RECEITA FEDERAL DIVULGA FOCOS DE ATUAÇÃO PARA A Receita Federal divulgou o Plano de Fiscalização 2016, que estabelece as
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1 NÚMERO 87, ANO VIII MARÇO DE 2016 I RECEITA FEDERAL DIVULGA FOCOS DE ATUAÇÃO PARA 2016 A Receita Federal divulgou o Plano de Fiscalização 2016, que estabelece as operações que serão objeto de maior foco da fiscalização nesse ano. Passamos a listar as principais delas: 1. Planejamento Tributário Envolvendo Ágio 2. Planejamento Tributário Envolvendo Fundos de Investimentos em Participações (FIP) 3. Tributação de Resultados Auferidos em Controladas e Coligadas no Exterior 4. Sonegação Envolvendo Distribuição Isenta de Lucros 5. Sonegação Previdenciária por Registro Indevido de Opção pelo Simples Nacional 6. Omissão de Receitas com Base em Notas Fiscais Eletrônicas 7. Omissão de Receitas ou Rendimentos a Partir de Indícios de Movimentação Financeira Incompatível Em alguns itens, clara a intenção de promover o terrorismo tributário, de forma pressionar contribuintes a não adotar planejamentos tributários, algo plenamente lícito, mas que desagrada a Receita. É o caso dos três primeiros itens da lista acima. Somente o risco, a insegurança, de sofrer uma fiscalização, já serve
2 para forçar muitas empresas a arcarem desnecessariamente com uma tributação majorada. O déficit fiscal do governo federal merece atenção, e não só pelos desdobramentos econômicos. Mesmo tendo a Receita arrecadado R$ 125 bilhões em autuações no ano de 2015, esse valor ficou 16,6% menor do que o valor inicialmente previsto (sim, a Receita tem metas de autuações anuais), o que, com certeza, acarretará numa fiscalização muito mais agressiva para esse ano de II JUSTIÇA DO TRABALHO JÁ EXECUTA DECISÕES ANTES DO FIM DO PROCESSO Recentemente, o STF decidiu que condenados em segunda instância podem começar a cumprir pena mesmo antes do trânsito em julgado do processo. Essa decisão é polêmica por si só, mas pior ainda é sua versão na Justiça do Trabalho. Já existem casos de desembargadores usando o precedente para exigir o pagamento de uma dívida trabalhista antes do final do processo. Os defensores dessa postura veem analogia clara com o caso criminal, julgado no Supremo, já que, como diz o ditado, quem pode o mais, pode o menos. Por outro lado, não é difícil notar as particularidades do caso criminal. Se réus podem fugir no curso do processo, porém bens podem ficar bloqueados como garantia do
3 credor. Ou seja, não há necessidade de já se promover a transferência de sua titularidade antes do fim da causa. Decisões deste tipo, em que pese contarem com a simpatia de associações de magistrados, causam extrema preocupação para as empresas. Não se exige muita imaginação para notar que, nesses casos, a empresa poderia ter que desembolsar grande quantia em dinheiro antes do final do processo e, posteriormente, caso conseguisse reverter a decisão, teria extrema dificuldade para reaver os valores pagos. Se os recursos trabalhistas já são encarecidos pelos altos valores de custas aplicáveis o que significa dizer que só casos de maior vulto merecem a atenção dos magistrados de segunda instância a popularização dessa postura pode tornar o TST e o STF praticamente irrelevantes em termos práticos. Como não cansamos de repetir neste Informativo, muitos juízes trabalhistas não se dão conta que sua atuação tendenciosa prejudica os empregados mais do que qualquer número de empresas jamais poderia fazê-lo, pois trazem insegurança para a relação de trabalho e só aumentam os custos das contratações aquele valor que custa ao empregador, e geralmente nunca é recebido pelo empregado. Parte significativa do chamado Custo Brasil. III REGULAMENTADA ANISTIA DE ATIVOS NO EXTERIOR
4 A regularização de ativos não declarados já possui seus contornos práticos melhor definidos, uma vez que a Receita Federal emitiu, nesse mês de março, instrução normativa regulamentando a aplicação da Lei /2016. Para aderir ao do Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT), o interessado deverá apresentar a Declaração de Regularização Cambial e Tributária (Dercat) e, entre outras condições, cumprir com o pagamento integral do imposto de renda, à alíquota de 15%, e da multa de regularização, em percentual de 100% do valor do imposto, ou seja, um total de 30%. São isentos de multa os valores disponíveis em conta de depósito no exterior equivalente a até R$ 10 mil, neste caso o interessado pagará apenas o imposto de 15%. Note-se que, o contribuinte não é obrigado a trazer os valores e bens regularizados de volta para o Brasil. Outro aspecto relevante regulamentado pela Receita é que o contribuinte deve apenas fazer uma declaração de que os bens possuem origem em atividade econômica lícita. Não há qualquer exigência de que essa declaração seja acompanhada de prova documental. A prova documental é exigida apenas para atribuição do valor em moeda nacional dos recursos, mediante a entrega de saldos, contratos, balanços e avaliações patrimoniais. No mais, a declaração de origem lícita dos valores pode ser questionada pela Receita Federal. Vale lembrar, o contribuinte deverá guardar os documentos por 5 anos, e, caso apurados pela Receita declarações ou documentos falsos, relativos à titularidade e condição jurídica dos ativos objeto de regularização, o contribuinte
5 será excluído do RERCT, com exclusão de todos os benefícios do regime e ainda aplicação de penalidades. IV FISCO ALTERA REGRAS DE PROGRAMA DE COMÉRCIO EXTERIOR No final do ano passado, a Receita Federal editou nova regulamentação para as empresas interessadas no chamado Programa Brasileiro de Operador Econômico Autorizado (OEA). Em resumo, a OEA é uma certificação concedida pelas Aduanas à importadores e exportadores que lhe confere o status de empresa segura e confiável em suas operações. A Instrução Normativa (IN) 1.624/16 entrou em vigor em 04 de março e determina que a declaração de exportação de operadora certificada deverá ser analisada com prioridade pelo Fisco. O mesmo foi instituído em relação à declaração de importação. Esse programa faz parte de um pacote de medidas que buscam desburocratizar as operações de comércio exterior. Como exemplo; as empresas certificadas serão dispensadas de exigências na aplicação de regimes aduaneiros especiais, além disso, o Portal Siscomex prevê a eliminação progressiva do uso do papel nas operações, já permitindo a anexação de documentos digitalizados.
6 A previsão é de que o programa esteja em pleno funcionamento a partir de dezembro e o Fisco já começou a receber os pedidos de certificação. Considerando o câmbio atual, a OEA pode ser uma boa aposta para os exportadores que desejam permanecer atualizados frente às (futuras) exigências do mercado, que é cada vez mais competitivo, e, eventualmente, até majorar suas vendas com a oferta de um produto mais rápido que o praticado pelos demais.
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