Aula nº. 38 PROVAS EM ESPÉCIE - INTERROGATORIO. Pergunta-se: INTERROGATORIO é meio de prova ou meio de defesa?
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1 Curso/Disciplina: DIREITO PROCESSUAL PENAL Aula: PROVAS EM ESPÉCIE - INTERROGATORIO Professor(a): MARCELO MACHADO Monitor(a): PAULA CAROLINE DE OLIVEIRA Aula nº. 38 PROVAS EM ESPÉCIE - INTERROGATORIO Pergunta-se: INTERROGATORIO é meio de prova ou meio de defesa? Há quem diga que é meio de prova, uma vez que esta situado dentro do titulo que trata da prova podendo o juiz inclusive formar convicção utilizando o interrogatório e as partes inclusive podem formular perguntas. Para uma segunda corrente, o interrogatório é meio de defesa, uma vez que é o ultimo ato da instrução criminal, é a oportunidade que o reu tem de apresentar sua versão dos fatos. Por fim, para corrente majoritária, interrogatório tem natureza mista, é meio de prova e meio de defesa. Art O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato. 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: Página1 I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
2 II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; IV - responder à gravíssima questão de ordem pública; 3o Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência. 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código. 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil. 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos 1o e 2o deste artigo. 8o Aplica-se o disposto nos 2o, 3o, 4o e 5o deste artigo, no que couber, à realização de outros atos processuais que dependam da participação de pessoa que esteja presa, como acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de declarações do ofendido. 9o Na hipótese do 8o deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato processual pelo acusado e seu defensor. 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. Página2 Art Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas.
3 Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. Interrogatório é direito subjetivo do réu e sua falta gera nulidade absoluta. Art A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: (...) III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: (...) e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa; Art As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-ão sanadas: I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior; II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim; III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos. Trata-se de nulidade relativa, a segunda parte do art. 564 III do CPP. E nulidade absoluta a primeira parte, incluindo-se o relatório. Não se faz necessária a prova de prejuízo. O re-interrogatorio é faculdade do juiz. Art A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes. Art Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação. Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz. O réu pode atuar em causa própria e cada um será interrogado sem a presença do outro réu. Página3 Pergunta-se: O defensor de um réu pode formular pergunta ao outro réu? Sabe-se que o réu tem direito constitucional ao silêncio e que este não está obrigado a responder as perguntas formuladas pelo defensor do corréu. Contudo, no caso concreto, não teríamos como saber se este exerceria seu direito simplesmente porque o MM. Juizo impediu o defensor de formular perguntas.
4 Pergunta-se: No caso de réus atuando em causa própria, há nulidade do processo pelo fato de os réus não formularem-se questionamentos uns aos outros? Para o STJ, não há que se falar em nulidade uma vez que o próprio art. 263 do CPP aduz que a defesa em causa própria far-se-á caso tenha habilitação. O réu tem habilitação e sabe que no interrogatório será retirado da presença do corréu, e, em momento algum, requereu ao juiz a nomeação de procurador para atuar no ato processual, tampouco impugnou aduzindo cerceamento de defesa. Assim, precluiu o direito do réu uma vez que em momento algum fora arguido prejuízo. Art Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. Pergunta-se: Caso o réu ofereça nome errado ou de terceiro, pratica o crime do art. 307 do CP? Primeira corrente diz que não uma vez que o réu tem direito de mentir, ademais, o Estado tem meios próprios para descobrir a identidade do agente, bastando submete-lo a identificação criminal. Entendimento majoritário defende que o agente pratica sim o crime previsto acima. Assim, o réu pode mentir sobre os fatos, mas quando mente sobre sua identidade, causa prejuízo a terceiros e a administração da justiça. No que tange ao interrogatório por vídeo conferência este fora criado pela Lei /09. Assim, todo interrogatório realizado anteriormente, será nulo por falta de previsão legal. Art O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato. 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: Página4 I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
5 II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; IV - responder à gravíssima questão de ordem pública; 3o Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência. 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código. 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil. 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos 1o e 2o deste artigo. 8o Aplica-se o disposto nos 2o, 3o, 4o e 5o deste artigo, no que couber, à realização de outros atos processuais que dependam da participação de pessoa que esteja presa, como acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de declarações do ofendido. 9o Na hipótese do 8o deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato processual pelo acusado e seu defensor. 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. São hipóteses taxativas. Página5
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