Curso de Direito da Criança e do Adolescente 4ª Série UNIARA. Períodos Diurno e Noturno: Prof. Marco Aurélio Bortolin

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1 Curso de Direito da Criança e do Adolescente 4ª Série UNIARA. Períodos Diurno e Noturno: Prof. Marco Aurélio Bortolin Aulas 11 e 12 Ementa - Situação Infracional (4ª Parte): A) remissão - hipóteses legais de aplicação, requisitos e cumulação com medidas socioeducativas; B) procedimento de apuração do ato infracional - hipóteses de flagrante de ato infracional grave e do ato infracional não grave; fase de notificação, audiências e sentença (análise dos artigos 126 a 128 e 171 a 190, do ECA). I. Remissão. 1. Introdução. No estudo do ato infracional, observamos que a sua prática sujeita o(a) infrator(a) adolescente à incidência de medidas socioeducativas previstas em rol taxativo do artigo 112, do ECA, mas a persecução do ato infracional não é indisponível para o Ministério Público, como ressalva expressamente o artigo 114, da Lei no /90 (ECA) 1. A remissão no Direito da Criança e do Adolescente é em parte semelhante ao perdão judicial, e em parte semelhante à transação penal, ambos institutos do Direito Processual Penal, mas em razão da já destacada natureza complexa das medidas socioeducativas, que ora são preponderantemente pedagógico-socializantes (advertência, obrigação de reparação do dano, liberdade assistida) e ora preponderantemente retributivo-preventivas (prestação de serviços à comunidade, semiliberdade e internação), não se constitui como um direito subjetivo do adolescente para toda e qualquer hipótese de prática do ato infracional, como encontramos no instituto da transação ou da suspensão condicional do processo na Lei 9.099/95 para os penalmente imputáveis diante dos delitos de menor potencial ofensivo. A remissão se aplica para atos infracionais análogos aos delitos de menor gravidade, mas as circunstâncias e o perfil individual do adolescente infrator exigem análise particularizada caso a caso acerca da conveniência de sua aplicação que pode se dar isoladamente, ou em cumulação com medidas socioeducativas de meio aberto (não restritivas de liberdade). Certo é que figurando em parte como espécie de perdão ao infrator, a remissão acarreta o não registro de antecedentes, e o não reconhecimento de qualquer responsabilidade ao infrator, conforme previsão do artigo 127, Estatuto da Criança e do 1 Art. 114, ECA. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art

2 Adolescente Hipóteses de aplicação (artigo 126, ECA) 3. A remissão no Direito da Criança e do Adolescente pode representar uma forma de exclusão do processo de apuração do ato infracional, ou mesmo, de suspensão ou de extinção do processo de apuração do ato infracional. Isso porque pode ser concedida antes de formalmente iniciado o processo de apuração do ato infracional, hipótese em que, como forma de exclusão do processo, é proposta pelo Ministério Público e meramente homologada pelo Juiz (artigo 126, caput, ECA). Por outro lado, se porventura iniciado o processo de apuração, com o recebimento da representação, no curso do procedimento, pode o juiz conceder remissão ao adolescente, como forma de suspensão, ou mesmo, de extinção do processo. Conforme indica o artigo 127 do ECA, a remissão aceita não implica em reconhecimento de responsabilidade do adolescente pela prática do ato infracional, nem tampouco, comprovação ou confissão antecipada de autoria. Assim, se aplicada a remissão como forma de exclusão ou como forma de extinção, de forma pura ou mesmo cumulada com medida socioeducativa devidamente cumprida pelo adolescente, não ocorrerá registro para efeito de antecedentes Remissão como forma de exclusão do processo. Nos termos do artigo 126, caput, do ECA, a remissão dada pelo Ministério Público e que importa na exclusão do futuro processo de apuração do ato infracional, antecede a formação da relação jurídico-processual. Na verdade, de forma sutilmente diversa do que verificamos no processo penal, o Ministério Público, que é igualmente titular da ação penal pública e também da ação socioeducativa pública, ao receber o expediente policial de reunião de indícios sobre a prática de um ato previsto na lei penal como crime ou contravenção, caso tenha como autor um(a) adolescente, poderá, além de promover o arquivamento ou de oferecer representação (da mesma forma que se admite o arquivamento ou o oferecimento de denúncia em relação ao inquérito policial no processo penal), também poderá o Ministério Público avaliar a possibilidade de remissão com ou sem transação, excluindo a chance de se formar um processo para a apuração do ato infracional. 2 Art. 127, ECA. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação. 3 Art Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional. Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo. 2

3 Assim como o arquivamento, a remissão está sujeita ao crivo judicial, e se aceita, restará homologada acarretando seu arquivamento. Caso o Poder Judiciário não aceite o arquivamento das peças de informação do ato infracional ou não aceite a remissão dada pelo Ministério Público (em situação bem similar à do artigo 28 do CPP, em que o magistrado discorda do arquivamento do inquérito policial no processo penal), o artigo 181, 2º, do ECA determina que o Juiz remeta os autos ao Procurador Geral de Justiça, que oferecerá a representação, designará outro Promotor de Justiça para fazê-lo, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, hipótese na qual o Juiz estará obrigado a homologálos 4. De qualquer forma, o arquivamento seguirá o entendimento do Ministério Público (que é o exclusivo titular da persecução socioeducativa) acerca da eventual ausência de provas de autoria ou de materialidade (assim como se dá com o arquivamento do inquérito policial), ao passo que a remissão deverá sempre ser fundamentada nos seguintes aspectos legais favoráveis a(o) adolescente infrator(a) frente ao caso concreto, e que o artigo 126, caput, do ECA estabelece como sendo: a) circunstâncias e consequências do fato; b) contexto social; c) personalidade do adolescente; d) maior ou menor participação do adolescente no ato infracional. Ressalte-se que esse ato de remissão por parte do Ministério Público implica na não formação do processo de apuração do ato infracional, e requer homologação judicial para possibilitar o arquivamento do expediente policial de apuração dos indícios em torno da prática do ato infracional Remissão como forma de suspensão ou de extinção do processo. Se não houver o arquivamento das peças de informação do ato infracional encaminhados pela autoridade policial ao Ministério Público por falta de provas de autoria ou materialidade, ou se mesmo diante dos elementos suficientes de provas de autoria e de materialidade o Ministério Público não conceder a remissão 4 Art. 181, ECA. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para homologação. 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida. 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar. 3

4 ao adolescente como forma de exclusão do processo, terá a Promotoria de Justiça de iniciar a competente ação socioeducativa pública através do oferecimento de uma representação (peça processual muito semelhante ao que conhecemos como denúncia na ação penal pública). Todavia, mesmo iniciado o processo de apuração do ato infracional, possível é a aplicação da remissão no curso da relação jurídico-processual, seja com o aspecto preponderante de perdão judicial, seja com o aspecto preponderante de transação, e tais hipóteses podem ser pleiteadas por qualquer das partes (Ministério Público ou Defesa), pelo próprio adolescente, por seus representantes legais, ou por iniciativa da autoridade judiciária processante, observando-se apenas como pressuposto formal a prévia manifestação do Ministério Público acerca da remissão aceita pelo juiz sob pena de nulidade da remissão, nos termos do artigo 186, 1º, em combinação com o artigo 204, ambos do ECA 5. Da mesma forma que a remissão dada pelo Ministério Público deve apresentar como fundamento os pressupostos do artigo 126, caput, do ECA, após o início da ação socioeducativa pública, a autoridade judiciária, ao acatar pedido de remissão, ou aplica-lo por iniciativa própria após prévia oitiva das partes, também deverá fundamentar a aplicação da remissão de acordo com as circunstâncias e consequências do fato, com o contexto social, com a personalidade do adolescente e com a maior ou menor participação do adolescente no ato infracional frente ao caso concreto, e evidentemente que dessa decisão judicial caberá o competente recurso Cumulação da remissão com medida socioeducativa. Sem ser suficientemente claro como deveria, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece em seu artigo 127, que a remissão pode ser aplicada cumulativamente com qualquer das medidas socioeducativas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação. Particularmente, entendo que o instituto da remissão deveria ter um tratamento jurídico mais específico na Lei 8069/90, pois as medidas socioeducativas, mesmo as que não encerram restrição de liberdade (portanto, estão excluídas dessa possível cumulação as de semiliberdade e internação), são de alguma forma restritivas de direitos, e todas carregam consigo em maior ou menor grau as funções retributivo-preventiva e a marca da imposição estatal (são de fato aplicadas coercitivamente), e 5 Art. 186, ECA. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado. 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão. Art. 204, ECA. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado. 4

5 para serem aplicadas com a remissão devem respeitar princípios constitucionais de devido processo legal, juiz natural e ampla defesa, segundo estabelece o artigo 5º, incisos LIII, LIV e LV, da Constituição Federal 6. Outrossim, imaginada a remissão cumulada com medidas socioeducativas em hipóteses de exclusão ou de extinção do processo, há que se definir o que deve ser aplicado ao adolescente que abandona a medida. Acreditamos que mesmo para a ocorrência de descumprimento injustificado e reiterado, a internação-sanção não pode ser aplicada em hipótese alguma se a medida socioeducativa descumprida havia sido cumulada com remissão, já que não houve prévio reconhecimento de culpa (autoria e materialidade) pela prática do ato infracional. Na prática, defendemos a ideia de que o Estatuto da Criança e do Adolescente antecipou no ordenamento jurídico a adoção do princípio da oportunidade (disponibilidade) da persecução, que seria mais tarde claramente adotado pela Lei no /95 para o Direito Penal. Na esteira desse raciocínio, ao admitir-se a transação penal para os crimes de menor potencial ofensivo, se imagina que o mesmo possa ocorrer com a remissão no Direito da Criança e do Adolescente para atos infracionais de pouca gravidade, em que o Ministério Público vislumbre a oportunidade de não iniciar o processo de apuração, aplicando a remissão como forma de exclusão da persecutio. E para espancar qualquer dúvida, a remissão cumulada com medida socioeducativa não deve formar execução, mas sim, ser controlada nos próprios autos. A execução da medida socioeducativa, com suas reavaliações e incidentes próprios da Lei /12 devem se reservar para medidas aplicadas por sentença que apure autoria e materialidade do ato infracional, à luz do que prevê expressamente o artigo 114, do ECA. Promover a execução de uma medida socioeducativa cumulada com remissão abstrai a noção de culpa declarada pelo Estado-Juiz, e por conseguinte, não pode gerar prorrogação, substituição de medida, ou pior, internação-sanção, sendo fundamental interpretarmos o artigo 128, do ECA 7 à luz das garantias do artigo 5º, LIV e LVII, da Constituição Federal. Entendemos que a remissão como forma de exclusão do processo cumulada com medida socioeducativa, e também a remissão como forma de extinção do processo cumulada com medida socioeducativa, se não cumpridas pelo adolescente, devem gerar o registro para o fim de impedir futura remissão (mesmo pura, sem cumulação com medida socioeducativa), mas não pode gerar internaçãosanção (artigo 122, III, ECA). 6 Súmula 108, STJ. A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente pela prática de ato infracional, é de competência exclusiva do juiz. 7 Art. 128, ECA. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público. 5

6 Já a cumulação da remissão com medidas socioeducativas cabem processualmente bem na hipótese de suspensão do processo, posto que se descumprida a medida cumulada, o processo simplesmente voltará a tramitar, e se cumprida aquela, o processo poderá ser extinto sem julgamento de mérito, evitando o adolescente a formação do antecedente, justamente prevenindo futura aplicação de internação pela reiteração de atos infracionais (artigo 122, II, ECA). II. Procedimento de Apuração do Ato Infracional. 1. Linhas gerais. O ato infracional pode ser gravíssimo (cometido com violência ou grave ameaça à pessoa), grave (apenado com reclusão na lei penal, mas praticado sem violência ou grave ameaça à pessoa), ou leve (previsto na lei penal como crime no máximo apenado com detenção ou contravenção), sendo que diante de atos infracionais gravíssimos, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa é que se admite a apreensão provisória do adolescente. Ao tratarmos do ato infracional e dos direitos e garantias processuais do adolescente processado em ação socioeducativa pública proposta para a apuração do ato infracional (artigos 106 a 111, ECA), vimos que o adolescente poderá ser apreendido por força de ordem judicial, sendo então apresentado imediatamente, ou apreendido em flagrante de ato infracional, sendo então encaminhado imediatamente à autoridade policial competente. Assim, diante dessas particularidades, razoável destacar duas fases desse procedimento (fases pré-processual e processual) com suas variáveis nas hipóteses de ato infracional. 3. Fase pré-processual em flagrante infracional cometido sem violência ou grave ameaça. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será encaminhado imediatamente à autoridade policial competente, e se a autoridade policial identificar que o adolescente não oferece nenhum risco à ordem pública, lavrará a autoridade policial um boletim de ocorrência circunstanciado. Comparecendo os pais ou responsável do adolescente, a autoridade policial liberará o adolescente aos mesmos, mediante termo de compromisso e responsabilidade assinado pelos pais ou responsável legal, que se obrigam a apresentar o adolescente ao Ministério Público (artigo 174, ECA) 8 tão logo convocados para tanto. 8 Art. 174, ECA. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública. 6

7 Por seu turno, a autoridade policial encaminhará ao Ministério Público uma via do boletim de ocorrência circunstanciado. Normalmente, o prazo imediato ou de 24 horas para a apresentação do adolescente na Promotoria de Justiça fica reservado apenas para a hipótese de infrator apreendido e não liberado pela autoridade policial. Ao revés, para o adolescente liberado pela autoridade policial, o Ministério Público recebe o boletim de ocorrência, e diante da certidão de antecedentes do adolescente, requisita sua oitiva informal, hipótese em que os pais e o adolescente serão notificados a comparecer na Promotoria de Justiça. Comparecendo o infrator, o Ministério Público fará sua oitiva informal, e se necessário, também dos pais ou responsável, vítimas e testemunhas, seguindo-se a elaboração de pedido de arquivamento, proposta de remissão como forma de exclusão do processo, ou de representação para instauração de processo e aplicação de medida socioeducativa (artigo 180, ECA) 9. Proposto o arquivamento ou a remissão como forma de exclusão do processo, os autos serão conclusos ao juiz para homologação. Caso o Juiz rejeite o arquivamento ou remissão, encaminhará os autos com despacho fundamentado de recusa ao Procurador Geral de Justiça, que oferecerá a representação, indicará outro promotor de justiça para fazê-lo, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, obrigando o juiz a homologá-la nesta hipótese, nos termos do artigo 181, do ECA Fase pré-processual em flagrante de ato infracional gravíssimo cometido com violência ou grave ameaça à pessoa. Surpreendido em flagrante e encaminhado o(a) jovem à Polícia Civil, a autoridade policial deverá lavrar auto de apreensão do adolescente se considerar que há risco para a ordem pública, com as seguintes providências práticas: a) oitiva do(a) jovem infrator(a) e testemunhas; b) apreensão dos produtos e dos instrumentos do ato infracional; c) requisição de perícias e 9 Art. 180, ECA. Adotadas as providências a que alude o Art. anterior, o representante do Ministério Público poderá: I - promover o arquivamento dos autos; II - conceder a remissão; III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa. 10 Art. 181, ECA. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para homologação. 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida. 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar. 7

8 exames para a comprovação da materialidade do ato infracional. Mantido o adolescente apreendido para manutenção da ordem pública, a autoridade policial deverá desde logo encaminhar o adolescente para o Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência, e se não for possível encaminhar o adolescente imediatamente em razão do término do expediente forense, a autoridade policial deverá encaminhá-lo a uma entidade de atendimento, que se encarregará de encaminhar o adolescente ao Ministério Público no prazo máximo de 24 horas, e, nas localidades que não dispõem desse tipo de entidade, se for justificadamente impossível encaminhar imediatamente o adolescente para o Ministério Público, deverá a autoridade policial manter o infrator em compartimento absolutamente separado dos demais detentos, e no mesmo prazo, encaminhá-lo ao Ministério Público, nos termos do artigo 175, caput, e, do ECA 11. Encaminhado o adolescente ao Ministério Público, diante das peças de informação autuadas e acompanhadas de certidão dos antecedentes do adolescente, far-se-á sua oitiva informal, juntamente com a dos pais ou responsável (menos usual, mas também prevista a oitiva de vítimas e testemunhas), seguindo-se, de acordo com o convencimento formado pelo Ministério Público, na enorme maioria dos casos, o oferecimento de representação para instauração de processo e aplicação de medida socioeducativa, conforme estabelece o artigo 180, do ECA 12. Como ressaltado, em se tratando de ato infracional grave com reiteração ou gravíssimo, em regra, o Ministério Público, ouvido informalmente o adolescente, requererá a revogação ou a manutenção da apreensão provisória (mais frequente) e cumulativamente em qualquer das duas hipóteses, proporá ação socioeducativa pública com o oferecimento de representação (peça inicial da ação socioeducativa pública, semelhante à denúncia no processo penal, e que contém a descrição do fato, a atribuição da autoria, o pedido de regular processamento e aplicação de medida socioeducativa e o rol de testemunhas, data, local e assinatura do subscritor membro do Ministério Público Estadual), nos termos 11 Art. 175, ECA. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas. 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior. 12 Art. 180, ECA. Adotadas as providências a que alude o Art. anterior, o representante do Ministério Público poderá: I - promover o arquivamento dos autos; II - conceder a remissão; III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa. 8

9 do artigo 182, do ECA: Art. 182, ECA. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida socioeducativa que se afigurar a mais adequada. 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária. 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade. 4. Fase processual. Em caso de ato infracional gravíssimo ou de atos infracionais graves ou leves, apreendido ou não o(a) adolescente em flagrante ou por ordem judicial, a ação socioeducativa pública para a apuração de ato infracional é de titularidade exclusiva do Ministério Público, e sempre se inicia com o oferecimento da representação. A representação é oferecida por petição escrita (ou oferecida oralmente), contendo o breve resumo dos fatos, a classificação do ato infracional e o rol de testemunhas como visto acima (artigo 182, caput, e 1º, ECA). Oferecida a representação, segue-se um recebimento meramente formal (pois cumpre destacar que não há previsão legal de rejeição da representação, e sim, só do pedido de arquivamento ou de remissão dada a preponderância do caráter pedagógico-socializante da medida socioeducativa), e o juiz designa audiência de apresentação do adolescente, e caso o representado venha a estar apreendido provisoriamente, na mesma oportunidade terá o juiz que decidir fundamentadamente sobre a manutenção da apreensão provisória, nos termos dos já analisados artigos 107 e 108, ambos do ECA 13. O adolescente e seus pais serão cientificados do teor da representação e notificados a comparecer em audiência. Caso os pais ou o representante legal não forem encontrados, o juiz nomeará um curador especial ao adolescente; se o adolescente não for encontrado, o juiz expedirá mandado de busca e apreensão, suspendendo o processo até a efetiva apresentação; e ainda, se o adolescente estiver apreendido, será requisitado, e seus pais, da mesma forma, notificados, para comparecimento ao ato de apresentação, que é muito semelhante ao de um interrogatório judicial (artigo 184, ECA) Art. 107, ECA. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada. Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. Art. 108, ECA. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida. 14 Art. 184, ECA. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, observado o disposto no Art. 108 e parágrafo. 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação, e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado. 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente. 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento 9

10 Caso o adolescente solto tenha sido corretamente notificado e intimado a comparecer para sua apresentação em Juízo, e mesmo assim não comparecer ao ato, a autoridade judiciária designará nova data, determinando ainda a condução coercitiva do adolescente (artigo 187, ECA). Na audiência de apresentação, o juiz tomará os depoimentos do adolescente e de seus genitores, e verificando que o adolescente não possui defensor, solicitará a nomeação de advogado, que terá prazo de três dias para a apresentação de defesa prévia, com rol de testemunhas. O Juiz também poderá determinar, na mesma oportunidade (apresentação), a realização de parecer da equipe interprofissional contendo estudo social (para apreciar o contexto familiar, de moradia e de vulnerabilidade em que vive o adolescente) e avaliação psicológica do(a) infrator(a), designando, ainda, audiência em continuação (artigo 186, caput, 1º e 2º, ECA) para a instrução da causa, conforme cito: Art. 186, ECA. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado. 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão. 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em regime de semiliberdade, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência em continuação, podendo determinar a realização de diligências e estudo do caso. 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas. 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão. Art. 187, ECA. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua condução coercitiva. Na audiência em continuação, sobretudo nos atos graves com adolescentes apreendidos provisoriamente, o processo já estará contando com a defesa prévia, e eventualmente, com parecer do Setor Técnico Psicossocial, além dos laudos periciais que devem ser encaminhados pela Polícia Civil até a data desta audiência (alguns exemplos: laudo de arrombamento de local no furto; exame necroscópico da vítima no homicídio; exame de corpo de delito da vítima na lesão corporal; exame químicotoxicológico no tráfico de drogas), para a prova da materialidade dos delitos que deixam vestígios. Em relação à autoria, colhe-se a prova oral. do feito, até a efetiva apresentação. 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável. 10

11 Assim, as testemunhas da representação, e depois, as testemunhas da defesa serão ouvidas. Seguem-se os debates, dando-se a palavra ao Ministério Público, e após, para a Defesa, visando suas considerações finais, sendo que cada parte terá direito de falar por 20 minutos, prorrogáveis por mais 10 minutos. 5. Sentença Judicial. Após os debates em audiência, proferirá o juiz sentença (artigo 186, 3º e 4º, ECA), que aplicará a(o) adolescente medida socioeducativa se provada a autoria e materialidade do ato infracional, ou não aplicará medida alguma, absolvendo o adolescente da representação se identificadas quaisquer das hipóteses do artigo 189, I a IV, do ECA 15, se reconhecer a) estar provada a inexistência do fato; b) reconhecer não existir prova da existência do fato; c) reconhecer não constituir o fato ato infracional; e d) reconhecer não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional). Obviamente, se o adolescente estiver internado, será imediatamente libertado, mesmo que o Ministério Público pretenda interpor recurso contra a sentença que não aplicou medida socioeducativa. Caso a sentença aplique medidas mais severas de internação ou semiliberdade, serão da sentença intimados o adolescente e seu defensor, e se o adolescente não for localizado, intimados os seus pais e defensor. Já se aplicadas outras medidas socioeducativas não restritivas de liberdade, será necessária apenas a intimação do(a) defensor(a) do(a) representado(a), conforme estabelece o artigo 190, do ECA: Art. 190, ECA. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semiliberdade será feita: I - ao adolescente e ao seu defensor; II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor. 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença. IV -Julgados relacionados aos temas da aula (fonte: e MENOR - Infração - Remissão - Concessão pelo Ministério Público - Inclusão de medida socioeducativa - Inadmissibilidade Competência exclusiva do Juiz - Aplicação da Súmula n. 108 do Superior Tribunal de Justiça - Homologação apenas da remissão deixando de aplicar a medida - Decisão mantida - Recurso não provido JTJ 241/ Art. 189, ECA. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na sentença: I - estar provada a inexistência do fato; II - não haver prova da existência do fato; III - não constituir o fato ato infracional; IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional. Parágrafo único. Na hipótese deste Art., estando o adolescente internado, será imediatamente colocado em liberdade. 11

12 MENOR - Ato infracional equivalente a furto qualificado - Homologada concessão de remissão concedida pelo digno representante do Ministério Público em Primeiro Grau - Aplicada, cumulativamente, medida sócio-educativa consistente em prestação de serviços à comunidade - Recurso do adolescente - Pugna pelo arquivamento dos autos sob o fundamento da insuficiência do conjunto probatório - Preliminar articulada pela digna representante do Ministério Público em Segundo Grau - Não conhecimento do recurso por ausência de interesse em recorrer - Inocorrência - O Art. 128 do Estatuto da Criança e do Adolescente, pelo que se verifica do disposto no parágrafo único do Art. 126 do mesmo diploma legal, aplica-se somente às hipóteses de remissão concedida como forma de suspensão ou extinção do processo cumulada com medida sócio-educativa, ou seja, trata-se de revisão incidental - Nulidade da r. sentença que homologou remissão e aplicou medida sócio-educativa ao adolescente - Impõe-se a anulação da sentença para que o ato infracional seja apurado, prejudicado o apelo - Remissão, como forma de exclusão do processo, tem natureza de perdão, incompatível, portanto, com a cumulação de medida sócio-educativa - A aplicação de medida sócioeducativa em momento anterior ao da propositura da ação Sócio-educativa Pública representa ofensa aos princípios do devido processo legal e da ampla defesa - As medidas sócio-educativas, consigne-se, constituem ao menos medidas restritivas de direito - O presente procedimento deverá ter continuidade, nos termos dos Arts. 179 e seguintes do Estatuto da Criança e do Adolescente - Observado, inclusive, o envolvimento em outros processos - Rejeitada a matéria preliminar - De Ofício, anula-se a sentença para que o ato infracional seja apurado, prejudicado o apelo (Apelação Cível n /0 - Monte Alto - Câmara Especial - Relator: Nuevo Campos U.V.). ATO INFRACIONAL - Menor - Preliminar - Reiteração dos termos de agravo retido - Pleito de nulidade do feito, por ter a autoridade judiciária de primeiro grau, ao vislumbrar a possibilidade de concessão da remissão dispensado a oitiva das testemunhas arroladas na inicial e remetido os autos para manifestação do Ministério Público - Inocorrência - A autoridade judiciária, em qualquer momento do processo anterior à sentença, poderá conceder a remissão e, para tanto, deverá promover, apenas, prévia manifestação do Ministério Público - Arts. 126, único, 186, 1º, e 188, do Estatuto da Criança e do Adolescente - Preliminar rejeitada (Apelação Cível n Jaboticabal - Câmara Especial - Relator: Nuevo Campos V.U.). MENOR - Infrator - Remissão concedida pelo Ministério Público - Imposição simultânea de medida sócio-educativa - Inadmissibilidade - Competência exclusiva do juiz - Súmula nº 108 do Superior Tribunal de Justiça - Acerto da decisão do primeiro grau que apenas homologou a remissão, deixando de aplicar a medida - Recurso, pretendendo a reforma, com o conhecimento da possibilidade da aplicação simultânea à remissão, improvido (Apelação Cível n Cubatão - Câmara Especial - Relator: Fábio Quadros U.V.). PENAL. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (LEI Nº 8.069/90). ART REMISSÃO. MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA. CUMULAÇÃO. AUSÊNCIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 1. Não há falar em constrangimento ilegal decorrente da homologação pelo Juiz de remissão concedida pelo Ministério Público,simultaneamente à aplicação de medida sócio-educativa - prestação de serviços à comunidade, ante a possibilidade de sua cumulação, ex vi do Art. 127 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Precedentes. 2. Recurso especial conhecido e provido (RESP /SP; 1999/ DJ DATA:21/08/2000 PG:00177 Min. FERNANDO GONÇALVES). LEI Nº 8069/90. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ART.127. REMISSÃO. MEDIDA SÓCIO- EDUCATIVA. CUMULAÇÃO. POSSIBILIDADE. 1. É possível a cumulação entre a remissão, concedida pelo Ministério Público, e medida sócio-educativa de prestação de serviços à comunidade, aplicada pelo juiz. Não há constrangimento ilegal daí decorrente. 2. Recurso conhecido e provido (RESP / SP; RECURSO ESPECIAL 1997/ DJ DATA:14/12/1998 PG:00268 REL. Min. EDSON VIDIGAL). V. Dispositivos Legais Referidos em Aula ( Art. 126, ECA. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional. Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo. Art. 127, ECA. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação. Art. 128, ECA. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público. 12

13 Art. 171, ECA. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária. Art. 172, ECA. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente. Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracional praticado em coautoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria. Art. 173, ECA. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos Arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá: I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente; II - apreender o produto e os instrumentos da infração; III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da infração. Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência circunstanciada. Art. 174, ECA. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública. Art. 175, ECA. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas. 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior. Art. 176, ECA. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao representante do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. Art. 177, ECA. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente na prática de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público relatório das investigações e demais documentos. Art. 178, ECA. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade. Art. 179, ECA. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas. Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Público notificará os pais ou responsável para apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar. Art. 180, ECA. Adotadas as providências a que alude o Art. anterior, o representante do Ministério Público poderá: I - promover o arquivamento dos autos; II - conceder a remissão; III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida socioeducativa. Art. 181, ECA. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para homologação. 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida. 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar. 13

14 Art. 182, ECA. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida socioeducativa que se afigurar a mais adequada. 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária. 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade. Art. 183, ECA. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias. Art. 184, ECA. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, observado o disposto no Art. 108 e parágrafo. 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação, e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado. 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente. 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação. 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável. Art. 185, ECA. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional. 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no Art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima. 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade. Art. 186, ECA. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado. 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão. 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em regime de semiliberdade, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência em continuação, podendo determinar a realização de diligências e estudo do caso. 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas. 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão. Art. 187, ECA. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua condução coercitiva. Art. 188, ECA. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença. Art. 189, ECA. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na sentença: I - estar provada a inexistência do fato; II - não haver prova da existência do fato; III - não constituir o fato ato infracional; IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional. Parágrafo único. Na hipótese deste Art., estando o adolescente internado, será imediatamente colocado em liberdade. Art. 190, ECA. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semiliberdade será feita: I - ao adolescente e ao seu defensor; II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor. 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença. 14

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