Artrite reumatoide: por que tratar apenas a artrite, sabendo que comorbidades são comuns e determinam morbidade e mortalidade?

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1 EDITORIAL Artrite reumatoide: por que tratar apenas a artrite, sabendo que comorbidades são comuns e determinam morbidade e mortalidade? 2012 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados. N os últimos anos houve muitos avanços na abordagem do paciente com artrite reumatoide (AR). Destacamos a possibilidade de diagnóstico em fase mais inicial da doença, graças aos novos critérios de classificação elaborados por um Comitê do EULAR (European League Against Rheumatism Liga Europeia Contra o Reumatismo) e pelo American College of Rheumatology, em 2010, e os novos testes laboratoriais, como a detecção de presença de anticorpos contra proteínas citrulinadas. 1,2 Outra conquista foi em relação à mudança no tratamento desses pacientes, com a utilização de combinações de drogas modificadoras do curso da doença (DMCD) sintéticas e biológicas. 3 Considerando tais avanços no diagnóstico e no tratamento específico da AR, devemos ficar satisfeitos com o que já temos oferecido a esses pacientes? A resposta é não. O número de internações, as comorbidades não tratadas e a mortalidade ainda são elevados. 4,5 A AR é mais que uma doença articular, e há ocorrência de inúmeras alterações inflamatórias sistêmicas. As citocinas mais expressas nas articulações dos pacientes com AR, como fator de necrose tumoral (TNF), interleucina (IL) 1, IL6 e IL17, também estão elevadas na circulação e são implicadas em inúmeros processos, como maior resistência à insulina e maior lesão endotelial vascular. 6 Na população sem AR, é sabido que a inflamação tem papel chave no desenvolvimento da placa aterosclerótica, com maior infiltrado de linfócitos T e maior expressão de citocinas derivadas da ativação de linfócitos Th1. Assim, é fácil entender por que os pacientes com AR, uma doença inflamatória sistêmica, têm maior prevalência de aterosclerose e eventos cardiovasculares. 7 Outras condições clínicas não articulares são também importantes e estão discutidas nesse Consenso sobre comorbidades em AR, como a ocorrência de diabetes mellitus, resistência à insulina, hipertensão arterial sistêmica, trombose venosa, osteoporose e neoplasias. 8 A presença dessas comorbidades em pacientes com AR tem importante impacto na sobrevida desses pacientes e na qualidade de vida, muitas vezes justificando um tratamento individualizado da condição artrítica, diante das implicações dos diferentes efeitos das drogas antirreumáticas nessas comorbidades. Diante da necessidade de melhor tratarmos os pacientes com AR, a Comissão de AR da Sociedade Brasileira de Reumatologia publica o terceiro de quatro artigos programados para o manejo do paciente com AR. O objetivo desse artigo aqui publicado sobre comorbidades foi elaborar recomendações para o correto manejo das comorbidades em AR e detalhar as comorbidades mais prevalentes e sua associação com a doença e seu tratamento. Entendemos que cabe ao reumatologista reconhecer precocemente essas comorbidades, muitas vezes com expressão subclínica diante da intensidade das queixas articulares e das modificações do curso clínico determinadas pela AR e seu tratamento. É fundamental entender que as comorbidades muitas vezes decorrem diretamente da presença da AR. Para exemplificar, a hipertensão aterial sistêmica em pacientes com AR está associada à inflamação sistêmica e ao uso de medicações utilizadas na AR, como anti-inflamatórios não hormonais, corticoides e DMCD, como leflunomida e ciclosporina. 9 Ivânio Alves Pereira, MD, Ph.D Professor da Disciplina de Reumatologia, Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL; Chefe do Serviço de Reumatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina HU-UFSC REFERENCES REFERÊNCIAS 1. da Mota LM, Cruz BA, Brenol CV, Pereira IA, Fronza LS, Bertolo MB et al.; Brazilian Society of Rheumatology Consensus of the Brazilian Society of Rheumatology for diagnosis and early assessment of rheumatoid arthritis. Rev Bras Reumatol 2011; 51(3): Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

2 EDITORIAL 2. Aletaha D, Neogi T, Silman AJ, Funovits J, Felson DT, Bingham CO 3rd et al rheumatoid arthritis classification criteria: an American College of Rheumatology/European League Against Rheumatism collaborative initiative. Ann Rheum Dis 2010; 69(9): da Mota LM, Cruz BA, Brenol CV, Pereira IA, Rezende-Fronza LS, Bertolo MB et al Brazilian Society of Rheumatology Consensus for the treatment of rheumatoid arthritis. Rev Bras Reumatol 2012; 52(2): Gonzalez A, Maradit Kremers H, Crowson CS, Nicola PJ, Davis JM 3rd, Therneau TM et al. The widening mortality gap between rheumatoid arthritis patients and the general population. Arthritis Rheum 2007; 56(11): Michaud K, Wolfe F. Comorbidities in rheumatoid arthritis. Best Pract Res Clin Rheumatol 2007; 21(5): McInnes IB, Schett G. The pathogenesis of rheumatoid arthritis. N Engl J Med 2011; 365(23): Kitas GD, Gabriel SE. Cardiovascular disease in rheumatoid arthritis: state of the art and future perspectives. Ann Rheum Dis 2011; 70(1): Pereira IA, da Mota LM, Cruz BA, Brenol CV, Rezende-Fronza LS, Bertolo MB et al. Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia sobre o manejo de comorbidades em pacientes com o diagnostico de Artrite Reumatoide. Rev Bras Reumatol 2012; 52(4): Panoulas VF, Douglas KM, Milionis HJ, Stavropoulos-Kalinglou A, Nightingale P, Kita MD et al. Prevalence and associations of hypertension and its control in patients with rheumatoid arthritis. Rheumatology (Oxford) 2007; 46(9): Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

3 ARTIGO ORIGINAL Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia sobre o manejo de comorbidades em pacientes com artrite reumatoide Ivânio Alves Pereira 1, Licia Maria Henrique da Mota 2, Boris Afonso Cruz 3, Claiton Viegas Brenol 4, Lucila Stange Rezende Fronza 5, Manoel Barros Bertolo 6, Max Victor Carioca de Freitas 7, Nilzio Antônio da Silva 8, Paulo Louzada-Junior 9, Rina Dalva Neubarth Giorgi 10, Rodrigo Aires Corrêa Lima 11, Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro 12 RESUMO Objetivo: Elaborar recomendações da Comissão de Artrite Reumatoide da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) para o manuseio das comorbidades em artrite reumatoide (AR). Métodos: Revisão da literatura e opinião de especialistas da Comissão de AR da SBR. Resultados e conclusões: Recomendações: 1) Diagnosticar e tratar precoce e adequadamente as comorbidades; 2) O tratamento específico da AR deve ser adaptado às comorbidades; 3) Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) ou bloqueadores dos receptores de angiotensina II (BRA) são preferidos no tratamento da hipertensão arterial sistêmica; 4) Em pacientes com AR e diabetes mellitus, deve-se evitar o uso contínuo de dose cumulativa alta de corticoides; 5) Sugere-se o uso de estatinas para manter níveis de LDL menor que 100 mg/dl e índice aterosclerótico menor que 3,5 em pacientes com AR e comorbidades; 6) A síndrome metabólica deve ser tratada; 7) Recomenda-se a realização de exames para a investigação de aterosclerose subclínica; 8) Maior vigilância para um diagnóstico precoce de neoplasia oculta; 9) Medidas de prevenção para trombose venosa são sugeridas; 10) Recomenda-se a realização de densitometria óssea em pacientes com AR acima de 50 anos, e naqueles com idade menor com corticoide maior que 7,5 mg por mais de três meses; 11) Pacientes com AR e osteoporose devem evitar quedas, e devem ser aconselhados a aumentarem a ingestão de cálcio, aumentarem a exposição solar e fazerem atividade física; 12) Suplementação de cálcio e vitamina D é sugerida. A utilização de bisfosfonatos é sugerida para pacientes com escore T menor que 2,5 na densidade mineral óssea; 13) Recomenda-se equipe multidisciplinar, com participação ativa do médico reumatologista no tratamento das comorbidades. Palavras-chave: artrite reumatoide, comorbidades, hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemia Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados. INTRODUÇÃO A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune inflamatória sistêmica que tem como característica principal a presença de poliartrite crônica simétrica de grandes e pequenas articulações. Apesar do envolvimento musculoesquelético típico, essa é uma enfermidade sistêmica que pode acometer vários órgãos, como pulmão, olho e vasos sanguíneos. Essa condição Recebido em 22/04/2012. Aprovado, após revisão, em 07/05/2012. Os autores declaram a inexistência de conflito de interesse. Serviço de Reumatologia e Serviço de Endocrinologia Sabin Laboratório de Análises Clínicas; Hospital Universitário de Brasília HUB. 1. Professor da Disciplina de Reumatologia, Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL; Chefe do Serviço de Reumatologia, Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina HU-UFSC 2. Professora Colaboradora de Clínica Médica e do Serviço de Reumatologia, Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília FM-UnB; Doutora em Ciências Médicas, FM-UnB 3. Mestre em Epidemiologia; Chefe do Serviço de Reumatologia, BIOCOR Instituto 4. Professor-Adjunto do Departamento de Medicina Interna, Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS; Coordenador do Ambulatório de Artrite Reumatoide do Serviço de Reumatologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre 5. Médica-Assistente do Serviço de Reumatologia, Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná HC-UFPR; Ex-fellow do Serviço de Reumatologia, Hospital Geral AKH, Áustria 6. Professor e Coordenador da Disciplina de Reumatologia, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas Unicamp 7. Professor-Adjunto da Disciplina de Imunologia, Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará FM-UFC 8. Professor Titular, Universidade Federal de Goiás UFG 9. Professor Livre-Docente (Associado), Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo FMRP-USP 10. Médica-Chefe da Seção de Diagnóstico e Terapêutica do Serviço de Reumatologia, Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo HSPE-FMO 11. Reumatologista; Chefe do Serviço de Reumatologia, Hospital Universitário de Brasília da UnB 12. Professor-Adjunto da Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro FCM-UERJ Correspondência para: Ivânio Alves Pereira. Av. Rio Branco, 448 sala 306. CEP: Florianópolis, SC, Brasil. ivanioreumato@gmail.com Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

4 Pereira et al. causa grande impacto social e econômico, considerando as deformidades articulares irreversíveis e o significativo declínio na capacidade funcional dos pacientes acometidos. 1 Nos últimos anos, maiores conhecimentos sobre a patogênese da doença e o reconhecimento de alvos terapêuticos permitiram a inserção de novas drogas modificadoras do curso da doença (DMCD), incluindo as DMCD biológicas. 2,3 Além disso, novas estratégias de manejo da AR foram sugeridas, como utilização de DMCD desde a fase inicial da doença, avaliações mais frequentes dos pacientes, mudanças ou ajustes da terapêutica com base em escores objetivos de avaliação da atividade da doença e busca de remissão clínica ou, quando a remissão não é possível, baixa atividade da doença. Essas mudanças de conduta resultaram em melhor prognóstico para os pacientes com diagnóstico de AR. 4 Apesar das marcantes conquistas do tratamento da AR, a mortalidade entre os pacientes continua superior à da população geral, e não houve mudanças significativas nos últimos anos. 5 Indivíduos com diagnóstico de AR têm maior chance de apresentar outras doenças associadas, como as de etiologia autoimune, 6,7 e comorbidades, como hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemia e diabetes mellitus (DM) O entendimento e o manejo adequado das comorbidades em pacientes com AR é fundamental, já que essas doenças contribuem para o risco cardiovascular aumentado e para a maior mortalidade observada nesse grupo. 15 O presente documento tem o objetivo de elaborar recomendações para o diagnóstico e o manejo de comorbidades em pacientes com AR, com enfoque nas condições que ocorrem mais frequentemente. A finalidade deste texto é a de sintetizar a posição atual da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) sobre o tema, com o objetivo de orientar os médicos brasileiros, em especial os reumatologistas, sobre o diagnóstico e o manejo das comorbidades em pacientes com AR no Brasil. MÉTODO DA ELABORAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES O método de elaboração das recomendações incluiu a revisão da literatura e a opinião de especialistas membros da Comissão de Artrite Reumatoide da SBR. O levantamento bibliográfico abrangeu publicações das bases MEDLINE, SciELO, PubMed e EMBASE até fevereiro de As recomendações foram escritas e reavaliadas por todos os participantes durante múltiplas rodadas de questionamentos e correções realizadas via internet. Hipertensão arterial sistêmica A HAS é um dos principais fatores de risco modificáveis para doença cardiovascular em pacientes com AR. É uma patologia importante e frequente e está associada ao desenvolvimento de aterosclerose subclínica. Sua prevalência é alta, variando de 53% 73%, de acordo com alguns estudos publicados Panoulas et al. 14 encontraram uma frequência de 70,5% de hipertensos em sua amostra, enquanto Gonzalez et al. 16 encontraram uma frequência de 52% na população estudada. Apesar dessa alta frequência, a HAS na AR tem sido menos diagnosticada e tratada (13,2% versus 21% 23% na população sem AR) Os mecanismos responsáveis pelo aparecimento de HAS em pacientes com AR não estão esclarecidos, mas alguns fatores clássicos estão associados com HAS na população com AR, como obesidade, sedentarismo e uso de medicações. 15 O uso de glicocorticoide por período maior que seis meses e em dose maior que 7,5 mg/dia está associado à HAS nos pacientes com AR. 17 Da mesma forma, pode haver aumento dos níveis pressóricos secundário ao uso de leflunomida e ciclosporina em pacientes com AR Fatores inerentes à doença, como a inflamação sistêmica da AR, também podem contribuir para o aparecimento de HAS nesses pacientes. A AR cursa com maior expressão do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucina (IL) 1 e 6, aumento da expressão de moléculas de adesão, do receptor de angiotensina II tipo 1, da endotelina e menor expressão de óxido nítrico, e esse desequilíbrio pode contribuir para a HAS. 15 Em relação ao tratamento da AR, sabe-se que o uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) atenua o efeito anti-hipertensivo dos diuréticos, betabloqueadores, inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) e bloqueadores dos receptores de angiotensina II (BRA). 21 Também é importante saber que a combinação de AINEs com diurético e IECA ou BRA determina maior chance de insuficiência renal, em particular nos pacientes idosos e naqueles que estejam em condições de perda de volume intravascular, como cirrose hepática, insuficiência cardíaca, hipoalbuminemia e desidratação. Devido aos efeitos benéficos em nível endotelial, e por interferirem menos no metabolismo dos carboidratos e causarem menos dislipidemia, IECA ou BRA são preferidos como terapia inicial no tratamento da HAS em pacientes com AR, em vez de betabloqueadores e diuréticos. 15 No tratamento de pacientes com AR e HAS, devemos, se possível, evitar o uso concomitante de AINEs e/ou dose alta de corticoides Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

5 Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia sobre o manejo de comorbidades em pacientes com artrite reumatoide Diabetes mellitus A associação entre AR e resistência insulínica está bem-documentada. Por outro lado, há poucos estudos que analisam o risco de desenvolvimento de DM em pacientes com AR. 12,23,24 Um estudo recente de pacientes com AR versus com psoríase ou artrite psoriásica e controles mostrou que o risco de DM tipo 2 foi maior em pacientes com AR comparado ao grupo-controle, com HR 1,5 (95% IC 1,4 1,5). 23 Da mesma forma, Han et al. 25 demonstraram que doenças cardiovasculares e seus fatores de risco, bem como o DM tipo 2, foram mais comuns nos pacientes portadores de AR. É sabido que a utilização de corticoides em pacientes com AR pode interferir de forma negativa na sensibilidade à insulina em pacientes com AR, 26 e que o tratamento da inflamação sistêmica da AR pode determinar efeito benéfico, especialmente com o uso de hidroxicloroquina e anti-tnf Estudos também mostram que a prevalência de DM tipo 1 é maior em pacientes portadores de AR, especialmente o subgrupo que apresenta o anticorpo antipeptídeo citrulinado cíclico (anti-ccp) positivo. Esse risco pode ser atribuído a um alelo em comum para as duas doenças, agindo como um fator de risco em comum na patogênese de ambas. Liao et al. 30 demonstraram, ao avaliar pacientes com AR, que a presença do alelo PTPN22 é comum à AR e ao DM tipo 1, relacionando-se à coexistência das doenças. No entanto, a associação foi significativa apenas para os portadores de AR com o anticorpo anti-ccp positivo. Sugere-se evitar o uso contínuo de dose cumulativa alta de corticoides em pacientes com AR e DM concomitante, e que estratégias sejam implementadas para um controle efetivo da inflamação sistêmica da doença, considerando que algumas evidências sugerem um efeito benéfico do tratamento da AR no controle do DM Dislipidemia A dislipidemia encontrada em pacientes com AR caracteriza-se pela presença de níveis reduzidos de colesterol HDL e aumento da relação colesterol total (CT/HDL) O aparecimento desse padrão pode preceder o início das manifestações articulares da doença e pode estar relacionado a alterações inflamatórias secundárias à doença. 33,34 Acredita-se que os níveis de colesterol total, e em especial o HDL, possam diminuir com a atividade da doença, e que essa redução esteja relacionada com os níveis elevados de citocinas pró-inflamatórias, como o TNF-α. 31,33 É sabido que o próprio tratamento da AR já seja capaz de interferir no perfil lipídico dos pacientes Os AINEs não parecem exercer efeitos nos níveis dos lipídios. 39 O efeito dos corticoides no aumento dos níveis de CT e LDL foram amplamente documentados, embora seu uso em pacientes com AR não tenha sido associado, até o momento, ao aumento do risco cardiovascular. 40 A ciclosporina parece ter efeito deletério sobre os níveis de colesterol, enquanto os antimaláricos têm um efeito positivo na diminuição dos níveis séricos de CT e triglicerídeos. 41 O tratamento com outras DMCD e com os agentes biológicos, como as drogas da classe dos anti-tnf e principalmente com o antagonista do receptor de IL-6 (tocilizumabe), determinam controle da inflamação e aumento dos níveis previamente reduzidos de CT/HDL associados com inflamação, sem maiores interferências no índice aterosclerótico e sem aumento dos eventos clínicos cardiovasculares até o momento Interessante vermos que o uso de drogas do grupo das estatinas exercem não apenas efeitos hipolipemiantes em pacientes com AR, mas determinam redução dos escores de atividade da doença em AR. Espera-se o resultado do estudo TRACE RA (Trial of Atorvastatin for the Primary Prevention of Cardiovascular Events in Rheumatoid Arthritis) ( que está em andamento e envolverá cerca de pacientes com AR. Esse estudo poderá definir o papel das estatinas no controle da inflamação e na redução do risco cardiovascular em pacientes com AR. 46 Aterosclerose Pacientes com AR apresentam maior prevalência de disfunção endotelial, 47,48 avaliada por estudos de ultrassom braquial, e essa é a primeira evidência do início do processo aterogênico, em que encontramos a presença de rigidez arterial. Em relação aos exames não invasivos que demonstram a presença de aterosclerose subclínica, estudos confirmam que aterosclerose carotídea com presença de placas é frequente, 49 assim como maior escore de cálcio coronariano na angiotomografia computadorizada de artérias coronárias. 50 A prevalência de infarto agudo do miocárdio (IAM) e de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é maior nos pacientes com AR. 51,52 Essas condições determinam menor sobrevida e maior mortalidade aos pacientes com AR. Em relação à doença coronariana, devemos lembrar que a prevalência de sintomas anginosos é menos frequente nos pacientes com AR, o que faz com que não seja raro que esses indivíduos apresentem morte súbita ou infarto do miocárdio silencioso. 51 Embora o tratamento da AR reduza a chance de infarto do miocárdio, em particular com uso de metotrexato (MTX) e Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

6 Pereira et al. anti-tnf, deve ficar claro que tratar comorbidades como DM tipo 2, dislipidemia e HAS nesses pacientes é importante. Em indivíduos com AR que tenham doença coronariana, antecedente de IAM ou ICC, deve-se evitar o uso indiscriminado e por tempo prolongado de AINEs, em particular o uso dos AINEs seletivos para a ciclo-oxigenase 2, considerando maiores mortalidade e risco de hospitalização por infarto do miocárdio e ICC descompensada. Dentre os AINEs, o risco de infarto do miocárdio e outros eventos cardiovasculares parece ser menor com o uso de naproxeno. 56,57 Outro aspecto é a cessação do tabagismo nos pacientes com AR. Sabe-se que o tabagismo, além de determinar maior risco de doença cardiovascular, aumenta a chance do aparecimento de AR em pessoas que tenham predisposição genética, aumenta a gravidade do quadro articular e está associado a manifestações extra-articulares da doença. 58 Além disso, indivíduos fumantes com AR têm menor resposta clínica ao uso de drogas antirreumáticas como o MTX ou uso de agentes biológicos anti-tnf. 59 Síndrome metábolica Embora não haja definição universalmente aceita, a síndrome metabólica (SM) é caracterizada pelo agrupamento de manifestações clínicas que incluem obesidade centralmente distribuída, níveis reduzidos de HDL colesterol, níveis elevados de triglicerídeos, aumento da pressão arterial e hiperglicemia. Atualmente, as definições mais aceitas são a da Federação Internacional de Diabetes (IDF), a do Programa Educacional de Tratamento do Colesterol do Adulto (NCEP ATPIII) e a da Organização Mundial de Saúde (OMS) Essa síndrome representa uma associação de condições que têm em comum a resistência insulínica e o aumento da gordura abdominal, que está intimamente ligada à inflamação. 63 Tal relação com a inflamação pode justificar a maior prevalência de SM em pacientes com AR, 9,64 67 e a maior atividade da doença encontrada nos pacientes com AR que apresentam SM Dessein et al. 69 demonstraram prevalência de SM entre 14% 19% dos pacientes com AR, e dois outros estudos não demonstraram maior prevalência de SM em pacientes com AR. 68,70 A presença de SM na população sem AR está associada a maior chance de evento cardiovascular e maior mortalidade em geral. 71 Na população com AR não existem estudos que pesquisaram a maior prevalência de infarto do miocárdio ou AVC associado a SM, 72 mas a presença de calcificação coronariana, um teste diagnóstico que aumenta a chance de evento cardiovascular, associou-se à SM nessa população. 65 O papel das DMCD na prevalência da SM em pacientes com AR não está definido, com resultados não concordantes em relação ao MTX. Toms et al. 73 mostraram menor prevalência de SM em pacientes idosos em uso de MTX; por outro lado, uma subanálise do estudo CARRE não confirmou esses resultados. 13 Trombose venosa e embolia pulmonar Entre os eventos vasculares não cardíacos com maior probabilidade de ocorrer na AR destacam-se a trombose venosa profunda (TVP) e o tromboembolismo pulmonar (TEP). 74,75 A incidência dessas comorbidades pode estar associada a fatores de risco clássicos que afetam a população em geral, e a aspectos específicos da AR De modo geral, menor mobilidade, como consequência das lesões articulares, internações que podem determinar repouso prolongado no leito, idade mais avançada da maioria dos pacientes artríticos, compressão do sistema venoso adjacente a uma articulação com derrame articular volumoso e obesidade contribuem para aumentar o risco de tromboembolismo. 74 Pacientes com AR apresentam alterações nos parâmetros de coagulação e sistema fibrinolítico. 77 Em AR é comum encontrarmos aumento na contagem de plaquetas, juntamente com marcadores de ativação de plaquetas elevadas, aumento dos níveis de marcadores de trombina, como complexos de trombina-antitrombina e fragmentos de protrombina. O aumento das citocinas pró-inflamatórias na AR associa-se a níveis elevados de fibrinogênio, fator de von Willebrand e D-dímero. 77,78 Ainda que os estudos de prevalência de trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP) em AR mostrem resultados discordantes, um importante estudo mostrou que a AR é um fator de risco para TVP e TEP. 75,79,80 Esse estudo avaliou a incidência de TVP e TEP em pacientes com AR admitidos em hospitais nos Estados Unidos no período de 1979 a Os resultados encontrados foram que de (0,85%) pacientes com AR apresentaram TEP, comparados a de (0,38%) sem AR (RR = 2,25). TVP ocorreu em de (1,64%) pacientes com AR versus de (0,86%) sem AR (RR = 1,90). Em relação ao impacto dos diferentes tratamentos empregados em AR, os dados do Registro de Uso Biológicos da Sociedade Britânica de Reumatologia comparou a incidência de TVP e TEP entre pacientes em uso de anti-tnf e com DMCD não biológicos. Não houve diferença entre os diversos grupos com risco relativo global (HR = 0,8; 95% IC 0,5 1,5) na incidência de TVP e TEP Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

7 Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia sobre o manejo de comorbidades em pacientes com artrite reumatoide Um estudo retrospectivo de base populacional comparou os dados de 813 casos de AR com os da população sem AR, atendidos no período de janeiro de 1980 a dezembro de Os autores concluíram que houve maior incidência de TVP e TEP no grupo com AR (HR = 3,6). 74 Os eventos tromboembólicos foram associados a obesidade (HR = 2,2), ao uso de DMARD (exceto MTX e hidroxicloroquina) (HR = 1,9), ao uso de biológicos (HR = 2,7), ao uso de ácido acetilsalicílico (HR = 2,3) e a artroplastia recente (HR = 11,4). Por outro lado, não foram associados ao tromboembolismo venoso a positividade do fator reumatoide e do anti-ccp, o aumento da VHS, a gravidade da AR ou a presença de erosões ou nódulos subcutâneos. Como se vê, há discordância entre esse estudo americano e o Registro Britânico de Biológicos, no qual não se encontrou associação de TEP/TVP com o uso de imunobiológicos. 74,81 Nos cuidados recomendados para os pacientes com AR devem ser incluídas as medidas preventivas para TEP/TVP. Neoplasias A ocorrência de neoplasias em pacientes com AR, em uso ou não de DMCD, em especial de drogas biológicas, é assunto de grande interesse, dado o grande impacto dessas doenças sobre a morbimortalidade dos pacientes com AR. Os resultados dos estudos de prevalência e de risco relativo em comparação com população controle, bem como o papel do tratamento da AR (incluindo DMCD sintéticas e biológicas) no desencadeamento de neoplasias ainda são controversos Estudos populacionais para coleta de dados a partir de fontes primárias são necessários para ampliar o conhecimento sobre os mecanismos da ocorrência de neoplasias em pacientes com AR. O risco de mortalidade por causas específicas em pacientes com AR hospitalizados foi quantificado em estudo que tem como base uma coorte populacional acompanhada por um período de 20 anos. 89 Entre pacientes com AR, houve aumento no risco de morte por causas listadas em todos os capítulos da Classificação Internacional de Doenças (CID), à exceção de doenças mentais. Causas específicas de morte nesse grupo de pacientes incluíram câncer de pulmão [homens: 1,4 (1,2 1,5); mulheres: 1,6 (1,5 1,8)] e neoplasias hematopoiéticas [homens: 1,8 (1,4 2,3); mulheres: 2,0 (1,7 2,3)]. Os pacientes com AR, no entanto, foram menos propensos a morrer de neoplasias do trato gastrointestinal [homens: 0,82 (0,7 1,0); mulheres: 0,8 (0,7 0,9)]. Hemminki et al. 90 também relataram uma redução no risco de adenocarcinomas de cólon e reto em pacientes com AR, sugerindo que os mecanismos inflamatórios subjacentes que atuariam como fator de risco nesses pacientes pudessem ter sido suprimidos pelo uso de medicações anti-inflamatórias. O risco associado de neoplasias em quatro sítios específicos (linfoma, pulmão, colorretal e câncer de mama) em pacientes com AR foi avaliado em uma metanálise. 82 Comparado com a população geral, a razão de incidência padronizada (SIR, do inglês standardized incidence ratio) estimada sugere que pacientes com AR apresentam aumento de duas vezes no risco de linfoma (SIR 2,08; 95% IC 1,80 2,39) e maior risco de linfoma Hodgkin que não Hodgkin. O risco de câncer de pulmão também é aumentado, com SIR 0,77 (95% IC 0,65 0,9), assim como câncer de mama (SIR 0,84; 95% IC 0,79 0,9). A SIR para todas as neoplasias foi de 1,05 (95% IC 1,01 1,09). Assim, pacientes com AR parecem ter maior risco de linfoma e de câncer de pulmão, e potencialmente menor risco de câncer de mama e colorretal, em comparação à população geral. Outro estudo acompanhou pacientes com AR (com internação hospitalar prévia) de 1980 a 2004 na Suécia. A SIR foi calculada para a ocorrência de neoplasias em pacientes com AR em comparação com indivíduos sem AR. Muitas neoplasias foram diagnosticadas mais frequentemente nos pacientes com AR, incluindo linfoma de Hodgkin, linfoma não Hodgkin e câncer de pele, além de uma associação com tumores endócrinos (exceto tireoide). A ocorrência de tumores de cólon, reto e endométrio foi menor entre os pacientes com AR. Entre os pacientes hospitalizados após 1999, a SIR para melanoma, câncer de pele escamoso, trato digestivo superior e leucemia foi aumentada em relação aos períodos anteriores. 84 O risco de ocorrência de linfoma não Hodgkin em pacientes com doenças autoimunes foi investigado em diversos estudos, com resultados inconclusivos. Em metanálise de estudos de coorte observou-se maior risco de linfoma não Hodgkin 83 em pacientes com AR (SIR 3,9; 95% IC 2,5 5,9). Na AR, efeitos randômicos de SIR para linfoma não Hodgkin com DMCD sintéticos, drogas citotóxicas e agentes biológicos foram de 2,5 (95% IC 0,7 9,0), 5,1 (95% IC 0,9 28,6) e 11,5 (95% IC 3,7 26,9), respectivamente. Os dados do Registro Sueco de Artrite Inicial (duração dos sintomas < 1 ano) mostraram que, antes do diagnóstico de AR, não foi observado aumento no risco de linfoma (OR [odds ratio] 0,67 [95% IC 0,37 1,23]) ou outras neoplasias (RR 0,78 [95% IC 0,70 0,88]). Durante os primeiros 10 anos após o diagnóstico de AR, o HR de desenvolvimento de linfomas foi de 1,75 (95% IC 1,04 2,96). Esses achados indicam que, de forma geral, há aumento do risco de linfoma na primeira década após o diagnóstico de AR. 91 Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

8 Pereira et al. A patogênese da ocorrência de neoplasias sólidas ou hematopoiéticas nos pacientes com AR não é conhecida. A desregulação do sistema imunológico em doenças autoimunes poderia potencialmente levar ao câncer, e há evidências definitivas ligando alguns mecanismos de autoimunidade com a ocorrência de neoplasias. 90 Encontrou-se associação significativa entre os HLA- DRBI*02 e DRBI*03 com a probabilidade de ocorrência de neoplasias (OR 5,2 e 9,9, respectivamente), de forma independente da história familiar de AR e câncer ou da atividade clínica da AR. Assim, alelos HLA classe II parecem estar associados à ocorrência de neoplasias em pacientes com AR. 92 Embora não existam recomendações formais previamente publicadas, a Comissão de Artrite Reumatoide da SBR recomenda que, durante o acompanhamento clínico do paciente com AR, o médico esteja permanentemente atento a quaisquer sintomas que possam sugerir neoplasias, em virtude do risco aumentado, sobretudo em pacientes com formas graves e em uso de DMCD biológicas. A investigação para neoplasias em pacientes com AR deve seguir o mesmo protocolo para pacientes sem a doença, visando ao diagnóstico precoce e incluindo exames de rastreamento. O uso de DMCD biológicas foi introduzido para o tratamento da AR há pouco mais de uma década. Desde então, a compreensão ainda incompleta dos efeitos dessa classe terapêutica e das vias inibidas suscita questionamentos sobre o perfil de segurança dessas drogas, incluindo sobre o risco de câncer. 88 Com relação aos anti-tnf, sabe-se que o TNF tem papel importante na inflamação e que pode afetar o controle do crescimento tumoral. 89 As informações disponíveis até o momento não nos permitem afirmar com exatidão que tipos de tumores são mais comuns, quais são os pacientes em uso de DMCD biológicas em risco de desenvolvimento de câncer e qual o momento da possível ocorrência do tumor. Os dados que podem ser analisados advêm de metanálises de estudos randomizados controlados e estudos observacionais, incluindo os registros de biológicos. 89 Os dados do Registro Alemão de Biológicos RABBIT, um estudo de coorte prospectivo, foram usados para investigar o risco de neoplasias novas ou recorrentes em pacientes com AR recebendo biológicos, em comparação com outras DMCD sintéticas. Não foram encontradas diferenças significativas na incidência de neoplasias em pacientes expostos ou não ao tratamento com anti-tnf e anti-il1. O mesmo se aplica ao risco de neoplasias recorrentes. Os autores sugeriram, no entanto, que os resultados necessitavam ser validados em coortes mais amplas. 93 Uma recente revisão sistemática da literatura 87 incluiu todos os estudos randomizados, duplo-cegos, controlados por placebo avaliando pacientes com AR inicial que iniciaram terapia anti-tnf sem o uso prévio de DMCD (incluindo MTX), totalizando pacientes recebendo terapia biológica e pacientes em uso de MTX. Não houve diferença significativa quanto à ocorrência de neoplasias entre o grupo de pacientes em uso de anti-tnf e os controles. Os autores concluíram que não parece haver aumento do risco de neoplasias quando os pacientes têm o diagnóstico precoce e não recebem tratamento prévio com MTX ou outra DMCD. A segurança dos anti-tnf em pacientes com AR também foi avaliada, com cálculo de risco estimado em metanálises com e sem ajuste por exposição. 94 Dezoito estudos randomizados envolvendo pacientes com AR foram incluídos (tempo de tratamento médio de 0,8 ano). O tratamento com doses recomendadas de anti-tnf não aumentou o risco de morte (OR 1,39; 95% IC 0,74 2,62), de linfoma (OR 1,26; 95% IC 0,52 3,06), de câncer de pele não melanoma (OR 1,27; 95% IC 0,67 2,42) ou o desfecho composto de neoplasias não cutâneas mais melanomas (OR 1,31; 95% IC 0,69 2,48). Em metanálise avaliando estudos que incluíram pacientes com AR em uso de etanercepte (ETP) por 12 semanas ou mais 95 foram analisados pacientes, dos quais receberam ETP (2.484 pacientes/ano) e em uso de terapia controle (1.051 pacientes/ano). Neoplasias foram diagnosticadas em 26 pacientes no grupo do ETP [taxa de incidência (IR) de 10,47/1.000 pessoas/ano] e sete pacientes no grupo-controle (IR 6,66/1.000 pacientes/ano). O HR foi de 1,84 (95% IC 0,79 4,28) para o grupo do ETP em comparação ao grupocontrole. Nessa análise, a ocorrência de neoplasias foi maior no grupo de pacientes tratados com ETP, embora os resultados não tenham sido estatisticamente significativos. Para determinar o risco de neoplasia a curto e médio prazo em pacientes com AR em uso de anti-tnf, foram avaliados e cruzados dados do Registro Sueco de Biológicos (ARTIS), dos Registros Suecos de AR e do Registro Sueco de Câncer. Durante os primeiros seis anos após o início de terapia anti-tnf não foi observada elevação no risco de neoplasia. 96 Outro aspecto a ser considerado diz respeito à ocorrência de câncer em pacientes com AR e história prévia de neoplasia tratados com anti-tnf. Dados do Registro de Biológicos da Sociedade Britânica de Reumatologia demonstraram 293 pacientes com diagnóstico prévio de neoplasias em um total de pacientes com AR. Foram comparadas as taxas de incidência de neoplasias em 177 pacientes com AR tratados com anti-tnf e 117 pacientes tratados com DMCD sintéticas, 488 Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

9 Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia sobre o manejo de comorbidades em pacientes com artrite reumatoide todos com diagnóstico prévio de alguma neoplasia. As taxas de incidência de neoplasias foram de 25,3 eventos/1.000 pessoas/ ano na coorte de anti-tnf e 28,3/1.000 pessoas/ano na coorte de DMCD sintéticos, gerando uma taxa de incidência ajustada para idade e gênero de 0,58 (95% IC 0,23 1,43) para a coorte tratada com anti-tnf comparada com a coorte de DMCD. Os autores concluíram que a forma como os reumatologistas britânicos selecionam os pacientes com AR e neoplasias prévias para o tratamento com biológicos não ocasiona aumento da ocorrência de malignidades. 97 Esses dados, no entanto, não devem ser interpretados como indicativos de segurança do tratamento de pacientes com AR e neoplasias prévias com anti-tnf. A edição de 2008 da Classificação da OMS para neoplasias dos tecidos linfoides e hematopoiéticos reconheceu uma nova entidade diagnóstica, denominada outras desordens linfoproliferativas iatrogênicas associadas à imunodeficiência, destacando os linfomas que surgem em pacientes tratados com agentes imunossupressores para o tratamento de doenças autoimunes. 98 O papel dos anti-tnf no risco de linfomas em pacientes com AR permanece incerto. Wong et al. 98 publicaram uma metanálise de todos os ensaios clínicos controlados randomizados que descreviam pacientes com diagnóstico de AR recebendo terapia anti-tnf. As taxas ajustadas foram de 0,36 linfoma por pessoas/ano em pacientes que não receberam terapia anti-tnf versus 1,65 linfomas por pessoas/ano em pacientes que foram tratados com anti-tnf. A diferença entre as taxas teve 95% IC 0,214 2,79. A diferença entre as taxas ajustadas foi de 1,29 linfomas por pessoas/ano (95% IC 0,21 2,3, com P = 0,093). Sugeriu-se, portanto, que há maior ocorrência de linfomas no grupo tratado com anti-tnf, predominando o subtipo linfoma de células B. Como a ocorrência de linfoma é um evento raro, não houve significância estatística. Em outra metanálise, realizada com a finalidade de avaliar o risco de neoplasias em pacientes com AR em uso de anti-tnf na prática clínica (estudos observacionais prospectivos), a estimativa para o risco de tumores em todos os sítios foi de 0,95 (95% IC 0,85 1,05). 99 Em pacientes com diagnóstico prévio de neoplasias houve maior risco de recorrência do tumor ou novos diagnósticos de neoplasias. Esse risco não foi aumentado pela exposição aos anti-tnf. Resultados de outros quatro estudos sugeriram que pacientes tratados com anti-tnf teriam um risco significativamente maior de desenvolver câncer de pele não melanoma (1,45, 95% IC 1,15 1,76). Além disso, os pacientes apresentam maior risco de desenvolver melanoma, e a estimativa agrupada foi de 1,79 (95% IC 0,92 2,67). A estimativa agrupada para o risco de linfoma foi de 1,11 (95% IC 0,70 1,51). Essa revisão sistemática demonstrou que o uso de tratamentos anti-tnf não aumenta o risco de neoplasias, particularmente de linfoma. Contudo, essa classe de drogas parece aumentar o risco de câncer de pele, incluindo melanoma. Utilizando dados do ARTIS, Registro Sueco de Câncer e coortes de AR preexistentes e correlações com outros registros nacionais e censos de saúde, foi montada uma coorte de AR nacional sueca (n = ) e de pacientes que iniciaram a terapia anti-tnf entre 1998 e julho de 2006 (n = 6.604). Também foi montado um comparativo da população em geral (n = ), e a incidência de linfomas de 1999 a 2006 foi avaliada e comparada nesses indivíduos. Entre os pacientes com AR tratados com anti-tnf, 26 linfomas malignos foram observados em pessoas/ano de acompanhamento, o que correspondia a um RR de 1,35 (95% IC 0,82 2,11) versus pacientes com AR virgens de anti-tnf (336 linfomas durante pessoas/ano) e 2,72 (95% IC 1,82 4,08) versus o valor de referência da população em geral (1.568 linfomas durante pessoas/ano). Pacientes com AR que iniciaram a terapia anti-tnf entre foram responsáveis por todo o aumento no risco de linfoma versus os dois comparadores. Por outro lado, o RR não variou significativamente em relação ao tempo desde o início do primeiro tratamento ou com a duração acumulada de tratamento, nem com o tipo de agente anti-tnf. Em conclusão, quando são tomados os devidos cuidados na seleção dos pacientes, os agentes anti-tnf não estão associados a qualquer aumento da ocorrência de linfoma, que já é mais elevada em pacientes com AR. Alterações na seleção de pacientes para tratamento podem influenciar o risco observado. 100 Os dados sobre o papel de outras DMCD biológicas, além dos anti-tnf, na ocorrência de neoplasias em pacientes com AR são mais escassos. Com relação ao abatacepte (ABT), a fim de obter informações sobre a ocorrência de neoplasias em pacientes com AR em tratamento com essa droga, dados do programa de desenvolvimento clínico da medicação foram comparados com dados de outros pacientes com AR e da população em geral. Foram incluídos no estudo um total de pacientes com AR tratados com ABT (sete diferentes estudos) e pacientes com AR tratados com DMCD sintéticas em cinco coortes observacionais. Nos pacientes tratados com ABT, os 51 casos de neoplasias (excluindo-se câncer de pele não melanoma), incluindo sete casos de câncer de mama, dois casos de câncer colorretal, 13 casos de câncer de pulmão e cinco casos de linfoma observados não foram superiores ao encontrado nas cinco coortes observacionais. A razão de Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

10 Pereira et al. incidência estimada, comparando os pacientes com AR com a população geral foi consistente com o relatado na literatura. Em conclusão, a taxa de incidência total de neoplasias (câncer de mama, colorretal, pulmonar e linfoma) nos programas de desenvolvimento clínico do ABT foi consistente com a da população com AR que não fez uso dessa droga, embora os dados mereçam monitoramento. 101 Para determinar as condições de segurança na vida real para o tratamento com rituximabe (RTX) em pacientes com AR, com relação à ocorrência de neoplasias, realizou-se análise dos dados de segurança de uma coorte de pacientes com AR que receberam ao menos um curso de RTX. Os pacientes com AR e diagnósticos prévios de neoplasias foram acompanhados e comparados ao grupo de pacientes sem história prévia de câncer. Foram selecionados 186 pacientes com AR. O tempo médio de acompanhamento foi de 22,3 ± 15 meses, correspondendo a um seguimento de 346 pacientes/ano de exposição ao RTX. Entre esses, 24 (12,9%) apresentavam história pregressa de malignidades. Cinco cânceres foram diagnosticados durante o acompanhamento, com quatro novas neoplasias (uma próstata, uma mama, um cólon e um cérvix) e houve uma recorrência de câncer de mama. A taxa global de neoplasias foi de 1,45/100 pacientes/ano (95% IC 0,19 2,70), comparável às coortes tratadas com DMCD previamente acompanhadas. Nenhuma nova neoplasia hematopoiética foi relatada, e seis casos de linfoma que estavam em remissão antes do tratamento com RTX assim permaneceram durante o acompanhamento. Dessa forma, embora com base em um pequeno número de casos de neoplasia observados, e a despeito do viés de seleção (12,9% de neoplasias prévias nos pacientes tratados com RXT), esse estudo observacional sugeriu que o RTX não aumenta o risco de neoplasias em pacientes com AR. 102 Até 70% dos diagnósticos de câncer são feitos por médicos não oncologistas, o que evidencia a importância desses profissionais no controle da doença. Como a AR é uma condição que se associa à ocorrência de neoplasias, per si ou pelo tratamento utilizado para controle da doença, é muito importante que o reumatologista esteja atento aos sintomas suspeitos. A vigilância constante é a única forma de adequar condutas diagnósticas e terapêuticas, ressaltando-se que a rapidez no diagnóstico e no encaminhamento do caso são as únicas formas de garantir redução da morbimortalidade em decorrência de neoplasias. Osteoporose Osteoporose e fraturas são comorbidades comuns em pacientes portadores de AR e inerentes ao curso natural da doença. O problema da osteoporose na AR, embora tenha sido estudado extensamente nos últimos anos, é pouco lembrado em diretrizes clínicas, e seu manejo muitas vezes relegado a um segundo plano dentro dos cuidados do paciente artrítico. A relevância desse tema é refletida na alta prevalência dessa comorbidade, que pode acometer mais da metade dos pacientes portadores de AR. 103 Consequentemente, o risco de fraturas é maior que o da população em geral. Em estudo retrospectivo com mais de pacientes verificou-se que em portadores de AR o risco de fraturas de quadril e coluna vertebral é aproximadamente o dobro comparado àquele observado na população em geral, e quase três vezes maior nos pacientes em uso de corticoide. 104 Além disso, quase 20% das pacientes com AR podem apresentar novas fraturas em cinco anos. 105 A fisiopatogenia da AR explica o desequilíbrio entre a produção e reabsorção óssea. A doença exibe uma produção aumentada de citocinas como IL-1, IL-6, TNF-α e fator transformador de crescimento-beta, que estimulam a inflamação e são envolvidas na ativação e na diferenciação dos osteoclastos. 106 Essas citocinas regulam a expressão de ligante do receptor do ativador do fator nuclear kappa-β (RANKL) e, consequentemente, de osteoprotegerina (OPG), que são mediadores fundamentais da remodelação óssea. 107 Além do eixo RANK- RANKL-OPG, os linfócitos Th17 parecem desempenhar função importante na reabsorção óssea por meio de produção seletiva de citocinas pró-inflamatórias. Tem-se demonstrado em modelos murinos que linfócitos Th17 apresentam efeitos osteoclastogênicos e aceleram a perda óssea em doenças inflamatórias. 107,108 A AR é um fator de risco independente para fratura óssea. 109 Na abordagem dos pacientes com AR, fatores de risco tradicionais devem ser pesquisados, como idade avançada, história de fratura prévia, corticoterapia, história familiar de fratura de quadril, baixo peso corporal, tabagismo e etilismo. Outras condições clínicas que promovem perda de massa óssea devem também ser documentadas na avaliação clínica, como hipogonadismo, menopausa precoce, doença inflamatória intestinal e outras. As características próprias de doenças relacionadas à baixa densidade mineral óssea são HAQ (Health Assessment Questionnaire) elevado, classe funcional III e IV, doença de longa duração, altos escores de atividade e provas inflamatórias elevadas e corticoterapia. 110 Eles devem ser identificados e minimizados. Outro fator de risco independente para perda de massa óssea é o sedentarismo. O início de atividade física também pode reduzir o risco de osteopenia e a perda de massa óssea Diretrizes nacionais de avaliação, prevenção e tratamento da osteoporose em pacientes portadores de AR são uma necessidade premente. Na avaliação inicial, a densitometria óssea deve ser indicada para todos os pacientes acima de 50 anos. 490 Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

11 Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia sobre o manejo de comorbidades em pacientes com artrite reumatoide A densidade mineral óssea também deve ser avaliada nas pacientes abaixo dos 50 anos com fator de risco adicional, como história de fratura e corticoterapia (dose 7,5 mg de prednisona/dia por mais que três meses). 113 Em pacientes com osteoporose estabelecida é aconselhável solicitar fosfatase alcalina, TSH e eletroforese de proteínas, além de avaliar os níveis séricos de vitamina D. Quanto ao manejo não farmacológico, algumas medidas devem ser tomadas para todos os pacientes, como orientar exercícios com impacto, evitar quedas, cessar tabagismo, aumentar a exposição solar e evitar ingestão abusiva de álcool. Atenção especial deve ser despendida para pacientes em corticoterapia, além da indicação de cálcio mg/dia, bem como de suplementação de vitamina D. 114 Quanto ao manejo farmacológico, o tratamento com bisfosfonato preferencialmente deve ser indicado para todos os pacientes com escore T < 2,5 na densitometria óssea, e para aqueles com escores < 1,0, desde que estejam em uso de corticoide. 113,114 RECOMENDAÇÕES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA PARA O MANEJO DE COMORBIDADES EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE ARTRITE REUMATOIDE Com base nas considerações anteriores, os especialistas membros da Comissão de Artrite Reumatoide da SBR fazem as recomendações resumidas na Tabela 1 para o manejo de comorbidades em pacientes com diagnóstico de AR. Tabela 1 Recomendações da Sociedade Brasileira de Reumatologia para o manejo de comorbidades em pacientes com diagnóstico de artrite reumatoide Recomendação 1: Diagnosticar e tratar precoce e adequadamente comorbidades como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemia, síndrome metabólica e aterosclerose é de grande importância no manejo de pacientes com artrite reumatoide, pois reduz a morbimortalidade relacionada à doença e melhora a qualidade de vida do paciente. Recomendação 2: O tratamento específico da artrite reumatoide deve ser adaptado à presença de comorbidades, utilizando, se possível, drogas que não determinem descontrole das comorbidades. Recomendação 3: Devido aos efeitos benéficos em nível endotelial, e por interferirem menos no metabolismo dos carboidratos e causarem menos dislipidemia, inibidores da enzima conversora da angiotensina ou bloqueadores dos receptores de angiotensina II são preferidos como terapia inicial no tratamento da hipertensão arterial sistêmica em pacientes com artrite reumatoide, em vez de betabloqueadores e diuréticos. No tratamento concomitante de pacientes com artrite reumatoide e hipertesão arterial sistêmica deve-se, se possível, evitar o uso em conjunto de forma contínua de anti-inflamatórios e/ou dose alta de glicocorticoide. Recomendação 4: Em pacientes com diagnóstico de artrite reumatoide e diabetes mellitus deve-se evitar o uso contínuo de alta dose cumulativa de corticoides. Estratégias para um controle efetivo da inflamação sistêmica da artrite reumatoide devem ser implementadas, pois isso parece auxiliar no controle do diabetes mellitus. Recomendação 5: A ocorrência de dislipidemia na artrite reumatoide ocasiona maior risco de morbimortalidade cardiovascular. O tratamento deve ser precoce e adequado. Sugere-se o uso de estatinas para manter níveis de LDL menor que 100 mg/dl e índice aterosclerótico menor que 3,5 na população de pacientes com artrite reumatoide que apresentam outras comorbidades que aumentem ainda mais o risco de evento cardiovascular (como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e/ou dislipidemia), e naqueles que apresentam evidência de doença aterosclerótica subclínica como a presença de placas de ateroma nas carótidas. Recomendação 6: A presença de síndrome metabólica em população sem artrite reumatoide está associada a maior chance de evento cardiovascular e maior mortalidade em geral. Todos os componentes dessa condição, incluindo obesidade centralmente distribuída, níveis reduzidos de HDL colesterol, níveis elevados de triglicerídeos, aumento da pressão arterial e hiperglicemia, devem ser adequadamente tratados. Recomendação 7: Considerando a alta prevalência da aterosclerose na artrite reumatoide, e seu curso acelerado e silencioso, recomenda-se a realização de exames não invasivos para a investigação de aterosclerose subclínica em pacientes que apresentem artrite reumatoide e comorbidades. A realização de ultrassom de artérias carótidas em pacientes com artrite reumatoide e mais de 50 anos é sugerida, para mensuração da espessura da camada intimomedial e a pesquisa de placas de ateroma. Recomendação 8: Recomenda-se ao reumatologista maior vigilância de sinais e sintomas que possam alertar para um diagnóstico precoce de neoplasia oculta em pacientes com artrite reumatoide, considerando a maior prevalência de neoplasias sólidas e linfoma. Recomendação 9: Medidas de prevenção farmacológicas e não farmacológicas, como o uso de heparina não fracionada ou de baixo peso molecular, devem ser consideradas em pacientes com artrite reumatoide que estejam internados, já que complicações tromboembólicas são mais frequentes nesse grupo de pacientes. Recomendação 10: Recomenda-se a realização de densitometria óssea em pacientes com artrite reumatoide acima de 50 anos, e naqueles com idade menor que estejam em terapia com corticoide em dose maior que 7,5 mg por mais de três meses. Recomendação 11: Pacientes com artrite reumatoide e osteoporose devem ser orientados quanto a medidas para evitar quedas; devem ser aconselhados a aumentarem a ingestão de cálcio na dieta, aumentarem a exposição solar e fazerem atividade física. Recomendação 12: Suplementação de cálcio e vitamina D é sugerida aos pacientes com artrite reumatoide que estejam em uso de corticoide por mais de três meses, ou que apresentem outros fatores de risco para fraturas concomitantes à artrite reumatoide. A utilização de bisfosfonatos é sugerida para pacientes com escore T < 2,5 na DMO, ou < 1,0 na presença de outros fatores de risco para osteoporose. Recomendação 13: Recomenda-se uma equipe multidisciplinar, com a participação ativa do médico reumatologista, no tratamento das comorbidades de difícil controle em pacientes com artrite reumatoide. Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

12 Pereira et al. CONCLUSÕES Recomendações para diagnosticar e tratar precoce e adequadamente a AR têm sido preconizadas em nossos consensos e são fundamentais para melhora nos desfechos clínicos da AR. 115,116 Da mesma forma, o entendimento e o manejo das comorbidades como osteoporose, HAS, DM, dislipidemia, SM e aterosclerose são de grande importância, pois reduzem a morbimortalidade relacionada à doença e melhoram a qualidade de vida do paciente. Estar atento a sinais e sintomas que possam sugerir a presença de neoplasia em fase inicial é importante para o melhor prognóstico dessa comorbidade. Medidas farmacológicas e não farmacológicas de prevenção de trombose venosa devem ser lembradas nos pacientes com AR, considerando o risco aumentado dessa complicação. O acompanhamento multidisciplinar dos pacientes com AR que tenham comorbidades de difícil controle é sugerido, já que isso pode determinar melhor resposta clínica dessas patologias associadas. REFERENCES REFERÊNCIAS 1. 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16 ARTIGO ORIGINAL Avaliação de instrumentos de medida usados em pacientes com fibromialgia Adriana Martins Barros Alves 1, Jamil Natour 2, Marcos Renato Assis 3, Daniel Feldman 2 RESUMO Objetivo: Avaliar os diferentes instrumentos de medida usados em pacientes com fibromialgia. Pacientes e métodos: Foram avaliados 60 indivíduos que participaram de um ensaio clínico de corte transversal comparando os efeitos de exercícios realizados na água e exercícios realizados em solo, por meio dos questionários Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ) para avaliar o impacto da doença, The Medical Outcomes Study 36 item Short-Form Health Survey (SF-36) para avaliação da qualidade de vida, Inventário Beck para avaliar o estado de depressão e escala visual analógica da dor (EVA). Esses questionários foram comparados aos resultados obtidos em uma escala transicional do tipo Likert, a Escala verbal de avaliação de mudança (EVAM), considerada como critério de mudança na avaliação dos outros instrumentos. Resultados: O coeficiente de Spearman foi usado para estudar a correlação entre a medida EVAM e os outros instrumentos em dois momentos (T1 e T2). Em T1 houve correlação moderada entre EVAM e EVA (r = 0,49), EVAM e FIQ (r = 0,41) e correlação negativa entre EVAM e os domínios referentes a dor (r = 0,49), estado geral (r = 0,55) e componente físico (r = 0,42) do SF-36. Em T2, apenas o domínio vitalidade do SF-36 mostrou correlação negativa com EVAM, de valor fraco (r = 0,27). Conclusão: Considerando-se a EVAM como padrão ouro, nenhum dos instrumentos avaliados conseguiu captar, de maneira ótima, mudança no estado de saúde do paciente com fibromialgia. Palavras-chave: fibromialgia, questionários, qualidade de vida Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados. INTRODUÇÃO A fibromialgia (FM) é uma síndrome caracterizada por dor difusa 1 crônica de etiologia desconhecida, provavelmente multifatorial, 2 5 distúrbios do sono, fadiga e alterações do humor. 6,7 Não apresenta injúria tissular nem alterações nos exames laboratoriais e de imagem. 8 Assim, a intensidade, o impacto na qualidade de vida do paciente e as variações temporais ou de intervenções terapêuticas são subjetivos, difíceis e imprecisos. 9 A escolha dos instrumentos de medida para quantificar esses parâmetros clínicos deve ser cuidadosa, pois um critério evolutivo deve apresentar propriedades psicométricas adequadas. Para ser significativo, o instrumento deve ser sensível a mudanças e clinicamente mensurável, além de ter alta confiabilidade e validade. Outros aspectos desses instrumentos também são importantes, como aplicabilidade, praticidade e clareza. 10 O único questionário desenvolvido especificamente para FM, o Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ), apesar de ser validado de forma limitada, tem seu uso difundido em vários países. Em um estudo de 2009, 17 no qual estimou-se a mínima diferença clinicamente importante (MDCI) no FIQ, concluiu-se que uma mudança de 14% no valor total desse instrumento corresponde a uma mudança clinicamente relevante, reforçando sua utilização na pesquisa e na clínica. Ensaios clínicos envolvendo pacientes com FM apresentam grande dificuldade na escolha de critérios evolutivos adequados decorrente da subjetividade e da heterogeneidade dos sintomas. 18 Além disso, existe a necessidade de investigação de variáveis de cunho fisiológico, cognitivo-verbal e comportamental. Em uma revisão de 24 ensaios clínicos envolvendo pacientes Recebido em 30/05/2011. Aprovado, após revisão, em 08/05/2012. Os autores declaram a inexistência de conflito de interesse. Comitê de Ética: 0580/01. Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo EPM/Unifesp 1. Fisioterapeuta 2. Professor de Reumatologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo - Unifesp 3. Professor de Reumatologia, Faculdade de Medicina de Marília Correspondência para: Jamil Natour. Disciplina de Reumatologia, Unifesp/EPM. Rua Botucatu, 740. CEP: São Paulo, SP, Brasil. jnatour@unifesp.br Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

17 Alves et al. com FM, usou-se grande diversidade de parâmetros, porém não foram encontrados os mesmos critérios de avaliação de maneira consistente em nenhum dos estudos. 19 Em outra revisão sistemática mais recente 20 comparando-se as variáveis mais usadas em ensaios clínicos com as diretrizes da OMERACT (Outcome Measures in Rheumatoid Arthritis Clinical Trials), especificamente desenvolvidas para FM, 21 concluiu-se que cada domínio do OMERACT tem um instrumento que parece ser sensível à mudança. Ainda não está estabelecido um consenso sobre o padrão ouro adequado para avaliar a melhora clínica resultante das diferentes intervenções terapêuticas usadas na FM, sobretudo na população brasileira. 22 Na falta de medidas objetivas que identifiquem a melhora do paciente, os estudos utilizam-se de medidas subjetivas, incluindo questionários que avaliam a qualidade de vida, o impacto da doença e escalas de dor. Ao tratar-se de sintomas subjetivos, a ótica do paciente é de grande importância, pois implica avaliação complexa de múltiplos domínios que afetam a integridade biopsicossocial do indivíduo. 23 Assim, a referência dada pelo próprio paciente quanto ao seu estado de saúde deve ser considerada como padrão ouro que oriente a terapêutica Desse modo, o objetivo do presente estudo foi verificar a correlação entre os instrumentos de medida usados na terapêutica da FM e o questionário objetivo feito ao paciente, usando-se este como suposto parâmetro de maior sensibilidade. PACIENTES E MÉTODOS Amostra Os pacientes deste estudo foram recrutados a partir de um ensaio clínico que avaliou os efeitos de exercícios realizados na água e exercícios realizados em solo por mulheres diagnosticadas com FM. As 60 pacientes que participaram do estudo preenchiam os critérios do American College of Rheumatology (ACR) para FM e foram selecionadas sistematicamente pelo encaminhamento clínico do ambulatório da Disciplina de Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Das 60 pacientes incluídas, somente 51 completaram todas as avaliações objeto desta análise. Procedimentos O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Unifesp e todas as participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. As pacientes selecionadas foram avaliadas de acordo com os seguintes questionários: (a) FIQ, 9 questionário que avalia o impacto da doença e cuja pontuação é diretamente proporcional ao impacto quanto maior a pontuação, pior o estado de saúde. Esse questionário contém 10 questões e quantifica incapacidade funcional, intensidade de dor, distúrbios do sono, ansiedade, depressão e bem-estar global; (b) SF-36 (The Medical Outcomes Study 36 item Short-Form Health Survey), instrumento validado na população brasileira 28 que avalia a qualidade de vida e é dividido em componente físico, que determina, por meio da avaliação dos domínios que o compõem (capacidade funcional, aspectos físicos, dor e estado geral de saúde), o estado físico do paciente e o componente mental, que também é composto por domínios (vitalidade, aspectos emocionais, aspectos sociais e saúde mental) e revela a situação do estado psicoemocional do paciente. Nesse questionário, uma pontuação maior indica melhor estado de saúde; (c) Beck (Inventário Beck de depressão), com 21 questões que avaliam o estado de depressão quanto maior a pontuação, maior é o estado depressivo; e (d) EVA (Escala Visual Analógica) de dor, em que o paciente classifica sua dor em uma escala de 0 10 cm, na qual uma pontuação maior correspondente à maior dor possível. As avaliações foram realizadas no início do tratamento (T0), na oitava semana (T1) e na décima quinta semana de tratamento (T2). A perspectiva do paciente foi avaliada a partir de uma escala transicional tipo Likert de cinco pontos, a Escala Verbal de Avaliação de Mudança (EVAM), que variava entre 1 (melhorou bastante), 2 (melhorou moderadamente), 3 (melhorou levemente), 4 (não melhorou) e 5 (piorou), e serviu como referência (padrão ouro) para a percepção global de mudança. Todos os instrumentos foram aplicados por um avaliador cego em relação ao grupo terapêutico a que o paciente pertencia. Análise estatística Os seguintes métodos estatísticos foram utilizados para a análise dos resultados obtidos neste estudo: (a) estatística descritiva, para análise das variáveis demográfica e clínica (média e desvio padrão); (b) coeficiente de Spearman para verificar a correlação entre os resultados dos escores de mudança dos diferentes instrumentos usados e a EVAM. Os valores usados nessas comparações advêm do resultado da diferença de pontuação de cada questionário e da escala de dor em T0 e T1 ou seja, entre a primeira avaliação (T0) e a segunda avaliação (T1). Em seguida, esses valores finais foram comparados com a EVAM em T1. A EVAM em T2 foi comparada à diferença entre os valores dos questionários e os valores da escala de dor entre T1 e T2. Foi usada (c) análise de regressão linear para verificar qual das medidas tem maior relação com a mudança percebida pelo paciente em T1 e T2. Calculou-se também o (d) tamanho do efeito de cada instrumento, definido como a média nos escores de base até a oitava semana (T1) dividido pelo desvio padrão dos escores de base. Utilizou-se esse método para averiguar a 502 Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

18 Avaliação de instrumentos de medida usados em pacientes com fibromialgia intensidade da mudança ocorrida, indicando a MDCI. As análises foram feitas por protocolo assim, o número da amostra usado para os cálculos estatísticos foi o número de pacientes que completou todos os instrumentos de medida, em todas as avaliações. RESULTADOS Das 60 pacientes selecionadas para o estudo, 51 responderam todos os instrumentos em todas as avaliações. A Figura 1 mostra o escore de classificação da EVAM em T1 e T2. Na Tabela 1 estão mostrados os valores médios e os respectivos desvios padrão obtidos nos questionários FIQ, Beck, EVA e SF-36 em T0, T1 e T2. Número de pacientes ,6 Melhorou muito Escala verbal de avaliação de mudança 41,2 43,141,2 Melhorou moderadamente 25,5 Melhorou levemente Sensação de melhora 11,8 9,8 3,9 2 0 Não melhorou Figura 1 Desempenho da escala verbal de avaliação de mudança em T1 e T2. Tabela 1 Média (desvio padrão) do FIQ, BECK, EVA e SF-36 em T0, T1 e T2 T0 T1 T2 FIQ 63,29 (13,86) 43,28 (19,36) 38,07 (19,46) BECK 18,60 (9,11) 11,25 (10,25) 9,58 (9,49) EVA 8,27 (1,55) 5,85 (2,32) 5,05 (2,42) SF-36/CF 57,41 (21,28) 62,91 (25,59) 66,00 (29,52) SF-36/AF 18,75 (30,05) 43,33 (41,90) 53,75 (45,29) SF-36/DO 31,66 (15,94) 42,91 (21,50) 49,63 (27,48) SF-36/VT 30,91 (18,67) 47,41 (23,17) 49,16 (28,24) SF-36/EG 45,81 (19,64) 53,21 (25,34) 54,63 (28,36) SF-36/AS 54,37 (30,77) 71,82 (33,54) 69,16 (37,42) SF-36/AE 38,33 (41,54) 55,00 (42,88) 56,66 (45,22) SF-36/SM 45,40 (22,29) 56,93 (26,90) 57,60 (30,80) SF-36/COMP F 35,08 (6,93) 41,16 (7,68) 44,72 (8,59) SF-36/COMP M 38,27 (12,84) 46,22 (11,85) 47,25 (12,62) CF: capacidade funcional; AF: aspectos físicos; DO: dor; VT: vitalidade; EG: estado geral; AS: aspectos sociais; AE aspectos emocionais; SM: saúde mental; COMP F: componente físico; COMP M: componente mental. Piorou Porcentagem - T1 Porcentagem - T2 O coeficiente de correlação de Spearman revelou correspondência significativa do EVAM com a EVA de dor (P < 0,001), com o FIQ e os domínios dor, e com o estado geral e componente físico do SF-36 em T1 (Tabela 2). Em T2, a única variável que apresentou correlação estatisticamente significativa foi o domínio vitalidade, com P = 0,04 (Tabela 3). Tabela 2 Correlação entre a medida EVAM 1 e ***Delta FIQ, BECK, EVA e domínios e componentes do SF-36 EVAM1 r P FIQ 0,41 0,002** BECK 0,32 0,02* EVA 0,49 0,001** CF/SF-36 0,23 0,09 AF/SF-36 0,28 0,04* DO/SF-36 0,49 0,001** VT/SF-36 0,29 0,03* EG/SF-36 0,55 0,001** AS/SF-36 0,26 0,06 AE/SF-36 0,17 0,06 SM/SF-36 0,31 0,02* COMP F/SF-36 0,42 0,002** COMP M/SF-36 0,25 0,06 ***Diferença entre a primeira e a segunda avaliação; **Correlação signifi cante P > 0,01; *Correlação signifi cante P > 0,05. r: Coefi ciente de correlação de Spearman. Tabela 3 Correlação entre a medida EVAM 2 e ***Delta FIQ, BECK, EVA e domínios e componentes do SF-36 EVAM2 r P FIQ 0,07 0,62 BECK 0,18 0,19 EVA 0,18 0,18 CF/SF-36 0,1 0,47 AF/SF-36 0,13 0,35 DO/SF-36 0,17 0,23 VT/SF-36 0,27 0,04* EG/SF-36 0,03 0,8 AS/SF-36 0,76 0,59 AE/SF-36 0,08 0,55 SM/SF-36 0,02 0,86 COMP F/SF-36 0,12 0,38 COMP M/SF-36 0,09 0,52 ***Diferença entre a segunda e terceira avaliação; **Correlação signifi cante P > 0,01; *Correlação signifi cante P > 0,05. r: Coefi ciente de correlação de Spearman. Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

19 Alves et al. A análise de regressão linear simples revelou em T1 correlação estatisticamente significante entre EVAM e a EVA de dor (P = 0,001), e o domínio estado geral (P < 0,001) do SF-36, dados mostrados na Tabela 4. Também na Tabela 4, vemos que, em T2 a única variável com significância estatística foi o domínio vitalidade do SF-36, com P = 0,023. O cálculo do tamanho do efeito (TE) revelou a EVA como parâmetro de mudança de maior significado estatístico (TE = 1,60), seguido pelo FIQ (TE = 1,44). Os outros valores com significado estatisticamente importante são vistos na Tabela 5. Tabela 4 Análise de regressão linear mostrando a correlação entre EVAM 1 e 2 e os outros instrumentos EVAM 1 Bª Erro padrão Betaº P EVA 0,135 0,038 0,4 0,001 EG/SF-36 2,27 0,006 0,45 0,001 EVAM 2 Bª Erro padrão Betaº P VIT/SF-36 1,87 0,008 0,32 0,02 ªCoefi ciente de correlação não padronizado; ºCoefi ciente de correlação padronizado. Tabela 5 Tamanho do efeito (TE) calculado para todos os instrumentos Média Desvio padrão TE EVA1 8,27 1,55 1,6* EVA2 5,78 2,32 0,31 CF1/SF-36 57,05 20,42 0,57 CF2/SF-36 68,72 17,91 0,4 AF1/SF-36 21,07 31,76 0,92* AF2/SF-36 50,49 41,37 0,29 DOR1/SF-36 33,11 15,67 0,95* DOR2/SF-36 48,01 16,69 0,56 EG1/SF-36 48,13 18,74 0,55 EG2/SF-36 58,54 20,66 0,19 VIT1/SF-36 31,96 18,74 1,09* VIT2/SF-36 52,25 18,68 0,27 AS1/SF-36 56,37 30,85 0,73 AS2/SF-36 79,16 25,33 0,02 AE1/SF-36 41,83 42,6 0,41 AE2/SF-36 59,47 42,32 0,15 SM1/SF-36 49,33 21,08 0,62 SM2/SF-36 62,5 22,25 0,18 FIQ1 63,29 13,86 1,44* FIQ2 43,28 19,36 0,26 BECK1 18,6 9,11 0,8 BECK2 11,25 10,25 0,16 *Valores com signifi cado estatístico (TE > 0,8). DISCUSSÃO Estudos sobre FM têm usado diferentes medidas e instrumentos para avaliar o desempenho terapêutico, dificultando as tentativas de extrapolação ou comparação entre os tratamentos. Ao mesmo tempo, a grande quantidade de parâmetros estudados torna as avaliações cansativas e talvez redundantes. Neste estudo, compararam-se os resultados dos instrumentos de medida FIQ, Beck, SF-36 e EVA de dor com escala transicional comparativa do tipo Likert de cinco pontos, indicativa da EVAM percebida pelo paciente e usada como padrão ouro. Classificações globais de mudança de sintomas realizadas pelos pacientes são consideradas critério externo válido, aplicado recentemente em populações com FM. 21,29,30 Ao responder a EVAM, a paciente traduzia sua sensação de melhora sob um aspecto geral; a relação dessa resposta com outros instrumentos pôde indicar quais aspectos influenciam a sensação de melhora. Na primeira avaliação, a correlação ocorre com os domínios da dor, com o estado geral da paciente e com o componente físico do SF-36, além do FIQ e EVA para dor. Dunkl et al. 25 encontraram resultados similares aos nossos, com correlação entre a EVAM e o FIQ. Em nosso estudo, embora com menor força, houve correlação também com os domínios aspecto físico, saúde mental, vitalidade do SF-36 e o inventário Beck. Quando se observa o resultado da análise de regressão, confirmam-se o domínio estado geral do SF-36 e a EVA de dor como variáveis importantes. Assim, a mudança na intensidade da dor, no estado geral e na disposição física são aspectos fundamentais para a sensação de melhora do paciente, sobretudo na fase inicial do tratamento. Na segunda avaliação feita pelo paciente, apenas o domínio vitalidade mostrou ter alguma relação com a subjetividade da melhora. Isso pode demonstrar que, após melhora inicial, outros aspectos além de dor e estado geral passam a exercer maior influência para ainda se obter uma sensação subjetiva de melhora. A vitalidade, então, passa a ter mais importância. Uma possível explicação para a diferença encontrada na relação entre os instrumentos na primeira e segunda comparação de dados seria a intensidade das mudanças. Desse modo, o paciente só perceberia mudança nos aspectos que julga serem importantes para contribuir na sensação de melhora se essa fosse de maior intensidade. Tal afirmação tem como base o fato de que, na maioria dos instrumentos usados, mesmo sendo de menor proporção, houve melhora não apenas entre a primeira e segunda avaliações, mas também entre a segunda e a terceira. O tempo entre a aplicação dos instrumentos e o valor da mínima diferença necessária para captar mudanças também podem ter exercido influência nos resultados. Segundo Stratford, 31 a falta 504 Rev Bras Reumatol 2012;52(4):

20 Avaliação de instrumentos de medida usados em pacientes com fibromialgia de um padrão ouro para atributos como a incapacidade funcional acaba gerando vários dilemas metodológicos. Beaton 27 afirma que, além das propriedades psicométricas já estabelecidas, também é preciso enfrentar o desafio da interpretabilidade. Para tanto, faz-se necessário o uso da chamada MDCI. Para a determinação da MDCI é preciso levar em consideração as perspectivas do paciente e do médico, além da abordagem metodológica e da dependência do estado do paciente no início do tratamento; entretanto, é necessário maior número de pesquisas metodológicas para que se determine o melhor modo de quantificá-la. No FIQ, um estudo 29 concluiu que uma mudança em 14% na pontuação final determinaria uma MDCI. Especialmente na FM, este pode ser um dado de grande valor clínico, dadas a subjetividade e a variabilidade dos sintomas. No presente estudo calculou-se o TE de cada instrumento como modo de se determinar MDCI. Na primeira avaliação, o TE foi clinicamente importante para os domínios vitalidade, dor e aspecto físico do SF-36 e o Beck, além do FIQ e da EVA de dor. Nenhum desses foi clinicamente importante na segunda avaliação. Assim, devemos questionar a validade da interpretação numérica do TE em FM, pois nem sempre esse efeito representa uma verdadeira MDCI. Com base em nossos dados, verificamos que a dor permanece como aspecto central para a sensação de mudança no estado de saúde. Por tratar-se de um sintoma basicamente subjetivo, a dor associa-se à interação das dimensões física, psíquica e cultural que estão envolvidas em sua manifestação, dificultando sua mensuração. Porém, nosso estudo revelou que, ao se tratar do monitoramento do estado do paciente em um cenário clínico, o uso da escala verbal de avaliação de mudança mostrou-se suficiente para tal. Em ensaios clínicos, outros instrumentos podem ser utilizados na dependência da necessidade de dados específicos em diferentes aspectos do espectro da relação doente/doença. É importante lembrar que cada instrumento avalia uma dimensão diferente do indivíduo, e isso pode explicar a falta de maior correlação entre os instrumentos, gerando uma necessidade de escolher não somente um instrumento para avaliar a resposta terapêutica, mas sim, dependendo do objetivo, escolher o instrumento mais adequado. É importante frisar que apesar de os diversos instrumentos, como EVA para dor, FIQ, SF-36 e Beck terem demonstrado um TE superior a 0,8, indicando magnitude efetiva, nenhum deles conseguiu detectar mudança no estado das pacientes em T2 quando comparadas com a EVAM. Portanto, as propriedades psicométricas dos mesmos não são as ideais para FM. Wolfe 32 propõe uma versão do Health Assessment Questionnaire (FHAQ), que deveria ser mais bem estudada e validada para uso nesses protocolos. CONCLUSÃO Considerando-se a escala verbal de avaliação de mudança como padrão ouro, nenhum dos instrumentos avaliados conseguiu captar de maneira ideal uma alteração no estado de saúde de pacientes com FM. Ressaltamos a importância da avaliação das propriedades psicométricas desses instrumentos, além do estudo sobre o uso de outros instrumentos em ensaios clínicos envolvendo pacientes com FM. REFERENCES REFERÊNCIAS 1. Wolfe F, Smythe HA, Yunus MB, Bennett RM, Bombardier C, Goldenberg DL et al. The American College of Rheumatology 1990 criteria for the classification of fibromyalgia: Report of multicentre criteria committee. Arthritis Rheum 1990; 33: Gibson SJ, Littlejohn GO, Gorman MM, Helme RD, Granges G. Altered heat pain thresholds and cerebral event-related potentials follow CO2 laser stimulation in subjects with fibromyalgia syndrome. Pain 1994; 58: Crofford LJ, Pillemer SR, Kalogeras KT. Hypothalamic-pituitary adrenal axis perturbations in patients with fibromyalgia. 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