A UTÓPICA LIÇÃO DE M IKAIL GORBATCHEV E A PRESENTE RESOLUÇÃO DE BARAK OBAMA CONTRA A

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Renato Macedo Aldeia
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2009/09/27 A UTÓPICA LIÇÃO DE M IKAIL GORBATCHEV E A PRESENTE RESOLUÇÃO DE BARAK OBAMA CONTRA A PROLIFERAÇÃO NUCLEAR Gilb erto Barros Lima[1] (Brasil) Muitas atitudes políticas nasceram

1 2009/09/27 A UTÓPICA LIÇÃO DE M IKAIL GORBATCHEV E A PRESENTE RESOLUÇÃO DE BARAK OBAMA CONTRA A PROLIFERAÇÃO NUCLEAR Gilb erto Barros Lima[1] (Brasil) Muitas atitudes políticas nasceram espontaneamente de discursos que mudaram consideravelmente os rumos da sociedade, alguns indivíduos conseguiram até mesmo ultrapassar seus objetivos e com isso escreveram mais alguns capítulos na história mundial, porém os mais influentes personagens deste contexto herdaram com seus dotes oratórios a realização de muitas glórias, conquistaram estrategicamente importantes vitórias, obtiveram depois de sangrentas batalhas diversas cicatrizes, somaram valiosos benefícios e heroicamente sonharam com a esperança de uma paz duradoura. Embora nalgumas circunstâncias a vida de milhares de pessoas foi dizimada pelo poder opressor de lideranças isenta de sentimentos compassivos, de outro modo determinadas civilizações dominaram agressivamente inúmeros territórios na busca incessante de riquezas. Desde o princípio a lei do mais forte imperou sobre as nações desfavorecidas e na realidade ainda requer que os fins maquiavélicos justifiquem os meios dominantes. Num encontro, caracterizado como histórico por analistas e diplomatas, o presidente norteamericano Barak Obama impulsionou durante a reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS) uma de suas principais propostas de governo para a política internacional. Nas circunstâncias atuais a potência norte-americana procura artifícios para recuperar a credibilidade política em numerosas partes do mundo, no entanto os obstáculos ideológicos ainda permanecem enraizados nos inimigos mortais dos Estados Unidos causando medo de novos ataques terroristas e de certa maneira a incerteza causada pela crise econômica internacional. Brilhantemente o presidente Barak Obama assumiu uma postura diferenciada do seu predecessor George W. Busch, quando o segundo desagradou muitos países ao ignorar a meta de desarmamento assumido anteriormente por outros líderes norte-americanos. Sabidamente Barak Obama intensificou sua órbita de influência e assumiu corajosamente um destino competitivo para amenizar os aspectos conflitantes e os efeitos devastadores causados pela doutrina guerreira de George Bush. Essa desobediência custou aos Estados Unidos inúmeros problemas de natureza sociopolítica, bem como o agravamento de sua imagem perante a comunidade internacional e o aumento das atividades terroristas no solo norte-americano e de seus aliados. Com a finalidade específica de assumir uma postura de harmonia global e de modo semelhante para cumprir a promessa da luta contra a proliferação nuclear, o presidente Barak Obama lançou uma proposta considerada utópica pela maioria dos países ao desejar um mundo sem a presença de armas nucleares. O exemplo do que Gorbatchev (1988) citou em Genebra, que jamais deverá eclodir uma guerra nuclear, porque infelizmente neste campo de batalha não haveria vencedores e a decisão naquele momento era o impedimento de uma nova guerra com o emprego de armas nucleares, bem como, a desistência da antiga União Soviética e dos Estados Unidos em dominar a supremacia militar. Naquela época Gorbatchev reconheceu que muitos anos de confrontação e de extrema rivalidade aguda causaram para ambos os países enormes e incalculáveis prejuízos. Discursando na ONU, ele enfatiza que os próximos doze meses serão absolutamente decisivos em determinar se essa resolução e nossos esforços para interromper a disseminação e uso das armas nucleares terão sucesso (O Estado de São Paulo 24/9/2009). Gorbachev (2003) reconheceu também a utópica lição que seria impensável e impossível à convivência de uma sociedade sem riscos, por isso o ex-líder soviético afirmou que o planeta está

história mundial, porém os mais influentes personagens deste contexto herdaram com seus dotes oratórios a realização de muitas glórias, conquistaram estrategicamente importantes vitórias, obtiveram

2 cada vez mais complexo e interdependente, ou seja, na era globalizada nenhum país ou mesmo nenhum líder poderá impor as regras e concepção para o mundo. Portanto, Mikail Gorbatchev (idem) afirmou muito antes de Barak Obama que no século nuclear não encontraríamos vencedores e que a Guerra Fria não serviria de base exemplar para as relações internacionais. É mister para quem é detentor da tecnologia em armamento nuclear a simples idéia da diminuição do seu poderio militar afetará a estrutura na defesa de seus interesses, no entanto para os futuros integrantes desse reservado clube atômico, a questão será duramente combatida pelo CS e pelos países integrantes dessa utópica realidade. Nessa perigosa caminhada nuclear, em termos puramente delicados, em contraste com os interesses da ONU, o Irã e a Coréia do Norte deliberadamente desobedecem às resoluções impostas pelas potências militares e insistem que a tecnologia nuclear será usada para fins pacíficos. Quanto ao futuro desses países persistentes ao poderio atômico, as conclusões ainda são subjetivas pois nalguns momentos existem sinais de um possível diálogo e talvez a concretização de um acordo entre os envolvidos na questão nuclear. Dessa forma a história ainda nos reserva outros fenômenos que mudarão a realidade global, quem sabe assistiremos (the decisive moment) o sucesso político de Barak Obama com o final da proliferação nuclear ou então permaneceremos vivenciando a utópica esperança da sobrevivência ditada no passado por Mikail Gorbatchev. [1] Gilberto Barros Lima Especialista em Relações Internacionais e Professor Universitário (ICPG- SC). gbarroslima@yahoo.com.br 49 TEXTOS RELACIONADOS: 2012/08/12 OUTRA ESTRATÉGIA PARA CONTER O IRÃO? 2012/04/28 A POSTURA NUCLEAR DA NATO. DA CIMEIRA DE LISBOA PARA CHICAGO 2012/04/15 COMO SAIRÁ A COREIA DO NORTE DA HUMILHAÇÃO POR QUE PASSOU? 2012/03/25 ISRAEL, EM PREPARATIVOS PARA UMA GUERRA CONTRA O IRÃO? 2012/03/10 COREIA DO NORTE, DE NOVO NO NEGÓCIO DE OBTENÇÃO DE AJUDAS 2011/12/09 O ABATE (OU QUEDA) DE UM UAV NO IRÃO. ACIDENTE OU OPERAÇÃO CLANDESTINA? 2011/08/05 COREIA DO NORTE. O QUE A TRAZ DE NOVO AO NOTICIÁRIO INTERNACIONAL? 2011/01/20 QUE FAZER COM O IRÃO? 2010/12/13 O IMBRÓGLIO COREANO 2010/11/29 O ENIGMA DA COREIA DO NORTE

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