INSTITUIÇÕES APRENDENTES: EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS EM COMUNIDADES LOCAIS.
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- Maria Antonieta Galindo Álvaro
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1 INSTITUIÇÕES APRENDENTES: EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS EM COMUNIDADES LOCAIS. Ana Lícia de Santana Stopilha Professora Assistente da Universidade do Estado da Bahia Campus XV Doutoranda em Difusão do Conhecimento pela Universidade Federal da Bahia Pesquisadora do Projeto Maria Marisqueira Aline de Oliveira Andrade Graduanda em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia Campus XV Estagiaria do Projeto PROCATEDES Helena Pinheiro Bastos Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia Campus XV Técnica do Projeto Maria Marisqueira pela FAPESB INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo discutir a importância da construção coletiva de conceitos e práticas da economia solidária em empreendimentos solidários em comunidades locais. A partir das experiências vivenciadas pelos autores com grupos vinculados a projetos sociais a exemplo do Projeto Maria Marisqueira e PROCATEDES Estratégias de Viabilidade de Empreendimentos Solidários Populares da Cadeia de Turismo da Costa do Dendê (UFRB/UNITRABALHO), vinculados às instituições Universidade do estado da Bahia UNEB, UNITRABALHO, INCUBA UNEB/UFRB/UCSAL, FAPESB, que visam o desenvolvimento sustentável na perspectiva da economia solidária. As questões sociais fazem parte das Universidades Públicas e das Instituições que se predispõem em construírem pontes com o social. Sendo assim, o relato aqui descrito apresenta experiências de projetos oriundos e das Universidades Públicas e suas parcerias salientando-se a troca de saberes e a construção de aprendizado contínuo vivenciado pelos atores. Sabe-se que a composição do ensino superior tem como base o ensino, a pesquisa e a extensão e foi através desses alicerces que emergiram nossas vivências com grupos, parceiros e entidades. Para que a Universidade assuma seu papel social transformador e emancipador, o ensino a pesquisa e a extensão devem constituir elos capazes de facilitar e fortalecer a
2 autonomia social. Acreditamos que na prática devem ser inseparáveis e tornando-se imprescindíveis na trajetória acadêmica. O Projeto PROCATEDES, e o Projeto Maria Marisqueira (UNEB/FAPESP), nos possibilitou vivenciar diversas realidades e situações em comunidades locais, e nesse ambiente tão diversificado foi possível encontramos e construirmos coletivamente conceitos e práticas da economia solidária. Portanto, para a realização de um projeto, seja ele de extensão ou pesquisa, é imprescindível à valorização do grupo e formação de parcerias, pois através do fortalecimento desses laços que será possível a realização do planejado. Deste modo, cabe ressaltar a construção/aperfeiçoamento de instrumentos e metodologia para a concretização das ações. Neste contexto, destaca-se o papel dos financiadores e parceiros atores indispensáveis no processo de construção coletiva das ações e aplicação da metodologia. Um exemplo de relação exitosa está no Projeto Maria Marisqueira que contou com o essencial apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa-FAPESB, e da Universidade do Estado da Bahia UNEB, através da Incubadora de projetos solidários INCUBA/UNEB, assim como, a parceria realizada com o Projeto PROCATEDES para efetivação da pesquisa e a realização de ações efetivas nas comunidades. Sendo o PROCATEDES financiado e apoiado pela UNITRABALHO que é uma rede Universitária Nacional, com a forma jurídica de Fundação de direito privado, sem fins lucrativos, que realiza estudos, pesquisas e projetos sobre o mundo do trabalho, sempre em parceria com entidades que tenham a mesma preocupação. Tendo como parceira também a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB e estes são vinculados a INCUBA - Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários UNEB/UFRB/UCSAL. OBJETIVOS Geral: Relatar as experiências emergidas a partir dos Projetos PROCATEDES e Maria Marisqueira a fim de destacar conceitos e práticas da economia solidaria. Específicos: Destacar a presença e importância das entidades e parcerias na construção da Economia Solidária. Fortalecer e elucidar conceitos e experiências em empreendimentos solidários.
3 METODOLOGIA COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZADO A escolha da metodologia utilizada no trabalho em comunidades locais deverá objetivar a transformação e a autonomia do grupo. O diálogo é uma ferramenta indispensável e a coleta de dados faz-se frequentemente através de grupos focais, entrevistas e questionários semiabertos. A pesquisa-ação, tipologia de pesquisa adotada nos Projetos descritos neste trabalho, é uma metodologia de pesquisa na qual o pesquisador se relaciona com os sujeitos envolvidos desde a coleta de dados. (...) A pesquisa-ação não tem de formular a priori hipóteses e preocupações teóricas, nem de traduzi-las em conceitos operatórios suscetíveis de serem medidos por instrumentos padronizados (questionário, teste). A pesquisa-ação reconhece que o problema nasce, num contexto preciso, de um grupo em crise. O pesquisador não o provoca, mas constata-o, e seu papel consiste em ajudar a coletividade a determinar todos os detalhes mais cruciais ligados ao problema, por uma tomada de consciência dos atores do problema numa ação coletiva. BABIER, 2007, p 54. Sendo assim, nos projetos aqui destacados utilizou-se como instrumento o Diagnóstico Rural Participativo (DRP), a construção coletiva das atividades, estudo de viabilidade econômica, grupos focais para a construção de conhecimento, gestão participativa e coletiva, conceitos tais oriundos da economia solidáriria. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a realização dos Projetos Maria Marisqueira e Procatedes foi necessário o fortalecimento das parcerias entre entidades e instituições, no intuito de desenvolver a pesquisa-ação, para tal a INCUBA, a UNEB e a UNITRABALHO se uniram com o propósito de construir um espaço de fortalecimento das populações excluídas de mercado de trabalho através da formação, organização e acompanhamento de experiências de economia solidária, proporcionando o acesso à renda a partir da cooperação e do trabalho. Assim sendo, o trabalho nas comunidades locais que tem como base o conceito da economia solidária, que é distinto de um trabalho com o cunho capitalista e empresarial. Ao adentrar-se em uma comunidade ou incubar um empreendimento popular o assessor técnico, o pesquisador ou acadêmico assume um papel de educador na construção coletiva dos conceitos. Segundo Kraychete (2011) empreendimentos populares da economia solidária não podem ser avaliados conforme a ótica das empresas capitalistas, pois, tem suas
4 peculiaridades. Critérios e instrumentos utilizados tradicionalmente nas empesas como planos de negócios, análise de mercado, dentre outros se distanciam da realidade encontrada nestes empreendimentos. Sendo assim, o trabalho com os grupos ou projetos pertencentes a economia solidária, tem como base a construção coletiva das ações, de modo, a fomentar a solidariedade, fortalecer o capital social e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos. Acreditando em uma nova lógica de progresso as entidades que apoiam os Projetos Maria Marisqueira e Procatedes vão a campo, e a partir das necessidades/demandas encontradas elaboram projetos como o objetivo do desenvolvimento das atividades econômicas fundamentadas na economia solidária, que apresenta como características a cooperação, a dimensão econômica, a autogestão e a solidariedade. CONCLUSÃO As Instituições que constroem pontes com comunidades no sentido de produzirem coletivamente o desenvolvimento humano adquirem, ao longo dessa interação, um novo aprendizado. Muitas são conclusões advindas das experiências obtidas por estas Instituições ao longo do desenvolvimento de Projetos sociais; observando-se que cada associação/cooperativa ou grupo possui uma realidade, salientam-se neste trabalho, algumas considerações dispostas a seguir: Torna-se imprescindível desenvolver uma metodologia particular para cada comunidade devido às particularidades encontradas nas mesmas. Tal metodologia objetivará trabalhar e valorizar as especificidades e desenvolver coletivamente os saberes ali encontrados. Compreende-se, deste modo, que não há uma formula pronta para alcançar os objetivos em um empreendimento incubado, mas faz-se necessário especialmente manter vínculos de confiança, afetividade, respeito e reciprocidade com o grupo para que se alcance resultados esperados. Portanto, acreditamos que trabalhar com comunidade ou grupos nos possibilita um aprendizado que ultrapassa os limites da coleta de dados ou da pesquisa. O conhecimento construído é baseado a partir do debate entre teoria e prática, o que fortalece os laços afetivos e propicia a geração de novas parcerias e ações. Assim, as organizações resignificam-se, transmutando-se em locus de aprendizagem em contínua interação com o meio cujo estão inseridas, adquirindo, transferindo, criando e recriando conhecimento.
5 Figura 1: Figura ilustrativa do ciclo das Instituições Aprendentes REFERÊNCIAS: BARBIER, René. A Pesquisa-ação. Trad. Lucie Didio. Brasília: Liber Livro editora, KRACHETE, Gabriel. Estudos de viabilidade dos empreendimentos associativos: uma metodologia apropriada. Economia sustentável. BAHIA. Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esportes. Salvador: SETRE, MENEZES, Ana Maria Ferreira. Mapeamento e Difusão de Ferramentas de Gestão do Conhecimento e Capital Social em Comunidades Locais: Um estudo sobre as Marisqueiras do Mangue Seco em Valença (Ba), Classificado e Beneficiado no Edital N: 22/2011 Programa De Apoio A Pesquisas Interdisciplinares Prointer/FAPESP. PROCATEDES Projeto STOPILHA, Ana Lícia S. Desenvolvimento Humano e Políticas Afirmativas na Pauta da Educação Superior: O Projeto Maria Marisqueira. In: VI Seminário Internacional de Educação. Aracaju: Universidade Federal de Sergipe, CD ROOM.
6 Site UNITRABALHO Disponível em: < acesso em 26 de maio de Site Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em: < acesso em 25 de maio de 2013.
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