EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE JACARANDÁ DO SUL DO ESTADO DE SANTA CATARINA.

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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE JACARANDÁ DO SUL DO ESTADO DE SANTA CATARINA. AUTOS DO PROCESSO: /2016 VEM QUE TEM, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ, com sede na Rua, n.º, CEP, Bairro, Cidade de Jacarandá do Sul no Estado de Santa Catarina, neste ato representado por Joaquim Trabuco, nacionalidade, empresário, estado civil, portador da cédula de RG, inscrito no CPF, residente e domiciliado na Rua, n.º, Bairro, CEP, Cidade, Estado, , por seu advogado que esta subscreve, com escritório estabelecido na Rua, n.º, CEP Bairro, Cidade, Estado, , constituído na forma do incluso instrumento de mandato, vem, a presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 186 e 927 do Código Civil, propor a presente: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS Em face de Marta Elegante, nacionalidade, estado civil, organizadora de festas, portadora da cédula de identidade n.º, inscrita no CPF sob o n.º, residente e domiciliada na Rua, n.º, CEP, Bairro, Cidade de Florianópolis no Estado de Santa Catarina, , consubstanciada nas questões de fato e direito a seguir aduzidas. DOS FATOS. O autor aperfeiçoou com a ré um contrato de prestação de serviços para a organização da inauguração de uma nova danceteria para o dia 13/07/2016. Não obstante, a ré foi contratada por ser conhecida como a Rainha da Balada de modo que o autor anunciou a inauguração da casa de eventos atrelando os serviços da ré como um atrativo. Os ingressos se esgotaram em 03 (três) horas.

2 O autor, vendo a repercussão, comprou, por solicitação da ré, 300 (trezentas) caixas de frutas somando o valor de R$7.500,00 (sete mil e quinhentos reais) para que fosse distribuído no espaço Havaí que seria montado pela ré. Além disso, contratou 100 (cem) vigilantes extras para cobrir o evento, pagando antecipadamente o valor de R$300,00 (trezentos reais) por cada vigilante, com cláusula de irreversibilidade do contrato, vez que a data já fora bloqueada para atender à inauguração da Vem que tem (autor). Ocorre que na manhã do dia 13/07/2016 (dia da inauguração), o autor recebeu uma notificação da ré dizendo que por conta de uma visita inesperada em sua casa, não compareceria ao evento. Logo todos ficaram sabendo do ocorrido, e o autor teve o desprazer de receber mais de (duas mil) pessoas em manifesto na Avenida onde o estabelecimento está lotado, exigindo a devolução de R$200,00 (duzentos reais) correspondentes ao dinheiro dos ingressos, o que fora feito. Averbe-se ainda que, segundo levantamento contábil, o tíquete médio para a região é de R$150,00 por pessoa, sendo o que razoavelmente o autor deixou de lucrar com o evento, chegando a um prejuízo total de R$ ,00 (setecentos e trinta e sete mil e quinhentos reais). Malgrado haja-se buscado diversos contatos para haver os prejuízos perante a ré, foram todos frustrados, restando como única alternativa a propositura da presente ação. DO DIREITO. É cediço que quando alguém viola o interesse de outrem, juridicamente protegido, fica obrigado a reparar o dano daí decorrente (art. 186 conjugado com o art. 927 da Lei n.º /2002). A teor do que se verifica no caso concreto, é certo que o autor cumpriu com a sua parcela de responsabilidade no contrato, a contrario sensu da ré, que inadimpliu com a sua obrigação de fazer personalíssima sob a alegação irrisória de que não compareceria ao evento porque surgira uma visita inesperada em sua casa. Neste particular, vê-se configurado o dever de assumir com as consequências dessa ausência implausível, indubitavelmente por ofensa aos princípios contratuais pacta sunt servanda (os pactos devem

3 ser cumpridos) e o princípio venire contra factum proprium (vedação de comportamento contraditório), colorários da cláusula geral da boa-fé objetiva consignada no art. 422 da Lei n.º /2002. Não obstante, a respeito do manifesto inadimplemento da obrigação, a título genérico, preconiza o art. 389 da Lei n.º /2002 que, não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária. Na mesma esteira, o art. 422 do mesmo diploma sedimenta a obrigatoriedade de se ressarcir os lucros cessantes e os danos emergentes. Desta feita, pelo inadimplemento culposo da obrigação de fazer personalíssima, o autor deve ser indenizado pelos prejuízos advindos do negócio jurídico, a saber, R$ ,00 (setecentos e trinta e sete mil e quinhentos reais), como exaustivamente demonstrado no relato dos fatos. Vencida a análise dos danos materiais e, por agora, adentrando a análise dos danos morais, urge salientar que o instituto do dano moral vem sendo definitivamente adotado pela nossa Carta Política (Vide art. 5.º, V e X). A caracterização do dano moral constitui-se na satisfação dos seguintes elementos: a) ação ou omissão do agente (houve uma omissão na obrigação de fazer como já demonstrado); b) ocorrência de dano (como já exposto, houve um dano de R$ ,00); c) culpa (como já demonstrado, houve culpa de Marta Elegante por não cumprir a obrigação por motivo irrisório); d) nexo de causalidade (houve perfeito liame entre a conduta e o resultado, pois pelo não cumprimento da obrigação, gerou-se o resultado danoso). Desta feita, argumenta-se a perfeita satisfação dos elementos caracterizadores do dano moral para a verificação do quantum indenizatório para o caso em litígio. Não obstante, conforme contido no relato dos fatos, o autor provou de um exacerbado dissabor versus aborrecimento, quando teve o desprazer de devolver o dinheiro de quase duas mil pessoas baseadas em frente de sua danceteria exigindo a devolução do dinheiro, causando sérios danos à imagem da pessoa jurídica. Por outro ângulo, valendo-se da teoria do valor do desestímulo ( punitive damages ou exemplary damages ), que são medidas eficazes que compelem o agente a não praticar mais atos danosos, deve-se lembrar que a

4 indenização por danos morais deve ser fixada num montante que sirva de aviso à ré e à sociedade, como um todo, de que o nosso direito não tolera aquela conduta danosa impunemente, devendo a condenação atingir efetivamente, de modo muito significativo, o patrimônio da causadora do dano, para que assim o Estado possa demonstrar que o Direito existe para ser cumprido. Por fim, pleiteia-se a restituição dos danos emergentes pelo prejuízo da compra das frutas e a contratação de vigilantes extras (R$37.500,00), assim como a restituição dos lucros cessantes que se iria auferir com a venda dos ingressos (R$ ,00), e com o consumo do ticket médio da região ((R$ ,00). No mais, atribui-se à reparação de danos morais o valor de DO PEDIDO Diante do exposto, requer a Vossa Excelência: a) O autor manifesta interesse por AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO ou de MEDIAÇÃO, conforme o art. 319, VII do CPC; b) a CITAÇÃO do RÉU, por meio de carta precatória endereçada à comarca de Florianópolis, para que seja citado por oficial de justiça, a fim de comparecer em audiência e apresentar contestação, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia e da confissão; c) PROCEDÊNCIA TOTAL do pedido a fim de que o réu seja condenado ao pagamento dos danos morais e materiais, das custas processuais, honorários advocatícios e demais cominações legais; d) Condenação ao pagamento de HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA no montante de 20% do valor da condenação, conforme o art. 85 do CPC; e) Que Vossa Excelência confirme o recebimento das custas (GUIAS). DAS PROVAS Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, depoimentos de testemunhas, bem como novas provas, documentais e outras, que eventualmente venham a surgir.

5 DO VALOR DA CAUSA Dá-se a presente causa o valor de valor: R$ ,00 mais R$... (danos morais). ENCERRAMENTO Termos em que pede deferimento. Jacarandá do Sul, data Advogado OAB