Palavras-chave: registros rupestres, arqueometria, Piauí

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Manuella de Abreu Weber
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1 LEVANTAMENTO DOS REGISTROS RUPESTRES E DOS PROBLEMAS DE CONSERVAÇÃO E MEDIDAS TERMO-HIGROMÉTRICAS E DE VELOCIDADE DOS VENTOS DO SÍTIO DOS CARIMBOS GIGANTES, PIRIPIRI, PIAUÍ Maria José Sousa Lima¹, Luis Carlos Duarte Cavalcante². ¹ Bolsista ICV, Curso Arqueologia e Conservação de Arte Rupestre, Campus Ministro Petrônio Portela. mazinha.lima@hotmail.com ² Curso de Arqueologia e Conservação de Arte Rupestre, Campus Ministro Petrônio Portela. cavalcanteufpi@yahoo.com.br Resumo O Sítio dos Carimbos Gigantes está localizado no povoado Buriti dos Cavalos, área rural do município de Piripiri, estado do Piauí. Trata-se de um sítio de arte rupestre, cujo painel principal é um semi-abrigo em forma de arco esculpido em rocha arenítica. O objetivo deste relatório é divulgar o levantamento dos registros rupestres e dos problemas de conservação que atuam no sítio arqueológico citado, bem como relatar as medidas termohigrométricas e de velocidade dos ventos nele efetuadas, demonstrando os resultados obtidos com a iniciação científica e a experiência adquirida. Palavras-chave: registros rupestres, arqueometria, Piauí Introdução Os primeiros trabalhos contendo análises arqueométricas de pinturas rupestres no Nordeste brasileiro foram iniciados com o doutoramento da professora Maria Conceição Soares Meneses Lage (LAGE, 1996), sendo posteriormente incluído também a análise de outros tipos de vestígios arqueológicos além das pinturas (CAVALCANTE; LAGE; FABRIS, 2008). No Piauí, as pesquisas abrangeram também outras regiões além das áreas adjacentes ao Parque Nacional Serra da Capivara. O norte e o centro do estado, cidades como Piripiri e Pedro II, também receberam destaques em análises arqueométricas de pinturas rupestres (CAVALCANTE et al., 2012; GONÇALVES; CAVALCANTE, 2013). O Sítio dos Carimbos Gigantes está localizado no município de Piripiri, povoado Buriti dos Cavalos, região que tem se tornado cada vez mais importante para a Arqueologia devido ao número de sítios préhistóricos presentes. O Sítio dos Carimbos Gigantes é formado em rocha arenítica e encontra-se nas coordenadas geográficas 04 05,8 de latitude sul e ,3 de longitude oeste e está a 3 metros acima do nível do mar, Datum WGS 84. Metodologia Realizou-se levantamento dos principais problemas de conservação que afetam os grafismos e o substrato rochoso, fez-se a documentação

2 fotográfica dos registros rupestres e dos agentes degradantes, o dimensionamento do sítio e das pinturas e gravuras bem como se aferiu as medidas termohigrométricas e de velocidade dos ventos. As medidas de temperatura e de umidade do ar foram coletadas usando um termo higrômetro digital da Instrutemp, com escalas internas de -10 C a +50 C (para temperatura) e 15% a 95% (para umidade), resoluções correspondentes de 0,1 C e 1% e precisões respectivas de ± 1 ºC e ± 5%. A avaliação de temperatura (realizada em três diferentes pontos, conforme a Figura 2) em áreas do suporte rochoso com pinturas rupestres e, comparativamente, em áreas, imediatamente adjacentes, sem tinta pré-histórica, foi efetuada com um termômetro infravermelho ITTI-550 da Instrutemp, projetado para a medição da temperatura de superfícies, com escala de - ºC a +5 ºC, resolução de 0,1 ºC e precisão de ± 2%. A velocidade dos ventos foi aferida com um anemômetro digital portátil ITAN- 700 da Instrutemp, com escala de 0 a m s -1. Resultados e Discussão O Sítio dos Carimbos Gigantes tem ao todo 3 painéis com 196 grafismos rupestres, sendo 186 pinturas e 10 gravuras, destas 9 são cúpules e 1 é tridígito. Nos painéis 1 e 2, situados à esquerda do painel principal, concentram-se poucas pinturas, apenas 19 ao todo, sendo 11 no painel 1 e 8 no painel 2. No painel principal encontram-se a maior parte dos grafismos que somam 177 no total, entre elas as gravuras. As pinturas representam, sobretudo lagartiformes, carimbos de mãos em positivo, fitomorfos e zoomorfos. O restante são grafismos puros em diferentes formas. As recorrências estão muito presentes sendo 9 lagartiformes, 4 c invertidos, 6 quadrados com dígitos, 7 conjuntos de dígitos, 3 mascaras, 15 zig-zags horizontais amarelos e vermelhos, 7 zigzags em verticais, 82 carimbos de mãos, 3 sóis, 11 tridígitos cinzas e 4 conjuntos de bastonetes. As pinturas estão dispostas em diversas cores, em maior quantidade o vermelho aparece em diversas tonalidades, junto com o amarelo. As cores cinza e marrom também se fazem presentes, mas em menor escala. Em alguns pontos há sobreposição de figuras e há locais em que se percebe que certas pinturas estão mais recentes que outras, mesmos quando sobrepostas. As medidas feitas em campo para o acompanhamento da evolução da temperatura no paredão rochoso nos três pontos previamente escolhidos com e sem pintura, bem como a temperatura e umidade do ambiente, foram verificadas a cada hora do dia nas três viagens. Mas vale ressaltar que o equipamento não captou nenhuma medida de velocidade dos ventos satisfatória na primeira viagem. Nas duas últimas viagens não foi possível captar nenhuma medida de velocidade dos ventos, pois o equipamento necessário estava em falta.

Gráficos de temperatura ambiente coletadas nas viagens encontramse, nas figuras 3, 4 e 5 e os de

3 Figura 1: Parte superior do painel principal do Sítio dos Carimbos Gigantes. Figura 2: Painel principal do Sítio dos Carimbos Gigantes. Gráficos de temperatura ambiente coletadas nas viagens encontramse, nas figuras 3, 4 e 5 e os de umidade nas figuras 6, 7 e 8: Figura 3: Viagem de junho/2013. Figura 4: Viagem de março/2014. Figura 5: Viagem de junho/2014.

4 Figura 6: Viagem de junho/2013. Figura 7: Viagem de março/ Figura 8: Viagem de junho/2014. Gráficos de medidas do ponto 2 no paredão rochoso com e sem pintura nas figuras 9, 10 e P2 29 P Figura 9: Viagem de junho/2013. Figura 10: Viagem de março/2014. P2 Figura 11: Viagem de junho/2014. Conclusões

5 Os gráficos de temperatura, umidade relativa do ar e pontos com e sem pinturas no paredão rochoso nas viagens de junho de 2013 e junho de 2014 comprovam que não ouve alteração significativa nas medidas das duas idas a campo, com exceção de que a primeira viagem foi o dia mais quente e com a temperatura máxima aferida entre as três viagens que foi de,6 ºC. Já os gráficos de março de 2014 diferem muito das outras duas viagens, principalmente porque no dia das medidas choveu em momentos isolados da tarde, o que influenciou nas temperaturas aferidas no dia. Em relação a amplitude térmica e amplitude de umidade relativa do ar, notou-se na viagem de junho de 2013, uma amplitude térmica de 13,2 C durante o dia e a amplitude de umidade relativa do ar foi de 38%. Na viagem de março de 2014, a amplitude térmica foi de 14 C e a amplitude de umidade de 7,4%. E na viagem de junho de 2014, a amplitude térmica foi de 8,8 ºC e a amplitude de umidade foi de 27%. Agradecimentos Á Universidade Federal do Piauí, pela oportunidade da Iniciação Científica, ao Professor Dr. Luis Carlos Duarte Cavalcante e às alunas de Iniciação Científica Heralda Kelis Bezerra e Yana Raquel Viana Alves. Referências LAGE, Maria Conceição Soares Meneses. Análise química de pigmentos de arte rupestre do sudeste do Piauí. Revista de Geologia. v. 9, p , CAVALCANTE, Luis Carlos Duarte; LAGE, Maria Conceição Soares Meneses; FABRIS, José Domingos. Análise química de pigmento vermelho em osso humano. Química Nova. v. 31, n. 5. p , CAVALCANTE, Luis Carlos Duarte; SILVA, Heralda Kelis Sousa Bezerra da; LIMA, Olavo Gomes; ALVES, Yana Raquel Viana. Arqueometria aplicada à conservação do patrimônio arqueológico: o caso de arte rupestre Letreiro da Pedra Riscada GONÇALVES, Ruan Nery; CAVALCANTE, Luis Carlos Duarte. Arqueometria aplicada à avaliação do estado de conservação do sítio Pedra do Dicionário: medidas termo-higrométricas e de velocidade dos ventos. In: WORKSHOP ARQUEOLÓGICO DE XINGÓ, 7., 2013, Xingó. Teresina, UFPI, p. 1-6.

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