Manual de Orientação para Serviços de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
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- Silvana Garrau Sintra
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1 Manual de Orientação para Serviços de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista 1
2 PREFÁCIO No dia a dia de nossa sociedade, recebemos uma série de consultas relacionadas com a implantação, a organização e a manutenção de Serviços de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista. Tais consultas frequentemente contemplam questões básicas sobre a normatização da área. médico-hospitalar, buscando entender exigências que, de um lado, se ligam à legislação brasileira e, de outro, ao credenciamento dos serviços no Sistema Único de Saúde (SUS) do país. Para atender essa demanda, a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista se preocupou com a criação de um plano de ampliação da assistência e do apoio ao associado, tanto ao que já se acha estabelecido, como também ao que busca implantar um novo serviço. A Diretoria de Qualidade Profissional identificou uma das mais conceituadas empresas do setor para, em parceria conosco, desenvolver um projeto com esse objetivo. Assim, considerando a complexidade crescente do processo regulatório, bem como a saudável concorrência entre instituições hospitalares, firmou-se um contrato de produção deste Manual de Orientação para Serviços de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista. O manual procura registrar algumas orientações úteis para a área, não como normas e nem como recomendações da SBHCI, mas apenas como subsídios para que as organizações possam ajustar as normas reguladoras a um modelo de gestão. O objetivo maior dessa iniciativa, no final das contas, não é outro senão procurar minimizar os riscos operacionais e legais inerentes a cada serviço. O que temos em vista, em última análise, é lançar um alicerce para nosso Programa de Qualidade, o qual deverá culminar na obtenção de um selo de certificação com a chancela de nossa sociedade para os Serviços de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista Marcelo Antonio Cartaxo Queiroga Lopes Presidente da SBHCI 2
3 INTRODUÇÃO Este manual de orientação foi estruturado de modo a oferecer aos associados da SBHCI, bem como aos demais interessados, um conjunto de informações que permitam a implantação, a manutenção e a qualificação de Serviços de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista. Ele se divide em seis seções dedicadas a cada processo de um serviço de hemodinâmica assistencial, além de uma sétima seção voltada aos quesitos obrigatórios específicos dos centros de treinamento. Os princípios que regem este manual, tendo sempre como foco o cuidado a ser dispensado ao paciente, são: segurança e qualidade da assistência multiprofissional; responsabilidade civil; segurança operacional e legal; e respeito ao meio ambiente. Seu conteúdo baseia-se na legislação que rege os serviços de saúde no Brasil, incluindo os seguintes anexos: Anexo I Estrutura física: A RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) 50, assim como as alterações contidas na RDC 307/2002 e na RDC 189/2003, da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Anexo II Alta complexidade: A Portaria 210, de 15 de junho de 2004, do Ministério da Saúde, que define as Unidades de Assistência em Alta Complexidade Cardiovascular e os Centros de Referência em Alta Complexidade Cardiovascular, bem como suas aptidões e qualidades, para fins de credenciamento no Sistema Único de Saúde (SUS). Anexo III Segurança ocupacional: A Portaria 485 do Ministério do Trabalho e Emprego, que aprova a Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde NR32, assim como seu texto; A Portaria Federal 453 da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS) do Ministério da Saúde (MS), que aprova o regulamento técnico e estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico, dispõe sobre o uso de raios-x diagnósticos em todo o território nacional e dá outras providências; O manual de segurança radiológica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 2005: Radiodiagnóstico: segurança e desempenho de equipamentos ; A norma Cnen-NN 3.01, de janeiro de 2005, da Comissão Nacional de Energia Nuclear: Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica. Anexo IV Gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde: A RDC 306 da Anvisa, de dezembro de 2004; A Resolução 358 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de abril de Anexo V Sedação: A Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), de julho de Anexo VI O médico cardiologista intervencionista: Art. 1 o da Portaria 620, de 12 de novembro de 2010, da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) do Ministério da Saúde (MS): inclui na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) utilizada no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Scnes), a ocupação de médico cardiologista intervencionista. 3
4 Parte I Manual de Orientação 4
5 Seção 1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 5
6 Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 1.1 Equipe Médica O Corpo Clínico do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Responsável médico: membro titular com certificado em área de atuação em Cardiologia Intervencionista e Hemodinâmica reconhecido pela SBHCI. Equipe médica constituída de pelo menos: Mais um médico com certificado em área de atuação em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista reconhecido pela SBHCI. Deve contar com quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria, intercorrências clínicas e cirúrgicas do pós-operatório e ambulatório. Plantão acessível e com disponibilidade imediata, para o atendimento durante todo o período de funcionamento da unidade e na totalidade da sua estrutura. Médico(s) com título de especialista em Cardiologia reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) ou certificado de residência médica em Cardiologia, emitido por Programa de Residência Médica reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), para atendimento diário e em regime de plantão. Médico(s) com certificado de residência médica ou título de especialista em Anestesiologia pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), em caráter permanente ou a distância. Cirurgião vascular ou cirurgião geral, em caráter permanente ou a distância. Regimento Interno do Corpo Clínico formalizado e divulgado (>15 médicos). Cadastro dos médicos contratados e credenciados, disponível e a- tualizado. 6
7 Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL (continuação) Escala de plantão dos médicos formalizada, atualizada e disponível. Comissão de Ética Médica (>15 médicos) com livro de atas atualizado. Termo de Ciência e Consentimento formalizado e implantado (com assinatura do médico e do paciente e/ou responsável). Protocolos clínicos descritos e gerenciados. Registros completos e legíveis em prontuário, de todas as etapas de permanência na unidade. Prescrição médica de todos os fármacos utilizados, inclusive os contrastes. Identificação completa dos profissionais em prontuário. Protocolo de transporte intra e inter-hospitalar dos pacientes de risco, descrito e implantado (todos que necessitem de supervisão direta do médico). Protocolo de sedação descrito conforme Resolução 1.670/2003 do Conselho Federal de Medicina (CFM). Termo de Ciência e Consentimento informado para os procedimentos (com assinatura do médico e do paciente ou responsável). Discussões de casos clínicos e resolutividade das intervenções. Documentação das análises disponíveis. Local e tempo para educação e treinamento dos profissionais. Processo eficaz para participação dos profissionais nas atividades de melhoria de qualidade da instituição. Avaliação contínua dos profissionais quanto à qualidade e segurança clínica do cuidado. 7
8 Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 1.2 Equipe de Enfermagem O Corpo de Enfermagem do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Responsável técnico (enfermeiro). Supervisão direta de enfermeiro durante todo o período de funcionamento. Equipe de enfermagem habilitada e capacitada. Equipe de enfermagem constituída por, pelo menos: Um enfermeiro coordenador, com especialização em Cardiologia reconhecida pelo ME ou com certificado de residência médica em Cardiologia reconhecido pelo MEC ou com título de especialista em Enfermagem Cardiovascular, reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem Cardiovascular (Sobenc). 1 (um) enfermeiro para cada 8 (oito) leitos da sala de recuperação de procedimentos de cardiologia intervencionista e 1 (um) enfermeiro para o serviço de procedimentos de cardiologia intervencionista, por turno (incluído o enfermeiro coordenador). 1 (um) técnico de enfermagem para cada 4 (quatro) leitos da sala de recuperação de procedimentos de cardiologia intervencionista, por turno. Escala de funcionários formalizada, atualizada e disponível. Escala de atribuições formalizada, atualizada e disponível. 8
9 DEHEMODINÂMICA Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL (continuação) Assistência de enfermagem planejada e registrada em todas as etapas de permanência do paciente na unidade. Administração de fármacos de exclusiva competência da equipe médica e/ou de enfermagem. Descrição da totalidade dos procedimentos realizados no serviço. Protocolo de atendimento às emergências, formalizado e transmitido por treinamento. Protocolo clínico de atendimento à parada cardiorrespirratória, descrito, implantado e transmitido por treinamento. Protocolo clínico de atendimento às reações adversas aos contrastes, descrito, implantado e transmitido por treinamento. Educação permanente da equipe de enfermagem. Indicadores da efetividade dos resultados dos protocolos de prevenção de riscos. Processo de avaliação contínua dos profissionais quanto à qualidade e segurança clínica do cuidado. 9
10 Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 1.3 Corpo Técnico O Corpo Técnico do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Pelo menos 1 (um) técnico em Radiologia ou tecnólogo com experiência e treinamento adequados para operar os equipamentos de radiodiagnóstico de angiografia. Deve ter conhecimento dos princípios físicos das radiações e medidas de proteção, além de estar credenciado como responsável técnico no Conselho Técnico de Radiologia (Conter). Escala de plantão formalizada, atualizada e disponível. Descrição da totalidade dos procedimentos específicos da área. Indicadores básicos de segurança e desempenho. Aprovação SBHCI: 10
11 Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 1.4. Gestão de Pessoas O setor de Gestão de Pessoas do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Documentação de todos os colaboradores, incluindo habilitações específicas, completa e atualizada. Descrição das competências por habilitação. Política de capacitação dos colaboradores (cursos, treinamentos, estímulo à participação em congressos, reciclagens etc.). Estatísticas básicas de gestão absenteísmo, turnover e acidentes de trabalho. Programas especiais visando à qualidade de vida e à promoção da saúde. Vestiário com armários para os colaboradores. Mapa de risco atualizado de cada área, atualizado e exposto em local visível. Fluxo para acidentes com material biológico e perfurocortante. Metodologia para divulgação dos riscos ocupacionais e uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPIs). Acompanhamento formalizado dos laudos dos dosímetros, divulgados aos colaboradores. Registros de todas as ações da saúde ocupacional nos prontuários individuais de cada colaborador. Acompanhamento dos acidentes com material biológico e/ou perfurocortante até o seu desfecho, com registro em prontuário. Interação com equipe ou profissional responsável pela biossegurança. O Serviço de Hemodinâmica poderá utilizar o Serviço Especializado em Segurança do Trabalho (Sest) do hospital. 11
12 Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 1.4 Engenharia Biomédica O setor de Engenharia Biomédica do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Profissional habilitado ou com capacitação compatível. Equipe habilitada e capacitada, dimensionada às necessidades do serviço. Escala de plantão, local ou a distância, para atendimento às emergências durante todo o período de funcionamento do serviço. Procedimentos descritos para especificação, recebimento, instalação, operação, manutenção e desativação dos equipamentos. Instalações elétricas conforme normas vigentes. Inventário de todos os equipamentos disponíveis no serviço, inclusive de terceiros, com histórico. Definição da totalidade dos equipamentos por criticidade. Plano de contingência para os equipamentos críticos. Programa de manutenção preventiva planejada da totalidade dos equipamentos do setor, inclusive de terceiros, com registro. Controle dos equipamentos sob metrologia legal. Calibração, testes de segurança elétrica e de desempenho dos e- quipamentos. 12
13 Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL (continuação) Programa de capacitação de usuários na utilização da tecnologia disponível. Acompanhamento das manutenções preventivas periódicas efetuadas por terceiros, que devem apresentar relatório descritivo do serviço realizado. Plano de incorporação tecnológica considerando o ciclo de vida dos equipamentos. Indicadores básicos de apoio à gestão. A engenharia biomédica pode ser ser realizada pela equipe de manutenção de equipamentos do hospital, com acompanhamento por profissional (médico ou enfermeiro) do Serviço de Hemodinâmica. 13
14 Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 1.5 Manutenção Predial O setor de Manutenção Predial do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Equipe habilitada e capacitada, dimensionada para as necessidades do serviço. Escala de plantão, ativo ou a distância, para atendimento às emergências durante todo o período de funcionamento da unidade. Gerador de corrente alternada que atenda os equipamentos de suporte à vida nas salas de procedimento e recuperação. Controles e testes periódicos do(s) gerador(es) conforme orientação do fabricante, formalizados e registrados. Programa de manutenção preventiva do(s) gerador(es). Manutenção preventiva e corretiva dos sistemas de água, energia elétrica, gases, telefonia e rede lógica. Proteção contra descargas elétricas. Sistema de combate a incêndios. Controle de elevadores de acesso à unidade, se existentes, conforme legislação. 14
15 DEHEMODINÂMICA Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL (continuação) Programa de manutenção periódica do sistema de ar condicionado (central ou descentralizado) conforme legislação. Programa de manutenção predial e de mobiliário, preventiva, planejada e com registros. Limpeza e desinfecção dos reservatórios de água, análise e controle da potabilidade da água conforme legislação vigente. Indicadores básicos de apoio à gestão. A manutenção predial pode ser realizada pela equipe do hospital, com acompanhamento por profissional (médico ou enfermeiro) do Serviço de Hemodinâmica. 15
16 Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 1.6 Estrutura Física A Estrutura Física do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Quadros elétricos descentralizados lacrados, com sinalização interna e externa. Suporte móvel com fecho de segurança para cilindros portáteis de gases medicinais. Suporte fixo para caixas de descarte de perfuro cortantes. Pessoal treinado para orientação e controle de acesso durante todo o período de funcionamento. Controle de circulação em áreas restritas. Sinalização externa para orientação de acesso. Sinalização de fácil entendimento e visualização em todas as áreas do edifício. Sinalização externa de radiação ionizante nas salas de procedimento. Condições de acesso externo e circulação interna e vertical na utilização de macas e cadeiras de rodas. Condições de acesso para deficientes. 16
17 Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL (continuação) Corrimão bilateral nas escadas de acesso. Anti-derrapante nas escadas de acesso. Estacionamento seguro para clientes/pacientes e acompanhantes conforme perfil da instituição. Pisos revestidos de material impermeável e lavável, sem soluções de continuidade e livres do apoio de materiais ou equipamentos. 17
18 Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 1.7 Segurança O Sistema de Segurança do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Pessoal treinado para orientação e controle da segurança durante todo o período de funcionamento da unidade. Sistema de segurança social, predial, patrimonial e tecnológica da instituição e para os clientes internos e externos. Capacitação da equipe para situações de emergência. Saídas de emergência claramente sinalizadas e de fácil compreensão (sinalização de rota de fuga). Sinalização de segurança clara e de fácil compreensão para obras, atividades de conservação, manutenção e situações de emergência. 18
19 Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 1.8 Documentação A Documentação do Serviço de Hemodinâmica deverá incluir: Plantas físicas e de instalações atualizadas. Alvará concedido pela vigilância sanitária do município. Alvará de localização e funcionamento expedido pela autoridade municipal. Registro da empresa no Conselho Regional de Medicina (CRM). Alvará de operação dos equipamentos de imagem concedido pela a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Plano de radioproteção: Levantamento radiométrico da unidade atualizado (a cada 4 anos ou após reformas estruturais). Laudos de controle de qualidade dos equipamentos (calibração), atualizado (anuais). Laudos de dosimetria atualizados, incluindo terceiros e autônomos (mensais). Laudo do para-raios conforme legislação. Laudo da limpeza semestral da caixa d água. Laudos de potabilidade da água conforme legislação. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) atualizado. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) atualizado. Controle vacinal dos colaboradores (celetistas ou não). 19
20 Seção 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL (continuação) Ata de constituição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) >19 funcionários celetistas. Ata da constituição da Brigada de Incêndio conforme legislação. Laudo de aprovação do Corpo de Bombeiros, atualizado a cada reforma estrutural. Contrato de controle de pragas. Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) adequado à legislação vigente. 20
21 Seção 2 ESTRUTURA DE ATENDIMENTO 21
22 Seção 2 - ESTRUTURA DE ATENDIMENTO 2.1 Agendamento O setor de Agendamento do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Equipe habilitada e capacitada, dimensionada às necessidades do serviço. Sistema de agendamento, preferencialmente informatizado, com critérios de identificação de riscos dos pacientes. Identificação de histórico pregresso ou da primeira vez em atendimento no serviço. Espera máxima de 10 (dez) dias para exames eletivos. Disponibilidade de encaixe para urgências (24 horas) e emergências (imediato). Procedimentos para as informações necessárias nos pedidos dos exames. Sistema de orientação da documentação necessária, por convênio. Sistema de orientação de pré-exame verbal, impressa, via fax ou . Procedimentos operacionais descritos. Gestão do fluxo e demanda do serviço. Indicadores básicos de apoio à gestão. 22
23 Seção 2 - ESTRUTURA DE ATENDIMENTO 2.2 Recepção A Recepção do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Equipe habilitada e capacitada, dimensionada às necessidades do serviço. Método para acolhimento dos pacientes por criticidade. Método seguro de identificação de pacientes. Método de conferência da documentação necessária e do preparo adequado. Protocolo descrito de referência para encaminhamento de pacientes em caso de urgência/emergência, formalizado, por convênio. Fluxo formalizado para atendimento de emergências. Ficha de atendimento gerada na admissão. Procedimento para localização de prontuário em caso de retorno. Critérios formais para que os pacientes com necessidades imediatas ou de emergência recebam prioridade. Procedimentos operacionais descritos. Educação dos pacientes e familiares e comunicação com eles em formato e linguagem compreensíveis. 23
24 Seção 2 - ESTRUTURA DE ATENDIMENTO 2.3 Sala de Espera A Sala de Espera do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Supervisor habilitado. Ambiente com boa ventilação, iluminação e conforto. Espaço para manobra de maca e cadeira de rodas. Banheiros separados por sexo. Banheiro adequado para deficientes. Bebedouro para pacientes e acompanhantes. Profissional enfermeiro para orientação dos pacientes e familiares. Acomodações para os acompanhantes. Informações aos pacientes sobre o procedimento e sobre quais serão os profissionais responsáveis por executar o procedimento. Essa área poderá corresponder à área comum da recepção do Serviço Auxiliar de Diagnóstico e Tratamento (SADT) do hospital. 24
25 Seção 2 - ESTRUTURA DE ATENDIMENTO 2.4 Área de Procedimento A área de Procedimento do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Controle de acesso. Acesso para macas e cadeiras de rodas. Sanitário com vestiário (barreira física entre eles) para funcionários. Se houver mais de uma sala de procedimento deverão existir 2 (dois) sanitários (masculino e feminino). Sala de utilidades. Depósito de material de limpeza. Sala administrativa. Rouparia. Sala de comando com visualização externa da sala de procedimentos através de visor 1 (uma) sala de comando para até 2 (duas) salas de procedimentos. Área de escovação na antessala conforme legislação: Torneiras para cada sala de exame. 1,10 m² por torneira com dimensão mínima = 1,0 m. 25
26 Seção 2 - ESTRUTURA DE ATENDIMENTO Sala de Recepção Interna do Paciente A Sala de Recepção Interna do Paciente deve dispor de: Vestiário exclusivo para os pacientes. Local adequado para guarda dos pertences dos pacientes. Profissional enfermeiro para orientação do paciente e dos familiares. Local com privacidade para preparação do paciente. Acomodações para o acompanhante. Ferramenta para registro da admissão contemplando exame físico e identificação de riscos dos pacientes. Plano de cuidados formalizado para assistência aos pacientes durante toda a sua permanência na unidade. Avaliação clinica pelo profissional anestesista para definição do tipo de anestesia e grau de sedação de acordo com a complexidade do procedimento e o risco para o paciente. Protocolos específicos definidos e implantados para portadores de doenças transmissíveis e imunodeficientes. Procedimentos específicos estabelecidos para o cuidado aos pacientes idosos, frágeis e dependentes. Informações aos pacientes sobre os procedimentos e sobre os responsáveis por sua execução. 26
27 Seção 2 - ESTRUTURA DE ATENDIMENTO Sala(s) de Procedimento A(s) Sala(s) de Procedimento deve(m) dispor de: Ambiente que propicie a privacidade do paciente na sala de atendimento. Equipamentos de proteção individual (EPIs) para proteção contra radiação, conforme Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Sala climatizada com planilha de controle de temperatura e umidade. Sala com mecanismo de controle e proteção contra a claridade. Carro de emergência lacrado, com planilha de controle. Desfibrilador com registros de checagem. Fluxo formalizado para mobilização da equipe em caso de a- tendimento a emergências. Método definido para o aquecimento dos frascos de contraste, caso realizado. Critérios definidos para descarte de material reprocessado. Método definido para garantia da rastreabilidade dos cateteres utilizados em cada paciente. Controle da temperatura e higienização da geladeira de guarda de medicamentos. Checklist formalizado do carro de anestesia. 27
28 Seção 2 - ESTRUTURA DE ATENDIMENTO (continuação) Controle formal, incluindo lote e validade, dos estoques de materiais e medicamentos na sala. Controle formal dos psicotrópicos. Acompanhamento formal dos procedimentos de higienização da sala. Acompanhamento formal da manutenção dos equipamentos disponíveis. Critérios estabelecidos de transferência do paciente para uma unidade de cuidados intensivos ou especializados. Registros no prontuário que proporcionem a continuidade do cuidado. Acesso a peritos em áreas especializadas quando necessário. Protocolo de orientação do cuidado aos pacientes sob sedação moderada ou profunda. 28
29 Seção 2 - ESTRUTURA DE ATENDIMENTO Equipamentos O setor de Equipamentos deve dispor de, pelo menos: Equipamento de hemodinâmica fixo, com as seguintes características mínimas: Capacidade de aquisição de imagem digital em tempo real. Resolução: matriz 512 x 512 x 8 bites a 30 quadros por segundo. Armazenamento de longo prazo de imagens: CD ou filme de 35 mm. Polígrafo de, no mínimo, 3 (três) derivações de eletrocardiograma (ECG) e 2 (dois) canais de pressão com possibilidade de registro simultâneo. Bomba injetora de contraste. Aparelho de coagulação por Tempo de Coagulação Ativado (TCA) na sala de Hemodinâmica. Oxímetro de pulso. Monitor de pressão invasiva de dois canais 1 (um) por sala. Equipamento para cálculo de débito cardíaco. Material para reanimação cardiorrespiratória e desfibrilador externo. Marcapasso temporário. 29
30 Seção 2 - ESTRUTURA DE ATENDIMENTO Sala(s) de Pós-Procedimento A(s) Sala(s) de Pós-Procedimento deve(m) dispor de: Posto de enfermagem e serviços 1 (um) a cada 12 (doze) leitos de recuperação pós-procedimento de cardiologia intervencionista ou pós-anestésica. Supervisão direta de enfermeiro durante toda a permanência dos pacientes no setor. Garantia de privacidade para o paciente. Banheiro exclusivo com barras de segurança e chamada de enfermagem. Sala(s) equipada(s) com monitor, oxímetro, ventilador e bombas de infusão para cada leito de recuperação de procedimento de cardiologia intervencionista ou pósanestésica. Essa área poderá corresponder à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou similar do hospital, desde que devidamente equipada e com fluxo definido. Monitoramento direto ou indireto dos leitos em observação. Carro de emergência, lacrado e com planilha de controle. Desfibrilador com registros de checagem. Registro do acompanhamento clínico durante a permanência do paciente no setor. Lanche para os pacientes após o procedimento. Acomodações para acompanhante. Reavaliação do paciente em intervalos apropriados para determinar sua resposta ao procedimento e planejar a alta. Orientação pós-procedimento impressa e disponibilizada quando da saída do paciente. Comunicação efetiva com as áreas assistenciais ou serviços de referência que assegurem a continuidade dos cuidados. 30
31 Seção 2 - ESTRUTURA DE ATENDIMENTO 2.5 Laudos O setor de Laudos deve dispor de: Local específico para a guarda dos laudos e filmes. Sistema seguro de backup de exames e procedimentos. Sistema seguro de arquivamento de laudos. Laudos e pré-laudos identificados pelo profissional responsável. Sistema de entrega dos resultados que garanta o sigilo. 31
32 Seção 3 - ESTRUTURAS DE APOIO 3.1. Farmácia A Farmácia do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Profissional responsável e capacitado. Geladeira exclusiva com termômetro de máxima e mínima para conservação de medicamentos e com mapa de temperaturas aferidas (no mínimo, duas vezes por dia). Armário com dispositivo de segurança para guardar os medicamentos controlados (Portaria MS 344/98). Contabilização precisa ds substancias controladas, de acordo com a lei e os regulamentos pertinentes. Sistema de rastreabilidade dos contrastes e medicamentos. Locais separados para guarda de medicamentos sólidos e líquidos. Termômetro ambiente (com mapa e temperatura mantida até 25C). Programa de farmacovigilância. Lista padronizada de uso de medicamentos no serviço. Registro e checagem, n o prontuário, de todos os contrastes e medicamentos prescritos. Fontes de informações sobre fármacos adequadas e prontamente disponíveis para os profissionais. Critérios pré-definidos para as decisões de inclusão ou remoção de medicamentos da lista. Inspeção periódica e com registro de eodos os locais de armazenamento de medicamentos e materiais. Disponibilização, monitoramento e segurança dos medicamentos de emergência. Monitoramento dos efeitos dos medicamentos nos pacientes, incluindo eventos sentinelas. 32
33 Seção 3 - ESTRUTURAS DE APOIO 3.1 Serviço de Higiene O Serviço de Higiene do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Profissional responsável capacitado. Cronograma de higienização das diversas áreas. Profissional de limpeza disponível para a higienização da área de procedimento durante todo o período de funcionamento da unidade. Procedimentos conhecidos e alinhados ao Programa de de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). Local exclusivo para guardar materiais de limpeza (depósito de material de limpeza). Produtos de limpeza somente de uso hospitalar, com registro no Ministério da Saúde. Procedimentos de higienização descritos e validados pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e/ou pelo Comitê de Biossegurança (CBio), Carro(s) de limpeza com todos os frascos dos produtos identificados. Local específico para higiene dos carros de limpeza. Sacos de lixo identificados conforme legislação (PGRSS). Carro(s) fechado(s) para o transporte interno dos resíduos. Local de guarda externa do lixo, fechado e com paredes laváveis. Equipamentos de proteção individual (EPIs) para o processo de limpeza e para a coleta dos resíduos luvas e aventais de borracha, máscara N95. Programa de educação continuada para os colaboradores formalizado e registrado. 33
34 Seção 3 - ESTRUTURAS DE APOIO 3.2 Central de Esterilização de Materiais A Central de Esterilização do Serviço de Hemodinâmica deve dispor de: Responsável técnico habilitado e capacitado. Cumprimento das leis e dos regulamentos pertinentes. Acesso exclusivo para os colaboradores do setor. Barreira física entre área suja e área limpa. Procedimentos que garantam a rastreabilidade do material recebido para reprocessamento e do material encaminhado para esterilização. 34
35 Seção 3 - ESTRUTURAS DE APOIO Área Suja Recipientes fechados para recolhimento e transporte dos materiais sujos. Equipamentos de proteção individual (EPIs) exclusivos para a área. Critérios definidos para lavagem do material com permissão de reuso. Procedimentos de lavagem do material descritos e validados pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e/ou pelo Comitê de Biossegurança (CBio). Critérios definidos para descarte de material recebido para reprocessamento. Registro de saída do material encaminhado para esterilização. 35
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