o fato tecnológico de sua realização (LEROICGOUHRAN, 1945). A matéria prima escolhida para a preparação das tintas,osdiversostiposdeinstrumentosdedesenho,aescolhadosuporterochosoemque sãodesenhadasasfiguras,atécnicaderealizaçãoqueincluiotraçopicturalesuautilização para produzir o desenho, são alguns dos componentes integráveis na matriz técnica descritiva. O fato técnico fica humanizado no interior desta articulação de elementos permitindoasegregaçãodosperfisdescritivos.nãosereduz,apenas,àdescriçãodotema ou de sua cenografia, mas também são incorporados os padrões técnicos de realização gráficaquepermitemumatecnologiacomparada.nestaperspectiva,reconhecemosqueo objeto técnico é um acervo de movimentos corporais e motores socializados. Segundo Haudricourt,(1964) aevoluçãodoinstrumentoseexplicaporumaconstanteadaptaçãoa diferentestécnicaseadiferentesnecessidades oquedemonstraointeressedoestudoda representaçãodomovimentográficoparaosestudosdadiacronia. OsregistrosrupestrespréChistóricosforamrealizadosnodecorrerdemilêniossobre asparedesdasgrutas,abrigoseafloramentosrochosos.hoje,observacseoprodutofinal

20 19 acumulado e diferenciado por especificidades temáticas, técnicas e cenográficas. Dentre estas especificidades caracterizadoras das identidades grupais que coexistiram ou se sucederam, uma se destaca. TrataCse das soluções técnicas criadas e escolhidas para representar graficamente a relação de profundidade entre as figuras. A profundidade, é entendidacomoaterceiradimensãodarealidadesensívelquedevesertraduzidanoplano bidimensionaldarepresentaçãográfica. Esta tradução se realiza através de códigos gráficos, arbitrários e reconhecíveis por cadagruposocial.umadasformasdeidentificarosgrupossociaispréchistóricosésegregar seus códigos de representação gráfica. A solução técnica de representação da terceira dimensão num plano bidimensional é claramente arbitrária, pautada e reproduzida nas unidadescênicas. Definir as soluções técnicas da profundidade, existentes nas manchas gráficas dos sítios rupestres, é um passo para definir os perfis gráficos. Os resultados das soluções técnicas identificadas podem ser integrados às matrizes de dados gráficos que formam os perfis. A profundidade é um caracterizador diferencial, mas, há outros atributos menos diferenciadores, como a técnica de desenho, a técnica de preparação dos instrumentos picturais, a escolha das características da parede e a preparação do espaço material para construiroespaçopictural.namatrizdedadostécnicosecenográficossãoenquadradas todas as variáveis temáticas. Esta articulação de componentes gráficos permite levantar hipótesesfundamentadasdeidentidadesgráficas. 1.1 OParqueNacionalSerradaCapivara Apesquisadestinadaaidentificarassoluçõestécnicasutilizadaspararepresentara profundidadegráficafoirealizadanossítiosdoparquenacionalserradacapivara.tratacse de uma unidade de conservação que abriga numerosos sítios arqueológicos na região sudeste do Estado do Piauí, Brasil. Há quatro décadas que, na região, se desenvolvem pesquisas que, inicialmente, estavam centradas na arqueologia préchistórica. As primeiras missões científicas francocbrasileiras foram financiadas pela França, sendo até 1975,

21 20 integradas apenas por arqueólogos. Na procura de dados e referências bibliográficas, que permitissem a reconstituição do contexto geográfico da região foi demonstrada a inexistência de estudos sobre a geologia e os biomas locais. A partir de 1978, a missão científica tornacse interdisciplinar, incorporando também geólogos, botânicos, e zoólogos. Gradativamenteestadiversidadedehorizontesdisciplinaresfoiseampliandoe,atualmente, os pesquisadores formam uma equipe de cientistas em diversas áreas do conhecimento. Desdeoiníciodapesquisaficoudemonstradaaexistênciadeumafronteirageológicaentre aplaníciepréccambrianadadepressãoperiféricadosãofranciscoeoplanalto,resultantede ummovimentotectônicodosilurianocdevonianoqueintegraabaciasedimentarmaranhãoc Piauí. Essa qualidade de fronteira geológica significa diversidade de ecossistemas, de recursosnaturaisedeformaçõesgeológicas. Uma das hipóteses proposta, quando da elaboração do plano de pesquisa foi que essasituaçãodefronteira,comformaçõesgeológicasebiomasdiferentes,seriaumestímulo para o desenvolvimento técnico cultural dos povos que ali viveram e que tiveram que se adaptar a esse ambiente tão diferenciado. Com o desenvolvimento das pesquisas durante quatro décadas, já foram cadastrados 889 sítios arqueológicos, sendo 694 sítios com pinturas e/ou gravuras rupestres. Os demais sítios são aldeias, acampamento, locais de enterramentoseoficinaslíticas.aspinturasrupestres,localizadasnoparquenacionalserra dacapivara,naregiãonordestedobrasil,apresentamgrandenarratividadequepermiteo reconhecimentodasaçõesdosgrupospréchistóricos. Oestudodaspinturasrupestresselecionadasnestetrabalhoéabordadocomoparte de um sistema de comunicação que utilizava códigos gráficos. Um desses códigos é a construçãodoespaçográficorelacionandoaprofundidadeentreasfiguras.oscódigossão arbitrários, dependendo dos realizadores das diversas cenas pintadas e podem ser trabalhados como marcadores sociais. Inicialmente identificamos as soluções técnicas gráficas utilizadas pelos autores e analisamos o código gráfico em dois momentos. Em primeirolugar,sobreaimagembidimensionaldapinturarupestre,estudamosoplanoeo observadorapartirdarelaçãodedistânciaentreaslinhasdeterraedohorizonte.através da fotografia foram analisadas as soluções técnicas escolhidas para representar o espaço tridimensional, segregando as cenografias apresentadas com códigos reconhecíveis. A seguir, a análise passa a ser efetuada diretamente sobre o espaço tridimensional

22 21 representado,realizandoadecomposiçãodacenografiaatravésdaépuraearemontagem da situação tridimensional com a maquete gráfica. Foram identificadas cinco soluções técnicas, das quais duas têm desdobramentos, totalizando 12 modos diferentes de apresentar o espaço tridimensional nas pinturas rupestres analisadas. Alguns dos códigos identificados aproximamcse da perspectiva geométrica conhecida e outros, são códigos herméticosapenasreconhecidospelogrupoautor. Estruturaçãodestetrabalho. O primeiro capítulo, O estudo histórico da representação da profundidade, se inicia pela formulação do conceito de profundidade em contraponto ao conceito de perspectiva, salientandocse que tanto a profundidade quanto a perspectiva são soluções técnicasgráficas.oelementoqueformalizouatécnicadodesenhodoespaçotridimensional foi a fixação do olhar do pintor, controlando a distorção tridimensional no desenho bidimensional. Sãoapresentadastambémasprimeirasinvestigaçõessobrearepresentaçãográfica do espaço tridimensional nas pinturas préchistóricas. Inicialmente na Europa com os trabalhosdohenrybreuilem1952eandréleroicgouhranem1965,emboranenhumdeles trabalheotemadaprofundidade,sempresereferemàperspectivageralmenteemrelaçãoà figura individual. A partir da década de 1970, os trabalhos de Niéde Guidon e Gabriela MartinforamdesenvolvidossobreosregistrosrupestresnaregiãonordestedoBrasil.AnneC Marie Pessis (2003; 2013) aborda nos seus trabalhos a profundidade gráfica do espaço representadonaspinturasrupestres. ApresentaCse a área de pesquisa e os critérios de escolha das imagens a serem trabalhadasesuarepresentatividadenoparquenacionalserradacapivara. No segundo capítulo As soluções técnicas e o procedimento de investigação apresentamos a identidade gráfica como parte da identidade cultural. O estudo da representaçãodoespaçotridimensional,éumaescolhaarbitrária,portanto,podecontribuir paracaracterizardiferentesgruposgráficos. Paraesteestudo,foramanalisadasasimagensdaspinturasdoParqueNacionalSerra dacapivara,quefazempartedoacervodafundaçãomuseudohomemamericano.foram

23 22 trabalhadas em dois diferentes momentos. No primeiro, analisando as imagens bidimensionais com a representação do espaço tridimensional. Posteriormente, foi desconstruída a cenografia da pintura com a épura, para criarmos uma maquete gráfica ondeosespaçostridimensionaisforamanalisadossobreummodelodigitaltridimensionalda representação. No terceiro capitulo, As soluções técnicas gráficas identificadas nas pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara são apresentadas as soluções técnicas encontradas nas 114 imagens trabalhadas. Cada solução técnica é apresentada individualmente e num resumo da base de dados contendo os elementos representativos dessassoluções. Nas conclusões são apresentados os resultados do cruzamento dos dados realizado entreassoluçõestécnicasidentificadaseostemasrepresentadosnaspinturasrupestresdo ParqueNacionalSerradaCapivara.

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25 24 2 OESTUDOHISTÓRICODAREPRESENTAÇÃODAPROFUNDIDADE AsmanifestaçõesgráficasnapréChistóriasãoresultantesdoprocessodedescoberta da matériacprima pelo homem. Isso ocorre de uma maneira natural. Um pedaço de ocre molhadosujaumobjetoeécapazdemudarsuacor.aarteeainteraçãoentreospintorese a matériacprima, correspondem a uma atividade lúdica, sem função determinada. Um experimentocasualcomatividadesquegeramprazerebrincadeiras. Oprimeiropassoemdireçãoaodesenhopodetersidoadescobertadapossibilidade queopigmentotemdemarcarepermanecermarcado,pormuitotempoouporsomente alguns dias, como é o caso dos pigmentos vegetais sobre a pele humana. O urucum e o jatobásãoconhecidosemuitoutilizadosatépelosindígenasatuaise,quandosãoassociados aalgumtipodeaglomerante,comoóleoougordura,têmmelhorfixaçãonapelehumanae nocabelo.ojatobátemumamaiorfixaçãonapele,marcacomotatuagempormuitomais tempoqueourucum.opigmentomineralocretemumagamadecoresquevaidoamarelo e até o vermelho. Pode ser utilizado riscando diretamente a rocha. Quando moído, se associado a um aglomerante, tornacse uma tinta espessa, podendo pintar em qualquer superfície,utilizandoamãointeira,somenteosdedosouinstrumentos. Nascomunidadessemescrita,odesenhofoiumelementoqueajudouafixarmitose ritos, transmitidos de forma oral. Cada grupo criou seu desenho próprio com códigos específicos, reconhecidos por seus componentes. Alguns códigos podem ser reconhecidos portodos,masoutroscódigos,paraseremreconhecidos,dependemdocomplementooral. Odesenhorupestretemvárioselementosquepodemserclassificatóriosporquesua escolhaéarbitrária.aescolhadotipodetraço,aformadasfiguras,comousemospés,sem osjoelhos,comasmãos,combraçoscurvos,pequenoscorposarredondados,longilíneose ainda com forma quadrangular, são elementos gráficos que, combinados entre si,

26 25 constituem características culturais que fazem parte de uma identidade gráfica 1 e, consequentementedeumaidentidadecultural. 2 Outroelementoquecontribuiparaacaracterizaçãodaidentidadegráficaéomodo como o espaço tridimensional ou a profundidade são representados graficamente. Para fazertalrepresentação,énecessárioutilizarsoluçõestécnicasgráficasquecorrespondemao modo como as figuras desenhadas são posicionadas numa cenografia, para representar o espaçotridimensionalentreelasdeformaanálogaàssituaçõesnomundoreal. Uma solução técnica da profundidade pode ser partilhada entre grupos mas, cada grupovairepresentacladoseumodo,comsuasprópriascaracterísticas.issofoiobservado durante toda a história da arte ocidental. No Renascimento a profundidade tornacse uma solução técnica matemática, que é a perspectiva. Anteriormente à perspectiva, existiram outras maneiras de representar a profundidade com soluções técnicas e seus códigos gráficos. AtransiçãododesenhodaprofundidadedapréChistóriaparaahistóriaéumcampo muito pouco explorado. A história da arte negligencia as técnicas préchistóricas para representaroespaçotridimensional.mesmocomumaabordagemevolutivae,colocandoa arte préchistórica como o inicio da prática gráfica, pouco se aprofunda no modo como se projetavaoespaçotridimensional.paratanto,serianecessárioconsideraraspectosalémda estética. Paraahistóriadaarte,operíododoRenascimentoéummarcoimportanteparaas mudanças na concepção da arte pictural. Alguns teóricos da arte, como Erwin Panofsky (1920), por exemplo, dividem o desenho em dois diferentes períodos: o da Perspectiva# da# Antiguidadeeoda#Perspectiva#do#Renascimento,masparaelea antiguidade corresponde aosperíodosdotrecento#(séculoxiv)e#quatrocento#(séculoxv) 3.Assim,#arepresentaçãoda profundidadenapréchistórianuncapoderiaserconsiderada.# 1 Identidade Gráfica O modo como as figuras são desenhadas apresenta uma escolha e apresenta a particularidade do desenho a ser reconhecido pelo grupo. Os elementos gráficos particularizados definem a escolha gráfica do grupo e o representam. 2 Identidade Cultural O modo de desenhar é um fragmento da caracterização cultural de um grupo, e estará associado a outros elementos da cultura material. A junção de todas estas particularidades formará a identidade cultural de um grupo. 3 O Trecento, final da Idade Média, com obras do pintor Giotto di Bondi e sua tridimensionalidade. O Quatrocento, com pintores como Donatello, Filippo Brunelleschi, Pierro Della Francesca, Boticelli e muitos outros.

27 26 Em seu livro A# perspectiva# como# forma# simbólica, Erwin Panofsky afirma que a perspectiva# transforma# o# espaço# cognitivo# em# espaço# matemático" 4, e aplica esta noção comumatodaaantiguidade,semconsiderarnadaanterioraotrecento.# A fixação do ponto de observação foi o ponto principal para o aperfeiçoamento, durante o Renascimento, da técnica de desenho em perspectiva. Filippo Brunelleschi realizouumexperimento,fixandoopontodeobservaçãoapartirdeumorifícionoquadro comodesenhodobattistero#di#san#giovannie,noespelhocolocadonafrentedoquadro.o olhar através desses furos deve coincidir com a porta do prédio do Battistero.# Quando alinhados,odesenhorefletidonoespelhodeverácorresponderàslinhasreaisdobatistério e da rua como prolongamento do desenho. Assim, ele verificou que, o prolongamento de todasaslinhasdaarquitetura,sedirigiamàlinhadohorizonte. Figura2:ExperimentodeFilippoBrunelleschi BattisterodiSanGiovanni Panofsky, 1920, p34 A representação em perspectiva é tornar real, através da representação do espaço, exatamente a homogeneidade e a ausência de limites alheios à experiência direta do mesmo espaço. Em certo sentido, a perspectiva muda o espaço psicofisiológico em espaço matemático.

28 27 Fonte: Aolongodahistóriadaarte,observamosastentativasdeserepresentarosespaços em profundidade. A pintura egípcia, por exemplo, é fundamentalmente simbólica, respeitando rígidos padrões bidimensionais como a Lei da frontalidade 5. Mas, mesmo sagrando esses padrões, conservando a bidimensionalidade nas suas pinturas, os egípcios utilizaram recursos gráficos que representavam os espaços tridimensionais sem necessariamente fugir dos padrões exigidos. Estes recursos correspondem à utilização de planos sobre planos, ou inúmeras linhas de terra, ou ainda as sobreposições múltiplas de figuras. deperfil. 5 ALeidaFrontalidadedeterminaaapresentaçãodefigurascomotroncofrontale,acabeça,pernasepésvistos

29 28 Figura3:DetalhedepinturamuraldotúmulodeNebamun.1350a.C Fonte: Essassobreposiçõesmúltiplassãoindicadorasdoquantitativodoscomponentesque formam os grupos representados. A solução técnica encontrada para representar graficamenteoespaçoemprofundidadefoiodeslocamentodepartedafiguradetrás.essas figurasdeslocadassemultiplicam,apresentando5ou6figurasparcialmenteescondidaspela figuradafrente. Ofatorprincipalquemarcaaperspectivafoiafixaçãodopontodoobservadoreo controlesobreadistorçãoespacialcomusodageometriadescritiva.assimfoipossívelcriar, a partir do imaginário artístico, o espaço tridimensional gráfico em um desenho com perspectivaexata.noexperimentodealbrechtdureravisualizaçãodoobjetoaserpintado deve ser obtida de um único ponto de observação fixado com instrumento. Deste modo, com o modelo sendo observado e desenhado sempre do mesmo ângulo de visão, o observador gráfico também será fixado e, os objetos serão apresentados com distorções

30 29 semelhantesaoqueseobservanomundosensívele,nãomaiscomdistorçõesartificiaisou desproporcionais.estefoioprimeiropassoparaoaprimoramentodatécnicadeperspectiva. A perspectiva em si é uma técnica de desenho geométrico, desenvolvida com a finalidadedecontrolarasdistorçõesnecessáriasaosobjetos,paraquesepossarepresentar oespaçotridimensionaldamaneiramaisanálogapossívelàrealidadesensível. Essa distorção visual ocorre no mundo sensível e convivemos com ela sem nos darmoscontadesuaexistência.assim,umamesaquadrada,quandoobservadadeumdos lados, visualmente a forma quadrada é vista como um trapézio e raramente como um quadradoperfeito.arealidadequadradaéguardadaemnossamente,emboradificilmente estamesasejavistacomoumquadradoperfeito.adistorçãopodesercalculadaecorrigida nodesenhogeométricoquandosepretendedesenharemperspectiva.umdosmétodosde seconstruirumdesenhocomestadistorçãocalculadaéomodelodeleonbattistaalberti, apresentado a seguir, com dois pontos de fuga. Um ponto central ou superior e outro auxiliarlateral. Figura4:MétodoAlberti,1435,LeonBattistaAlbertiOAjustedadistorçãoespacialdaperspectiva. Fonte: As linhas que têm origem no ponto D, quando seccionam a linha vertical f, marcam as distâncias horizontais da pronfundidade, observe que entreospontosv,w,x,yez,já apresentam a redução da escala progressiva. Observe ainda que a distância entre os pontos a, b, c, d, e e f, têm o mesmo tamanho inicial, e na medida em que as linhas de origemnestespontos,seguemno sentido vertical ao ponto A, as distânciasentreestespontosvão diminuindoprogressivamente. Deste modo, observamos que o assoalho desse tabuleiro xadrez tem redução progressiva nos sentidosverticalehorizontal.

31 30 Figura5:ExperimentodeAlbrechtDurer. Fonte: Figura6:DistorçõessegundoLeonardoDaVinciOComatelaplana,asdistânciaslateraissãomaioresqueaparte centraldapintura.quandoatelaécurva,ouoobjetoécurvo,adistorçãoémenorporquetodososobjetostêma mesmadistânciadoobservadoreconsequentementeomesmotamanho. Fonte:AdaptadodePanofsky,1920

32 31 Antesdestesrecursostécnicosdaperspectiva,asrepresentaçõesgráficasdoespaço tridimensional,desdeosperíodospréchistóricos,ocorriamapartirdodesejodereproduzir graficamentesituaçõesobservadasnomundosensívele,dautilizaçãodesoluçõestécnicas gráficasquepossibilitasseseureconhecimento. AlgumassoluçõestécnicasidentificadasnaspinturaspréChistóricastranscenderamo tempo e podem ser observadas em alguns momentos durante a história da arte. As sobreposições múltiplas é uma delas. Como pode ser visto a seguir, são encontradas nas composições cenográficas préchistóricas e históricas e, não especificamente no período do Renascimentooudaperspectivageométrica. 2.1 Análisedeprojeçõeshistóricas Uma solução técnica corresponde ao modo como são utilizados os elementos gráficos sobre um suporte bidimensional para informar sobre um espaço tridimensional. Algunsdesseselementosgráficossão pistasmonoculares 6 daprofundidadequeremetem asituaçõesreaisnomundosensível,sendo,portanto,defácilreconhecimento.outrossão códigos herméticos, identificáveis unicamente quanto ao significante (um código), o significadoficounopassado. Para a análise bidimensional, vamos utilizar o encaixe da imagem cenográfica no primeirodiedrodosistemadiédrico,posicionandoalinhadeterra(lt)comoprimeiroplano, a linha do horizonte (LH) como plano final da cenografia e a distância em profundidade marcadanoeixo(y).aalturaoucotaestarámarcadanoeixo(z). 6STERNBERG, 2008 p-125 (gradientes, interposição, tamanhos relativos).

33 32 Figura7:Detalhedoprimeirodiedroparaanálisediretasobreapintura. Essastrêslinhasvãoformarosplanosdesolosrepresentadosnaspinturas.Deacordo com o posicionamento do observador, o tamanho do plano de solo se modifica, apresentandoumarepresentaçãobidimensionaloutridimensional. Se, na representação gráfica, não estiver representado nenhum plano de solo é porque a Linha do Horizonte está coincidente com a Linha de Terra e a profundidade não aparece.nestecaso,oobservadorestáposicionadonalteoúnicoelementotridimensional quepodeestarassociadoéasobreposiçãodefiguras. 2.2 Soluçõestécnicas padrõeshistóricos Durantemilênios,aartefoisendoexpressapordiversospovosque,comsuasregras sociais,influenciaramasexpressõesgráficas.observandoumfragmentodessasexpressões gráficas, omodocomosãoapresentadosgraficamenteosespaçostridimensionaisdurante a história da arte ocidental, podemos notar a utilização das mesmas soluções técnicas, desdeapréchistóriaatéolimiardoperíodoemquefoiformalizadoomododerepresentar graficamente o espaço tridimensional, que chamamos de perspectiva geométrica. Isso representaumatimelinedequase20milanos. Observando as representações gráficas ao longo do tempo, podemos ver que a representaçãodoespaçobidimensionaloutridimensionaléumaescolhacultural.ofatodos

34 33 egípciospintaremcomasregrasdaleidafrontalidadenãoquerdizerquenãoconheciame (ou) não desenhavam o espaço tridimensional. Foram observadas soluções técnicas de sobreposições de figuras, de planos posteriores, uso de claros e escuros, cenografias aplanadaseváriospontosdevistanumaúnicacena,aplicadasnaspinturaseesculturasno decorrerdotempo.emmeioaousodessassoluçõestécnicas,outrassoluçõesforamsendo desenvolvidas e aprimoradas até a sistematização geométrica que possibilitou o controle totaldoescorçocomafixaçãodopontodevista. Algumas soluções técnicas transcenderam o tempo e foram sendo aprimoradas. Outrasseperderamnotempo,comoéocasodasfigurasemsituaçõescontra#naturaque não se limitam unicamente às pinturas rupestres. São também encontradas em pinturas egípcias,comoexemploomapadehieracompolisde3500a.c.elassãoapresentadascomo seestivessememconfrontoumacomaoutra.nestemapa,ainversãodeumadasfiguras codificaaoposiçãodessasfigurasemluta.napinturarupestre,aposiçãocontra#naturapode também ser interpretada pela oposição entre as figuras ou, no caso das figuras estarem afastadas,masdentrodamesmacena,indicamumsentidodedireção,comoéocasodas cenas de caça ao veado da Toca do Estevo III, que se assemelham à pintura do jardim egípcio. Figura8:HomensBarcoseAnimais.PinturamuraldeumasepulturapréOdinástica,3200 a. C.Hieracompolis, Egito Fonte:JANSON,2001.

35 34 Figura9:DetalhePinturamuraldeumasepulturapréOdinástica,3200a.C.Hieracompolis, Egito. Fonte:JANSON,2001. Essas figuras contra# natura normalmente estão associadas a composições com diversos pontos de vista. Na préchistória, essas composições são observadas associadas a temas, como caça, dança e pesca, entre outros, que têm mais de um ponto de vista. As composiçõescomdiferentespontosdevistaapresentamasfacesdasfigurasrepresentadas paraqueapresentemmaiorquantidadedeinformações;naspinturasegípcias,respeitandoa LeidaFrontalidade,comoéocasodoJardimegípcioedoTransportedaEstatuaColossal. Figura10:JardimdeNabamum MuraldeumtúmuloemTebas 1350a.C. Fonte:

36 35 Figura11:PinturamuraldelatumbadeDjehutihotepenDeirelOBersha.ImperioMedio.Transportedaestatua egípcia.cenadotúmulodedjehutihotpe. Fonte: piramides/ Figura12:DetalhedacenadotúmulodeDjehutihotpe. Fonte: piramides/

37 36 Assim como algumas pinturas préchistóricas, na arte egípcia foram identificadas pinturascomsucessãodeplanosverticais,comoempavimentos.emalgunscasossãocenas diferentes umas das outras e se referem ao trabalho cotidiano, em outros casos, denota grandequantidadedecomponentesdosgruposapresentados,semquehajasobreposições. Nestacenadotransportedaestatua,podemosverasduasmodalidades,assobreposiçõese as superposições. De todo modo, a pintura informa sobre a equipe necessária para esta operaçãoe,mesmoqueaimagemapresentemaisdeumobservador,todasasfigurassão representadassoboregimentodaleidafrontalidade.acenaécompostapor: 1. A estátua desenhada de perfil. A área que ela ocupa estando de perfil seria a mesma queelaocupariaseestivessesendovistadetopo.confirmadopeloespaçolateralque osgruposcarregadoresocupam. 2. 4gruposde3homens,localizadosnapartedetrásdaestatua,correspondemàsequipes queaacompanhampelapartetraseira grupos com 12 duplas estão ligadas à estatua por uma corda, portanto são os responsáveis pelo transporte. Estão em dupla porque existe ai uma sobreposição de cadafigura. 4. Umafiguraseencontranafrentedaestatuacolocandoóleoparaqueeladeslize. 5. Na parte de baixo temos 1 grupo de 3 figuras armadas, outro grupo que carrega uma esteiraouumtroncodemadeirae,aindaoutrogrupoquecarregaoóleo. 6. Na parte superior, cinco grupos de figuras humanas são apresentados com sobreposiçõesmúltiplas. A multiplicação do ponto de vista, que chamamos de solução aplanada, ocorreu ainda durante muito tempo na história. Podemos observar essa solução técnica na arte grega,aplicadasobreobjetosdecerâmica,jarros,bacias,pratos,etc. NafiguradoDionísionumbarco,datadade540a.C.,observamosafiguradeDionísio eobarcodeladoe,ospeixesapresentadosdosdoislados,nadandonoentornodobarco, inclusive observamos dois deles acima da base do barco com a cabeça direcionada para baixo.éumapinturavistadetopocomasfigurasaplanadas.obarcoestáapresentadode lado,masdeveriaestarsendovistodecimacomoospeixesnoseuentorno. Ainda sobre a multiplicidade de pontos de vista, num período mais tardio e em relaçãoàesculturadefrisos,comoocasodaobradegiovannipisano,em1302c10d.c,na

38 37 catedraldepisa.mesmosendoumaescultura,asoluçãotécnicadeaplanaralgumasfiguras é observada nesta representação. O menino Jesus, sua mãe e as vacas, todos que se encontramdentrodagrutaestãosendovistosdetopo.asduasárvoreseostrêscarneiros dadireitatambémestãocontorcidosparaseremvistosdelado,ounumavisãointermediária entrealateraletopo.todasasfigurasrestantesestãosendoobservadasdeladoouemvista lateral. Figura13:Exéquias.Dionísonumbarco,540a.C. Fonte:JANSON,2001.

39 38 Figura14:ANatividadedeGiovanniPisano ANatividade,detalhedopúlpitodemármore,1302O10d.C. Catedralde Pisa. Fonte:JANSON,2001 Asoluçãotécnicamaisregistradaéaquetemcomobaseaslinhasdeterra,que,por si,éumarepresentaçãobidimensional.quandosãodispostasumassobreaoutra,resultam nos planos posteriores. Alguns planos posteriores são apresentados com a linha de terra desenhada, em outros, esta linha é somente sugerida. Aparecem na pintura rupestre, nas pinturas egípcias, nos vasos gregos, nos frescos de Pompéia e até mesmo nos frisos esculpidosdosprédiosromanos,podendoserobservadasdesdeapréchistóriaeaolongoda históriadaarteocidental.

40 39 Figura15:Pinturasrupestreseegípcia. A. Sítio da Toca do Nilson da Pedra SoltaPNSC. B.Trabalhadoresegípcios.Pinturaemumatumbatebana. A B Fonte:A.AcervoFumdham;B. Figura16:VasoGregoDipylon760O750a.C.MuseuArqueológicodeAtenas Fonte: NoEgito,nasparedesdastumbas,aslinhasdeterrasãoapresentadascomonapréC história,compondoumamesmacenaemtodososplanos.mas,também,sãoencontradas pinturasondecadaplanotemumacenadiferente,continuandoamesmatemáticaoucom temáticas diferentes. Nas pinturas Etruscas, 480 a.c, as linhas de terra ainda são materializadas nas paredes onde os bailarinos dançam sobre essa linha de terra como se

41 40 fosse uma barra. É uma cena estruturalmente bidimensional, que apresenta sobreposição entreasfiguras,emboratodascaminhemsobreessalinhadeterra. Figura17:MúsicosdaTumbadosLeopardos480O470a.C.ONecrópoleetrusca,Tarquínia. Fonte: Uma forma variável da linha de terra é encontrada na pintura da Casa# dos# Vettii. Afresco Romano Sala# Ixion datado entre 63 e 79 d.c, na parede cega, apresenta espaços como janelas divididas por colunas pintadas e uma base verde que serve de solo para as figurasrepresentadasemcenastridimensionaisnãomuitoprofundas,comoemumavitrine. Figura18:CasadosVettii.SalaIxion. Fonte:JANSON,2001

42 41 Associada a representação bidimensional com a linha de terra, a sobreposição múltipladefiguraséumelementoquetranscendearigidezdasduasdimensões,colocando umafiguranafrenteeoutramaisafastada.elaéobservadadesdeaarteegípciaatéaarte daidademédia,comotemosnaspinturasdeduccio.noegito,elasaparecemsemprequeé necessário indicar uma grande quantidade de pessoas na cena, ou mesmo figuras de animais, quando referente às imagens de caça do Faraó Tutankhamon. Essa sobreposição múltipla de figuras também é observada nas pinturas rupestres das cavernas europeias, comosepromovessemummovimento. Figura19:Tutankhamonnacaça.ArcapintadadotúmulodoFaraó,TebasO1340a.C.MuseuEgípciodoCairo Fonte:JANSON,2001. Figura20:Tutankhamonnacaçaaosescravos. Fonte:

43 42 Figura21:PinturadascarpideirasdatumbadeRamose,daépocadeAmenofisIII,XVIIIDinastiadatadade1380a.C. Fonte: Figura22:Detalhedapinturaacima,pintadanatumbadeRamose. Fonte:

44 43 Figura23:CavalosOCavernadeChauvet a32.000anos Fonte: Figura24:SarcófagodasAmazonasdeTarquínia.350a.C. Florença Fonte: Mas,duranteahistóriadaarte,observamosamultiplicaçãodascabeçasdasfiguras ou de algum elemento que indique multidão ou aglomeração. Capacetes. Nos Séquitos Bizantinos, por exemplo, as sobreposições são igualmente múltiplas e também são apresentados problemas entre a relação de figuras, seus pés e sentido e direção. Até mesmo nas esculturas durante a arte romana, as multiplicações foram introduzidas como

45 44 pano de fundo das esculturas integrantes dos relevos ou frisos das paredes dos arcos, colunasouparedesdospalácios. Figura25:GiottoOOBeijodeJudas.CapeladegliScovegniO1303 Fonte: Nas pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara, observamos que nas pinturasdatocadobadú,existeumaáreaborradacomtintasoprada,comoparadarideia devolumeinternoaogrupoqueseapresentaembloco. Figura26:SítiodaTocadoBadúOPNSC Fonte:AcervoFumdham As sobreposições nas pinturas rupestres são simples, não sendo encontrados exageros na multiplicidade de sobreposições. As multiplicações são vistas sem sobreposições,masassociadasàumdeslocamentodefigurasnadiagonal,comoaparecenas seguintespinturasdatocadoarapuádogongoesitiodomeio.

46 45 Figura27:SítiodaTocadoArapuádoGongoOPNSC Fonte:AcervoFumdham Figura28:SítiodaTocadoSítiodoMeio PNSC Fonte:AcervoFumdham

47 46 Ainda nas sobreposições históricas podemos observar que existe um jogo de cores claro/escuro entre as figuras sobrepostas, como para diferenciar a silhueta de cada uma delas.issoocorretantonasfigurashumanasquantonasdeanimais.alémdafiguraabaixo, esse jogo de claro/escuro também pode ser observado nas pinturas de caça do Tutankhamonapresentadaanteriormente. Figura29:Escravosegípciospintadosemdoistonsintercaladosdemarrom.Ummaisescuroeoutromaisclaro. Fonte: NapréChistória,esserecursoclaroeescuroéencontradosomentenaspinturasdas cavernas europeias. A Gruta de Altamira, na Espanha, quando descoberta, não foi imediatamente aceita como préchistórica, porque a técnica de realização de suas pinturas com a mistura de cores e o uso de claro e escuro, apresentando uma impressão de volumetria dos corpos dos animais representados, colocou em questionamento a autenticidadepréchistórica.asemelhançanotratamentotécnicodaspinturaspréchistóricas

48 47 europeias com as pinturas renascentistas dificultou a aceitação da autenticidade dos primeiros resultados de análises arqueológicas, que só foram publicadas 20 anos após sua descoberta,entre1901c1902,tendoaspinturassidodescobertasdesde1879,pormarcelino desautuola 7. Assoluçõestécnicasapresentadasnessaspinturassãoutilizadasatéosdiasatuais.A volumetria dos animais sugerida na pintura, tem como solução técnica o jogo de claro/escuro, a mistura de cores fortes, suaves e, o uso do preto no arremate de algumas partes do animal desenhado, às vezes com traços curvilíneos e, às vezes com hachuras.a irregularidade do relevo também é aproveitada para deixar o animal mais forte, mais robusto. Figura30:GrutadeAltamira Espanha Fonte: 7 BREUIL,AbbéH.QuatreCentsSièclesd ArtParietal,SAPHO Paris,1952 P15.

49 48 Figura31:GrutadeLascaux França Fonte: As pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara têm grande narratividade. São apresentadas em cenografias com cenas cotidianas e rituais das comunidadesquehabitaramestaregiãodurantemilênios.sãodesenhosgráficoscomtemas ecenografiaspassíveisdeanálise.pelacenografiapodemosidentificarassoluçõestécnicas aplicadas no desenho e reconhecer o código do espaço tridimensional inscrito no plano bidimensionaldossuportesrochosos.

50 As primeiras investigações sobre a representação gráfica da profundidade nas pinturaspré7históricaseáreadeestudo Na'Europa' Figura32:Lascaux,osbisontesestãosobrepostoseemumasituaçãocomoseestivessemseseparando,paraqueo observadorpasseentreeles Fonte:BREUIL,1952. As primeiras investigações realizadas sobre a profundidade representada foram desenvolvidas com o acervo de pinturas parietais das cavernas europeias. Essas pinturas, possivelmenteporteremsidorealizadasemambientesescuros,sãocompostasportécnicas picturaisqueseassemelhamaomodocomosãoobservadososobjetosemcâmarasescuras. NotamCsefigurasdesenhadascomumtraçocontornandooperfildoanimal,outrascoma silhuetatotalmentepreenchidaemumaúnicacor,algumassobreposiçõesdefiguras,outras com técnica de sombreados claro/escuro e, ainda, as que são pintadas com manchas coloridassomenteemalgumaspartesdocorpo,criandoumvolumenocorpodoanimal. Quando descobertas, essas pinturas foram confundidas com as pinturas atuais, possivelmente pela exuberância e complexidade do planejamento, do grau de dificuldade para execução e dos refinados detalhes do desenho apresentado. Essa analogia com as grandesobrasdearteatuaislevoutambémaousodeterminologiastambématuais,como perspectiva,paradefinirosespaçostridimensionaisrepresentadosgraficamente.

51 50 Nos primeiros resultados apresentados por H. BREUIL,1952 8, observacse uma perspectiva não cenográfica, mas referente à postura corporal dos animais, representados onde, cornos, galhas e patas dos mesmos se apresentam de perfil ou em perspectiva. A profundidadecenográficaépercebidaedescritaporh.breuil,comoumarepresentaçãode umpontodevistavividopeloartista,sendoqueumdoscasoséacenadosdoisbisontes, sobrepostos pela parte traseira como se estivessem desviando do observador que se encontranomeiodeumapassagem. NolivroQuatre#Cents#Siècles#D art#parietal,breuilbuscouinventariaraspinturasno interior dos salões das cavernas, com a finalidade de posicionáclas cronologicamente em relaçãoaosetorinternodecadaumadelas,entreossetoresdasmesmase,posteriormente entrediferentescavernas. Breuil encontrava no posicionamento dos cornos e nas disposições das patas dos animaisaposturacorporaldiferentedoperfilabsolutoquechamoudeperspectivatordue.a perspectiva#torduecorrespondeaocorporepresentadoemperfilabsolutocomoscornosem vista frontal. A perspectiva semictordue corresponde à imagem do animal em perfil, mas com os cornos virados para serem observados os dois chifres ao mesmo tempo, mas não necessariamente de frente. Dependendo do grau de torção dos chifres na cabeça ou posições das patas do animal, o adjetivo fracamente ou fortemente, ou mesmo atenuada foiagregadoaotermoperspectivatordue. Quadro1:TipologiadeperspectivaindividualH.BREUIL. PERFILABSOLUTO Posturacorporalemperfilabsoluto. 8 QuatreCentsSièclesD artparietal.1952,sapho.parís.

52 51 PERSPECTIVATORDUE Corpodeperfilabsolutocomoscornos emvistafrontal. PERSPECTIVASEMITORDUE Animalemperfil,masoscornosepatas setorcemparaseremobservadososdoischifres aomesmotempo. Fonte:AdaptadoSANCHIDRIÁN,2005. LeroiCGourhan,(1965) 9 iniciousuapesquisasobreaperspectivanessesdesenhospréc históricos,analisandodetalhadamenteafiguraisolada,omodocomoocorpo,osmembrose cornosdosanimaisrepresentadosesuasposiçõesdentrodascavernas.comoresultadode suapesquisa,paraumaperspectivaindividualforamapresentadoscincodiferentestiposde perspectiva. Partindo da situação bidimensional com o perfil absoluto, a perspectiva bi ou pluriangularoposta;perspectivabicangularreta;perspectivabicangularoblíqua;perspectiva uniangular. Destas, a perspectiva bicangular reta e a bicangular oblíqua correspondem às mesmasclassificadasporh.breuil(1952)comoaperspectivatordueeasemictordue.# # # # # 9 PréhistoiredeL artoccidental,

53 52 Quadro2:PerspectivaIndividualLEROICGOURHAN.# PERSPECTIVAINDIVIDUAL PERFILABSOLUTO Animalrepresentadodeperfil, mostrandoasilhueta. PERSPECTIVABI7ANGULARRETA Corpoemperfilabsolutoeos cornosemvistafrontal 10. PERSPECTIVABI7ANGULAR OBLIQUA Ocorpoérepresentadodeperfil, masoscornostêmopontode vistaumpoucodeslocadode modoaseremobservadososdois chifresaomesmotempo 11. Fonte:AdaptadoSANCHIDRIÁN, AssemelhaCseàperspectivatorcidadeBreuil. 11 AssemelhaCseàperspectivasemitorcidadeBreuil.

54 53 Os trabalhos desenvolvidos por LeroiCGourhan (1965) sobre a perspectiva coletiva foramrealizadoslevandoemconsideraçãoosentidodedireçãodasfigurasemrelaçãoumas com as outras. Este estudo classificou três diferentes modos de representar o espaço em profundidade. 1. Sobreposiçãodefiguras; 2. Convergêncianosentidodedireçãodasfigurasaumeixooupontocomum; 3. Diferençadeformatooutamanhodasfigurasnummesmopainel. Quadro3:PerspectivacoletivaLEROICGOURHAN. PERSPECTIVACOLETIVA OCULTAMENTOPARCIAL Ourecobrimentoreservado. Afiguraédesenhada incompletasobreoutra detalhada,dandoasensação dedoisoumaisplanos. ORIENTAÇÕES CONVERGENTES Asdiferentesdisposições espaciaisdeváriasfiguras, orientadasemváriose distintossentidosedireção, mascomumeixooupontos emcomum,comose formassemumacena.

55 54 DIFERENÇASDEFORMATO Arepresentaçãodeanimais emdiversostamanhos. Reflexãodeumespelho tridimensional. Diferentesdistânciasem diferentesplanos. Fonte:AdaptadodeSANCHIDRIÁN, Na'América'do'Sul' Nas pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara foi realizado um primeiro ordenamento, onde foram segregados conjuntos de figuras segundo o tipo morfológico. Nesta classificação preliminar foram identificados três diferentes grupos de figuras, chamados de tradições de pinturas rupestres: a Tradição Geométrica, a Tradição AgresteeaTradiçãoNordeste(GUIDON,1989). NaspinturasdaTradiçãoGeométrica,caracterizadaporgrafismospuros,nãoforam identificadosgrafismoscomprojeçãotridimensional,poristonãoforamconsideradasnesta pesquisa. As pinturas da Tradição Agreste, qualificadas anteriormente como intrusões isoladas na área do Parque (PESSIS 2003), são, em sua maioria, caracterizadas por figuras isoladas,estáticasedegrandesdimensões(martin,1999). Alguns exemplares da Tradição Agreste, localizados na área de entorno ao Parque Nacional Serra da Capivara, têm espaços gráficos com a representação da profundidade entre suas figuras, mas, são observadas em menor quantidade e pouca diversidade, se comparadasàspinturasdatradiçãonordeste. Caracterizada pela narratividade e dinamismo das ações representadas nas cenas com temáticas reconhecíveis, a escolha das pinturas da Tradição Nordeste para formar a basededadosdapesquisa,sejustificapelaabundânciadeinformaçõesgráficas,quetorna possível o estudo do espaço gráfico tridimensional. As pinturas rupestres da Tradição Nordeste, apesar de serem observadas em todo o território do Nordeste do Brasil, são

56 55 apontadas como sendo originárias dessa região do Parque Nacional Serra da Capivara (PESSIS2003). De modo análogo aos cenários reais de acontecimentos da vida cotidiana ou cerimonial, ou mesmo do imaginário dessa população, que viveu ali nos períodos préc históricos, as composições cenográficas das pinturas rupestres da tradição Nordeste, permitem identificar, reconhecer e quantificar na cenografia os diferentes tipos de representaçãodoespaçocomrelaçãodeprofundidadeentreasfiguras. OstrabalhosdesenvolvidossobreoacervodepinturasrupestresdoParqueNacional SerradaCapivara,realizadosporPESSIS(1987,2003),sereferemaosplanosdesolodecada figura que faz parte da cenografia. O espaço em profundidade foi trabalhado segundo a relaçãoaltimétricaentreosplanosdesolodecadafiguraemrelaçãoàoutrarepresentada. Umasucessãodeplanosvaiequivaleraumafiguraatrásdaoutra. Figura33:Fotodostrabalhosdeanálisegráfica PESSIS(1987O2003). Fonte:Art#Rupestre#Préhistorique:#Premiers#registres#de#la#mise#en#scène.#(Pessis#Microfiche).

57 56 Como resultado desse trabalho, foram identificadas as seguintes estruturas de representaçãodoespaçotridimensional: Planosparalelos Planoshorizontais Planosverticais Eixos verticais e oblíquos São linhas imaginárias que separam grupos de figuras representadas em uma mesma cena. O eixo vertical pode ser observado no Sítio João ArsenaeoeixooblíquooudiagonalnacenadelutadaTocadaExtremaII,ambasem cenasdelutacoletiva. Essas estruturas de representação gráfica da profundidade aplicada aos perfis gráficosjáforamestabelecidas,eresultaramnasseguintesespecificidadesestilísticas: NoEstiloSerradaCapivara,oespaçoemprofundidadefoirepresentadopelasucessão de planos horizontais, verticais, oblíquos e, conjuntos circulares com alternância de planos. No Estilo Serra Branca, foi identificada uma evolução no domínio da disposição das figuras nos planos horizontais e na sobreposição de figuras. Esses planos horizontais estão estruturados em torno de um eixo obliquo onde planos paralelos são dispostos entreumaparteeoutra. 2.4 ÁreadaPesquisa Localização'da'área'de'estudo' O Parque Nacional Serra da Capivara está situado no sudeste do Piauí, sob as coordenadas 08 o 26 50,099 N a 08 o 54 23,365 S e 08 o 36 33,681 E a 08 o 46 28,382 W. LocalizaCsenodomíniomorfoCclimáticodacaatingaeabrigamaisde600sítiosarqueológicos comregistrosrupestres.medeaproximadamente ha,compostospordoisconjuntos geológicosquesecontrapõemabaciasedimentardoparnaíba,formadopelachapada,vales eboqueirõesoucanyons,eadepressãoperiféricaquevaiatéoriosãofranciscocomuma paisagempoucoondulada.

58 57 A chapada constitui a porção maior da área do Parque. Na depressão periférica, os terrenos préccambrianos, cristalinos,incluem as planícies, batólitos graníticos, maciços calcários,eabaciadoriopiauí. ParaoestudodaspinturasrupestresdoParqueeentorno,orelevomaisimportante éachapadaeacuestaformadaporconglomeradoearenito.énestaáreaondeseencontra amaiorconcentraçãodesítiosarqueológicos.achapadaéesculpidaporcanyonsdeparedes ruiniformes que quebram a monotonia do planalto e o separam dasáreas mais baixas compostas pelos terrenospréccambrianos, que formam a planície. As altitudes variam de 500a600metrosnoaltodachapadae300maonorteenaplanície,emrelaçãoaoníveldo mar. Estudos geomorfológicos da região consideram a área do Parque um planalto de litologia sedimentar e, pela altitude máxima de 600m, é também um divisor de águas das drenagens do Parque. O Parque pode ser dividido em três diferentes unidades ambientais (CISNEIROS,D;PESSIS,A.M;MUTZEMBERG,D 2012): UnidadeAmbiental1 FrontdeCuesta# SerradaCapivara UnidadeAmbiental2 ValedaSerraBranca UnidadeAmbiental3 ValesdoGongoeVaredão. Emtodasestasáreassãoencontradossítiosarqueológicoscompinturase,gravuras rupestres.emtermosambientais,podemosdividiraáreadoparqueemtrêsporções.aárea daserratalhada;aáreadaserrabranca;eaáreadaserradogongo.

59 58 Figura34:MapaGeraldoParqueNacionalSerradaCapivara.Comsítiosarqueológicos. Fonte:Fumdham '

60 Critérios'de'escolha'das'imagens' O acervo fotográfico do Parque Nacional Serra da Capivara, organizado pela FundaçãoMuseudoHomemAmericanoatéjaneirode2011,compreendearegistrode889 Sítios Arqueológicos na área do Parque e entorno. Destes, 694 possuem algum tipo de registro rupestre Gravura, Pintura ou ambos. Os sítios identificados com pinturas, acompanhadosounãodasgravuras,correspondema680unidades. Foi sobre este acervo, que foram segregados os conjuntos gráficos com figuras antropomorfas,zoomorfas,fitomorfaserepresentaçãodeobjetosaseremestudadosneste trabalho. Para tanto, foram estabelecidos critérios preliminares de escolha dos conjuntos gráficos 12. Inicialmente foram escolhidos, todos os sítios com pintura. Destes, foram selecionados os sítios que continham cenas com composições gráficas contendo mais de uma figura desniveladas entre si; figuras parcialmente sobrepostas; conjuntos gráficos apresentandoreduçãodefigurascomamesmatécnicapictural 13 ecomposiçõescontendo figurasemposiçõesinsólitas 14.Comestescritériosdeescolha,conseguimosreduzira250 Sítios. Ossuportes Paratrabalharesseacervocomtalfinalidade,foinecessárioinicialmenteescolheros sítios arqueológicos que pudessem fornecer dados representativos. Para excluir qualquer dúvidanautilizaçãodairregularidadedosuportenacomposiçãocenográficadoespaçoem profundidade, foram selecionados inicialmente somente os sítios com unidades gráficas localizadassobresuportesplanos.foram,portanto,excluídosossítiosformadosunicamente porsuportesirregulares. 12 Consideramosumconjuntográfico,ogrupodefiguraselaboradascomamesmatécnica,compondoumaúnica cenografia.umaunidadegráficaéumdoselementosouumadasfigurasqueformamoconjuntográfico. 2003). 13 Consideramostécnicapicturalcomooconjuntodeprocedimentosutilizadosparaelaborarumapintura.(PESSIS, 14 LeroiGourhan,1983,sereferiuaposiçõesinsólitascomoaorientaçãodosolodasfigurasrepresentadas.Nas situaçõesdifíceisdededuzirsuaorientação.manualdeartepréchistórica,sanchidrián,joséluiz,2005.

61 60 A complexidade do estudo da profundidade gráfica associada aos suportes irregulares,requerumaabordagemmaisprofundaassociadaaummapeamentotopográfico e fotogramétrico do relevo do suporte, a ser obtido com uso do scanner laser. Essa nova tecnologia permite que os dados sejam obtidos com precisão em mícron, proporcionando um resultado imperativo para o estudo do espaço gráfico representando a profundidade relacionada ao espaço irregular do suporte. Esta possibilidade motivou a escolha dos conjuntosgráficosqueocupamosespaçosplanosdossuportes,considerandoqueesteseria umprimeiropassoparaoestudodoespaçográfico,representandoaprofundidadeentreas figurasdaspinturasrupestres.excluindo,portanto,aspinturaslocalizadasnosnichos,ounas áreasdossuportesondeacomposiçãográficapossaestarcondicionadaàirregularidadedo suporte. Figura35:SítiodaTocadoBaixãodoNenênIOGrupodefigurasdispostasemtrêsáreasirregulares.Todasasfiguras estãoconectadaspelasmãoseacompanhamairregularidadedosuporte.aprofundidadedoespaçográficose confundecomaprofundidadedoespaçodosuporte. Fonte:AcervoFumdham.

62 61 Como o objeto de estudo é o espaço representado sem interferências das irregularidades do suporte na composição cenográfica, foram excluídas todas as pinturas que não se encontravam sobre suportes planos. Reduzindo, portanto, à 65 sítios arqueológicos,quecorrespondema114imagens. Quadro4:Localizaçãodasimagensporáreaequantitativos LOCALIZAÇÃO SÍTIOS% IMAGENS% Quant. % Quant. % AREA , ,86 AREA , ,09 AREA , ,42 Foradoparque 2 3,08 3 2,63 TOTAL % % Quadro5:Sítiosarqueológicosanalisadosnatese SITIOSARQUEOLÓGICOS SítiodaTocadoSítiodoMeio SítiodaTocadaEntradadoBaixãodaVaca SítiodaTocadaEntradadoPajaú SítiodaTocadaEscadadoPaulinho SítiodaTocadaInvenção SítiodaTocadaRoçadaPedraFurada SítiodaTocadaRoçadoBadúI SítiodaTocadaSerrinhaI SítiodaTocadasAndorinhasdoBaixãodasMulheres SítiodaTocadasEminhasAzuis SítiodaTocadasEuropasI SítiodaTocadasEuropasII SítiodaTocadeCimadoFundodoBoqueirãodaPedraFurada SítiodaTocadoAltodaBarriguda SítiodaTocadoAngicodaSerraVermelha SítiodaTocadoBaixãodaRoçadoTintinoII SítiodaTocadoBaixãodoTintinoIII SítiodaTocadoBarro SítiodaTocadoBaixãodoPerigoso SítiodaTocadoBoqueirãodaPedraFurada SítiodaTocadoCaldeirãodoRodriguesI SítiodaTocadoCaldeirãodosCanoasIV SítiodaTocadoCaldeirãodosCanoasVII SítiodaTocadoCaldeirãodosRodriguesII LOCALIZAÇÃO Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1 Área1

63 62 SítiodaTocadoMartiliano Área1 SítiodaTocadoMorrodoDeolindo Área1 SítiodaTocadoPajaú Área1 SítiodaTocadoPitombi Área1 SítiodaTocadoPovodaExtremaI Área1 SítiodaTocadoSobradinho Área1 SítiodaTocadoJoséFerreira Área2 SítiodaTocadaExtremaII Área2 SítiodaTocadaJaneladoInácio Área2 SítiodaTocadaPassagem Área2 SítiodaTocadasEmasdoDelmiro Área2 SítiodaTocadoAmâncio Área2 SítiodaTocadoAngelimdoBarreirinho Área2 SítiodaTocadoBuracodoArmazém Área2 SítiodaTocadoCaboclodaSerraBranca Área2 SítiodaTocadoCaldeirãodaVacaI Área2 SítiodaTocadoConflito Área2 SítiodaTocadoJoãoArsena Área2 SítiodaTocadoJoãoLeite Área2 SítiodaTocadoMorcego Área2 SítiodaTocadoMorrodaFiguradoAngicalII Área2 SítiodaTocadoNilsondaPedraSolta Área2 SítiodaTocadoNilsondoBoqueirãodaPedraSolta Área2 SítiodaTocadoPauDóia Área2 SítiodaTocadoPingadoBoi Área2 SítiodaTocadoPingadoLoirinho Área2 SítiodaTocadoVeado Área2 SítiodaTocaChapadadoCruz Área3 SítiodaTocadaBarradoJúlioV Área3 SítiodaTocadaBoaVista Área3 SítiodaTocadaJuremadoGongo Área3 SítiodaTocadaPedradaUnaII Área3 SítiodaTocadaPedradaUnaIII Área3 SítiodaTocadoArapuádoGongo Área3 SítiodaTocadoCaboclodaRoçadeDentro Área3 SítiodaTocadoEstevoIII Área3 SítiodaTocadoMandacarudoEstevo Área3 SítiodaTocadoMorroSoltodoDeolindoI Área3 SítiodaTocadoVeredãoVII Área3 SítiodaTocadoPepino ForadoParque SítiodaTocadoSalitre ForadoParque

64 63 3 SOLUÇÕESTÉCNICASEOPROCEDIMENTODEINVESTIGAÇÃO 3.1 ProblemaseHipóteses As pinturas rupestres da América do Sul, em especial as do Nordeste do Brasil, localizadas no Parque Nacional Serra da Capivara, são pinturas que, apesar de serem compostas por elementos essenciais ao reconhecimento das figuras, têm grande narratividade. São vestígios materiais de uma cultura pertencente a uma sociedade com tradiçãooral,devendo,portanto,serabordadascomopartedeumsistemadecomunicação queutilizacódigosgráficos 15.Umdessescódigosgráficoséarepresentaçãodoespaçocom relaçãodeprofundidadeentreasfiguras. Umaidentidadegráficaestáconstituídaporumasériedesoluçõestécnicasquesão particularesadiferentesgruposgráficos.umadestassoluçõestécnicaséarepresentaçãodo espaçotridimensionalentreasfiguras. A identidade gráfica é somente uma parte da identidade cultural de um grupo. Por isso, não vamos reconstituir toda a identidade, mas seu estudo vai contribuir como um elementoamaisparaoconhecimentodogrupoautor.cadagrupovaiapresentarsoluções diferentes. Algumas, completamente arbitrárias, outras semelhantes ao que chamamos de perspectiva. Aoescolherrepresentaroespaçocomarelaçãodeprofundidadeentreasfiguras,o autor teve que escolher uma solução técnica gráfica que permitisse, o reconhecimento do desenhotridimensionalapresentado.umasoluçãotécnicaéuminstrumentodecodificação padronizada,epodesertrabalhadacomomaisumelementocaracterizadordosdiferentes perfisgráficos 16. Cada grupo humano tem seu modo próprio de organizar os elementos gráficos na cenografia,paraquesejamreconhecidospeloscomponentesdoprópriogrupo.essemodo 15 PESSIS,1987.Essescódigosgráficossãoparteintegrantedeumaidentidadegráficaqueéconstituídadevários elementosgráficos.aidentidadegráficaéumapartedaidentidadedeumgrupo. 16 Perfisgráficos são#padrões#formados#a#partir#dos#elementos#gráficos#escolhidos#e#utilizados#no#ato#de#pintar.# Esses# elementos,# analisados# através# da# técnica,# da# temática# e# da# cenografia,# permitem# identificar# padrões# a# partir# de# recorrências.#são#as#características#dos#componentes#gráficos#apresentados#e#a#relação#existente#entre#eles.##através#dos# perfis#gráficos#podemos#identificar#diferentes#identidades#gráficas.#pessis#2003.

65 64 deorganizaçãoespacialdoselementosgráficosaseremrepresentados,apresentatécnicase percepçõesespecíficasqueestãorelacionadasahabilidadesdoautoroudoseugrupo. A perspectiva é a solução técnica atual, mas ela é tão arbitrária quanto qualquer outra.reconhecemosocódigodeimediato,porquetemosumolharqueestácondicionado aestasoluçãotécnica,queéocidental.comonósqueremossaberquaissãoasdiferentes soluçõesutilizadasporeles,vamosverificaroqueestámostradocomosoluçãotécnicano desenhobidimensionale,oqueissorepresentanoespaçotridimensional.porexemplo,uma figuradecabeçaparabaixo...oquerepresenta?qualéocódigo? 3.2 Metodologiadeanálise Para reconhecer e quantificar esses diferentes modos de representação gráfica, procuramos abordar a pintura por dois caminhos: a análise bidimensional do espaço tridimensional representado e a análise tridimensional do espaço tridimensional em maquetegráfica. Sobre uma imagem bidimensional da pintura rupestre, assim como realizado nas pinturashistóricas,estudamosoplanoeoobservadorapartirdarelaçãodedistânciaentre aslinhasdeterraedohorizonte.ouseja:identificarereconhecer,atravésdafotografia,as soluções técnicas utilizadas para representar o espaço tridimensional, segregando as cenografiassemelhantesapresentadascomcódigosreconhecíveis. Por outro lado, a análise passa a ser efetuada diretamente sobre o espaço tridimensionalrepresentado,realizandoadecomposiçãodacenografiaatravésdaépura 17 e aremontagemdasituaçãotridimensionalcomamaquetegráfica. Uma maquete gráfica possibilita apresentar uma cenografia com as figuras representadas fisicamente, já no espaço tridimensional. Dessemodo,comosefôssemos observadores gráficos ou cenográficos 18, vamos poder analisar a cenografia de todos os outrosângulosnãorepresentadosnapintura. 17 ÉpuraéumprocessomatemáticodeconstruçãográficaquepossibilitatransformarumobjetobidimensionalemtridimensionalouviceC versa. Utiliza o sistema diédrico, formado por um plano vertical e outro horizontal que se cruzam em uma aresta, que chamamos de abscissa,formandodiedroscomossemiplanos. 18 Denominamosobservadorcenográficoporcausadapossibilidadededeslocamentodoobservadorsobreamaquetegráfica,diferenciado assimdoobservadorgráficofixoapresentadonapintura.

66 65 São três variáveis analisadas: o plano de solo; a distribuição espacial das figuras no solo cenográfico; e o observador cenográfico. O plano de solo e o observador cenográfico são variáveis dependentes uma da outra. Na medida em que o ponto de observação é modificado, o plano de solo se apresenta de tamanho e formas diferentes. A posição do observadorcondicionaotipodeplanoapresentado. Quando o observador está abaixo do plano do solo das figuras, consideramos que está negativo,olhandoacenaporbaixo. Quando não existe um plano de solo, só conseguimos ver a linha de terra e as figuras posicionadassobreela,poiselaestácoincidentecomalinhadohorizonte,eestaéuma apresentação bidimensional. Neste caso, o único elemento que pode denotar o espaço emprofundidadeéasobreposiçãodefiguras. Chamamos de plano central as cenografias em que as figuras se colocam sempre em primeiroplano,comoemumavitrine.alinhadeterraestáumpoucoafastadadalinhado horizonteeoobservadorestánaalturadocentrodasfigurasrepresentadas. Paraumplanoinclinado,oângulomédiodealturadoobservadoréde45grausouvoode pássaro, a linha de terra está bem afastada da linha do horizonte e o observador está voandosobreacena. Paraumpontodevistazenitalouplanodefundo,oobservadordeveráestartotalmente sobre a representação gráfica, 90 graus, ou seja, perpendicular ao solo, ou o que chamamos também de vista de topo. As linhas de terra e do horizonte estão tão afastadasquepassamanãoserconsideradas. Figura36:Planosdesolovariáveissegundoomovimentodoobservador.

67 Análise'Bidimensional' As soluções técnicas gráficas da profundidade são indicadores gráficos da representação do espaço com a relação da profundidade entre as figuras. Nas pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara, alguns desses indicadores podem ser identificados diretamente sobre a mancha gráfica com a utilização do diedro. Outras somentecomadecomposiçãodaestruturagráficaeaelaboraçãodamaquetegráfica. Figura37:Detalhedoprimeirodiedroparaanálisediretasobreapintura. Aidentificaçãodassoluçõestécnicasgráficastridimensionaisnoplanobidimensional ocorrerámedianteestudodoagenciamentodasfigurasdeumacena,diretamentesobrea imagem bidimensional. Para tanto, a análise será realizada com ajuda de um instrumento gráfico o diedro, acima apresentado que possibilita o mesmo tipo de informação, independentedotempoedoespaçodaimagemanalisada,podendoserusadoparaanalisar imagens desde as pinturas préchistóricas até as históricas. O diedro pode ser ajustado ao tamanhodapintura,limitandooespaçocenográficopelaslinhasdeterraedohorizontee pelalinhamedianaentreaalturaealargura. As soluções técnicas são exemplos gráficos das situações espaciais análogas ao mundotátil.noreconhecimentododesenhobidimensionalestamos,narealidade,vendoa projeção de uma imagem tridimensional. Para demonstração, realizamos experimentos fotográficosondeumacâmeracumpreafunçãodoobservadorquecaptaimagensdeuma superfície plana onde foram posicionados bonecos, agenciados da mesma forma que cada umadasrepresentaçõesgráficas.

68 67 #Registro#fotográfico#das#cenografias#rupestres#análogas#às#situações#reais.# O ponto de partida para essa análise espacial tridimensional é a observação das situações mais simples, neste caso, cenas compostas unicamente por duas figuras. Sem levaremconsideraçãoinicialmente,ogestoe,aposturadasfigurasrepresentadas,observac seunicamenteodeslocamentolateralealtimétricoentreelas,ouseja,umsimplesdesnível. TESTE#1# No caso do Teste 1, se incluirmos a análise do gesto e da postura, vamos poder observar a ação ou relação entre estas duas figuras e considerar que, assim como apresentado na análise bidimensional, uma figura está um pouco mais alta que a outra. A figura do pássaro está numa posição mais alta, embora inclinada em direção ao antropomorfo que se encontra num nível de solo mais abaixo. O alinhamento dos pés do antropomorfoestánosentidoperpendicularaoalinhamentodospésdopássaro.afigurado pássaro, tem a cabeça e as asas inclinadas em direção ao antropomorfo, e este se coloca comosdoisbraçosdirecionadosaopássaroeocorpoecabeçainclinadosemreverênciae submissão. Figura38:SítiodaTocadoCaldeirãodosRodriguesI PNSC Fonte:AcervoFumdham

69 68 Nafotografia,umapeçaestáatrásdaoutraeumpoucodeslocadaparaadireita.O observadorestáumpoucoacimadaimagem,precisamenteaumaalturade18,5cmentrea mesa e a máquina fotográfica. Podemos observar um deslocamento entre as bonecas. Mesmo que a distância entre elas seja o dobro de seu tamanho, as figuras não se apresentamumasobreaoutraporqueestãodeslocadaslateralmente. Figura39:Fotosimulandoposiçãodeslocamentolateral Figura40:Fotosimulandoodeslocamentopordesnível

70 69 TESTE#2# Semelhanteaodesnível,identificamosasfigurasdeslocadasverticalmente,umafigurasobreacabeçadaoutra,enão aoladodaoutra.nestacomposiçãopodemosdizerquesãoplanosdesolosobreoutrosplanosdesolo,ouseja,planos posteriores.oobservador,nesteteste,estavaa29,5cmacimadafigura. Figura41:SítiodaTocadoNilsondaPedraSolta PNSC;Simulaçãoplanosposteriores Fonte:AcervoFumdham. No decorrer da história da arte, esse padrão de solução técnica é apresentado nas pinturasegípciaseromanas.mas,opadrãoencontradonaspinturasrupestrespréchistóricas sediferedaspinturaegipciasporque,noegito,paracadaplanorepresentadoéapresentada uma ação diferente. Na pintura préchistórica, os planos são integrados numa única ação, mesmoestandounsacimadosoutros,comoseasfigurasestivessemorganizadasemuma marcha. Esse padrão de planos posteriores também foi encontrado nas pinturas rupestres daregiãodoseridócrn.

71 70 Neste caso, o observador gráfico está posicionado acima do grupo representado, comoseestivessesobreummorroouemumaárvore,observandoachegadadogrupo.o observadorestarávisualizandoogruponumângulode45graus. Estes planos posteriores podem ocorrer entre duas figuras, como apresentado anteriormente,ouentregruposdefigurasalinhadas,comoemumaapresentação. Figura42:SítiodaTocadoBaixãodaRoçadoTintinoOPNSC Fonte:AcervoFumdham Outracomposiçãográficasemelhanteaestaanterior,naqualasfigurasselocalizam umassobreasoutras,mas,naanálisedaposturaedogestorepresentado,percebemosque existe um equilíbrio das figuras e o toque entre elas. A figura que está embaixo está segurando com as mãos os pés da figura que está em cima. Podemos então dizer que somenteafiguradebaixoestátocandooplanodosoloe,segurandotodasasoutrasnoar. Umavariaçãodessetipoderepresentaçãoocorrequandoaparecemfigurasinvertidas.Para elas temos duas diferentes hipóteses interpretativas, que vão estar diretamente dependentes do posicionamento do observador gráfico. Uma que eles são equilibristas e, outra,queestãoaplainadas. Nomeamos figuras aplainadas a solução técnica que tenha duas ou mais figuras posicionadasemsituaçõescontra#naturaestandoemaçãocomoutrasdamesmacena.para

72 71 considerarmos uma cena com figuras aplainadas, na cenografia deve existir mais de um observadorgráfico,sendoqueumdelesestaráa90graus,ouseja,notopodacena.seo observadorestivernaalturadacena,voltamosàclassificaçãoanterior,naqualasfigurassão consideradas equilibristas. Nas pinturas egípcias aparecem representações aplainadas indicandooconfrontoentreduasfiguras. Figura43:SítiodaTocadaEntradadoPajaú PNSC Fonte:AcervoFumdham

73 72 Figura44:TocadaEntradadoPajaú PNSC Fonte:AcervoFumdham Outro elemento a ser observado são figuras reduzidas dentro de uma mesma cenografia.asfigurassãoagenciadasdemododeslocado,emboraalgumasseapresentem emtamanhomenorqueoutras.

74 73 TESTE#3# Naturalmente, sabemos que se fixarmos o olhar em um objeto que cresce gradativamente,sabemosqueeleestávindoemnossadireção.imediatamentetemosuma reação de defesa contra este objeto, pelo menos até sua identificação. Seja adulto ou criança. Esse conhecimentodo que o que está perto do observador é maior, o que está distanteémenor estánonossosubconsciente. A redução gráfica dos objetos para indicar hierarquias de apresentação(quem está próximo do observador ou em primeiro plano) ocorrem inicialmente entre duas figuras, comonodesnívelinicial. Figura45:SítiodaTocadoSalitre PNSC Fonte:AcervoFumdham

75 74 Figura46:Fotosimulaçãoreduçãodefiguras TESTE#4# Podemos,emsequência,observarqueexistemessasreduçõesemgruposdefiguras comreduçãolateralgradual.acadafiguraareduçãoémaior,indicandoqueestámaislonge queaoutra. Figura47:SítiodaTocadoBaixãodaVaca PNSC Fonte:AcervoFumdham

76 75 Figura48:Fotosimulação Reduçãolateralgradual TESTE#5# Ainda podemos observar que, em certas cenas de apresentação de grupos antropomorfos,existereduçãodefigurasintercaladas,comose,naapresentaçãodogrupo, umalinhadefigurasestivessemaispróximadoobservadoreoutramaisdistante. A redução das figuras é apresentada tanto na parte superior da cabeça quanto na parteinferiordospés.issodemonstraqueoobservadorgráficoestáposicionadonocentro dafiguraevêareduçãoigualmenteemcimaeembaixo.essaobservaçãotambéméválida paraasreduçõesapresentadasanteriormente. Figura49:TocadaPassagem PNSC Fonte:AcervoFumdham

77 76 Figura50:Fotosimulaçãoredução(superioreinferior)defiguras TESTE#6# Outra representação na qual o agenciamento das figuras no suporte rochoso, apresentaoespaçoemrelaçãodeprofundidade,équandoobservamosque,nacena,todas ascabeçasdasfigurasrepresentadasestãonamesmaalturacomoseestivessemalinhadas naaltura.areduçãoacontecesomentenaparteinferiordasfiguras.nospés.paraqueeste tipodeimagemsejavisualizadonomundosensívelénecessárioqueoobservadorestejana altura ou um pouco acima da cabeça do grupo representado. No teste obtivemos uma diferençade8,6cmeoobservadorestavaaumaalturadeseisgraus. Figura51:SítiodaTocadoBadu PNSC Fonte:AcervoFumdham

78 77 Figura52:Fotosimulaçãoalinhamentosuperiorereduçãoinferior SEM#TESTES## Nem as soluções técnicas de sobreposições de figuras, nem as figuras aplainadas, necessitam de testes com fotos porque as sobreposições de figuras apresentadas numa mesmacena,jáindicamumespaçocomprofundidadepelovolumedecadaumadasfiguras representadas. Algumas estão na frente, outras estão atrás. Por outro lado, podemos afirmarqueassobreposiçõestêmomesmoagenciamentodefigurascomplanosposteriores (Teste 2), mas o observador posicionado em diferentes alturas. Para a sobreposição o observadorestánaalturadasfiguras,nosplanosposteriores,oobservadorestáa45graus. Figura53:SítiodaTocadaPedradoUnaII PNSC Fonte:AcervoFumdham

79 78 Para as figuras aplainadas, cada uma é apresentada de um modo diferente, temos que levar em consideração que estão sempre em uma postura contra# natura e compondo uma cenografia complexa, codificada com mais de um observador gráfico. Todas precisam seranalisadascomprocedimentodemaquetegráfica. Figura54:SítiodaTocadoSítiodoBoqueirãodaPedraFurada PNSC Fonte:AcervoFumdham Quadro6:Resumodostestesfotográficosrealizados MaquinaCanonEOS7D Lente CanonLens EF50mm1:1.2LUSM. Tamanhodafigurafotografada75,5cm Testes Teste1 Hmesa+ suporte H.Maq. Dist.da maq/1 a figura 38reto 42inclinado 35reto 46inclinado Dist. entre figuras Teste ,5 Teste De7a1 96 Teste e13 Teste e9 Teste Ângulode observação

80 79 Deacordocomestequadro,podemosafirmarque: 1. Paraqueocorramasreduçõesdasfigurasqueselocalizamnosplanosposteriores,é necessárioqueoobservadorestejanaalturadasfigurasrepresentadas,ouseja,com oolharpróximoàlinhadohorizonte. 2. As imagens correspondentes aos deslocamentos de figuras no espaço, seja no desnível, seja nos planos posteriores, o observador estará sempre próximo a 45 graus. 3.3 Assoluçõestécnicasgráficaspré7históricas Na área do Parque Nacional foi possível identificar cinco soluções técnicas. As análises das pinturas préchistóricas foram realizadas da mesma forma que a análise das pinturashistóricas,comoreconhecimentodoespaçotridimensionalexistenteentrealinha deterraelinhadohorizonte,posicionandooobservadorgráfico. Figura55:SítiodaTocadaRoçadoTintino PNSC.SituaçãoBidimensional. Fonte:AcervoFumdham Numa situação bidimensional, as figuras se encontram uma ao lado da outra, sem sobreposições ou posicionadas uma sobre a outra, ligadas fisicamente pelos pés nas mãos

81 80 doanterior,comoseestivessemfazendoacrobacias.afiguradebaixosustentaocorpoda figuradecima,eadecimaseguraoutra,atéaúltima.seasfigurasestãoligadasfisicamente, quandoasmãosdasfigurasdebaixotocamospésdasfigurasdecima,somenteaprimeira figuratocaalinhadosolográfico,todasasoutrasestãosendosustentadasporestaprimeira e,arepresentaçãoébidimensional. Figura56:SítiodaTocadoNilsondaPedraSolta PNSC Para que exista uma representação tridimensional, é necessário que em cena estejam, nomínimo, duas figuras representadas, que possuam as mesmas características gráficas e que estejam agenciadas no espaço do suporte com desnível de solo entre elas. Esta é a condição mínima para que seja considerada uma representação gráfica da profundidade. O espaço gráfico das cenas é delimitado pela distância entre a linha de terra, que representa o limite entre o espaço gráfico e o observador gráfico e, a linha do horizonte, marcada no alinhamento horizontal da visão da figura representada o mais longe do observador.nesteespaçográficoestãoinseridososdesenhoscontendocódigosgráficosde

82 81 identificaçãodoespaçotridimensional,lembrandoque,numarepresentaçãobidimensional, as linhas de terra e do horizonte se juntam, tornamcse uma única linha, às vezes materializada no desenho, às vezes não desenhada, mas possível de ser completada mentalmente,segundooalinhamentoobservadonasbasesdasfiguras. Alguns desses códigos gráficos que são identificados nas pinturas históricas são tambémreconhecidosnaspinturaspréchistóricas.sãocódigosqueforamsendoutilizadose aprimoradosaolongodotempo.naspinturasdoparquenacionalserradacapivara,grosso modo,algunscódigosgráficosdaprofundidadepuderamserreconhecidosdeimediato. 1. O agenciamento de figuras do mesmo tamanho, com as mesmas características gráficas,distribuídaspelosuporteemdiferentesalturas; 2. Figurasemposiçãocontra#natura; 3. Figurascomtamanhosreduzidos; 4. Sobreposiçõesparciaisdoselementospintados. A partir da seleção de imagens baseada nesses parâmetros anteriores, foram formadosgruposdeimagenscomsemelhançasnascaracterísticasderepresentaçãodesolo gráfico e posicionamento do observador gráfico. Foram sendo afinadas as semelhanças e diferenças nos agenciamentos das figuras sobre os solos gráficos. Observamos áreas setorizadas na cenografia correspondendo às áreas nucleares e periféricas, (PESSIS,2003), ondesãolocalizadososelementosprincipaisdacenaeseuscomplementares,comoocaso dealgumascenasdeárvoresedecaça. Em uma solução técnica podecse encontrar um ou mais códigos gráficos da representação do espaço tridimensional, alguns podem estar associados à posição do observador,outrosespecíficosdecertostemas,comoacaçaaoveadocomredesefiguras emposiçãocontra#natura. Algumas soluções técnicas podem ser observadas diretamente sobre as pinturas rupestres,outrassãomaisbempercebidasquandorealizamosoprocedimentodamaquete gráfica. Umamaquetegráficaéresultantedadecomposiçãodarepresentaçãotridimensional emfacesbidimensionais,capazesdeformargraficamente,nomundovirtual,umprotótipo dasituaçãoespacialrepresentada.comoauxiliodesoftwaredeprecisão,asfaceslateraise

83 82 de topo são desenhadas numa mesma cena, dispostas de modo perpendicular, apresentandoadistribuiçãoespacialdasfigurasemumplanodesolográfico,permitindoao observador gráfico mostrar todas as faces não apresentadas anteriormente. Deste modo, neste espaço virtual, as relações espaciais entre as figuras representadas são melhor percebidas. Como por exemplo, o estudo da grande onça da toca da Serrinha II, que na primeira análise achávamos que se tratava do tema humanos caçando a onça e posteriormente às análises, concluímos que se trata do tema a onça caçadora de humanos. Figura57:SítiodaTocadaSerrinhaII CenadacaçaàOnça. PNSC

84 DaÉpuraàMaqueteGráfica Osistemadiédricoouprojeçãodiédricaéosistemabásicodageometriadescritivae éatravésdelequeseconstróiumaépura.criadoporgasparmonge,nofinaldoséculoxviii, possibilitouoestudodeumpontonoespaço. Quadro7:Sistemadiédrico Este sistema, até os dias atuais, é utilizado para produção de desenhostécnicosnoplanejamentoe construção gráfica de objetos no espaço tridimensional a partir de imagensbidimensionais. É composto por dois planos, umverticaleoutrohorizontal,quese interceptamformandoquatrodiedros com planos perpendiculares à linha deterra. Fonte: Figura58:ProcessodetransformaçãodaÉpura. Fonte:

85 84 Por serem instrumentos matemáticos, o sistema diédrico e a épura permitem transformar projeções bidimensionais em uma perspectiva, guardando suas proporções métricas.paraconstruirumdesenhotridimensionalatravésdaépuraénecessárioconhecer pelomenosumafacelateral,umafacefrontaleafacesuperioroutopodoobjeto.estastrês facesvãocomporostrêsplanosdodiedro:overtical,queserefereàsalturas,ohorizontal, que fornecerá os afastamentos da planta baixa, e a face posterior da peça. Conforme exemplificado no desenho a seguir, o prolongamento dos limites das faces de modo perpendicular ao plano e a intersecção no espaço dos pontos correspondentes às faces apresentadas do objeto vão projetar, no espaço tridimensional, o objeto sólido em perspectiva. Figura59:Modelodecomposiçãooudecomposiçãocenográfica. VistasOrtográficasSolidoTridimensional A pintura rupestre já é um produto final. O processo deverá ser desenvolvido de forma inversa. Da projeção tridimensional à projeção bidimensional. A análise do espaço tridimensionalrepresentadosóserápossívelapartirdeumamaquetegráfica.pararealizar uma maquete gráfica dessas cenas apresentadas nas pinturas rupestres, será necessário primeiro decompor a cena através da épura para obter, no mínimo, duas faces bidimensionais;

86 85 1. Aplantabaixa,quecorrespondeàdistribuiçãoespacialdasfigurasnosolográficoe; 2. Arelaçãodasaltimetriasentreasfigurasnumavistafrontal. Comestasduasfacesbidimensionaiseoauxiliodesoftwareespecializado,podeCse criarumamaquetegráficaeanalisaracenografiaportodososoutrospontosdevistanão apresentados. Para ilustrar o processo de transformação da forma bidimensional para a tridimensional, exemplificamos com uma ilustração no primeiro diedro de um quadrado onde na estrutura bidimensional limitado pelo eixo Y da profundidade e eixo X do afastamento. O eixo Z da cota não se apresenta no modo bidimensional. Essa é uma situação na qual o observador vai estar no topo da imagem e observa um mapa ou uma plantabaixa. Figura60:Situaçãobidimensional PlantabaixaouMapa;Situaçãotridimensional Perspectiva InclinandooeixoYa45graus,podemosverasituaçãotridimensionalformadaentre os eixos do afastamento, da profundidade e da cota Z. Acompanhando a inclinação, as medidas que eram tomadas em ângulo reto, 90 graus, deverão acompanhar a inclinação. Portanto,aalturadoquadradocomhachuraéreduzidade1mpara0,7071m.Essamudança ocorredevidoàinclinaçãodoeixoyem45graus,ondeocossenoé1meosenode45 0, resultaem0,7071m.oquadradovistoemperspectivaédistorcidoetemaalturanoeixoy menorquealarguranoeixox.

87 86 Oprocessodeanálisedaspinturasrupestresdeveserrealizadoutilizandoaépurano sentido inverso. Da tridimensionalidade à bidimensionalidade. Partindo da imagem da pintura rupestre com representação do espaço tridimensional, procuramos decompor a cenografiatridimensionalemfacesbidimensionais. Comoresultado,vamossempreobterafacecomaaltimetriadetodasasfigurasea plantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasnosolográfico.juntandoasduasfacesno software de precisão, colocando as figuras decalcadas da imagem ou do modelo no local indicado pela épura na planta baixa, vamos obter a maquete gráfica tridimensional da cenografia. Um exemplo do processo será apresentado com uso de uma pintura rupestre. Tomamos a caça da Toca da Serrinha II. TrataCse de uma representação em profundidade, apresentando um plano com uma visão superior ao ângulo de 45 graus. Entre a onça e as figurashumanas,háumespaçoondeaonçaestácentralizadanosemicírculoformadopelas figurashumanas.umadelasestágrudadanabocadaonça.esteéopontonucleardacena. Sobre o primeiro diedro, é inserida a imagem captada por fotografia ou fotogrametria, sempre com a maior resolução possível. Para o primeiro passo da maquete gráfica,seránecessáriovetorizartodasasfigurasparaqueosoftwareautocadreconheçaa figura representada como um elemento gráfico. As figuras foram contornadas com uma pollyline 19,respeitandoaomáximooslimitesdecadafigura.Aimagemfotográficapodeser desprezada após a finalização das vetorizações, mas a qualquer momento ela poderá ser resgatadanasmesmascondiçõesanteriores. Foramentãomarcadospontosdereferênciacorrespondendoaoslimitesdosolode cadafigura:umpontoparacadaumdospése,umpontocentralnacabeçadafigurapara marcaraalturaedirecionarasfigurasnamaquetegráfica. 19 ComandodoAutoCADparadesenharumalinhaligadaaoseguimentodalinhaanterior.

88 87 Figura61:SítiodaTocadaSerrinhaII,Caçaàonça. PNSC Fonte:ImagemacervoFumdham Aregrageralparamontagemdaplantabaixacompreendeolevantamentodecada figura,seguindoamarcaçãodospéseadireçãocorporal.umaexceçãoaestaregraocorrerá emsituaçõescenográficascomoapinturadaonçadatocadaserrinhaouacaçaaoveado datocadoestevoiiiedatocadachapadadocruz,ondeoanimalrepresentadoébem maior que o tamanho natural, tendo como referência de proporção em relação à figura humana. Quando pintados, esses animais ocupam toda a área central da cenografia destinadaaeles.nocasodaonçaexisteumsemicírculodelimitandoestaárea;nocasodo veado há o quadrado central. Se seguirmos o procedimento geral para levantar todas as figuraspelosmarcadoresdepésecabeças,essesgrandesanimaisirãoocuparsomenteuma daslaterais,deixandovazioorestantedaárea.nestecaso,oprocedimentodeveráseguirde maneira diferente do geral, levantando as figuras zoomorfas pelo seu eixo central, colocandocasnocentrodaáreaeajustandoarelaçãoespacialcomasfigurasqueastocam, como é o caso da figura humana capturada pela onça da Serrinha, que se apresentará inclinada,comoseestivessesendoarrastadapelaonça.

89 88 Figura62:DecalquedaspinturasrupestresdoSítiodaTocadaSerrinhaII. Posteriormenteaestetrabalhoinicial,asfiguraspodemsersubstituídaspelasfiguras do modelo fotogramétrico diretamente na maquete gráfica, incluindo também a irregularidade do suporte, embora as imagens escolhidas para estes trabalhos estejam dispostassobrerelevosplanos. Amarcaçãodascoordenadasdecadafigurafoirealizadacomoprolongamentodos pontos de marcação aos eixos da abscissa e ao eixo distancia Linha de Terra. As linhas da profundidadesãoparalelasàabscissaeaslinhasdasdistânciaslateraisparalelasàlinhade terra.

90 89 Figura63:Maquetegráfica.

91 90 4 SOLUÇÕESTÉCNICASGRÁFICAS,COMIDENTIFICAÇÃODOESPAÇOTRIDIMENSIONAL, NASPINTURASDOPARQUENACIONALSERRADACAPIVARA Nas pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara, identificamos cinco diferentes soluções técnicas representando graficamente o espaço em profundidade. Em trêsdascincosoluçõestécnicasidentificadas,foipossívelencontrardiferençasnomodode apresentaclas. Como se houvesse um elemento a mais, sem mudar o código apresentado. Podemos então afirmar que, nas pinturas do Parque Nacional Serra da Capivara PNSC existem doze soluções técnicas diferentes para representar a profundidade. Algumas, representadas de modo semelhante à perspectiva renascentista, outras com códigos de difícilinterpretação.osexemplaresserãoapresentadossegundoarelaçãoabaixo. ST1 PLANOSSOBREPOSTOS ST2 PLANOSPOSTERIORES ST3 PLANOSDESLOCADOS ST3A DeslocamentoporDesnível ST3B DeslocamentoDiagonal ST3C DeslocamentoSeriado ST3D DeslocamentoCircular ST3E DeslocamentoSemicircular ST4 REDUÇÃODEFIGURAS ST4A ReduçãoCentral ST4B ReduçãoFugaLateral ST4C ReduçãoFugaSuperior ST4D ReduçãoFugaInferior ST5 APLANADAS

92 SoluçãoTécnicaST1:PLANOSSOBREPOSTOS Foramobservadostrêstiposdiferentesdesobreposiçãodefigurasnaspinturasrupestres.A primeira,quandoumanovapinturaérealizadasobreoutraquejáexistianosuporteeque não foi considerada pelo novo autor. Nenhuma relação existe entre as duas pinturas. A segunda, quando já existia uma pintura antiga no suporte e, sobre ela, fazcse um complementodacena;sobreumaonçajápintada,pintamcseoscaçadores. Figura64:Mapalocalizaçãodasoluçãotécnica01. PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA RELAÇÃOSITIOSARQUEOLÓGICOSDASOLUÇÃOTÉCNICA SítiodaTocadaPedradaUnaII 49 SítiodaTocadoMorcego 39 SítiodaTocadaInvenção 558 SítiodaTocadasEmasdoDelmiro 26 SítiodaTocadoVento

93 92 São duas pinturas realizadas em tempos diferentes sobre um mesmo conjunto gráfico. A terceira e última sobreposição identificada é a que vamos considerar neste trabalho. São sobreposições de figuras previamente planejadas para compor uma mesma cena. Assobreposiçõesdefigurasnumacenabidimensionalsãoumcódigográficodeuma representaçãodoespaçotridimensional.considerandoquecadafiguraocupaumlugarno espaço,umafiguraestá,portanto,atrásouàfrentedaoutra. SÍTIO:TocadoVento N 0 C026 LOCAL:SerraBranca PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA Figura65:SítiodaTocadoVentoOPNSC Fonte:AcervoFumdham Figura66:Desenhodapintura

94 93 Figura67:Simulaçãodapinturanoprimeirodiedro MUNICÍPIO:BrejodoPiauí ANODESCOBERTA:1973 DADOS:Fumdham COORDENADAS C42, C8, COTA:453 SÍTIOESCAVADO:Sim TIPOSÍTIO:AbrigoRochoso PINTURARUPESTRE DATAÇÕES SÍTIO: 2790+/C110BP(GIFC4924),2880+/C90BP (GIFC4624),2900+/C110BP (GIF 4923),2810+/C60(BETA196302),8500+/C60BP(BETA200147). DATAÇÃODEPINTURA:Não TRATAMENTOSUPORTE:Nenhum SUPERFÍCIESUPORTE:Lisa INSTRUMENTO:Pincel CORES:Vermelho CONTORNOS:Não PREENCHIMENTO:Geométrico QUANT.FIGURAS:4 TIPOS:Antropomorfos TEMA:Luta BRAÇOS:Sim MÃOS:Não PERNAS:Sim PÉS:Sim PESCOÇO:Sim IND.SEXO:SimCofalo CABEÇA:Redonda CORPO:Retangular ADORNOS:Cocar ARMAS:Sim,propulsorelança OBJETOS:Não DISPOSIÇÃOESPACIAL: Asfigurasdivididasduasaduas seencontramemposiçãode confrontoocupandoumespaço horizontalnacenografia. OBSERVADORGRÁFICO: 45graus CÓDIGOGRÁFICO: Mesmoqueasobreposiçãoseja nasflechas,podecseobservar queasfiguras1e3estãomais recuadasqueas2e4. Asfigurasestãointeragindoemlutaduasaduas.Podemosobservarquea FIGURAS1,2,3e4 flechadeumaestáatingindoabarrigadaoutra.ambasirãomorrer. OBS:Asfiguras2e4estãomaispróximasdoobservadore,segundoadireçãodofalo,elasestãode costas.emconsequência,asfiguras1e3estãodefrenteparaoobservadoremaisafastadas.

95 94 Aseguir,asimagensdamaquetegráfica.Observamosqueasobreposiçãodasflechasévista no plano bidimensional, mas olhando a maquete gráfica notamos que as duplas estão desalinhadasnoplanodesolo,apresentandoaprofundidadenãosomenteentreasduplas, masentreasfiguras. Figura68:Nomomentodacolocaçãodaimagemnodiedro. Figura69:Plantabaixacomalocalizaçãodosdoisgrupos.

96 95 Figura70:Maquetegráfica Elevaçãolateral.Alinhadeterracoincidecomalinhadohorizonte. Figura71:MaquetegráficaOVoodepássaro. ' ' 4.2 SoluçãoTécnicaST2 PLANOSPOSTERIORES As figuras são apresentadas umas sobre as cabeças das outras. Cada figura vai corresponderaumplanobidimensionaleoconjuntoformaarepresentaçãotridimensional. As figuras posicionadas acima não tocam nas figuras que estão embaixo, portanto, não formam um espaço vertical como representação de equilíbrio ou escadas humanas. Nestecaso,oobservadorestáacimade45grauseadistânciaentreasfigurasémaiorqueo tamanhodafiguradafrente.

97 96 Figura72:Mapadelocalizaçãodasoluçãotécnica2. PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA RELAÇÃOSITIOSARQUEOLÓGICOSDASOLUÇÃOTÉCNICA SítiodaTocadaEscadadoPaulinho 121 SítiodaTocadoBixãodoPerigoso 39 SítiodaTocadaInvenção 264 SítiodaTocadoPovodaExtremaI 123 SítiodaTocadoNilsondoBoqueirãodaPedra 99 SítiodaTocadoPingadoLoirinho Solta 6 SítiodaTocadaEntradadoPajaú 99 SítiodaTocadoPingadoLoirinho 557 SítiodaTocadoPauDóia 72 SítiodaTocadoCaldeirãodo RodriguesI 49 SítiodaTocadoMorcego 401 SítiodaTocadoBaixãodaRoçado TintinoII 894 SítiodaTocadoJoãoLeite 476 SítiodaTocadoMartiliano

98 97 SÍTIO:TocadoNilsondaPedraSolta N 0 C123 Local:SerraBranca PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA Figura73:Desenhorealizadosobreafotografia Fonte:AcervoFumdham Figura74:Simulaçãodainserçãodaimagemnoprimeirodiedro.

99 98 MUNICÍPIO:JoãoCosta ANODESCOBERTA:1979 DADOS:Fumdham COORDENADAS C42, C8, COTA:401 SÍTIOESCAVADO:Não TIPOSÍTIO:AbrigoRochoso PINTURARUPESTRE DATAÇÕESSÍTIO:Não DATAÇÃODEPINTURA:Não TRATAMENTOSUPORTE:Nenhum SUPERFÍCIESUPORTE:Lisa INSTRUMENTO:Pincel CORES:Vermelho CONTORNOS:Não PREENCHIMENTO:Cheio Q.COMPONENTES:8figuras 4pares TIPOS:Antropomorfos TEMA:Dança BRAÇOS:Sim MÃOS:Não PERNAS:Sim PÉS:Sim PESCOÇO:Sim IND.SEXO:Não CABEÇA:Redonda CORPO:Oval ADORNOS:Não ARMAS:(Pedranamão) OBJETOS:Sim DISPOSIÇÃOESPACIAL: Apesardeestaremunssobreacabeça dosoutros,noespaçográficoasfiguras seencontramumasatrásdasoutras CONJUNTODE FIGURAS OBSERVADOR GRÁFICO: 45graus CÓDIGOGRÁFICO: Asfigurasdetrásestãocomospésacima dascabeçasdasfigurasdafrente.não existemsobreposiçõesdefigurasporqueo observadorestáacimade45graus. Observamosqueasfiguras1e7têmodesenhodocorpodiferente.Todasasfiguraspossuem umobjetonasmãoscontráriaàsquetocam,oparceirodolado.apesardesempreacharmos queotemaseriaumadança,podetambémserinterpretadocomoumaluta,considerando tambémquealgunsestãoagarradosnacabeçadooutrocomosepodevernasprimeirase terceirasfigurasdebaixoparacima.naprimeiradupla,figuras1e2,umadasfigurasatingiua outracomoobjetoquehaviaemsuamão. Afigura6estádeslocadaparaoladoeparacima,ficandocomacabeçanomeiodasfiguras7 e8. Na maquete gráfica, abaixo apresentada, fica evidente que uma figura está posicionadaatrásdaoutra.oobservadorestáa45graus,porissopodemosobservaropéda figuradetrás,acimadacabeçadafiguradafrente. Figura75:Afotografiasendoinseridanoprimeirodiedro

100 99 Figura76:Aplantabaixaresultantedaépura. Figura77:Maquetegráfica Aelevaçãolateralcomasfigurasemposiçãobidimensional. Figura78:Maquetegráfica Umavisãolateralemvoodepássaro.

101 SoluçãoTécnicaST3 PLANOSDESLOCADOS Naanáliserealizadadiretamentesobreoplanobidimensional,sóépossívelobteras medidas nas alturas das figuras e nas distâncias laterais entre elas. A solução técnica do deslocamento apresenta a relação tridimensional entre as figuras, que estão sobre plano inclinado. A quantidade de solo apresentada estará diretamente relacionada ao posicionamento do observador e ao afastamento entre a Linha do Horizonte e a Linha de Terra.Quantomaisaltooobservadorseencontra,maisdistantesestarãoaslinhasemaior quantidadedesolográficoseráapresentadanacena ST'3A':''Deslocamento'por'desnível' Oexemplomaissimplificadodestasoluçãotécnicaocorrequandoacenaapresenta unicamenteduasfiguras,umaposicionadamaisaltoqueaoutra. Analisandoapinturanumplanobidimensional(alturaeafastamentocomobservador frontal), existe unicamente um desnível entre elas, como um degrau, conforme demonstradonafiguraabaixo. Emrelaçãotridimensional(Altura,afastamentoeprofundidadecomobservadora45 graus), as figuras se encontram num mesmo plano de solo, apenas com a diferença na medidadaprofundidade.seelasseencontrassemnomesmoalinhamentohorizontal,sem diferençaaltimétrica,seriaumainterpretaçãobidimensional. Figura79:Simulaçãodasituaçãodedesnível

102 101 Figura80:Mapadelocalizaçãodasoluçãotécnica3A. PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA RELAÇÃODOSSITIOSARQUEOLÓGICOSDASOLUÇÃOTÉCNICA73A 72 SítiodaTocadoCaldeirãodoRodriguesI 27 SítiodaTocadoCaboclodaSerra Branca 123 SítiodaTocadoNilsondoBoqueirãoda PedraSolta 254 SítiodaTocadoVeredãoVII 56 SítiodaTocadoSobradinho 1145 SítiodaTocadoAngicodaSerra Vermelha

103 102 SÍTIO:TocadoCaldeirãodosRodriguesII N 0 :401 Local:SerraTalhada PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA Figura81:SítiodaTocadoCaldeirãodosRodriguesIIInoPNSC Fonte:AcervoFumdham Figura82:Desenhodapintura

104 103 Figura83:Simulaçãodacolocaçãodaimagemnoprimeirodiedro MUNICÍPIO:CoronelJoséDias ANODESCOBERTA:1974 DADOS:Fumdham COORDENADAS C42, C8, COTA:501 SÍTIOESCAVADO:Sim DATAÇÕES SÍTIO: /C600BP (GIFC5406), 7610+/C80BP (GIF6438), 9480+/C170BP(GIFC5650). TIPOSÍTIO:AbrigoRochoso DATAÇÃODEPINTURA:Não PINTURARUPESTRE TRATAMENTOSUPORTE:Nenhum SUPERFÍCIESUPORTE:Lisa INSTRUMENTO:Pincel CORES:Vermelho CONTORNOS:Não PREENCHIMENTO:Cheio Q.COMPONENTES:2 TIPOS:1antropomorfoe1zoomorfo TEMA:Reverência BRAÇOS:Sim MÃOS:Sim PERNAS:Sim PÉS:Sim PESCOÇO:Sim IND.SEXO:Sim ofalo CABEÇA:Sim CORPO:Retangular ADORNOS:Não ARMAS:Não OBJETOS:Não DISPOSIÇÃOESPACIAL: Umúnicoplanodesolo OBSERVADORGRÁFICO: 45graus. CÓDIGOGRÁFICO: Umafiguramaisaltaqueaoutra.Desnível Antropomorfoemgestodesubmissãoaumpássaroouhomempássaro.Comotronco FIGURA1 inclinadoeosbraçosdirecionadosaopássaro.suaposiçãodiagonalsecolocano sentidotransversalemrelaçãoaele. FIGURA2 Umpássaroouumhomempássarocomasasoubraçosabertosemrespostaaogesto desubmissãodafigura1.encontracsenumnívelmaisdestacadoqueafigura1,masse inclinaemsuadireçãocomoseaceitassesuasubmissão.

105 104 Na maquete gráfica, observamos o posicionamento das figuras no plano bidimensional da planta baixa. Apesar das figuras estarem face a face, elas se posicionam lado a lado, como se estivessem em posição de defesa entre elas. A figura do pássaro se localizaumpoucomaisaltaqueafigurahumana. Figura84:Plantabaixa Figura85:Maquetegráfica Pontodevistaigualaodaimagem Figura86:Maquetegráfica Pontodevistacomoobservadormaisaltoqueorepresentadonapintura.

106 105 ' ST'3B:'Deslocamento'em'diagonal' Deslocamentoemdiagonalocorrepelaexistênciadeumaáreadecontatoentredois grupos de figuras representando uma atividade de confronto. Podem estar associados a temascomoacaçaoualuta. Foi considerada anteriormente, (PESSIS, 1987), como planos individuais horizontais sucessivos,sobreumeixovertical,oufigurascomplanoshorizontaisestruturadosemtorno deumeixooblíquo. Considerandotodasasfigurasposicionadassobreumúnicoplanodesoloinclinado, com o observador localizado acima de 45 graus, as figuras são relacionadas em deslocamentodentrodesseespaçotridimensional.oespaçovazioexistenteentreosgrupos échamadodediagonalpelatendênciadedireçãodamaioriadosexemplaresidentificados, emborapossatambémserobservadoquasenavertical. Figura87:Simulaçãodoespaçodiagonalnoprimeirodiedro

107 106 Figura88:Mapadelocalizaçãodasoluçãotécnica3B. PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA RELAÇÃODOSSITIOSARQUEOLÓGICOSDASOLUÇÃOTÉCNICA73B 51 SítiodaTocadoJoãoArsena 37 SítiodaTocadoArapuádoGongo 33 SítiodaTocadaExtremaII 894 SítiodaTocadoJoãoLeite 577 SítiodaTocadoConflito

108 107 SÍTIO:TocadaExtremaII N 0 :033 Local:SerraBranca PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA Figura89:SítiodaTocadaEstrema,PNSC Fonte:AcervoFumdham Figura90:Desenhodasfigurasrepresentadas,separadasdosuporterochoso

109 108 Figura91:Simulaçãodainserçãodapinturanoprimeirodiedro MUNICÍPIO:JoãoCosta ANODESCOBERTA:1973 DADOS:Fumdham COORDENADAS C42, C8, COTA:393 SÍTIOESCAVADO:Sim DATAÇÕESSÍTIO:ET.303=4730+/C110BP,(GIFC5401.ET.62487/82074=1420+/C 50BP(BETAC115911),ET.62457=2960+/C60BP(BETAC114016),ET.82211=3100 +/C50BP(BETAC115912) TIPOSÍTIO:AbrigoRochoso DATAÇÃODEPINTURA:ET.62435pingotinta=3350+/C60BP(BETAC ).ET Bloco=3130+/C50BP(BETAC223089) PINTURARUPESTRE TRATAMENTOSUPORTE:Nenhum SUPERFÍCIESUPORTE:Lisa INSTRUMENTO:Pincel CORES: Vermelho e amarelo CONTORNOS:A maior parte sem contorno. As figuras 9 e 16 têm contorno vermelho e fundo amarelo. PREENCHIMENTO: A maior parte é cheia vermelha;figuras9e16sãoamarelas. Q. COMPONENTES:19 figuras e somente 2 mortas (3 e 10). TIPOS:Antropomorfos TEMA: Violênciagrupal BRAÇOS:Sim MÃOS:Não PERNAS:Sim PÉS:Sim PESCOÇO:Sim IND.SEXO:Não CABEÇA:Redonda CORPO:Ovaleredondo ADORNOS:Penachos ARMAS:Flechas OBJETOS:Mochilaemaracás DISPOSIÇÃOESPACIAL: As figuras são posicionadas deslocadas em escalonamento diagonal. Um grupo à direita e outro à esquerda da área central, que é um território neutro. OBSERVADOR GRÁFICO: Acimade45 0 CÓDIGOGRÁFICO: As figuras não se sobrepõem, mesmo estando umas sobre a cabeça das outras. Espaço central entre grupos, pode ser diagonal ou outra forma, comovertical,éumterritórioneutro.nestecaso da extrema, apenas duas figuras de grupos diferentes se tocam. Essa é a área nuclear da representação.

110 109 Essa solução técnica está ligada ao tema de guerra. 1. Éumacenadeguerraentredoisgrupos.Entreelesexisteumespaçoreservado.Comoumaáreaque permiteumespaçodesegurançaentreeles.àsvezes,esteespaçoéapresentadonosentidodiagonaldacena, emoutrasnosentidovertical,massempreseparandoosdoisgruposatoresemumconfronto. 2. NestacenadaExtrema,duasfigurasinvademesteespaço.Sãoasduasúnicasfigurasquesetocam.A figura13seguraacabeçadafigura14eaarrastadecostasparaoladocontrárioaogrupodela. 3. queaspernasdafigura14estãoabertaseospésestãodesenhadosparaoladodefora.todaatensão dessafiguraestánasmãosqueseguramsuacabeça. 4. Asfiguras5,17e1temofalo. 5. Afigura7estácaindoparatrás.Suaspernastêmdesenhodiferenciado,comoseojoelhoestivesse fletido,osbraçosabertoseumaflechanacabeça,masaparentementeaflechaestánosentidocontrárioao inimigo,oquesugerequeafigurapertenceaogrupocontrárioouéumpenacho. 6. Asfiguras9e16têmocorpopintadodeamarelocomcontornosemembrosvermelhos. 7. Asfiguras3e10aparentementeestãomortas. 8. Asfiguras1,2e9seguramummaracánamão. 9. Asfiguras17e18carregamumobjetonascostas. Figura92:Simulaçãodeinserçãodaimagemnoprimeirodiedro.

111 110 Figura93:Plantabaixacomadisposiçãodasfigurasnosolográfico. Figura94:Elevaçãodasfiguras pontodevistabidimensional LinhadeTerracoincidecomLinhadoHorizonte. Eixodiagonal Na maquete gráfica fica clara a situação dos quatro grupos: os que estão na ativa, localizadosnoeixodiagonalformandoaáreanucleare,osqueestãolutandonaretaguarda. Naáreanucleartemosasfiguras4,6,9e5nogrupodaesquerdae16,15e14nogrupoda direita. Estas figuras formam o eixo diagonal, com a área nuclear nas figuras 13 e 14, as únicasquesetocam.

112 111 Figura95:Maquetegráfica voodepássaroo30graus emlaranja,oeixodiagonal Eixodiagonal Figura96:Maquetegráfica voodepássaro 45graus,apresentandoos4gruposalinhadoseoespaçodiagonalbem definido Eixodiagonal

113 ST'3C:'Deslocamento'seriado' Esta solução técnica é composta por uma série de figuras com planos de solo deslocadoslateralmenteouformandoumasériedefigurasquaseemposiçãobidimensional. Algumas figuras maiores se localizam um passo à frente, como se estivessem liderando o grupo. O afastamento dessas figuras com dimensões maiores que as demais, indica uma representaçãotridimensional. Asanálisesespaciaispermitiramobservarqueasfigurasdispostasemsérienãoestão presas a uma linha guia de solo e, sim, dispostas deslocadas, umas mais à frente e outras mais atrás. Esses pequenos deslocamentos, podem até sugerir que estão andando lado a lado. Figura97:Simulaçãodeumacomposiçãodedeslocamentoseriado.

114 113 Figura98:Mapadelocalizaçãodasoluçãotécnica3C. PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA RELAÇÃOSITIOSARQUEOLÓGICOSDASOLUÇÃOTÉCNICA73C 130 Sítio da Toca do Morro das Figuras do AngicalII 243 SítiodaTocadoGrotãoIII 12 SítiodaTocadaBoaVista 54 SítiodaTocadoPingadoBoi 279 SítiodaTocadoCaldeirãodosRodriguesII 270 Sítio da Toca do Caldeirão dos CanoasIV 49 SítiodaTocadoMorcego 24 Sítio da Toca da Roça da Pedra Furada 23 SítiodaTocadoBoqueirãodaPedraFurada 545 SítiodaTocadasEminhasAzuis 22 SítiodaTocadoSítiodoMeio 6 SítiodaTocadoPajaú 37 SítiodaTocadoArapuádoGongo 402 SítiodaTocadoBaixãodoTintinoIII

115

116 115 Figura101:Simulaçãodainserçãodaimagemnoprimeirodiedro. MUNICÍPIO:BrejodoPiauí ANODESCOBERTA:1980 DADOS:Fumdham COORDENADAS C42, , COTA:371 SÍTIOESCAVADO:Não DATAÇÕESSÍTIO:Não TIPOSÍTIO:AbrigoRochoso DATAÇÃODEPINTURA:Não PINTURARUPESTRE TRATAMENTOSUPORTE:Nenhum SUPERFÍCIESUPORTE:Lisa INSTRUMENTO:Pincel CORES:Vermelhoseamarelos CONTORNOS: Vermelhos eamarelos PREENCHIMENTO:Vermelhoseamarelos. Q.COMPONENTES:46 TIPOS:Antropomorfos TEMA:Apresentação BRAÇOS:Sim MÃOS:Sim PERNAS:Sim PÉS:Sim PESCOÇO:Sim IND.SEXO:Sim ofalo CABEÇA:RedondaeV CORPO:LinhaeRetangular ADORNOS:Algumasfigurascarregamum cocar com penas e outras uma máscara em V. As figuras 1 e 2 trazem máscaras completas. DISPOSIÇÃOESPACIAL: Longitudinal OBSERVADORGRÁFICO: Mesmoníveldasfiguras ARMAS: Não, só a figura 7 tem propulsoreflecha. OBJETOS:Figuras3,5e 6objetonamão. CÓDIGOGRÁFICO: Alternânciadetamanhosdasfigurasedosestilos gráficoscomsobreposição,deslocamentoe reduçãodefigurasnamesmacena Apinturaéformadapelacomposiçãode5diferentesgruposdeantropomorfos,ondecadaumapresenta suas características gráficas próprias. Esses grupos são separados por figuras maiores, geralmente mascarados,aparentandoestarumpassoafrentedosdemais. Contornadadevermelhoepreenchidaemamarelo,afigura1estátotalmentecoberta Figura1 porumamáscara. GRUPO1 10FIGURAS Figurascomcorposamarelos,membrosecabeçavermelhos.Sãorepresentadosporuma linha,cabeçasredondaseemv.braçosabertoscomsobreposiçõesdosmembros.todas

117 116 Figura2 GRUPO2 6FIGURAS Figura3 GRUPO3 6FIGURAS Figura4 asfigurastêmfalodirecionadoparaogruposeguinte. Cobertacommáscaraatéoiníciodaspernas,temumfaloepernas,braços,pésemãos. Napartesuperiordacabeça,amáscaratemumvolumeemVcomoumchifre. Oscomponentesdessegrupoapresentamcontornovermelhoepreenchimentoamarelo. Todasasfigurasparecemestarmascaradasporqueacoramarelacontinuaportodoo corpo,menosnaprimeirafigurinha,quetemamáscaraemv.todostêmbraços,pernas epés. Estão representados cinco componentes embora possamos verificar que, sobre a segundafiguradaesquerdaparaadireita,parecehaverumafigurinhadecolo,cujopése confundecomopossívelfalodaprimeirafigura. Aquartafiguratemumobjetoovalnamãodireita. Corpo longilíneo vermelho com máscara em V. Tem falo e objetos ovais nas mãos. Compostoporbraços,pernasepés. Compostoporcincofiguras(maisumalocalizadadepoisdafigura4),todascomcocare máscara, pintadas em vermelho. Três tem falo e correspondem com as que possuem cocar com pena. As com máscaras em V, não apresentam o sexo. As figuras 3 e 5 parecemestardançando.todastêmbraços,pernas,pésemãos. Estafigura,maiorqueogrupoapresentado,parecedividirogrupo3porquedepoisdela hásomenteumafigurapintadadevermelhocomoogrupoanterior.opróximogrupo temcaracterísticasbemdiferentes.estegrupoéformadoporseisfiguras. Têm um corpo vasado, sem cor, cabeça redonda, com um círculo na altura da bacia, podendo representar uma gravidez ou uma vulva. Os braços, direcionados para o próximogrupo,têmmãos.observacseaindaapresençadepernasepés. GRUPO4 Esse grupo é semelhante ao grupo 2, contornados de vermelho com preenchimento 9FIGURAS amarelo.elesapresentamatécnicadocontornoaberto,tambémtêmmáscarasemvea primeirafiguratemobjetosovaisnasmãos.têmbraços,pernasepés. Figura5 Contorno vermelho com preenchimento vazio. Cabeça redonda com braços, pernas e pés.levamobjetosovaisnasduasmãos. GRUPO5 8FIGURAS Composto por oito figuras, duas com cocar com penacho, um cocar com leque e têm máscaraemv.somenteduasfigurasaparecemcomascabeçasredondas.sãocompostas porpernas,mãosepés. Semelhanteàfigura3,corpolongilíneopintadodevermelhocommáscaraemV.Levam objetosovaisnasmãos.compostoporbraços,pernasepés.nãoháindicativodesexo. Figura6 Figura7 Também longilínea, com um cocar de penacho e está composta por braços, pernas e mãos. Figura8 Única figura armada da cena, apresenta propulsor e flechas. Possivelmente ela não pertence a esta cena. Composta por máscara em V, com corpo mais robustos que os apresentadosanteriormente.tembraçosepernas.

118 Figura 1: Simulação de inserção da imagem no primeiro diedro. Figura 2: Planta baixa com a disposição das figuras no solo gráfico. Figura 3: Maquete gráfica Vista lateral bidimensional. Figura 4: Maquete gráfica Vista em voo de pássaro

119 ST''3D:'Deslocamento'Circular' Asfigurasseencontramdeslocadasdemodoirregular,formandojuntas,umespaço circular. Este tipo de representação é encontrado associado a dois posicionamentos do observador.umquandoeleestáa90graus,ouseja,notopodaimagem,queseapresenta comoummapaouplantabaixa.paraestecaso,apresentamosaseguiracenadapesca,na qualasfigurasestãonadando,circulandoumoudoispeixesesendoobservadasa90graus. Nacenadaárvore,asfigurasestãoapresentadassobreaárvore,masnarealidadeoespaço ocupado por elas corresponde ao entorno da árvore. Neste caso, as figuras formam uma circunferênciameioovoide. Figura106:Simulaçãodasfigurasemdeslocamentocircular.

120 119 Figura107:Mapadelocalizaçãodasoluçãotécnica3D. PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA RELAÇÃOSITIOSARQUEOLÓGICOSDASOLUÇÃOTÉCNICA73D 12 SítiodaTocadaBoaVista 364 SítiodaTocadoCaldeirãodaVacaI 6 SítiodaTocadaEntradadoPajaú 1099 SítiodaTocadaJuremadoGongo 123 SítiodaTocadoNilsondoBoqueirãoda PedraSolta 115 SítiodaTocadasEuropasII

121 120 SÍTIO:TocadoNilsondaPedraSolta N 0 :123 Local:SerraBranca PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA Figura108:SítiodaTocadoNilsondaPedraSolta,PNSC. Fonte:AcervoFumdham

122 121 Figura109:Desenhodasfigurasrupestres.

123 122 Figura110:Simulaçãodainserçãodasfigurasnoprimeirodiedro. MUNICÍPIO:JoãoCosta ANODESCOBERTA:1979 DADOS:Fumdham COORDENADAS C42, C8, COTA:401 SÍTIOESCAVADO:Não DATAÇÕESSÍTIO:Não TIPOSÍTIO:AbrigoRochoso DATAÇÃODEPINTURA:Não PINTURARUPESTRE TRATAMENTOSUPORTE:Nenhum SUPERFÍCIESUPORTE:Lisa INSTRUMENTO:Pincel CORES:Vermelho CONTORNOS:Não PREENCHIMENTO:Cheio Q.COMPONENTES:9 TIPOS:8antropomorfose1 fitomorfo TEMA:Lúdicoouritualdaárvore BRAÇOS:Sim MÃOS:Não PERNAS:Sim PÉS:Não PESCOÇO:Sim IND.SEXO:Não CABEÇA:Redonda CORPO:Oval ADORNOS:Não ARMAS:Não OBJETOS:Sim,nãoidentificado DISPOSIÇÃOESPACIAL: CÓDIGOGRÁFICO: OBSERVADOR Asfigurasestãoposicionadasno Figurasdeslocadassemsobreposição.Asfiguras GRÁFICO: entornodaárvoreformandoum seencontramdoladoeemcimadaárvore,oque 45graus círculoouelipse. denotaqueestãonoentorno,circulando. Apresentafigurashumanasnoentornodeumaárvorecomoemumaatividadelúdicaouritual.Algumas figuras estão posicionadas na parte superior da árvore. Obviamente essas figuras não estão voando. Podemosdizerqueessasfigurasestãoposicionadasatrásdaárvore.Oobservadoréqueseencontraa45 grausdaárvore,permitindoqueasfigurasposterioressejamobservadas. Asfiguras5e8levamumobjetonamão. Asfiguras1e3parecemterumpenachonacabeça.

124 123 Figura111:Inserçãodapinturanoprimeirodiedro. Figura112:Plantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas.

125 124 Figura113:Maquetegráfica Vistalateral Imagembidimensional. Figura114:MaquetegráficaOVistacomobservadorumpoucomaisaltoqueasfigurasrepresentadas.Nestepontode vistapodemosobservarasfigurasnoentornodaárvore,numamesmaescalaaltimétrica. Figura115:Maquetegráfica Voodepássaro45graus Vejafigurasdetrásacimadacabeçadafiguradafrente.

126 ST'3E:'Deslocamento'semicircular' As cenas com deslocamento semicircular apresentam em destaque um elemento central,aoqual,todasasoutrasfiguras,secolocamemdeslocamentosemicircular,ouseja, ocupandoumladodacena. Vamos apresentar duas cenas com temas diferentes. Uma apresenta uma árvore como elemento principal e figuras humanas posicionadas em uma lateral, formando um semicírculo.aoutratemumaonçacomoelementoprincipalefigurashumanasnoentorno desuacabeça,localizadasemdeslocamentosemicircular. Figura116:Simulaçãodasfigurasemdeslocamentosemicircular.

127 126 Figura117:Mapadelocalizaçãodasoluçãotécnica3E. PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA RELAÇÃOSITIOSARQUEOLÓGICOSDASOLUÇÃOTÉCNICA73E 33 SítiodaTocadaExtremaII 364 SítiodaTocadoCaldeirãodaVacaI 110 SítiodaTocadoEstevoIII 1273 SítiodaTocadoBuracodoArmazém 243 SítiodaTocadoGrotãoIII 2 SítiodaTocadaEntradadoBaixãodaVaca 6 Sítio da Toca da Entrada do 515 Sítio da Toca de Cima do Fundo do Boq. da Pedra Pajaú Furada 44 SítiodaTocadaSerrinhaI

128 127 SÍTIO:TocadaExtremaII N 0 :033 Local:SerraBranca PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA Figura118:SítiodaTocadaExtremaII,PNSC. Fonte:AcervoFumdham Figura119:Desenhodasfigurasrepresentadas.

129 128 Figura120:Simulaçãodasfigurasnoprimeirodiedro. MUNICÍPIO:JoãoCosta ANODESCOBERTA:1973 DADOS:Fumdham COORDENADAS O42, O8, COTA:393 DATAÇÕES SÍTIO: /C 110 BP (GIFC5401), /C 50 BP (BETAC115911), SÍTIOESCAVADO:Sim 2960+/C60BP(BETAC114016),3100+/C50BP(BETAC115912)e3130+/C50BP (BETAC223089) TIPOSÍTIO:AbrigoRochoso DATAÇÃODEPINTURA:Et.62435C3350+/C60BP(BETAC114015) PINTURARUPESTRE TRATAMENTOSUPORTE:Nenhum SUPERFÍCIESUPORTE:Lisa INSTRUMENTO:Pincel CORES:Vermelho CONTORNOS: Não PREENCHIMENTO:Cheio Q.COMPONENTES:13 TIPOS:12antropomorfose1fitomorfo TEMA:Ritualdaárvore BRAÇOS:Sim MÃOS:Sim PERNAS:Sim PÉS:Sim PESCOÇO:Sim IND.SEXO:Sim ofalo CABEÇA:Redonda CORPO:Retangular ADORNOS:Não ARMAS:Não OBJETOS:Não CÓDIGOGRÁFICO: DISPOSIÇÃOESPACIAL: Deslocamentodefigurasemáreaperiférica, Objetoprincipalcomoárea OBSERVADOR formandoumsemicírculodestacandoafigura nucleardapintura,asfiguras GRÁFICO: principal,nestecaso,aárvore.nenhumafigurase restantesposicionadas 45graus sobrepõe.todasestãodeslocadaseocupamseu formandoumsemicírculo. lugarestratégiconacenografia. A figura 1 não faz parte da cena, pois não tem as características morfológicas das outras figuras apresentadas. Todas as figuras humanas estão se dirigindo para a árvore (fitomorfo) com gesto de reverência.ogrupodadireita,commaiorquantidadedecomponentes,formaduasfilas,umamaispróxima daárvoreeoutracomumpassoatrás.duasfigurasestãoposicionadasàdireitanosentidocontrário,tendo aárvorecomoeixo.asfiguras2e3,posicionadasnosentidocontrário,completamosemicírculo.

130 129 Figura121:Inserçãodasfigurasnoprimeirodiedro. Figura122:Decalquedasfiguras.

131 130 Figura123:Plantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas. Figura124:Maquetegráfica Elevaçãovistalateraldasfiguras Apresentaçãobidimensional.

132 SoluçãoTécnicaST4:REDUÇÃODEFIGURAS Areduçãodefigurascontidasnumamesmacenaéumavisãonatural,observávelno espaçofísico. Essareduçãodefigurassedápeladistânciaentreasfiguraseoobservador.Quanto maislonge,menoresasfigurassãovistas.essasreduçõespodemserencontradasquandoo observadorestivernomodocentral,nocentrodafigura,todasaslinhasguiasoulinhasde fugaconvergemaocentrodaimagem.podemtambémservistasdemodolateral,quandoas linhas de fuga convergem a um ponto lateral da imagem, isso localiza o observador mais próximo à primeira figura,ou figura maior e posicionado um pouco do lado inverso ao pontodefuga ST''4A:'Redução'fuga'central' As figuras que se encontram em primeiro plano são maiores e entremeadas por figuras menores, que se localizam mais atrás. Elas estão reduzidas de tamanho tanto no planodesolo,nospés,quantonaalturadascabeças,oquedeterminaqueareduçãoécom pontodefugacentral. Figura125:Simulaçãodareduçãodasfigurasemfugacentral.

133 132 Figura126:Mapadelocalizaçãodasoluçãotécnica4A. PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA RELAÇÃOSITIOSARQUEOLÓGICOSDASOLUÇÃOTÉCNICA74A 613 SítiodaTocadaPassagem 27 Sítio da Toca do Caboclo da Serra Branca 179 SítiodaTocadoAngelimdoBarreirinho 72 Sítio da Toca do Caldeirão do RodriguesI 30 SítiodaTocadoJoséFerreira

134 133 SÍTIO:TocadaPassagem N 0 :613 Local:SerraBranca PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA Figura127:SítiodaTocadaPassagem,PNSC. Fonte:AcervoFumdham Figura128:Decalquedasfigurasrupestresrepresentadas.

135 134 Figura129:Simulaçãodasfigurasnoprimeirodiedro. MUNICÍPIO:BrejodoPiauí ANODESCOBERTA:2002 DADOS:Fumdham COORDENADAS C42, C8, COTA:419 SÍTIOESCAVADO:Não DATAÇÕESSÍTIO:Não TIPOSÍTIO:AbrigoRochoso DATAÇÃODEPINTURA:Não PINTURARUPESTRE TRATAMENTOSUPORTE:Nenhum SUPERFÍCIESUPORTE:Lisa INSTRUMENTO:Pincel CORES:Vermelho CONTORNOS:Não PREENCHIMENTO:Cheio Q.COMPONENTES:7 TIPOS:Antropomorfos TEMA:Apresentação BRAÇOS:Sim MÃOS:Sim PERNAS:Sim PÉS:Sim PESCOÇO:Sim IND.SEXO:Sim ofalo CABEÇA:Redonda CORPO:Oval ADORNOS:Cocar ARMAS:Não OBJETOS:Não DISPOSIÇÃOESPACIAL: Asfigurasestãodistribuídasemdois planos,umpróximoaoobservadoreoutro umpoucomaisafastado,masaocupação doespaçoélongitudinalouhorizontal. OBSERVADOR GRÁFICO: Central as figurassão reduzidasnospés enascabeças CÓDIGOGRÁFICO: Redução fugacentral.duasfiguras comoelementosprincipaiseas restantes,maisrecuadas,compõemo restodogrupo. Essegrupoéformadoporduasfiguras,2e5,queficamemprimeiroplano,ouseja,estãoumpassoàfrente dorestantedogrupo,têmcocarefalo.asduasfiguraslaterais,1e6,sedirigemcadaumaaoladoexterno dogrupo.asfiguras3e4estãoposicionadasatrásdorestantedogrupo.asfiguras1,3,4e6apresentam uma ligação entre a perna esquerda e a perna direita, como se estivessem amarradas. A figura 7, não incluídanogrupo,apoiadanoseupéesquerdo,desenvolveumaaçãodelançamento.todasasfigurassão microcéfalos. Jánadecomposiçãodacenografia,emplantabaixa,observamoscomosecomportamasfigurasnoespaço tridimensional.podemosobservarqueduasfigurasestãolocalizadasumpassoàfrentedasoutras,quese distribuemportrás.

136 135 Figura130:Inserçãodasfigurasrepresentadasnoprimeirodiedro. Figura131:Plantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas.

137 136 Figura132:Maquetegráfica Elevaçãolateraldasfiguras representaçãobidimensional. Figura133:Maquetegráfica pontodevistaemvoodepássaro. Figura134:Maquetegráfica Observaçãoemvoodepássaronaparteposterior. ' '

138 ST'''4B:'Redução'Lateral' Asfigurasvãodiminuindodeacordocomsuadistânciadoobservador.Amaiorestá maispróximaeamenornofinal,maisdistantedoobservador. Figura135:Mapadelocalizaçãodasoluçãotécnica4B. PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA RELAÇÃOSITIOSARQUEOLÓGICOSDASOLUÇÃOTÉCNICA74B 20 SítiodaTocadoSalitre 36 SítiodaTocadoPitombi 49 SítiodaTocadoMorcego 12 SítiodaTocadaBoaVista 54 SítiodaTocadoPingadoBoi 114 SítiodaTocadasEuropasI 1239 SítiodaTocadaJaneladoInácio 23 Sítio da Toca do Boqueirão da Pedra Furada 613 SítiodaTocadaPassagem 2 SítiodaTocadaEntradadoBaixãoda Vaca 51 SítiodaTocadoJoãoArsena 24 SítiodaTocadaRoçadaPedraFurada 72 SítiodaTocadoCaldeirãodoRodriguesI

139 138 SÍTIO:TocadasEuropasI N 0 :114 Local:Chapada PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA Figura136:SitiodaTocadasEuropasI,PNSC. Fonte:AcervoFumdham Figura137:Decalquedasfigurasrepresentadas.

140 139 Figura138:Simulaçãodeinserçãodaimagemnoprimeirodiedro. MUNICÍPIO:CoronelJoséDias ANODESCOBERTA:1980 DADOS:Fumdham COORDENADAS C42, C8, COTA:527 SÍTIOESCAVADO:Não DATAÇÕESSÍTIO:Não TIPOSÍTIO:AbrigoRochoso DATAÇÃODEPINTURA:Não PINTURARUPESTRE TRATAMENTOSUPORTE:Nenhum SUPERFÍCIESUPORTE:Lisa INSTRUMENTO:Pincel CORES:Vermelho CONTORNOS:Vermelho PREENCHIMENTO:Geométricoecheio Q.COMPONENTES:4 TIPOS:3antropomorfose1fitomorfo TEMA:Apresentação BRAÇOS:Sim MÃOS:Sim PERNAS:Sim PÉS:Sim PESCOÇO:Não IND.SEXO:Não CABEÇA:Quadrada CORPO:Retangular ADORNOS:Cocaremáscara ARMAS:Não OBJETOS:Sim,fitomorfo DISPOSIÇÃOESPACIAL: Horizontal OBSERVADORGRÁFICO: Nocentrodaprimeirafigura CÓDIGOGRÁFICO:Redução fugalateral Essa cena apresenta um caso típico de perspectiva histórica. A figura 1, maior, está mais próxima do observadore,afigura3,menor,bemmaisdistante.arelaçãoespacialentreasfiguras1e2édiferenteda entre as figuras 2 e 3, que parecem mais próximas, apesar da figura 3 ser bem menor. Todas as figuras apresentamvestimenta,máscaraecocareafigura2temumfitomorfocomoobjeto.afigura4,representa umcervídeo,nãopertenceaogrupo.

141 140 Figura139:Inserçãodaimagemnoprimeirodiedro. Figura140:Plantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas.

142 141 Figura141:Maquetegráfica Pontodevistalateral. Figura142:Maquetegráfica Pontodevistacentral. Figura143:Maquetegráfica Voodepássaro,vistalateraldamaquetegráfica. ' '

143 ST'''4C:'Redução'posterior' A redução de figuras superpostas normalmente está associada a duas figuras de tamanhosdiferentes,umasobreaoutra.foramidentificadastantocomafiguramaiorem primeiroplanoquantoemsegundo,nãoexistindopadrãonestesentido. Figura144:Simulaçãodareduçãoposterior.

144 143 Figura145:Mapadelocalizaçãodasoluçãotécnica4C. PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA RELAÇÃOSITIOSARQUEOLÓGICOSDASOLUÇÃOTÉCNICA74C 449 SítiodaTocadoAmâncio 1203 SítiodaTocadoAltodaBarriguda 53 SítiodaTocadoVeado

145 144 SÍTIO:TocadoAmâncio N 0 :449 Local:SerraBranca PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA Figura146:SitiodaTocadoAmâncio,PNSC. Fonte:AcervoFumdham Figura147:Desenhodasfigurasrupestres.

146 145 Figura148:Simulaçãodainserçãodacenadoprimeirodiedro. MUNICÍPIO:BrejodoPiauí ANODESCOBERTA:1998 DADOS:Fumdham COORDENADAS C42,70081 C8, COTA:418 SÍTIOESCAVADO:Não DATAÇÕESSÍTIO:Não TIPOSÍTIO:AbrigoRochoso DATAÇÃODEPINTURA:Não PINTURARUPESTRE TRATAMENTOSUPORTE:Nenhum SUPERFÍCIESUPORTE:Lisa INSTRUMENTO:Pincel CORES:Amarelo CONTORNOS:Amarelo PREENCHIMENTO:Não Q.COMPONENTES:2 TIPOS:Zoomorfos TEMA:Apresentação PATASDIANTEIRAS:Sim PATASTRASEIRAS:Sim IND.SEXO:Não CABEÇA:Amendoada CORPO:Linha ADORNOS:Não ARMAS:Não OBJETOS:Não DISPOSIÇÃOESPACIAL: OBSERVADORGRÁFICO:45 CÓDIGOGRÁFICO: Asfigurasocupamumespaço graus Reduçãocomfugaposterior vertical,umasobreaoutra. FIGURAS1e2 Oszoomorfosdecontornoabertotêmfocinho,assemelhandoCseaumacapivara. Écomumobservarquenumacenadereduçãocompontodefuga,afiguramaior estámaispróximaaoobservador.nestecaso,podemossugerirqueafiguramais próximadoobservadorsejaumfilhote,considerandoqueafiguradetrásesteja comaspatassobreacabeçadafiguradafrentesemsobrepor.

147 146 Normalmenteasfigurasqueseencontramafastadasdoobservadorsãomenoresque asqueseencontrammaispróximas.nestecaso,épossívelqueafiguraqueestápróximado observadorsejamenoroumesmoumfilhotedafiguraqueestámaisafastada.estaéuma cenacomumdeencontrarmosnanatureza. Figura149:Inserçãodasfigurasnoprimeirodiedro. Figura150:Plantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas.

148 147 Figura151:Imagemlateral Maquetegráfica. Figura152:Maquetegráfica Observadoremvoodepássaro.

149 ST'''4D:'Redução'Inferior' Asfigurasrepresentadasseencontramalinhadaspelacabeça,masostamanhossão diferentes, apesar de apresentarem as mesmas características gráficas. Essa situação foi montadanostestesvisuaisrealizadoscomfotografiasebonecos,apresentadosnocapítulo II. Figura153:Simulaçãodarepresentaçãocomreduçãoinferior.

150 149 Figura154:Mapadelocalizaçãodasoluçãotécnica4D. PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA RELAÇÃOSITIOSARQUEOLÓGICOSDASOLUÇÃOTÉCNICA74D 111 SítiodaTocadaRoçadoBadúI 270 SítiodaTocadoCaldeirãodosCanoasIV 4 SítiodaTocadoBarro

151 150 SÍTIO:TocadoCaldeirãodosCanoasIV N 0 :270 Local:Chapada PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA Figura155:SítiodaTocadoCaldeirãodosCanoasIV. Fonte:AcervoFumdham Figura156:Decalquedasfigurasrupestresrepresentadas.

152 151 Figura157:Simulaçãodainserçãodaimagemnoprimeirodiedro. MUNICÍPIO:CoronelJoséDias ANODESCOBERTA:1978 DADOS:Fumdham COORDENADAS O42, O8, COTA:528 SÍTIOESCAVADO:Não DATAÇÕESSÍTIO:Não TIPOSÍTIO:AbrigoRochoso DATAÇÃODEPINTURA:Não PINTURARUPESTRE TRATAMENTOSUPORTE:Pintadocomtinta SUPERFÍCIESUPORTE:Lisa INSTRUMENTO:Pincel soprada CORES:Vermelho CONTORNOS:Não PREENCHIMENTO:Geométrico Q.COMPONENTES:4 TIPOS:Antropomorfos TEMA:Apresentaçãodegrupo BRAÇOS:Sim MÃOS:Sim PERNAS:Sim PÉS:Sim PESCOÇO:Não IND.SEXO:Não CABEÇA:Redonda CORPO:Retangular ADORNOS:Não ARMAS:Não OBJETOS:Não DISPOSIÇÃOESPACIAL: Meiocírculo OBSERVADORGRÁFICO: Naalturadascabeçasdasfiguras ounalinhadohorizonte. CÓDIGOGRÁFICO: Reduçãonaparteinferiordas figurascomalinhamentodas cabeças Cenacompostapor4figuras,trêsapresentadasemposiçãofrontaleumalateral.Alinhadaspelacabeça, cadafiguratemumaalturadiferente.adiferençadaalturadospésdenotaqueháfigurasmaispróximasao observadoreoutrasmaisdistantes,considerandoaindaquetodasascabeçasestãoalinhadasnalinhado horizontegráfico. Afigura1seapresentadeladoemrelaçãoàfigura2.Todasasoutrasfiguras(2,3e4),têmasmesmas característicastécnicasgráficas. Estasituaçãodealinhamentodascabeçasereduçãonabasedasfiguraséumevento que pode ser observado no mundo sensível, mas poucas são as pessoas que conseguem

153 152 identificar ao vivo. Nas pinturas rupestres, foram encontradas mais de uma situação com estasoluçãotécnica,oquedemonstraahabilidadedopintor. Figura158:Inserçãodasfigurasnoprimeirodiedro. Figura159:Plantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas.

154 153 Figura160:Maquetegráfica Voodepássaro. Figura161:Maquetegráficapontodevistacentral,observaOseareduçãocentraldasfiguras.

155 SoluçãoTécnicaST5 APLANADAS Asoluçãoaplanadapodeserconsideradacomoummapadeumasituaçãoreal,ou um plano, um projeto. A ação pode ser interpretada se os elementos essenciais da representaçãoforemreconhecíveis. Numa cenografia explicativa, como um mapa, encontramcse vários ângulos de observação.ofundodaimageméosolográfico,asfigurassãoapresentadasdeperfiloude frente, a distribuição das figuras no espaço gráfico não respeita a verticalidade. PodemCse observarfigurasemposiçãopontaccabeça. Figura162:Simulaçãodasfigurasaplanadasnosolográfico.

156 155 Figura163:Mapadelocalizaçãodasoluçãotécnica5. PARQUENACIONALSERRADACAPIVARA RELAÇÃOSITIOSARQUEOLÓGICOSDASOLUÇÃOTÉCNICA SítiodaTocadoEstevoIII 13 SítiodaTocaChapadadoCruz 11 SítiodaTocadoCaboclodaRoçadeDentro 1268 Sítio da Toca do Morro Solto do DeolindoI SítiodaTocadoPepino 2 Sítio da Toca da Entrada do Baixão da Vaca

157 156 SÍTIO:TocadoEstevoIII N 0 :110 Local:Veredão Cambraia PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA Figura164:SítiodaTocadoEstevoIII. Fonte:AcervoFumdham Figura165:Decalquedasfigurasrepresentadas.

158 157 Figura166:Simulaçãodainserçãodaimagemnoprimeirodiedro. MUNICÍPIO:JoãoCosta ANODESCOBERTA:1979 DADOS:Fumdham COORDENADAS C42, C8, COTA:325 SÍTIOESCAVADO:Sim DATAÇÕESSÍTIO:Não TIPOSÍTIO:AbrigoRochoso DATAÇÃODEPINTURA:Não PINTURARUPESTRE TRATAMENTOSUPORTE:Nenhum SUPERFÍCIESUPORTE:Lisa INSTRUMENTO:Pincel CORES:Vermelho CONTORNOS:Não PREENCHIMENTO:Cheio Q.COMPONENTES:7 TIPOS:5antropomorfos,1zoomorfoe1objeto TEMA:Caçaaocervídeo BRAÇOS:Sim MÃOS:Não PERNAS:Sim PÉS:Sim PESCOÇO:Sim IND.SEXO:Não CABEÇA:Redonda CORPO:Oval ADORNOS:Não ARMAS:Sim OBJETOS:Rede DISPOSIÇÃOESPACIAL: Alinhadohorizonteealinhadeterra desaparecemdacenapeladistânciaentreelas. Todaacenaestáprojetadanochãográfico, queseconfundecomoplanodosuporte rochoso. OBSERVADOR GRÁFICO: Topoou 90graus CÓDIGOGRÁFICO: Asfigurassãodesenhadasemposições contra#naturaparaquesedenoteo movimentocircularqueérealizado,no cercoaoanimal,atéarededecaptura. Essetipodecenaapresentaumaplantabaixaouumasituaçãodemapa,naqualoobservadorestáolhando asituaçãodecima,a90graus.paraquesejacompreendidaaação,algumasfigurassãoposicionadasem situaçõescontra#natura.nestecaso,informaqueaaçãoérealizadadeformacircular,dirigindooveadoà redeparacaptura. Porseraplanado,podemosutilizardiretamenteasfigurasdosolo,considerandoqueaimagemjáéuma plantabaixa.

159 158 Figura167:Plantabaixacomasituaçãoespacialdasfigurasrepresentadas. Figura168:Maquetegráfica Voodepássaro.

160 159 Figura169:Maquetegráfica Voodepássaroladoinverso.

161 160 5 CONCLUSÃO EstetrabalhoajudouaconfirmarqueohomempréChistóricoconheciamuitobemas três dimensões espaciais. Esse conhecimento possibilitou a criação de soluções técnicas gráficascapazesdereproduzirvisualmentesituaçõesobservadasnarealidadesensível. Observamosqueumasoluçãotécnicapodeserutilizadapararepresentarmaisdeum tema e, que um mesmo tema, pode ser realizado com diferentes soluções técnicas. Observamos ainda que nas cenas complexas, como por exemplo, uma luta coletiva, se isolarmos duas ou três figuras, podemos observar que existem outras soluções técnicas integradasnumasoluçãotécnicademaiorabrangência,comoodeslocamentopordesnível ouplanosposteriores. Figura170:SítiodaTocadaExtremaII Cenadelutacoletiva Deslocamento AcervoFumdham P.Posterior Esses padrões são observáveis em toda a área do Parque Nacional e indicam diferentesmodosdetraçadoedesenho,oquesugerequeessespadrõesforamexecutados pordiferentesgrupos.

162 161 Foram identificados cinco diferentes modos de representar a profundidade. Estas cinco soluções técnicas apresentam diferentes tratamentos do espaço que se assemelham comosdageometriadescritiva. Nas pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara, foram realizadas pesquisas sobre 114 cenas, distribuídas em 65 sítios. Estas unidades cênicas foram escolhidas segundo os seguintes critérios: 1C Cenas onde existem mais de uma figura, desniveladas entre si; 2C Sítios com suporte rochoso liso; 3C Conjuntos de figuras parcialmente sobrepostas; 4C Conjuntos gráficos apresentando redução de figuras com a mesmatécnicapictural;5ccomposiçõescontendofigurasemposiçõescontra#natura. Desta análise foram identificadas cinco soluções técnicas para representar a profundidade.sãoelas:a)planossobrepostos;b)planosposteriores;c)planosdeslocados; d)planoreduçãodefiguras;e)planosaplanados. Foramconsideradasapenasassobreposiçõesexistentesentrefigurasdeumamesma cena. Esta solução técnica é observada nas cenas de luta e apresentação de grupos. Esta solução técnica aparece nas áreas 1(Cuesta e Desfiladeiro) e 3(Varedão e Gongo) e, com maiorfrequêncianossítiosarqueológicosdaárea2(serrabranca). Figura171:Desenhodaspinturasrupestresdasoluçãotécnica PLANOSSOBREPOSTOS. A TocadoMorcego B TocadasEmasdoDelmiro Asoluçãotécnicaplanosposterioresfoiidentificadanostemasdeapresentaçãode grupos,gruposhumanosenasfilasindianas,notemadalutagrupal,dançaeemumadas

163 162 cenasdaárvore.mesmocomtodosestestemas,estasoluçãotécnicasófoiencontradanos sítioslocalizadosnaárea1(cuestaedesfiladeiro)enaárea2(serrabranca).estasolução técnica está sempre condicionada a que o observador esteja a uma altura de 45 graus, podendoobservarqueopédafiguradeatrásestejaacimadacabeçadafiguradafrente. Figura172:Desenhodepinturasrupestres soluçãotécnica PLANOSPOSTERIORES. A TocadaRoçadoPaulino B TocadoNilsondaPedraSolta Quando se observa a solução técnica C planos deslocados, é possível notar 5 diferentesmodalidadesderepresentaraprofundidade:a)umsimplesdesníveldesoloentre duas figuras; b) Um espaço diagonal entre dois grupos humanos em luta coletiva; c) Um deslocamentoseriadolateralondeasfigurassãoposicionadasumasaoladodasoutras,mas com pequenos afastamentos para trás e para frente, se afastando e se aproximando do observador;d)umdeslocamentocircular,colocandooobservadoremposiçãodeumvoode pássaro(quando associado ao tema da árvore) ou no topo da cena(quando associado ao tema da pesca) e, por fim; e) O deslocamento semicircular, onde podemos observar uma figura principal, uma onça ou uma árvore, e figuras no entorno, posicionadas de modo a formarummeiocírculo.oobservadorestarásemprea45graus(posiçãodevoodepássaro).

164 163 Figura173:Desenhodepinturasrupestres soluçãotécnica PLANOSDESLOCADOS DESNÍVEL TocadoNilsondaPedraSoltaTocadoCaldeirãodosRodriguesI ESPAÇO DIAGONAL TocadaExtremaIITocadoJoãoArsena SERIADO LATERAL TocadoMorrodaFiguradoAngical CIRCULAR TocadoNilsondaPedraSoltaTocadaJuremadoGongo SEMICIRCULA R TocadaExtremaIITocadaSubidadaSerrinhaII

165 164 Os planos deslocados e suas modalidades se apresentam na maior parte com o observadoremvoodepássaro,excetonostemasdeapresentação,nosquaisoobservadoré central e, no tema da pesca, quando o observador está bem acima da cena. Podem ser encontradosnastrêsáreas,excetuandoaespaçodiagonal,queestáligadoaotemadaluta coletiva e se concentra na área 2 (Serra Branca) e, o seriado lateral, com o tema de apresentaçãodegrupo,queseconcentranaárea1(cuestaedesfiladeiro). Nos planos com reduçãodefiguras, também se podem observar quatro diferentes modalidadesdeapresentação:a)reduçãocentral,naqualfigurasentremeadasporoutras são menores nos pés e nas cabeças, como se estivessem mais atrás que as maiores; b) Reduçãolateral,caracterizadapeladiminuiçãogradativadasfigurasparaumadaslaterais;c) Reduçãoposterior,quandoafiguraqueestáatrásémaiorqueafiguraqueestáàfrente;d) Redução inferior, com as figuras alinhadas na altura das cabeças, como uma linha do horizonte e, os pés em diferentes alturas. Esta modalidade é dificilmente percebida no mundosensível.elasópodeserregistradavisualmenteseoobservadorestiveralinhadoaos olhos das figuras e um pouco afastado do grupo. Este recurso é observado nas pinturas renascentistas. Nas pinturas préchistóricas, ele está associado aos temas de dança e apresentaçãodegruposeapareceunicamentenaárea1(cuestaedesfiladeiro). Figura174:Desenhodepinturasrupestres soluçãotécnica PLANOSREDUÇÃO CENTRAL TocadoJoséFerreiraTocadoCaboclodaSerraBranca LATERAL TocadoBaixãodaVacaTocadaBaixadasEuropasII

166 165 POSTERIOR TocadoAmâncioTocadoVeado INFERIOR TocaCaldeirãodosCanoasIV TocadoBadu Na solução técnica aplanada, o código gráfico é a combinação de vários pontos de vista numa mesma cena. O observador sempre estará no topo, tendo uma visão de cima parabaixo.osuporterochososetornaosolográfico.todasasfigurasestãodeitadaspara seremvistasnomelhorladodereconhecimento.algumasestãoemposiçãocontra#natura, queindicaráadireçãoesentidodafiguranaplanta.essasoluçãotécnicaseassemelhaaum mapa.nocasodacaçaaoveadocomrede,sãocincoexemplaresetodoslocalizadosnaárea 3(GongoeVaredão). Figura175:Desenhodepinturasrupestres soluçãotécnica APLANADA TocadaChapadadoCruzTocadoVaredãoIVTocadoVaredãoIV

167 166 Para esta pesquisa, analisar as pinturas em duas dimensões foi importante porque ficou evidente que o código que se observa na análise bidimensional pode modificar a interpretaçãoquandoéobservadonamaquetegráfica.naimagembidimensional,ocampo visualficapresoàimagemestáticadafotografia.numamaquetegráfica,aanálisepodeser realizadaemtodososoutrosângulosdevisão,podendomodificarainterpretação,comopor exemplo, a direção de uma flecha ou a altura do solo de uma figura ou a posição quase deitadadaoutra.amaquetegráficadistribuiasfigurasrepresentadasdentrodeumespaço digital simulado onde podemos observáclas como se estivéssemos dentro do ambiente gráfico. Figura176:TocadaSerrinhaII.Modelofotogramétricoemmaquetedigital.

168 167 Figura177:TocadaSerrinhaII.Modelofotogramétricoemmaquetedigital. Estes são resultados iniciais. Sabemos que serão identificadas outras soluções técnicas.elasserãointegradasnamatrizdedadosquepermitirãoenriquecerecaracterizar osdiferentesperfisgráficos.

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