O Fundeb: desafios de construção de equidade. Andréa Barbosa Gouveia ANPED
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- Micaela Campelo Borba
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1 O Fundeb: desafios de construção de equidade Andréa Barbosa Gouveia ANPED
2 Dois objetivos e dois desafios para equidade Objetivos do FUNDEB Art. 60. Até o 14º (décimo quarto) ano a partir da promulgação desta Emenda Constitucional, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento da educação básica e à remuneração condigna dos trabalhadores da educação... Passagem do FUNDEF para o FUNDEB afirmação do sentido da educação básica. Desafios: Perspectiva de uma política permanente. Perspectiva de universalização do direito à educação básica.
3 Condições de manutenção e desenvolvimento da educação básica: desigualdades intraregionais PERCENTUAL MÉDIO DO RESULTADO LÍQUIDO DO FUNDEB NOS MUNICÍPIOS DO PARANÁ, NOS ANOS DE 2007 A % 52% DOS MUNICÍPIOS 20% PERDEM MAIS QUE 15% 11% DA RECEITA 10% 5% 0% 8,3% 20,6% 23,6% 18,5% 14,3% FONTE: FINBRA e SIOPE POLENA (2017). 6,5% 6,8% -100 a a a a a a a 100 acima de 100 1,5%
4 Efeito de equidade nas condições de universalização da educação básica: ainda desiguladades intraregionais Percentual de atendimento em creche nos municípios do Paraná que perdem recursos para o FUNDEB (2014) NENHUM de 1% a 9% de 10% a 24% de 25 a 49% de 50 a 75% de 76 a 99% 100% Fonte: POLENA (2017)
5 Desafio A política de fundos tem como referência o estudante matriculado. O desafio da universalização tem que enfrentar as necessidades de expansão do sistema previstas no PNE Incorporar o sujeito que não está no sistema educacional: taxa de cobertura Indicadores de fragilidade educacional.
6 A questão da valorização dos professores Professores tem historicamente no Brasil condições desiguais de trabalho, carreira e remuneração. Professores por tipo de empregador Paraná 2014 Empregador Remuneração mensal média FONTE: MTE RAIS Salário base contratual média Tempo de serviço médio (em anos) Média de horas semanais Federal Estadual Municipal Privado
7 Remuneração média Professores Educação Infantil 2015 (RAIS/MTE) Jornada PROFESSORES DE NIVEL SUPERIOR NA EDUCACAO INFANTIL Poder Executivo Federal Poder Executivo Estadual/DF Poder Executivo Municipal Sociedade QT Ltda Organização Religiosa Organização Social (OS) Total Total 771, , , , , , ,34 Até 12 horas 1.145, ,12 996, , ,79 13 a 15 horas , , , ,28 16 a 20 horas , , , , ,09 21 a 30 horas , , , , ,08 31 a 40 horas , , , , , ,95 41 a 44 horas 725, , , , , ,65 PROFESSORES DE NIVEL MEDIO NA EDUCACAO INFANTIL Poder Executivo Federal Poder Executivo Estadual/DF Poder Executivo Municipal Sociedade QT Ltda Organização Religiosa Organização Social (OS) Total Total 1.355, , , , , , ,01 Até 12 horas , , , ,28 13 a 15 horas , , , ,76 16 a 20 horas 1.570, , , , , ,34 21 a 30 horas 1.082, , , ,63 925, ,69 31 a 40 horas 2.665, , , , , ,31 41 a 44 horas 1.113, , , , , , ,34
8 Desafios Valorização docente é um elemento determinante na gestão dos sistemas de ensino. Valorização docente se articula com qualidade de ensino e com a qualidade de vida do trabalhador. Desigualdades de condições de remuneração são regionais, de dependência administrativa etapa de atuação (professores de educação infantil recorrentemente tem remunerações médias menores) As formas privatizantes de ampliação do acesso (compra de vagas, conveniamento) tem contribuído para o rebaixamento das condições de valorização dos professores. A fixação de 60% da aplicação do FUNDEB em remuneração de professores é insuficiente.
9 Desafio sintetizado no documento final da CONAE 2014 Documento Final Redefinir o modelo de financiamento da educação, considerando a participação adequada dos diferentes níveis de governo (federal, estaduais, distrital e municipais) conforme sua capacidade arrecadatória, priorizando os entes federados com baixos índices de desenvolvimento socioeconômico e educacional, tendo como critérios indicadores o IDH, altas taxas de pobreza, índice de fragilidade educacional, dentre outros. Deve haver uma contribuição maior da União e dos estados para os municípios de acordo com sua arrecadação, bem como a complementação dos recursos daqueles que não atingiram a arrecadação suficiente para suas despesas, tomando como parâmetro o CAQ. Considerar no debate quem não está na escola. Considerar que a capacidade de arrecadação tem marcas do desenvolvimento desigual.
10 Até onde FUNDEF e FUNDEB nos levaram?
11 FUNDEB diminuição das desigualdades regionais no financiamento do ensino fundamental valores nominais valores reais Estado Cresc Cresc. AL/ BA/ CE/MA 946,29 PA/ PB/ PE/ PI 1.689,60 AM 976, ,87 189, , ,87 62,16 PR 1.272,83 RO 1.351,87 SC 1.390,77 RS 1.574,75 SP 1.845,75 RR 2.242,56 Dispersão 3.171,98 149, , ,98 39, ,48 143, , ,48 36, ,97 137, , ,97 33, ,28 127, , ,28 27, ,37 94, , ,37 9, ,08 111, , ,08 18,48 2,37 1,73 2,37 1,73
12 FATORES DE PONDERAÇÃO FUNDEB 2007 A 2017 Etapa/modalidade Cresc. Creche conveniada em tempo integral 0,8 1,1 37,50 Creche conveniada em tempo parcial 0,8 0,8 - Creche pública em tempo integral 0,8 1,3 62,50 Creche pública em tempo parcial 0,8 1 25,00 Educação especial 1,2 1,2 - Educação indígena e quilombola 1,2 1,2 - EJA com avaliação no processo 0,7 0,8 14,29 EJA integrada a educação profissional de nível médio, com avaliação no processo. 0,7 1,2 71,43 Ensino fundamental - anos finais no campo 1,15 1,2 4,35 Ensino fundamental - anos iniciais no campo 1,05 1,15 9,52 Ensino fundamental - anos iniciais urbano Ensino fundamental - anos finais urbano 1,1 1,1 - Ensino fundamental em tempo integral 1,25 1,3 4,00 Ensino médio em tempo integral 1,3 1,3 - Ensino médio integrado à educação profissional 1,3 1,3 - Ensino médio no campo 1,25 1,3 4,00 Ensino médio urbano 1,2 1,25 4,17 Pré escola em tempo integral 0,9 1,3 44,44 Pré escola em tempo parcial 0,9 1 11,11 Média 1,02 1,15 Desvio padrão 0,21 0,16 Quanta custa efetivamente educação de qualidade?
13 Considerações Fatores de ponderação evidenciam a complexidade dos custos da Educação Básica, porém os valores praticados não atendem à esta complexidade. Fatores de ponderação seguem limitando os recursos para educação aos recursos existentes e não permitem o debate dos recursos necessários. Alternativa prevista no PNE (2014) - o Custo aluno qualidade como critério de redistribuição para passarmos dos recursos disponíveis para os recursos necessários. A ação dos Conselhos precisa superar um acompanhamento formal dos registros contábeis para o acompanhamento substantivo do uso de todos os recursos vinculados. A articulação do CACS FUNDEB com o planejamento da política educacional e do orçamento público para educação é essencial. As Conferências de Educação e os Planos decenais são essenciais para garantir a articulação, planejamento e avaliação da política educacional.
14 Obrigada! Contato
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