Biodiversidade em Minas Gerais
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- Thais Amorim Lameira
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1 Biodiversidade em Minas Gerais SEGUNDA EDIÇÃO ORGANIZADORES Gláucia Moreira Drummond Cássio Soares Martins Angelo Barbosa Monteiro Machado Fabiane Almeida Sebaio Yasmine Antonini Fundação Biodiversitas Belo Horizonte 2005
2 ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA Em muitas regiões do estado de Minas Gerais, a inexistência de levantamentos biológicos ou, por vezes, os estudos incipientes impossibilitam a avaliação das áreas e a indicação de ações concretas para a sua conservação. Esse é um dos grandes desafios na indicação de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade. Mesmo assim, algumas áreas se destacam por se mostrarem potencialmente importantes do ponto de vista biológico. O reconhecimento de tais áreas foi efetuado por meio da análise dos remanescentes de vegetação natural existentes e dos dados sobre distribuição de espécies raras, ameaçadas e endêmicas, além de informações pontuais e dados esporádicos fornecidos pelos especialistas presentes ao workshop. A insuficiência de informações que permitissem definir o status de determinada área e a melhor estratégia para a sua conservação levou à classificação das áreas indicadas como insuficientemente conhecidas, mas com provável importância biológica, em um mapa intitulado Áreas Prioritárias para Investigação Científica do Estado de Minas Gerais. O resultado aqui apresentado é de fundamental importância, uma vez que retrata a situação atual do conhecimento sobre a biodiversidade do território mineiro. É interessante observar que o grau de desconhecimento das áreas varia em relação ao número de grupos biológicos abordados, o que demonstra a existência de expressivas lacunas de conhecimento, ocorrendo áreas com um vazio quase completo de conhecimento da biodiversidade. Desse modo, embora classificadas como insuficientemente conhecidas, algumas áreas aparecem no mapa-síntese Prioridades para a Conservação da Biodiversidade de Minas Gerais por indicação de pelo menos um dos grupos biológicos. As regiões do Triângulo e do Noroeste do Estado, por exemplo, apresentam características muito diferentes do ponto de vista da conservação de seus recursos naturais e da dinâmica de ocupação. No Triângulo, as áreas indicadas para investigação científica constituem os últimos fragmentos de vegetação aí existentes, sendo, portanto, de grande importância para a diversidade biológica local. Na região Noroeste, as áreas indicadas constituem as últimas do Estado onde ainda são encontradas grandes extensões de Cerrado em estado natural. Uma tendência de ocupação acelerada para essa região implicará a perda da cobertura vegetal e da diversidade da sua fauna e flora. Dessa maneira, é primordial o direcionamento de esforços para desenvolver estudos sistemáticos nessas regiões e definir uma política de preservação do patrimônio biológico. No bioma Mata Atlântica, as áreas indicadas como potencialmente importantes estão diretamente relacionadas ao seu nível de fragmentação e de alteração da vegetação natural, a qual persiste apenas em pequenos remanescentes isolados. A existência de um grande número de remanescentes vegetacionais pequenos e próximos entre si, como no sul de Minas, levou à proposição de grandes áreas prioritárias para a investigação, centrada no levantamento biológico e em estudos que promovam a conectividade entre esses fragmentos. Cachoeira da Capivara na Serra do Cipó. Fotografia: Miguel Aun
3 180 Algumas áreas indicadas como prioritárias para conservação por alguns grupos temáticos foram indicadas como prioritárias para investigação científica por outros. Uma delas é a área da Serra do Espinhaço que, embora indicada como de importância biológica Especial por vários grupos biológicos, foi considerada insuficientemente conhecida para o grupo de Mamíferos, tendo sugerida a sua inclusão no mapa de prioridades para investigação científica. A maioria das áreas prioritárias para investigação científica foi indicada por apenas um ou dois grupos biológicos. No entanto, uma área localizada no município de Manga, com um remanescente expressivo de mata seca, e em Turmalina, com remanescentes às margens do rio Jequitinhonha, foram indicadas por mais de quatro grupos, o que demonstra o vazio de informações sobre a biodiversidade nessas áreas, ainda que identificadas como potenciais. Apesar de serem consideradas insuficientemente conhecidas, as áreas prioritárias para investigação científica não são menos importantes que as áreas prioritárias para a conservação. A elas devem ser direcionados programas de investigação científica por meio das universidades e demais instituições de pesquisa e fomento. Juntamente com as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade, elas devem ser utilizadas como ponto de partida para a avaliação de propostas apresentadas aos órgãos financiadores e de fomento voltados para a conservação da diversidade biológica.
4 ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
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