PECADO ORIGINAL. PECADO ORIGINAL Capítulo 16 RÔMULO GUILHERME. Novela de. Criada e escrita por RÔMULO GUILHERME

Transcrição

1 PECADO ORIGINAL Novela de RÔMULO GUILHERME Criada e escrita por RÔMULO GUILHERME Cena 01/Jandaia/Rua/Ext/Noite Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. saí do carro e se aproxima de. - De novo nossos caminhos se cruzando... - Morar em cidade pequena é assim mesmo. - Você se acha que é só isso,? - O que mais poderia ser,? - Destino. É ele quem está nos proporcionando esses encontros. - Besteira! O destino é cada um de nós quem o escrevemos. - Ouviu, não me lembro onde agora, uma linda frase do Chico Xavier: embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim. - Nosso destino foi sacramentado,. Esse é o nosso destino e não tem como mudarmos. - Você mesmo disse que é cada um de novo quem escrevemos nosso destino. E não foi você quem escreveu esse seu destino, portanto uma lacuna ainda está aberta. Existe uma página que você deixou em branco e precisa preenche-la. - (desconversa) Está tarde... é melhor irmos cada um pra sua casa. - Me dá uma prova que você não me esqueceu,. - (confuso) Prova? Como assim? - Me dá uma prova que ainda existe no seu coração um sentimento por mim. Não sentimento de um padre pra com uma fiel. Mas sim de um homem pra uma mulher, como era nossa relação, antes de você ser obrigado pelo seu pai a se tornar padre. Cena 02/Casa Turíbio/Quarto Basileu/Int/Noite Basileu e Felipa. Felipa - Eu vim ver como você estava. Se estava precisando de alguma coisa. Basileu percebendo que está apenas de cueca, se cobre. Basileu Felipa - Desculpa. - E que é peço desculpa. Ter entrado assim no seu quarto... boa noite.

2 Basileu - Boa noite! Felipa vai embora, fechando a porta. Basileu - Estranho... muito estranho! Basileu deita e dorme. Cena 03/Casa Turíbio/Corredor/Int/Noite Felipa acaba de sair do quarto e encosta na parede, se recompondo. Felipa - Que doidera foi essa, Felipa! Felipa não consegue disfarçar que ficou muito mexida com o que aconteceu. Cena 04/Casa Turíbio/Quarto casal/int/noite Felipa deita, se ajeita perto de Turíbio, que mexe mas não acorda e fica pensativa. Insert rápido da cena: Felipa olhando o corpo de Basileu. Insert da cena: Quando Basileu se prepara pra bater na porta, Filipa saí e se assusta com Basileu. Nesse momento, acaba perdendo o equilíbrio do seu salto e caí em cima de Basileu, que lhe segura, evitando que ela se esborrache no chão. Os dois se olham. Momento. Filipa levanta e os dois se ajeitam. Fim do insert. Felipa - O que está acontecendo comigo?! Turíbio resmunga, achando que Felipa está falando com ele. Mas logo volta a roncar, enquanto Felipa fica com seus pensamentos cheios de segundas intenções. Cena 05/Jandaia/Rua/Ext/Noite e continuam conversando. Música: Stay With me Sam Smith - Por que você faz isso comigo? Com nos dois,? - Amor,. É isso que me move, que me faz lutar por você, por nós dois. Pois sei que o amor, intenso, forte, vigoroso, ainda nos une. Estou enganado? Corta para Salatiel saindo da cadeia, pra fazer a ronda pela cidade. Ele vê e conversando. Salatiel - O que está acontecendo ali? Corta de volta pra, que dá o seu terço pra. beija o terço, pega a mão de, coloca na sua palma e fecha. - Não pede e me pergunta mais nada. Feito isso, vai embora. abre sua mão, pega o terço e fica observando-o, ao mesmo tempo que observa se afastar, em direção a sua casa. - (feliz) Ele ainda me ama! Salatiel aparece, dando o maior susto em. Salatiel - Tá tudo bem, dona? - Aí, Salatiel! Que susto você me deu! Salatiel - Desculpa, não era minha intenção. Só achei que a senhora poderia estar precisando de alguma ajuda. Vi seu carro parado aqui, assim. - Não se preocupe que está tudo bem. (p/si) Muito melhor agora! Salatiel - Aquele lá era o, filho do prefeito? - Era sim, Salatiel. Salatiel - Já pensou se ele vira o novo padre de Jandaia? - (estranha) O, padre de Jandaia?

3 Salatiel sobe no seu jipe. vai embora. Salatiel - Padre ele também é. E com a morte do padre Januário, a vaga está aberta, né?! Quem sabe não é ele quem vai assumir o lugar do nosso querido e falecido padre, que descansa em paz agora. - Seria muito bom se isso aconteceu, Salatiel. Uma prova de quem nem tudo está perdido como muitas vezes parece estar. - Não entendi! Cena 06/Casa Rufino/Sala/Int/Noite Rufino está pensativo, andando de um lado pro outro. Rufino - Anja? Foi isso mesmo que ela disse. Veio pra Terra, cumprir uma missão... mas que raio de missão é essa? Uma anja na minha casa? Isso é uma prova que Deus está me mandando de que tudo o que fiz foi o mais certo. O seu aval! entra na casa. - Ainda acordado, pai? Rufino - Onde estava, filho? - Rezando, na igreja. E o senhor, o que faz acordado ainda, uma hora dessas? Rufino - Vem cá, filho... Rufino pega pelo braço e os dois sentam no sofá. - Que foi, pai? Rufino - Essa menina... quem é ela? Como vocês se encontraram? - Eu vou te contar, pai. Mas aconteceu alguma coisa com ela? Rufino - Não, ela está bem. A Narcisa está cuidando dela. (t) Mas vamos lá,. Não me omita nenhum detalhe. Quero saber como ela cruzou seu caminho... começa a contar, sem áudio, como Beatriz apareceu. Rufino presta atenção, concentrada, em tudo o que fala. Cena 07/Casa Moisés/Quarto Betânia/Int/Noite Betânia dorme. Está tendo um sonho agitado. Ou melhor, um pesadelo. Se mexe muito, suando frio. Cena 08/Casa Moisés/Sala/Int/Noite acabou de chegar. Não consegue esconder sua felicidade. Tira o terço do bolso e fica lhe observando. - Ele me deu a prova de que não me esqueceu! beija o terço. Cena 09/Casa Moisés/Quarto Betânia/Int/Noite Sonho de Betânia: está chovendo forte, com muitos raio e trovões. A janela do seu quarto começa a ser aberta por alguém que está do lado de fora, lentamente. A mão de Guto mão aparece. Com dificuldade, ele entra no quarto, tentando não fazer nem barulho. Guto se aproxima da cama de Betânia, que dorme, sem notar sua presença. Ele se aproxima dela, acaricia seu cabelo. Nesse momento, Betânia, no sonho ainda, acorda e se assusta ao ver Guto. Guto - Achou que eu tinha te esquecido? Guto tira uma faca da cintura e se prepara para atingi-la.

4 Fim do sonho. Betânia acorda, assustada. Betânia - (grita) Nãooooo!!! Cena 10/Casa Moisés/Sala/Int/Noite escuta o grito de Betânia. -(preocupada) Betânia! corre pro quarto da irmã. Cena 11/Casa Moisés/Quarto Betânia/Int/Noite entra no quarto. Betânia está abraçada a Moisés, chorando muito. - O que aconteceu? Betânia - Um pesadelo terrível. Mas pareceu tão real. Moisés - Tá tudo bem agora, Betânia. - Com ele? Betânia - Sim. Com o Guto! Aquele desgraçado! se aproxima de Betânia e abraça forte sua irmã. Moisés - Não vou deixar que ele nunca mais se aproxime de você, Betânia. Eu te prometo isso! Betânia - Eu sinto que ele está mais perto do que eu queria que ele estivesse de mim... - Vai ficar tudo bem, mana. Ele está preso e não pode lhe fazer mais nenhum mal! Betânia - Será que ele nunca vai me dar paz?! Cena 12/Presídio/Cela Guto/Int/Noite Guto está com a foto de Betânia nas mãos, enquanto conversa com um presidiário, colega de cela, que leva uns pesos. Guto - Ela desgraçou minha vida, depois de ter me denunciado. Presidiário - Mas como que tu sabe que foi ela? Guto - Só pode ter sido. Ela sabia dos meus esquemas. Ameaçou me entregar, depois que dei uns tapas nela... Presidiário - Aí complicou tudo, Guto! Bater em um mulher é fria. Mulher é coisa do demônio. Quando quer ferrar um homem, fazem o diabo a quatro até conseguir! Guto - É por culpa dela que estou aqui nesse inferno. Por isso que a Betânia merece sim, pagar por todo o sofrimento que estou passando aqui na jaula. Presidiário - Mas daqui uma semana tu tá livre, cara. Bola pra frente. Vida que segue. Esquece disso e parte pra outra. Guto - Não sou assim não, irmão. Pra mim o que vale é aquele ditado: aqui se faz, aqui se paga. Se me ferrou, agora chegou a vez de ferrar com ela também. Cena 13/Casa Rufino/Quarto Beatriz/Int/Noite e Beatriz. - Então, como você está? Você me deu um susto, sabia! Beatriz - Minha aterrisagem não foi muito boa... Mas o importante é que eu te encontrei. - Me encontrou? Então nosso encontro não foi mera coincidência?

5 Beatriz - Nada na vida acontece por acaso,. Tudo tem um motivo muito maior, que vocês meros mortais desconhecem... encara Beatriz. - Quem é você? Beatriz - Você não desconfia de quem eu seja,? - Preciso ouvir da sua boca... Beatriz - Meu nome é Beatriz. E eu sou uma anja, que foi enviada com uma missão. - Então meu pai não se enganou quando ouviu você dizer isso. Você é realmente uma anja, com uma missão... Beatriz pega na mão de. Música: Ameno - Era Uma luz branca, linda, aparece, iluminando os dois. Momento. Beatriz - Uma missão que o próprio Deus me deu,! Fusão para: Cena 14/Jandaia/Ext/Dia/Noite Passagem de tempo. Letreiro: uma semana depois... Cena 15/Prefeitura/Gabinete/Int/Noite Rufino assina alguns documentos que Zinha lhe dá. Zinha - Uma semana sem padre, sem missa... será que Deus abandonou essa cidade? Rufino - Não diga uma besteira dessas, Zinha. Onde está sua fé? Zinha - Mas porque toda essa demora pra designarem um novo padre pra Jandaia, prefeito? Não entendo! Rufino - (p/si) Também achei que seria mais rápido... Zinha - O que o senhor disse? Rufino - Que Deus vai designar pra Jandaia o melhor padre que poderíamos ter. Zinha - O senhor está sabendo de alguma coisa? Rufino - Tenha fé, Zinha! Só isso que te digo: acredite que logo, logo, todos vão se surpreender com o padre que Jandaia vai ter! Cena 16/Igreja/Int/Dia Jofre está concentrado, rezando. Jofre - Preciso resolver isso. Ficar paz comigo mesmo. E vai ser agora! Jofre levanta, faz o sinal da cruz e vai embora. Cena 17/Prefeitura/Gabinete do prefeito/int/dia Continuação da cena 15. Jofre bate na porta. Rufino - Entra. Jofre - (entrando) Com licença... atrapalho? Rufino - Não, Jofre. Já despachei todos os documentos, não já, dona Zinha? Zinha - Sim, senhor! Como a personagens daquela novela, cheias de doces e chocolates: sou muito eficiente! Rufino - Aconteceu alguma coisa, Jofre? Jofre - Preciso conversar com o senhor.

6 Jofre olha pra Zinha. Jofre - Uma conversa particular! Rufino olha pra Zinha, que entende o recado. Zinha - Com licença! Zinha vai embora. Rufino - Pela sua cara vejo que a conversa é séria! Jofre - É algo que está me incomodando, tirando meu sossego. Cena 18/Prefeitura/Recepção/Int/Noite Zinha está com o ouvido colocada na porta, tentando escutar a conversa. Zinha - (brava) Não dá pra escutar nada. Estão falando baixo! Queria tanto ouvir, saber sobre o que eles estão conversando... Zinha se aproxima mais, tentando escutar algo. Cena 19/Prefeitura/Gabinete do prefeito/int/dia Rufino e Jofre. Rufino - Senta. Jofre - Com todo respeito, prefiro ficar de pé. Rufino - Você quem sabe. (t) Pode falar, Jofre. Estou todo ouvidos! Jofre - Vou ser bem direto e franco com o senhor. Rufino - Por favor! Detesto rodeios! Jofre - Não estou suportando mais lidar com aquilo que eu fiz. Rufino - Como assim, Jofre. Não estou entendendo! Jofre - Ter sabotado o carro da. Ter provocado seu acidente e quase tê-la matado. Rufino - E o que você pretende fazer? Jofre - Ir na delegacia e contar tudo pro delegado Patrício. Contar que fui eu quem sabotou o carro a mando do senhor! FIM DO CAPÍTULO 16