PABLO LARRAÍN EXPLICA

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Silvana Henriques Pinto
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2 SINOPSE Em 1988, devido à pressão internacional, o ditador militar chileno Augusto Pinochet foi forçado a convocar um referendo sobre a sua presidência. O país votaria SIM ou NÃO sobre se Pinochet deveria ou não governar por mais oito anos. Os líderes da oposição, juntos pelo não, persuadiram um jovem e impertinente publicitário, René Saavedra, a liderar a sua campanha. Contra todas as expectativas, com escassos recursos e sob o escrutínio dos esbirros do déspota, Saavedra e a sua equipa criaram um plano audacioso para ganhar a eleição e libertar o Chile.

3 PABLO LARRAÍN EXPLICA Apesar de ter acabado por completar com Não, uma trilogia sobre a ditadura militar chilena (juntamente com Tony Manero e Post Mortem, também distribuídos em Portugal pela Alambique), Pablo Larraín garante que só pensou nisso quando este projecto lhe chegou às mãos. Acredite, nunca foi uma coisa planeada. Apenas aconteceu, explicou em entrevista ao New York Times. Filho de um antigo senador conservador, defensor de Pinochet, Hernán Larraín, e de Magdalena Matte, ex-ministra de Habitação e Urbanismo do governo de direita de Sebastián Piñera, Pablo Larraín está longe de partilhar as opiniões dos progenitores em relação à ditadura do general Augusto Pinochet Ugarte ( ), que chegou ao poder através de um golpe militar que derrubou o governo eleito de Salvador Allende e interrompeu uma tradição democrática que vinha de Espero que este filme mostre definitivamente ao mundo o bastardo que foi Augusto Pinochet, para que nunca mais haja confusões e as pessoas percebam realmente quem foi esse senhor, disse o realizador ao jornal mexicano La Jornada Este filme não é um tratado histórico sobre a campanha do Não, apenas uma leitura que um grupo de pessoas faz 25 anos mais tarde a partir daquilo que se passou no Chile depois do referendo, garantiu à rádio ADN: É a história de como um grupo de gente comum se organiza para derrotar um ditador. Por isso, é difícil, não estamos habituados a ganhar, nem fazemos filmes onde as pessoas triunfam. Em geral, o cinema chileno e latino-americano tem uma visão pessimista, acrescentou.

4 VISÃO DA IMPRENSA Não é um filme feio literalmente para um tempo feio. Manchada, com pouca beleza ou detalhe pictórico, a sua antiestética é propositada e, quando os olhos deixam de doer, agradável de ver e persuasiva. Tal como fez com as primeiras duas partes da trilogia, Larraín deu a esta um estilo visual próprio que serve a história, neste caso filmando com duas câmaras de vídeo U-Matic. Ao usar as U-Matic para as partes ficcionais, Larraín esbate a linha entre a ficção e os clipes da verdadeira campanha do Não no encadeamento. Isto tem o efeito de ressaltar a verdade da parte ficcional, como se René não estivesse apenas a criar a campanha mas a vivê-la, e na verdade está. Manohla Dargis, New York Times O filme dá-nos uma lição histórica fascinante sob a aparência de um drama de bastidores, pontuado com anúncios de televisão antigos cheios de bailarinas vestidas de licra e cambalhotas de mimos. Xan Brooks, Guardian Depois de Tony Manero e Post Mortem, os seus retratos devastadores sobre como o regime de Pinochet brutalizou psicologicamente o povo do Chine entre 1973 e 1990, o cineasta chileno Pablo Larraín completa de forma satisfatória a trilogia com uma vitória afirmativa para a democracia em Não. Mantendo a tensão ao longo de todo o filme, mesmo para os conhecedores de história, mas ainda rico nessa espécie de humor negro andino que tornava as anteriores obras de Larraín tão singulares, Não põe Gael García Bernal no papel de um publicitário que ajuda a oposição a criar uma campanha que leva as pessoas a votar contra a manutenção de Pinochet no poder no referendo de O resultado são abundantes votos sim para os distribuidores de cinema do mundo inteiro. Leslie Felperin, Variety

5 EQUIPA E ELENCO René Saavedra: Gael García Bernal Luis Guzmán: Alfredo Castro José Tomas Urrutia: Luis Gnecco Verónica: Antonia Zegers Arancibia: Marcial Tangle Ferando Costa: Néstor Cantillana Ministro: Jaime Vadell Simón: Pascal Montero Realização: Pablo Larraín Produção: Juan de Dios Larraín e Daniel Dreifuss Argumento: Pedro Peirano Baseada na peça de teatro El Plebiscito, de António Skármeta Direcção de Fotografia: Sergio Armstrong Montagem: Andrea Chignoli Música: Carlos Cabezas Chile 2012 Cor e PB Digital 118 min. Distribuído por Alambique

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