REDUÇÃO DE ARSENAIS NUCLEARES: UM DILEMA RUSSO-NORTE-AMERICANO
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- André Avelar Lima
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1 2009/06/14 REDUÇÃO DE ARSENAIS NUCLEARES: UM DILEMA RUSSO-NORTE-AMERICANO Marcelo Rech[1](Brasil) Em Julho, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Dmitri Medvedev, se reúnem em Moscou naquele que poderá ser um encontro histórico. Poderá, já que os dois países ainda não fecharam um acordo em torno do novo Tratado de Redução de Arsenais Nucleares Estratégicos (Start). No dia 20 de Maio, delegações dos dois países sentaramse à mesa para dar início às negociações. Os russos consideraram o encontro um sucesso. Entre 1 e 3 de junho, as delegações voltam a se reunir, desta vez em Genebra. A expectativa, principalmente com a crise deflagrada na Península Coreana, é que ambos possam chegar a um texto que contemple os interesses do planeta. É importante frisar que o Start vale até 5 de Dezembro e que o texto a ser submetido aos dois líderes, deve contemplar um novo sistema de segurança internacional. Entre 1980 e 1990, quando a extinta União Soviética enfrentava uma crise econômica e política aguda, os Estados Unidos atualizavam o seu potencial nuclear. Em 1991, a estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos tinha como premissa, a modernização de mísseis balísticos intercontinentais baseados na terra, aviões de bombardeio estratégicos, e submarinos nucleares. Até 1997, os Estados Unidos justificavam a necessidade de guardar forças nucleares na Europa, com o argumento de que a Rússia possuía uma quantidade desconhecida de armas desse tipo. A capacidade nuclear russa foi examinada como uma ameaça potencial. No governo de George W. Bush havia a premissa de que os acordos de controle de armas serviam enquanto atuavam em favor dos interesses nacionais dos Estados Unidos. A recusa norte-americana em ratificar o Tratado de Proibição de Experiência Nuclear Abrangente mostrou que a sua intenção era continuar desenvolvendo ogivas nucleares sem restrições legais internacionais. Atualmente, os Estados Unidos realizam um upgrade por simulações de explosões nucleares em um computador. O sistema de defesa de míssil e de radares dos Estados Unidos estão sendo desdobrados na terra e em barcos em todo o mundo - do Alasca e Califórnia ao Japão, a Grã-Bretanha, a Noruega, e a Polônia. Desde 2005, ele conduziu uma série de testes dos seus interceptores de míssil dos 27 lançamentos, apenas um falhou. O desdobramento de um sistema de defesa de míssil no Alasca e na Califórnia cobrirá aproximadamente 90 % do território dos Estados Unidos. Por outro lado, as iniciativas de desarmamento dirigidas à Rússia poderiam ser acompanhadas pela revisão da estratégia de desdobramento de defesa de míssil. No entanto, Washington não está abandonando o seu projeto de defesa de míssil. Basta ver as palavras do presidente Obama, de seus assessores e do vice-presidente Joe Biden. Em Fevereiro, Biden afirmou em Munique, que os Estados Unidos continuariam desenvolvendo o seu sistema de defesa de míssil por conta da ameaça representada pelo Irã. No dia 5 de Abril, Obama reforçou este argumento. Agora, Washington está revisando as perspectivas, preços, e possivelmente alguns parâmetros técnicos do seu sistema de defesa de míssil. Procurando ganhar tempo, os Estados Unidos investem no desequilíbrio estratégico. Inclusive, por que uma parte considerável da classe dirigente russa é orientada em direção à cooperação com os Estados Unidos, algo que não pode ser ignorado. Também há uma conexão entre armamentos ofensivos e defensivos, discussão esta que fez parte
2 do Comunicado Conjunto firmado pelos presidentes Medvedev e Obama, no encontro de Londres. Não apenas a Rússia e os Estados Unidos devem ter interesse na assinatura de documentos que promovam a estabilidade de longo prazo em substituição à política de enfraquecimento de um dos lados. Isto beneficiará o mundo inteiro, ou pelo menos todos aqueles países dedicados à liberdade nas relações internacionais. [1]Marcelo Rech é jornalista, editor do InfoRel e especialista em Relações Internacionais e Estratégias e Políticas de Defesa. Correio eletrônico: inforel@inforel.org. 49 TEXTOS RELACIONADOS: 2012/08/12 OUTRA ESTRATÉGIA PARA CONTER O IRÃO? 2012/04/28 A POSTURA NUCLEAR DA NATO. DA CIMEIRA DE LISBOA PARA CHICAGO 2012/04/15 COMO SAIRÁ A COREIA DO NORTE DA HUMILHAÇÃO POR QUE PASSOU? 2012/03/25 ISRAEL, EM PREPARATIVOS PARA UMA GUERRA CONTRA O IRÃO? 2012/03/10 COREIA DO NORTE, DE NOVO NO NEGÓCIO DE OBTENÇÃO DE AJUDAS 2011/12/09 O ABATE (OU QUEDA) DE UM UAV NO IRÃO. ACIDENTE OU OPERAÇÃO CLANDESTINA? 2011/08/05 COREIA DO NORTE. O QUE A TRAZ DE NOVO AO NOTICIÁRIO INTERNACIONAL? 2011/01/20 QUE FAZER COM O IRÃO? 2010/12/13 O IMBRÓGLIO COREANO 2010/11/29 O ENIGMA DA COREIA DO NORTE 2010/11/26 O REGRESSO DO NUCLEAR E A ALIANÇA ATLÂNTICA (II PARTE) Francisco Proença Garcia[1] 2010/11/25 O REGRESSO DO NUCLEAR E A ALIANÇA ATLÂNTICA (I PARTE) Francisco Proença Garcia[1] 2010/09/05 O IRÃO E A RETIRADA AMERICANA DO IRAQUE 2010/08/26 DA DEFESA ANTI-MÍSSIL DE TEATRO PARA A DEFESA ANTI-MÍSSIL DA EUROPA
3 2010/07/25 OS CAMINHOS ERRÁTICOS DA COREIA DO NORTE 2010/06/02 O ACORDO DE TEERÃO Oliveiros S. Ferreira (Brasil) 2010/05/24 A MEDIAÇÃO BRASILEIRA NO CONFLITO COM O IRÃO 2010/05/06 ISRAEL E A REVISÃO DO TRATADO DE NÃO PROLIFERAÇÃO NUCLEAR 2010/04/24 O NOVO TRATADO START: NECESSÁRIO MAS ESTRATEGICAMENTE INSUFICIENTE Maria Francisca Saraiva[1] 2010/04/16 DISSUASÃO SEM ARMAS NUCLEARES? 2010/03/29 O SONHO DO DESARMAMENTO NUCLEAR E A PRÓXIMA REVISÃO DO TRATADO DE NÃO PROLIFERAÇÃO 2010/03/12 OS PROGRAMAS NUCLEARES DO BRASIL E DO IRÃO: PONTOS DE TANGÊNCIA E AFASTAMENTO Marcos Machado da Silva[1](Brasil) 2010/03/08 O IRÃO E A QUESTÃO NUCLEAR André Pereira Matos[1] 2010/02/08 AS OPÇÕES DOS EUA EM RELAÇÃO AO IRÃO 2009/11/29 BRASIL, NOVO PARTICIPANTE NA DISCUSSÃO DO PROBLEMA NUCLEAR DO IRÃO? 2009/11/12 O CAMINHO NUCLEAR DO IRÃO 2009/09/30 O 1 DE OUTUBRO E AS CONVERSAÇÕES EM QUE NINGUÉM ACREDITA 2009/09/27 A UTÓPICA LIÇÃO DE M IKAIL GORBATCHEV E A PRESENTE RESOLUÇÃO DE BARAK OBAMA CONTRA A PROLIFERAÇÃO NUCLEAR Gilberto Barros Lima[1] (Brasil) 2009/06/15 PORQUE QUER A COREIA DO NORTE SER UMA POTÊNCIA NUCLEAR? QUAL A DIMENSÃO DA SUA AMEAÇA? 2009/06/09 AS HIPÓTESES DE NEGOCIAR COM A COREIA DO NORTE 2009/05/10
4 ARSENAIS NUCLEARES: UMA CHANCE PARA O MUNDO Marcelo Rech[1] (Brasil) 2009/04/27 COMBATE AO BIOTERRORISMO. PRIORIDADE NACIONAL?[1] 2008/07/20 O IMPASSE IRANIANO 2008/07/08 A COREIA DO NORTE UMA BAIXA NO EIXO DO M AL? 2008/06/09 A DEMISSÃO DO SECRETÁRIO E DO CHEFE DO ESTADO M AIOR DA USAF 2008/01/18 A SEGURANÇA NUCLEAR NO PAQUISTÃO 2007/12/06 UMA NOVA OPORTUNIDADE PARA O IRAQUE E PARA O IRÃO 2007/09/27 O MISTERIOSO RAID ISRAELITA (II) 2007/09/22 O MISTERIOSO RAID ISRAELITA 2007/08/14 PODERÁ O IRÃO SER UMA POTÊNCIA REGIONAL? 2007/07/19 COREIA DO NORTE - NUMA ESTRATÉGIA DE MUDANÇA? 2007/05/15 OS OBJETIVOS REAIS DO SISTEMA ANTIMÍSSIL NORTE-AMERICANO NA EUROPA Marcelo Rech [1] 2007/04/19 DEVE O IRÃO SER APAZIGUADO?[1] Francisco Jorge Gonçalves[2] 2007/03/09 UMA NOVA GUERRA FRIA? 2006/12/27 O FUTURO DAS ARMAS NUCLEARES 2006/12/11 A LÓGICA DA POSSE DE ARMAS NUCLEARES [1] 2006/12/03 O TRATADO DE NÃO PROLIFERAÇÃO DE ARMAS NUCLEARES (TNP)[1] 2006/12/01
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