CURSO DE ENFERMAGEM P/ O CONCURSO DA REDE SARAH AULA Nº 14 SAÚDE MENTAL E PSICOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM

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1 CURSO DE ENFERMAGEM P/ O CONCURSO DA REDE SARAH AULA Nº 14 SAÚDE MENTAL E PSICOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM Equipe Professor Rômulo Passos 2015 Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 1

2 Olá, futuro (a) concursado (a). Sou Vanessa Ferreira, enfermeira, formada pela Universidade de Pernambuco, possuo experiência na disciplina de saúde mental, residência multiprofissional em saúde da família, experiência hospitalar em unidade de terapia intensiva. A temática abordada a seguir vem sendo utilizada com frequência pelas bancas de concursos. Sendo assim, é necessário aprofundamento e domínio do assunto para garantirmos a (s) questão (ões). Portanto, selecionamos e confeccionamos um material completo, com uma literatura atualizada, clara e concisa, para ajudá-los a intensificar seus conhecimentos na área. Além disso, o material é composto por questões comentadas tanto da banca que realiza o concurso SARAH como também outras bancas com a mesma linha de confecção de questões. Tudo isso, buscando contribuir para revisão e aprendizagem e proporcionar que vocês possam exercitar seus conhecimentos. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 2

3 ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL REFORMA PSIQUIÁTRICA O início do processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil é contemporâneo da eclosão do movimento sanitário, nos anos 70, em favor da mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, defesa da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços, e protagonismo dos trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão e produção de tecnologias de cuidado. Embora contemporâneo da Reforma Sanitária, o processo de Reforma Psiquiátrica brasileira tem uma história própria, inscrita num contexto internacional de mudanças pela superação da violência asilar. Fundado, ao final dos anos 70, na crise do modelo de assistência centrado no hospital psiquiátrico, por um lado, e na eclosão, por outro, dos esforços dos movimentos sociais pelos direitos dos pacientes psiquiátricos, o processo da Reforma Psiquiátrica brasileira é maior do que a sanção de novas leis e normas e maior do que o conjunto de mudanças nas políticas governamentais e nos serviços de saúde. A Reforma Psiquiátrica é processo político e social complexo, composto de atores, instituições e forças de diferentes origens, e que incide em territórios diversos, nos governos federal, estadual e municipal, nas universidades, no mercado dos serviços de saúde, nos conselhos profissionais, nas associações de pessoas com transtornos mentais e de seus familiares, nos movimentos sociais, e nos territórios do imaginário social e da opinião pública. Compreendida como um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o processo da Reforma Psiquiátrica avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios. O ano de 1978 costuma ser identificado como o de início efetivo do movimento social pelos direitos dos pacientes psiquiátricos em nosso país. O Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), movimento plural formado por trabalhadores integrantes do movimento sanitário, associações de familiares, sindicalistas, membros de associações de profissionais e pessoas com longo histórico de internações psiquiátricas, surge neste ano. É sobretudo este Movimento, através de variados campos de luta, que passa a protagonizar e a construir a partir deste período a denúncia da violência dos manicômios, da mercantilização da loucura, da hegemonia de uma rede privada de assistência e a construir coletivamente uma crítica ao chamado saber psiquiátrico e ao modelo hospitalocêntrico na assistência às pessoas Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 3

4 com transtornos mentais. A experiência italiana de desinstitucionalização em psiquiatria e sua crítica radical ao manicômio é inspiradora, e revela a possibilidade de ruptura com os antigos paradigmas, como, por exemplo, na Colônia Juliano Moreira, enorme asilo com mais de internos no início dos anos 80, no Rio de Janeiro. Passam a surgir as primeiras propostas e ações para a reorientação da assistência. O II Congresso Nacional do MTSM (Bauru, SP), em 1987, adota o lema Por uma sociedade sem manicômios. Neste mesmo ano, é realizada a I Conferência Nacional de Saúde Mental (Rio de Janeiro). Neste período, são de especial importância o surgimento do primeiro CAPS no Brasil, na cidade de São Paulo, em 1987, e o início de um processo de intervenção, em 1989, da Secretaria Municipal de Saúde de Santos (SP) em um hospital psiquiátrico, a Casa de Saúde Anchieta, local de maus-tratos e mortes de pacientes. É esta intervenção, com repercussão nacional, que demonstrou de forma inequívoca a possibilidade de construção de uma rede de cuidados efetivamente substitutiva ao hospital psiquiátrico. Neste período, são implantados no município de Santos Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) que funcionam 24 horas, são criadas cooperativas, residências para os egressos do hospital e associações. A experiência do município de Santos passa a ser um marco no processo de Reforma Psiquiátrica brasileira. Trata-se da primeira demonstração, com grande repercussão, de que a Reforma Psiquiátrica, não sendo apenas uma retórica, era possível e exeqüível. Também no ano de 1989, dá entrada no Congresso Nacional o Projeto de Lei do deputado Paulo Delgado (PT/MG), que propõe a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país. É o início das lutas do movimento da Reforma Psiquiátrica nos campos legislativo e normativo. Com a Constituição de 1988, é criado o SUS Sistema Único de Saúde, formado pela articulação entre as gestões federal, estadual e municipal, sob o poder de controle social, exercido através dos Conselhos Comunitários de Saúde. A partir do ano de 1992, os movimentos sociais, inspirados pelo Projeto de Lei Paulo Delgado, conseguem aprovar em vários estados brasileiros as primeiras leis que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental. É a partir deste período que a política do Ministério da Saúde para a saúde mental, acompanhando as diretrizes em construção da Reforma Psiquiátrica, começa a ganhar contornos mais definidos. É na década de 90, marcada pelo compromisso firmado pelo Brasil na assinatura da Declaração de Caracas e pela realização da II Conferência Nacional de Saúde Mental, que passam a entrar em vigor no país as primeiras normas federais regulamentando a Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 4

5 implantação de serviços de atenção diária, fundadas nas experiências dos primeiros CAPS, NAPS e Hospitais-dia, e as primeiras normas para fiscalização e classificação dos hospitais psiquiátricos. Neste período, o processo de expansão dos CAPS e NAPS é descontínuo. As novas normatizações do Ministério da Saúde de 1992, embora regulamentassem os novos serviços de atenção diária, não instituíam uma linha específica de financiamento para os CAPS e NAPS. Do mesmo modo, as normas para fiscalização e classificação dos hospitais psiquiátricos não previam mecanismos sistemáticos para a redução de leitos. Ao final deste período, o país tem em funcionamento 208 CAPS, mas cerca de 93% dos recursos do Ministério da Saúde para a Saúde Mental ainda são destinados aos hospitais psiquiátricos. É somente no ano de 2001, após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, que a Lei Paulo Delgado é sancionada no país. A aprovação, no entanto, é de um substitutivo do Projeto de Lei original, que traz modificações importantes no texto normativo. Assim, a Lei Federal redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios. Ainda assim, a promulgação da lei impõe novo impulso e novo ritmo para o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil. É no contexto da promulgação da lei e da realização da III Conferência Nacional de Saúde Mental, que a política de saúde mental do governo federal, alinhada com as diretrizes da Reforma Psiquiátrica, passa a consolidar-se, ganhando maior sustentação e visibilidade. Linhas específicas de financiamento são criadas pelo Ministério da Saúde para os serviços abertos e substitutivos ao hospital psiquiátrico e novos mecanismos são criados para a fiscalização, gestão e redução programada de leitos psiquiátricos no país. A partir deste ponto, a rede de atenção diária à saúde mental experimenta uma importante expansão, passando a alcançar regiões de grande tradição hospitalar, onde a assistência comunitária em saúde mental era praticamente inexistente. Neste mesmo período, o processo de desinstitucionalização de pessoas longamente internadas é impulsionado, com a criação do Programa De Volta para Casa. Uma política de recursos humanos para a Reforma Psiquiátrica é construída, e é traçada a política para a questão do álcool e de outras drogas, incorporando a estratégia de redução de danos. Realizase, em 2004, o primeiro Congresso Brasileiro de Centros de Atenção Psicossocial, em São Paulo, reunindo dois mil trabalhadores e usuários de CAPS. Este processo caracteriza-se por Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 5

6 ações dos governos federal, estadual, municipal e dos movimentos sociais, para efetivar a construção da transição de um modelo de assistência centrado no hospital psiquiátrico, para um modelo de atenção comunitário. O período atual caracteriza-se assim por dois movimentos simultâneos : a construção de uma rede de atenção à saúde mental substitutiva ao modelo centrado na internação hospitalar, por um lado, e a fiscalização e redução progressiva e programada dos leitos psiquiátricos existentes, por outro. É neste período que a Reforma Psiquiátrica se consolida como política oficial do governo federal. Durante todo o processo de realização da III Conferência e no teor de suas deliberações, condensadas em Relatório Final, é inequívoco o consenso em torno das propostas da Reforma Psiquiátrica, e são pactuados democraticamente os princípios, diretrizes e estratégias para a mudança da atenção em saúde mental no Brasil. Desta forma, a III Conferência consolida a Reforma Psiquiátrica como política de governo, confere aos CAPS o valor estratégico para a mudança do modelo de assistência, defende a construção de uma política de saúde mental para os usuários de álcool e outras drogas, e estabelece o controle social como a garantia do avanço da Reforma Psiquiátrica no Brasil. É a III Conferência Nacional de Saúde Mental, com ampla participação dos movimentos sociais, de usuários e de seus familiares, que fornece os substratos políticos e teóricos para a política de saúde mental no Brasil. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 6

7 PROCESSO DE DESINSTITUCIONALIZAÇÃO O processo de redução de leitos em hospitais psiquiátricos e de desinstitucionalização de pessoas com longo histórico de internação passa a tornar-se política pública no Brasil a partir dos anos 90, e ganha grande impulso em 2002 com uma série de normatizações do Ministério da Saúde, que instituem mecanismos claros, eficazes e seguros para a redução de leitos psiquiátricos a partir dos macro-hospitais. Para avaliar o ritmo da redução de leitos em todo o Brasil, no entanto, é preciso considerar o processo histórico de implantação dos hospitais psiquiátricos nos estados, assim como a penetração das diretrizes da Reforma Psiquiátrica em cada região brasileira, uma vez que o processo de desinstitucionalização pressupõe transformações culturais e subjetivas na sociedade e depende sempre da pactuação das três esferas de governo (federal, estadual e municipal). O processo de desinstitucionalização de pessoas com longo histórico de internação psiquiátrica avançou significativamente, sobretudo através da instituição pelo Ministério da Saúde de mecanismos seguros para a redução de leitos no país e a expansão de serviços substitutivos aos hospital psiquiátrico. O Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria), o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar Psiquiátrica no SUS (PRH), assim como a instituição do Programa de Volta para Casa e a expansão de serviços como os Centros de Atenção Psicossocial e as Residências Terapêuticas, vem permitindo a redução de milhares de leitos psiquiátricos no país e o fechamento de vários hospitais psiquiátricos. Embora em ritmos diferenciados, a redução do número de leitos psiquiátricos vem se efetivando em todos os estados brasileiros, sendo muitas vezes este processo o desencadeador do processo de Reforma. Entre os instrumentos de gestão que permitem as reduções e fechamentos de leitos de hospitais psiquiátricos de forma gradual, pactuada e planejada, está o Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria), instituído em 2002, por normatização do Ministério da Saúde. Essencialmente um instrumento de avaliação, o PNASH/Psiquiatria permite aos gestores um diagnóstico da qualidade da assistência dos hospitais psiquiátricos conveniados e públicos existentes em sua rede de saúde, ao mesmo tempo que indica aos prestadores critérios para uma assistência psiquiátrica hospitalar compatível com as normas do SUS, e descredencia aqueles hospitais sem qualquer qualidade na assistência prestada a sua população adscrita. Trata-se da instituição, no Brasil, do primeiro Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 7

8 processo avaliativo sistemático, anual, dos hospitais psiquiátricos. Se a reorientação do modelo de atenção em saúde mental no Brasil é recente, mais recente ainda são seus processos de avaliação. É importante ressaltar que a tradição de controle e avaliação anterior ao PNASH- Psiquiatria ancorava-se em dois mecanismos: as supervisões hospitalares, realizadas por supervisores do SUS, de alcance limitado, e as fiscalizações ou auditorias que atendiam a denúncias de mau funcionamento das unidades. É a partir da instituição do PNASH/Psiquiatria que o processo de avaliação da rede hospitalar psiquiátrica pertencente ao Sistema Único de Saúde passa a ser sistemático e anual, e realizado por técnicos de três campos complementares: o técnico-clínico, a vigilância sanitária e o controle normativo. Fundamentado na aplicação, todos os anos, em cada um dos hospitais psiquiátricos da rede, de um instrumento de coleta de dados qualitativo, o PNASH/Psiquiatria avalia a estrutura física do hospital, a dinâmica de funcionamento dos fluxos hospitalares, os processos e os recursos terapêuticos da instituição, assim como a adequação e inserção dos hospitais à rede de atenção em saúde mental em seu território e às normas técnicas gerais do SUS. É parte deste processo de avaliação, a realização de entrevistas de satisfação com pacientes longamente internados e pacientes às vésperas de receber alta hospitalar. Este instrumento gera uma pontuação que, cruzada com o número de leitos do hospital, permite classificar os hospitais psiquiátricos em quatro grupos diferenciados: aqueles de boa qualidade de assistência; os de qualidade suficiente; aqueles que precisam de adequações e devem sofrer revistoria; e aqueles de baixa qualidade, encaminhados para o descredenciamento pelo Ministério da Saúde, com os cuidados necessários para evitar desassistência à população. A política de desinstitucionalização teve um forte impulso com a implantação do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares PNASH/Psiquiatria. O PNASH vem conseguindo vistoriar a totalidade dos hospitais psiquiátricos do país, leitos de unidades psiquiátricas em hospital geral, permitindo que um grande número de leitos inadequados às exigências mínimas de qualidade assistencial e respeito aos direitos humanos sejam retirados do sistema, sem acarretar desassistência para a população. O processo demonstrou ser um dispositivo fundamental para a indução e efetivação da política de redução de leitos psiquiátricos e melhoria da qualidade da assistência hospitalar em psiquiatria. Em muitos estados e municípios, o PNASH/Psiquiatria exerceu a função de desencadeador da reorganização da rede de saúde mental, diante da situação de fechamento de Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 8

9 leitos psiquiátricos e da consequente expansão da rede extra-hospitalar. Em permanente aprimoramento, o PNASH/Psiquiatria ainda exerce um impacto importante no avanço da Reforma Psiquiátrica em municípios e estados com grande tradição hospitalar. As residências terapêuticas A desinstitucionalização e a efetiva reintegração das pessoas com transtornos mentais graves e persistentes na comunidade são tarefas às quais o SUS vem se dedicando com especial empenho nos últimos anos. A implementação e o financiamento de Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) surgem neste contexto como componentes decisivos da política de saúde mental do Ministério da Saúde para a concretização das diretrizes de superação do modelo de atenção centrado no hospital psiquiátrico. Assim, os Serviços Residenciais Terapêuticos, residências terapêuticas ou simplesmente moradias, são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, egressas de hospitais psiquiátricos ou não. Embora as residências terapêuticas se configurem como equipamentos da saúde, estas casas, implantadas na cidade, devem ser capazes em primeiro lugar de garantir o direito à moradia das pessoas egressas de hospitais psiquiátricos e de auxiliar o morador em seu processo às vezes difícil de reintegração na comunidade. Os direitos de morar e de circular nos espaços da cidade e da comunidade são, de fato, os mais fundamentais direitos que se reconstituem com a implantação nos municípios de Serviços Residenciais Terapêuticos. Sendo residências, cada casa deve ser considerada como única, devendo respeitar as necessidades, gostos, hábitos e dinâmica de seus moradores. Uma Residência Terapêutica deve acolher, no máximo, oito moradores. De forma geral, um cuidador é designado para apoiar os moradores nas tarefas, dilemas e conflitos cotidianos do morar, do co-habitar e do circular na cidade, em busca da autonomia do usuário. De fato, a inserção de um usuário em um SRT é o início de longo processo de reabilitação que deverá buscar a progressiva inclusão social do morador. Cada residência deve estar referenciada a um Centro de Atenção Psicossocial e operar junto à rede de atenção à saúde mental dentro da lógica do território. Especialmente importantes nos municípios-sede de hospitais psiquiátricos, onde o processo de desinstitucionalização de pessoas com transtornos mentais está em curso, as residências são também dispositivos que podem acolher pessoas que em algum momento necessitam de outra solução de moradia. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 9

10 O processo de implantação e expansão destes serviços é recente no Brasil. Nos últimos anos, o complexo esforço de implantação das residências e de outros dispositivos substitutivos ao hospital psiquiátrico vem ganhando impulso nos municípios, exigindo dos gestores do SUS uma permanente e produtiva articulação com a comunidade, a vizinhança e outros cenários e pessoas do território. De fato, é fundamental a condução de um processo responsável de trabalho terapêutico com as pessoas que estão saindo do hospital psiquiátrico, o respeito por cada caso, e ao ritmo de readaptação de cada pessoa à vida em sociedade. Desta forma, a expansão destes serviços, embora permanente, tem ritmo próprio e acompanha, de forma geral, o processo de desativação de leitos psiquiátricos. Programa de Volta para Casa O Programa de Volta para Casa é um dos instrumentos mais efetivos para a reintegração social das pessoas com longo histórico de hospitalização. Trata-se de uma das estratégias mais potencializadoras da emancipação de pessoas com transtornos mentais e dos processos de desinstitucionalização e redução de leitos nos estados e municípios. Criado pela lei federal , encaminhada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva ao Congresso, votada e sancionada em 2003, o Programa é a concretização de uma reivindicação histórica do movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira, tendo sido formulado como proposta já à época da II Conferência Nacional de Saúde Mental, em O objetivo do Programa é contribuir efetivamente para o processo de inserção social das pessoas com longa história de internações em hospitais psiquiátricos, através do pagamento mensal de um auxílio-reabilitação. Para receber o auxílio-reabilitação do Programa De Volta para Casa, a pessoa deve ser egressa de Hospital Psiquiátrico ou de Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, e ter indicação para inclusão em programa municipal de reintegração social. O Programa possibilita a ampliação da rede de relações dos usuários, assegura o bem estar global da pessoa e estimula o exercício pleno dos direitos civis, políticos e de cidadania, uma vez que prevê o pagamento do auxílio-reabilitação diretamente ao beneficiário, através de convênio entre o Ministério da Saúde e a Caixa Econômica Federal. Assim, cada beneficiário do Programa recebe um cartão magnético, com o qual pode sacar e movimentar mensalmente estes recursos. O município de residência do beneficiário deve, para habilitar-se ao Programa, ter assegurada uma estratégia de acompanhamento dos beneficiários e uma rede de atenção à saúde mental capaz de dar uma resposta efetiva às demandas de saúde mental. A Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 10

11 cada ano o benefício pode ser renovado, caso o beneficiário e a equipe de saúde que o acompanha entendam ser esta uma estratégia ainda necessária para o processo de reabilitação. Trata-se de um dos principais instrumentos no processo de reabilitação psicossocial, segundo a literatura mundial no campo da Reforma Psiquiátrica. Seus efeitos no cotidiano das pessoas egressas de hospitais psiquiátricos são imediatos, na medida em que se realiza uma intervenção significativa no poder de contratualidade social dos beneficiários, potencializando sua emancipação e autonomia. O papel estratégico dos CAPS Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. É o surgimento destes serviços que passa a demonstrar a possibilidade de organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. É função dos CAPS prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando assim as internações em hospitais psiquiátricos; promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais através de ações intersetoriais; regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental na rede básica. É função, portanto, e por excelência, dos CAPS organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios. Os CAPS são os articuladores estratégicos desta rede e da política de saúde mental num determinado território. Os CAPS devem ser substitutivos, e não complementares ao hospital psiquiátrico. Cabe aos CAPS o acolhimento e a atenção às pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território. De fato, o CAPS é o núcleo de uma nova clínica, produtora de autonomia, que convida o usuário à responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do seu tratamento. Os Centros de Atenção Psicossocial começaram a surgir nas cidades brasileiras na década de 80 e passaram a receber uma linha específica de financiamento do Ministério da Saúde a partir do ano de 2002, momento no qual estes serviços experimentam grande expansão. São serviços de saúde municipais, abertos, comunitários, que oferecem atendimento diário às pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social destas pessoas através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Não existem dúvidas de que a expansão da rede CAPS foi fundamental para as visíveis Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 11

12 mudanças que estão em curso na assistência às pessoas com transtornos mentais. A implantação dos serviços de atenção diária tem mudado radicalmente o quadro de desassistência que caracterizava a saúde mental pública no Brasil. Os CAPS se diferenciam pelo porte, capacidade de atendimento, clientela atendida e organizam-se no país de acordo com o perfil populacional dos municípios brasileiros. Assim, estes serviços diferenciam-se como CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad. Os CAPS I são os Centros de Atenção Psicossocial de menor porte, capazes de oferecer uma resposta efetiva às demandas de saúde mental em municípios com população entre e habitantes - cerca de 19% dos municípios brasileiros, onde residem por volta de 17% da população do país. Estes serviços têm equipe mínima de 9 profissionais, entre profissionais de nível médio enível superior, e têm como clientela adultos com transtornos mentais severos e persistentes e transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Funcionam durante os cinco dias úteis da semana, e têm capacidade para o acompanhamento de cerca de 240 pessoas por mês. Os CAPS II são serviços de médio porte, e dão cobertura a municípios com mais de habitantes - cerca de 10% dos municípios brasileiros, onde residem cerca de 65% da população brasileira. A clientela típica destes serviços é de adultos com transtornos mentais severos e persistentes. Os CAPS II têm equipe mínima de 12 profissionais, entre profissionais de nível médio e nível superior, e capacidade para o acompanhamento de cerca de 360 pessoas por mês. Funcionam durante os cinco dias úteis da semana. Os CAPS III são os serviços de maior porte da rede CAPS. Previstos para dar cobertura aos municípios com mais de habitantes, os CAPS III estão presentes hoje, em sua maioria, nas grandes metrópoles brasileiras os municípios com mais de habitantes representam apenas 0,63 % por cento dos municípios do país, mas concentram boa parte da população brasileira, cerca de 29% da população total do país. Os CAPS III são serviços de grande complexidade, uma vez que funcionam durante 24 horas em todos os dias da semana e em feriados. Com no máximo cinco leitos, o CAPS III realiza, quando necessário, acolhimento noturno (internações curtas, de algumas horas a no máximo 7 dias). A equipe mínima para estes serviços deve contar com 16 profissionais, entre os profissionais de nível médio e superior, além de equipe noturna e de final de semana. Estes serviços têm capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 450 pessoas por mês. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 12

13 Os CAPSi, especializados no atendimento de crianças e adolescentes com transtornos mentais, são equipamentos geralmente necessários para dar resposta à demanda em saúde mental em municípios com mais de habitantes. Funcionam durante os cinco dias úteis da semana, e têm capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 180 crianças e adolescentes por mês. A equipe mínima para estes serviços é de 11 profissionais de nível médio e superior. Os CAPSad, especializados no atendimento de pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas, são equipamentos previstos para cidades com mais de habitantes, ou cidades que, por sua localização geográfica (municípios de fronteira, ou parte de rota de tráfico de drogas) ou cenários epidemiológicos importantes, necessitem deste serviço para dar resposta efetiva às demandas de saúde mental. Funcionam durante os cinco dias úteis da semana, e têm capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 240 pessoas por mês. A equipe mínima prevista para os CAPSad é composta por 13 profissionais de nível médio e superior. O perfil populacional dos municípios é sem dúvida um dos principais critérios para o planejamento da rede de atenção à saúde mental nas cidades, e para a implantação de Centros de Atenção Psicossocial. O critério populacional, no entanto, deve ser compreendido apenas como um orientador para o planejamento das ações de saúde. De fato, é o gestor local, articulado com as outras instâncias de gestão do SUS, que terá as condições mais adequadas para definir os equipamentos que melhor respondem às demandas de saúde mental de seu município. A posição estratégica dos Centros de Atenção Psicossocial como articuladores da rede de atenção de saúde mental em seu território, é, por excelência, promotora de autonomia, já que articula os recursos existentes em variadas redes: sócio-sanitárias, jurídicas, sociais e educacionais, entre outras. A tarefa de promover a reinserção social exige uma articulação ampla, desenhada com variados componentes ou recursos da assistência, para a promoção da vida comunitária e da autonomia dos usuários dos serviços. Os CAPS, no processo de construção de uma lógica comunitária de atenção à saúde mental, oferecem então os recursos fundamentais para a reinserção social de pessoas com transtornos mentais. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 13

14 INCLUSÃO SOCIAL Um dos principais desafios da Reforma Psiquiátrica - processo amplo de inclusão social e promoção da cidadania das pessoas com transtornos mentais - é a potencialização do trabalho como instrumento de inclusão social dos usuários dos serviços. Embora os diversos serviços da rede de atenção à saúde mental fomentem a criação de cooperativas e associações e realizem oficinas de geração de renda, estas experiências, mesmo que com ótimos resultados, caracterizam-se ainda por sua frágil sustentação institucional e financeira. O manejo diário destas experiências com o mercado capitalista e com uma sociedade excludente impõe debates práticos e teóricos no cotidiano dos serviços, que vem substituindo aos poucos o componente da antiga reabilitação pelo trabalho, dado no marco asilar. Neste contexto, o marco da Economia Solidária, como movimento de luta contra a exclusão social e econômica, surge como parceiro natural para a discussão da exclusão das pessoas com transtornos mentais do mercado de trabalho. De fato, os movimentos da Reforma Psiquiátrica e da Economia Solidária compartilham princípios fundamentais quando fazem a opção ética, política e ideológica por uma sociedade marcada pela solidariedade. É somente no ano de 2004, no entanto, que estes movimentos passam a se encontrar, a se reconhecer e a dialogar, iniciando uma colaboração permanente entre estes campos e entre os integrantes dos movimentos sociais correspondentes, tendo como desafio a reinserção social de egressos de manicômios por meio da construção de empreendimentos solidários e autogestionários. A Economia Solidária, hoje política oficial do Ministério do Trabalho e Emprego, é um movimento organizado de resposta à exclusão por gênero, raça, idade, estilo de vida e instrução, entre outros fatores, das pessoas do campo do trabalho. É clara neste marco referencial a crítica à dura lógica capitalista de produção incessante de vitoriosos e derrotados. Como horizonte da Economia Solidária está a instauração da solidariedade como norma social e a construção de empreendimentos coletivos e autogestionários como resposta à exclusão do mercado. É através de um diálogo permanente entre os campos da saúde mental e da economia solidária que o Programa de Inclusão Social pelo Trabalho das pessoas com transtornos mentais e transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas começa a ser delineado. A realização do Encontro Nacional de Centros de Atenção Psicossocial e a promoção conjunta, pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e Emprego, da primeira Oficina Nacional de Experiências de Geração de Renda de Usuários de Saúde Mental, ainda em 2004, Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 14

15 possibilitou o primeiro contato com iniciativas de geração de renda em todo o país, e a construção das bases para um diálogo produtivo entre as políticas de saúde mental e economia solidária. Centros de Convivência e Cultura Em alguns municípios do país, como Belo Horizonte (MG) e Campinas (SP), vem se consolidando um dispositivo inovador, concebido no território da cultura e da cidade, que tem se destacado pelo papel estratégico que vem desempenhando na inclusão social das pessoas com transtornos mentais: os Centros de Convivência e Cultura. É típico da dinâmica da Reforma Psiquiátrica o surgimento, em variados momentos e em diversas regiões, de experiências inovadoras e de novas tecnologias para responder ao desafio do cuidado e da inclusão social. Os Centros de Convivência e Cultura vem se destacando como uma destas experiências, e o Ministério da Saúde vem conduzindo um debate em torno da viabilidade de aprofundamento e expansão deste dispositivo para todo o país. Os Centros de Convivência e Cultura são dispositivos públicos que compõe a rede de atenção substitutiva em saúde mental e que oferecem às pessoas com transtornos mentais espaços de sociabilidade, produção cultural e intervenção na cidade. Estes Centros, através da construção de espaços de convívio e sustentação das diferenças na comunidade, facilitam a construção de laços sociais e a inclusão das pessoas com transtornos mentais. O valor estratégico e a vocação destes Centros para efetivar a inclusão social residem no fato de serem equipamentos concebidos fundamentalmente no campo da cultura, e não exclusivamente no campo da saúde. Os Centros de Convivência e Cultura não são, portanto, equipamentos assistenciais e tampouco realizam atendimento médico ou terapêutico. São dispositivos públicos que se oferecem para a pessoa com transtornos mentais e para o seu território como espaços de articulação com a vida cotidiana e a cultura. Assim, a clientela dos Centros de Convivência e Cultura é composta, sobretudo, mas não exclusivamente, de pessoas com transtornos mentais severos e persistentes. As oficinas e as atividades coletivas são o grande eixo do trabalho dos Centros, assim como a articulação com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Centros de Saúde, Serviços Residenciais Terapêuticos, Programa de Saúde da Família, dispositivos da rede de assistência social, dos campos do trabalho, da cultura e da educação. É característico dos Centros de Convivência e Cultura a articulação permanente com os espaços do seu território e da cidade. Alguns Centros vêm funcionando como importantes incubadoras de experiências de geração de renda. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 15

16 Por reunir estas características, a implementação de Centros de Convivência e Cultura costuma ocorrer somente naqueles municípios que já foram capazes de construir uma resposta pública efetiva para os transtornos mentais severos e persistentes. Assim, a implementação destes Centros ganha sentido apenas naquelas localidades onde a rede SUS substitutiva de atenção à saúde mental conta com cobertura adequada, especialmente de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). O Ministério da Saúde recomenda a implementação destes Centros para os municípios com população de mais de habitantes, embora uma política de financiamento, controle e avaliação para este equipamento ainda esteja em franco debate, através de diversos fóruns, com os estados, municípios, usuários, profissionais da saúde e da cultura, movimentos sociais e outros atores do processo da Reforma Psiquiátrica. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 16

17 ÁLCOOL E DROGAS ILÍCITAS Antigamente, no Brasil, o tema do uso do álcool e de outras drogas vinha sendo associado à criminalidade e práticas anti-sociais e à oferta de "tratamentos" inspirados em modelos de exclusão/separação dos usuários do convívio social. As iniciativas governamentais restringiam-se a poucos serviços ambulatoriais ou hospitalares, em geral vinculados a programas universitários. Não havia uma política de alcance nacional, no âmbito da saúde pública. É somente em 2002, e em concordância com as recomendações da III Conferência Nacional de Saúde Mental, que o Ministério da Saúde passa a implementar o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada aos Usuários de Álcool e outras Drogas, reconhecendo o problema do uso prejudicial de substâncias como importante problema da saúde pública e construindo uma política pública específica para a atenção às pessoas que fazem uso de álcool ou outras drogas, situada no campo da saúde mental, e tendo como estratégia a ampliação do acesso ao tratamento, a compreensão integral e dinâmica do problema, a promoção dos direitos e a abordagem de redução de danos. De fato, a constatação de que o uso de substâncias tomou proporção de grave problema de pública no país encontra ressonância nos diversos segmentos da sociedade, pela relação comprovada entre o consumo e os agravos sociais que dele decorrem ou que o reforçam. O enfrentamento desta problemática constitui uma demanda mundial: de acordo com a Organização Mundial de Saúde, pelo menos 10% das populações dos centros urbanos de todo o mundo consomem de modo prejudicial substâncias psicoativas, independentemente de idade, sexo, nível de instrução e poder aquisitivo. Salvo variações sem repercussão epidemiológica significativa, esta realidade encontra equivalência em território brasileiro. Em especial o uso do álcool, que impõe ao Brasil e às sociedades de todos os países uma carga global de agravos indesejáveis e extremamente dispendiosos, que acometem os indivíduos em todos os domínios de sua vida. A magnitude e complexidade do quadro epidemiológico recomenda uma gama extensa de respostas políticas para o enfrentamento dos problemas decorrentes do consumo. A necessidade de definição de estratégias específicas para a construção de uma rede de assistência aos usuários de álcool e outras drogas, com ênfase na reabilitação e reinsersão social, levou o Ministério da Saúde a instituir, no âmbito do SUS, o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada aos Usuários de Álcool e outras Drogas, no ano de Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 17

18 Diante da diversidade das características populacionais existentes no País e da variação da incidência de transtornos causados pelo uso abusivo e/ou dependência de Álcool e outras drogas, o Programa organiza as ações de promoção, prevenção, proteção à saúde e educação das pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas e estabelece uma rede estratégica de serviços extra-hospitalares para esta clientela, articulada à rede de atenção psicossocial e fundada na abordagem de redução de danos. Os CAPSad Centros de Atenção Psicossocial para Atendimento de Pacientes com dependência e/ou uso prejudicial de álcool e outras drogas são os dispositivos estratégicos desta rede, e passam a ser implantados sobretudo em grandes regiões metropolitanas e em regiões ou municípios de fronteira, com indicadores epidemiológicos relevantes. De fato, o desenvolvimento de ações de atenção integral ao uso de Álcool e drogas deve ser planejado de forma a considerar toda a problemática envolvida no cenário do consumo de drogas. Desta forma os CAPSad, assim como os demais dispositivos desta rede, devem fazer uso deliberado e eficaz dos conceitos de território e rede, bem como da lógica ampliada de redução de danos, realizando uma procura ativa e sistemática das necessidades a serem atendidas de forma integrada ao meio cultural e à comunidade em que estão inseridos, e de acordo com os princípios da Reforma Psiquiátrica. Outros componentes importantes desta rede passam a ter sua implementação incentivada nos estados e municípios através deste Programa de Atenção Integral. São incentivadas assim as ações no âmbito da atenção primária, articulação com as redes de suporte social (tais como grupos de ajuda mútua e entidades filantrópicas), assim como a implementação nos Hospitais Gerais e em sua estrutura de atendimento hospitalar de urgência e emergência, da rede hospitalar de retaguarda aos usuários de álcool e outras drogas. Como nas outras áreas da área mental, a organização da rede deve ser diversificada, complexa, com abordagens diversas e na perspectiva da integração social do usuário. Redução de Danos O conceito de redução de danos vem sendo consolidado como um dos eixos norteadores da política do Ministério da Saúde para o álcool e outras drogas. Originalmente apresentado de forma favorável na prevenção de doenças transmissíveis, esta estratégia, assumida pelo Ministério da Saúde desde 1994, é internacionalmente reconhecida como alternativa pragmática e eficaz no campo da prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS. No campo do álcool e outras drogas, o paradigma da redução de danos se situa como Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 18

19 estratégia de saúde pública que visa a reduzir os danos causados pelo abuso de drogas lícitas e ilícitas, resgatando o usuário em seu papel auto-regulador, sem a exigência imediata e automática da abstinência, e incentivando-o à mobilização social. A estratégia de redução de danos e riscos associados ao consumo prejudicial de drogas vem permitindo que as práticas de saúde acolham, sem julgamento, as demandas de cada situação, de cada usuário, ofertando o que é possível e o que é necessário, sempre estimulando a sua participação e seu engajamento. A estratégia de redução de danos sociais reconhece cada usuário em suas singularidades, traçando com ele estratégias que estão voltadas para a defesa de sua vida. Deste marco ético em defesa da vida, decorre que a abordagem de redução de danos, ao mesmo tempo em que aponta a diretrizes do tratamento e da construção da rede de atenção para as pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas, implica um conjunto de intervenções de saúde pública que visam prevenir as conseqüências negativas do uso de álcool e outras drogas. Assim, são estratégias de redução de danos a ampliação do acesso aos serviços de saúde, especialmente dos usuários que não têm contato com o sistema de saúde, por meio de trabalho de campo; a distribuição de insumos (seringas, agulhas, cachimbos) para prevenir a infecção dos vírus HIV e Hepatites B e C entre usuários de drogas; a elaboração e distribuição de materiais educativos para usuários de álcool e outras drogas informando sobre formas mais seguras do uso de álcool e outras drogas e sobre as conseqüências negativas do uso de substâncias psicoativas; os programas de prevenção de acidentes e violência associados ao consumo, e a ampliação do número de unidades de tratamento para o uso nocivo de álcool e outras drogas, entre outras. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 19

20 TRANSTORNOS MENTAIS Transtornos mentais (ou doenças mentais, transtornos psiquiátricos ou psíquicos, entre outras nomenclaturas) são condições de anormalidade, sofrimento ou comprometimento de ordem psicológica, mental ou cognitiva. Em geral, um transtorno representa um significativo impacto na vida do paciente, provocando sintomas como desconforto emocional, distúrbio de conduta e enfraquecimento da memória. Os transtornos mentais acometem, em algum momento da vida, ao menos 20% da população mundial. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, transtornos mentais são a segunda causa dos atendimentos de urgência. Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) de 2006 realizada no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Marília, no interior de São Paulo, mostrou que 16% dos pacientes atendidos apresentaram transtornos mentais e do comportamento. Dentre os principais transtornos mentais incluem-se: DEPRESSÃO A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos. Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão. Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida. São sintomas de depressão: Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 20

21 Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis Desinteresse, falta de motivação e apatia Falta de vontade e indecisão Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte. A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio Interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom "cinzento" para si, os outros e o seu mundo Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento Diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido Perda ou aumento do apetite e do peso Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo) Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros. O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem, essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício. A terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 21

22 TRANSTORNO DA ANSIEDADE GENERALIZADA A ansiedade é uma reação normal do ser humano diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. No entanto, quando esse sentimento persiste por longos períodos de tempo e passa a interferir nas atividades do dia a dia, a ansiedade deixa de ser natural e passa a ser motivo de preocupação. Esse, na verdade, é o principal sintoma do Transtorno da ansiedade generalizada (TAG), um distúrbio caracterizado pela preocupação excessiva ou expectativa apreensiva. O transtorno da ansiedade generalizada é uma doença comum. Tal como acontece com muitas condições de saúde mental, não se sabe ao certo o que causa esse distúrbio. Acredita-se, porém, que o transtorno da ansiedade generalizada esteja diretamente relacionado a alguns neurotransmissores que ocorrem naturalmente em nosso cérebro, a exemplo da serotonina, dopamina e norepinefrina. Outra crença é a de que um conjunto de fatores possam estar envolvidos nas razões pelas quais um indivíduo possa vir a apresentar a doença, entre eles genética e fatores externos, como o estresse do dia a dia e a qualidade de vida da pessoa. Algumas condições físicas também podem ser associadas à ansiedade. Os exemplos incluem: Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) Doenças cardíacas Hipotireoidismo e hipertireoidismo Menopausa Alguns fatores que podem aumentar o risco do transtorno de ansiedade generalizada, incluem: gênero, trauma de infância, doenças concomitantes, personalidade, genética, abuso de substâncias. O principal sintoma do transtorno de ansiedade generalizada é a presença quase permanente de preocupação ou tensão, mesmo quando há poucos motivos ou quando não existe um motivo algum para isso. As preocupações parecem passar de um problema para outro, como questões familiares, amorosas, relacionadas ao trabalho, à saúde ou de várias outras origens. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 22

23 Mesmo quando as pessoas com esse transtorno têm consciência de que suas preocupações ou medos são mais fortes do que o necessário, elas ainda têm dificuldade para controlar essas reações. Outros sintomas incluem: Dificuldade de concentração Fadiga Irritabilidade Problemas para adormecer ou para permanecer dormindo e um sono que raramente é revigorante e satisfatório Inquietação, geralmente ficando assustado com muita facilidade Além das preocupações e ansiedades, diversos sintomas físicos também podem se manifestar, incluindo tensão muscular (tremedeira, dores de cabeça) e problemas de estômago, como náusea ou diarreia. O objetivo do tratamento é ajudar o paciente a agir normalmente na vida cotidiana, limitando suas preocupações. Uma combinação de medicamentos e terapia cognitivocomportamental (TCC) funciona melhor que uma técnica ou outra isoladamente. A terapia cognitivo-comportamental ajuda a compreender os comportamentos e como conseguir controlá-los. SÍNDROME DO PÂNICO A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente. Um indivíduo diagnosticado com síndrome do pânico costuma manifestar de uma a duas crises durante toda a vida. Pode parecer pouco, mas viver com a doença compromete seriamente a qualidade de vida da pessoa, pois ela sofre em dois momentos distintos: no momento exato da crise e também no intervalo entre elas, pois nunca se sabe quando que a crise acontecerá novamente. A crise pode demorar dias, semanas, meses e até mesmo anos para ocorrer mais uma vez. Essa sensação constante de insegurança pode comprometer as atividades diárias do paciente. As causas exatas da síndrome do pânico são desconhecidas, embora a ciência acredite Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 23

24 que um conjunto de fatores pode desencadear o desenvolvimento deste transtorno, como: genética, estresse, temperamento forte e suscetível ao estresse, mudanças na forma como o cérebro funciona e reage a determinadas situações. Alguns estudos indicam que a resposta natural do corpo a situações de perigo esteja diretamente envolvida nas crises de pânico. Apesar disso, ainda não está claro por que esses ataques acontecem em situações nas quais não há qualquer evidência de perigo iminente. As crises de síndrome do pânico geralmente começam entre a fase final da adolescência e o início da idade adulta. Apesar disso, podem ocorrer depois dos 30 anos e durante a infância, embora no último caso ela possa ser diagnosticada só depois que as crianças já estejam mais velhas. A síndrome do pânico costuma afetar mais mulheres do que homens e pode ser desencadeada por alguns fatores considerados de risco, como: situações de estresse extremo, morte ou adoecimento de uma pessoa próxima, mudanças radicais ocorridas na vida, histórico de abuso sexual durante a infância, ter passado por alguma experiência traumática, como um acidente. Ataques de pânico característicos da síndrome geralmente acontecem de repente e sem aviso prévio, em qualquer período do dia e também em qualquer situação, como enquanto a pessoa está dirigindo, fazendo compras no shopping, em meio a uma reunião de trabalho ou até mesmo dormindo. O pico das crises de pânico geralmente dura cerca de 10 a 20 minutos, mas pode variar dependendo da pessoa e da intensidade do ataque. Além disso, alguns sintomas podem continuar por uma hora ou mais. É bom ficar atento, pois muitas vezes um ataque de pânico pode ser confundido com um ataque cardíaco. As crises de pânico geralmente manifestam os seguintes sintomas: Sensação de perigo iminente Medo de perder o controle Medo da morte ou de uma tragédia iminente Sentimentos de indiferença Sensação de estar fora da realidade Dormência e formigamento nas mãos, nos pés ou no rosto Palpitações, ritmo cardíaco acelerado e taquicardia Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 24

25 Sudorese Tremores Dificuldade para respirar, falta de ar e sufocamento Hiperventilação Calafrios Ondas de calor Náusea Dores abdominais Dores no peito e desconforto Dor de cabeça Tontura Desmaio Sensação de estar com a garganta fechando Dificuldade para engolir O pior de todos os sintomas é o medo que se sente de ter outro ataque de pânico. Esse medo pode ser tão grande que a pessoa, muitas vezes, evitará ao máximo situações em que essas crises poderão ocorrer novamente. Os ataques de pânico podem alterar o comportamento em casa, na escola ou no trabalho. As pessoas portadoras da síndrome muitas vezes se preocupam com os efeitos de seus ataques de pânico e podem, até mesmo, despertar problemas mais graves, como alcoolismo, depressão e abuso de drogas. Não há como prever as crises de pânico. Pelo menos nos estágios iniciais do transtorno, parece não haver nada específico capaz de desencadear o ataque. Mas há indícios de que lembrar-se de ataques de pânico anteriores possam contribuir e levar a uma nova crise. O principal objetivo do tratamento da síndrome do pânico é evitar qualquer tipo de sintoma característico das crises. As duas principais formas de tratamento para esse transtorno é por meio de psicoterapia e medicamentos. Ambos têm se mostrado bastante eficientes. Dependendo da gravidade, preferência e do histórico do paciente, o médico poderá optar por um deles ou até mesmo por ambos, já que a combinação dos dois tipos de tratamento têm se mostrado ainda mais eficaz do que um ou outro operando isoladamente. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 25

26 TRANSTORNO BIPOLAR O transtorno bipolar é um problema em que as pessoas alternam entre períodos de muito bom humor e períodos de irritação ou depressão. As chamadas "oscilações de humor" entre a mania e a depressão podem ser muito rápidas e podem ocorrer com muita ou pouca frequência. Existem 3 tipos de transtorno bipolar: Transtorno bipolar tipo 1: pacientes apresentam pelo menos um episódio maníaco e períodos de depressão profunda. Antigamente, o transtorno bipolar do tipo 1 era chamado de depressão maníaca Transtorno bipolar tipo 2: pacientes nunca apresentaram episódios maníacos completos. Em vez disso, elas apresentam períodos de níveis elevados de energia e impulsividade que não são tão intensos como os da mania (chamado de hipomania). Esses episódios se alternam com episódios de depressão Uma forma leve de transtorno bipolar chamada ciclotimia envolve oscilações de humor menos graves. Pessoas com essa forma alternam entre hipomania e depressão leve. As pessoas com transtorno bipolar do tipo II ou ciclotimia podem ser diagnosticadas incorretamente como tendo apenas depressão. A causa exata do transtorno bipolar ainda é desconhecida, mas a ciência acredita que diversos fatores possam estar envolvidos nas oscilações de humor provocadas pela doença, como: peculiaridades biológicas, neurotransmissores, hormônios, hereditariedade, meio ambiente. Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento de transtorno bipolar. Como: histórico familiar da doença, estresse intenso, uso e abuso de drogas recreativas e/ou álcool, mudanças de vida e experiências traumáticas, ter entre 15 e 25 anos. Homens e mulheres possuem as mesmas chances de desenvolver a doença. Os sintomas de transtorno bipolar dependem do tipo exato da doença e costumam variar de pessoa para pessoa. Para alguns, os picos de depressão são os que causam os maiores problemas. Para outros, a preocupação é maior durante os picos de mania. Pode acontecer, também, de sintomas de depressão e hipomania acontecerem ao mesmo tempo. Temos como principais sinais do transtorno bipolar: Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 26

27 Fase maníaca Distrair - se facilmente Redução da necessidade de sono Capacidade de discernimento diminuída Pouco controle do temperamento Compulsão alimentar, beber demais e/ou uso excessivo de drogas Manter relações sexuais com muitos parceiros Gastos excessivos Hiperatividade Aumento de energia Pensamentos acelerados que se atropelam Fala em excesso Autoestima muito alta (ilusão sobre si mesmo ou habilidades) Grande envolvimento em atividades Grande agitação ou irritação. A fase maníaca do transtorno bipolar pode durar dias e até mesmo meses. Os sintomas acima são mais comuns em pessoas que tem o tipo 1 da doença. No tipo 2, os sinais são similares, mas menos intensos. Fase depressiva Desânimo diário ou tristeza Dificuldade de se concentrar, de lembrar ou de tomar decisões Perda de peso e perda de apetite Comer excessivamente e ganho de peso Fadiga ou falta de energia Sentir-se inútil, sem esperança ou culpado Perda de interesse nas atividades que antes eram prazerosas Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 27

28 Baixa autoestima Pensamentos sobre morte e suicídio Problemas para dormir ou excesso de sono Afastamento dos amigos ou das atividades que antes eram prazerosas. O risco de tentativas de suicídio em pessoas com transtorno bipolar é grande. Os pacientes podem abusar do álcool ou de outras substâncias, piorando os sintomas. Em alguns casos, as duas fases se sobrepõem. Os sintomas maníacos e depressivos podem ocorrer juntos ou rapidamente um após o outro. Isso recebe o nome de estado misto. Episódios de mania e depressão podem resultar também em psicose, doença em que há perda de contato com a realidade. O tratamento para transtorno bipolar costuma durar por muito tempo, até mesmo anos. Ele costuma ser feito por diversos especialistas de várias áreas como psicólogos, psiquiatras e neurologistas. A equipe médica, primeiramente, tenta descobrir quais são os possíveis desencadeadores da alteração de humor. Também podem ser investigados os problemas médicos ou emocionais que influenciam no tratamento. Mas atenção: os períodos de depressão e mania voltam a ocorrer na maioria dos pacientes, mesmo sob tratamento. Os principais objetivos da terapia para transtorno bipolar são: evitar a alternância entre as fases, evitar a necessidade de hospitalização, ajudar o paciente a agir da melhor maneira possível entre os episódios, impedir comportamento autodestrutivo e suicídio, reduzir a gravidade e a frequência dos episódios. A psicoterapia é uma parte vital do tratamento de transtorno bipolar. Medicamentos antipsicóticos e antiansiedade para problemas de humor costumam ser prescritos pelos médicos, bem como remédios antidepressivos. A terapia eletroconvulsiva (TEC) pode ser usada para tratar a fase maníaca ou depressiva de um transtorno bipolar caso não haja resposta aos medicamentos. ESQUIZOFRENIA A esquizofrenia é um transtorno mental complexo que dificulta na distinção entre as experiências reais e imaginárias, interfere no pensamento lógico, nas respostas emocionais normais e comportamento esperado em situações sociais. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a esquizofrenia não é um distúrbio Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 28

29 de múltiplas personalidades. É uma doença crônica, complexa e que exige tratamento por toda a vida. As causas exatas da esquizofrenia ainda são desconhecidas, mas os médicos acreditam que uma combinação de fatores genéticos e ambientais possa estar envolvida no desenvolvimento deste distúrbio. Problemas com certas substâncias químicas do cérebro, incluindo neurotransmissores como a dopamina e o glutamato, também parecem estar envolvidos nas causas da esquizofrenia. Estudos recentes de neuroimagem mostram diferenças na estrutura do cérebro e do sistema nervoso central das pessoas com esquizofrenia em comparação aos de pessoas saudáveis. Embora os pesquisadores não estejam totalmente certos sobre o que significam todos esses fatores, estes são indícios de que a esquizofrenia é, de fato, uma doença cerebral. Apesar de as causas da esquizofrenia ainda serem desconhecidas, sabe-se de alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Como: história familiar de esquizofrenia, ser exposto a toxinas, vírus e à má nutrição dentro do útero da mãe especialmente nos dois primeiros trimestres da gestação, doenças autoimunes, ter um pai com idade mais avançada, fazer uso de medicamentos psicotrópicos durante a adolescência e o início da vida adulta, tabagismo. Os sintomas de esquizofrenia no sexo masculino costumam aparecer entre os 20 e 25 anos. Já em mulheres, os sinais da doença são mais comuns beirando os 30 anos de idade. É raro encontrar casos de esquizofrenia em crianças ou adultos acima dos 45 anos. A Esquizofrenia envolve uma série de problemas tanto cognitivos quanto comportamentais e emocionais. Os sintomas costumam variar e entre eles estão inclusos: Delírios Estes são crenças em fatos irreais que não possuem base alguma na realidade. Uma pessoa com esquizofrenia pode achar, por exemplo, que está sendo prejudicada de alguma forma ou até mesmo assediada. Ela pode acreditar, também, que certos gestos ou comentários são direcionados a ela, que ela tem alguma capacidade ou talento excepcional ou até mesmo fama. Pode achar, também, que determinada pessoa está apaixonada por ela e que uma grande catástrofe está prestes a ocorrer. Alguns delírios incluem ideias de que algumas partes do corpo não estão em pleno funcionamento e têm uma incidência de quatro em cinco pessoas com esquizofrenia. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 29

30 Alucinações Estas, em termos gerais, envolvem ver ou ouvir coisas que não existem. No entanto, para a pessoa com esquizofrenia, essas coisas têm toda a força e o impacto de uma experiência normal. As alucinações podem estar em qualquer um dos sentidos, mas ouvir vozes é a alucinação mais comum de todas. Pensamento desorganizado Esse sintoma pode ser refletido na fala, que também sai desorganizada e com pouco ou nenhum nexo. A ideia de que pensamento desorganizado é um sintoma da esquizofrenia surgiu a partir do discurso desorganizado de alguns pacientes. Neste sentido, a comunicação eficaz de uma pessoa portadora de esquizofrenia pode ser prejudicada por causa deste problema, e as respostas às perguntas feitas podem ser parcial ou completamente alheias e desconexas. Habilidade motora desorganizada ou anormal O comportamento de uma pessoa com esse tipo de disfunção não é focado em um objetivo, o que torna difícil para ela executar tarefas. Comportamento motor anormal pode incluir resistência a instruções, postura inadequada e bizarra ou uma série de movimentos inúteis e excessivos. Outros sintomas Além dos sinais citados, outros parecem estar relacionados com a esquizofrenia. Uma pessoa com a doença pode: não aparentar emoções, não faz contato visual, não alterar as expressões faciais, ter fala monótona e sem adição de quaisquer movimentos que normalmente dão ênfase emocional ao discurso. Além disso, a pessoa pode ter reduzida sua capacidade de planejar ou realizar atividades, tais como: diminuição da fala, negligência na higiene pessoal, perda de interesse em atividades cotidianas, isolamento social, sensação de incapacidade de conseguir sentir prazer. Esquizofrenia requer tratamento durante toda a vida, mesmo após o desaparecimento de sintomas. O tratamento com medicamentos e terapia psicossocial podem ajudar a controlar a doença. Durante os períodos de crise ou tempos de agravamento dos sintomas, a Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 30

31 hospitalização pode ser necessária para garantir a segurança, alimentação adequada, sono adequado e higiene básica do paciente. Oriento leitura da Lei , de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 31

32 QUESTÕES COMENTADAS 1. (SARAH 2011) Para o contexto da Saúde Mental, o ano de 2001 representou um marco importante em decorrência da Lei nº , de 6 de abril deste ano. Tal lei dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais e visa redirecionar o modelo assistencial em saúde mental. No parágrafo I do Art. 2, discorre sobre os direitos da pessoa com transtorno mental. Assinale a alternativa incorreta. a) Ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar a sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade. b) Ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental. c) As informações a respeito da doença e do tratamento devem ser exclusivas aos familiares. d) Ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis. e) Ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis. COMENTÁRIOS: De acordo com a Lei , de 6 de abril de 2006, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental, em seu artigo 2, assegura: Art. 2 o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo. Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental: I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades; II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade; III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas; V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária; VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis; VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento; VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis; Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 32

33 IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental. Sendo assim, a alternativa correta é a letra C. 2. (SARAH 2011) O processo de desinstitucionalização do doente mental se fortaleceu no Brasil entre os anos de 2003 e 2010, quando a assistência hospitalar psiquiátrica reduziu o número de leitos para internação associada à expansão progressiva de uma rede de atenção substitutiva, de base comunitária. Essa transformação do modelo assistencial decorreu de dois mecanismos complementares. Assinale a alternativa correta. a) Participação efetiva dos familiares dos doentes mentais e dos gestores de saúde, nas instâncias de participação e controle social, instituídos a partir da Constituição Federativa do Brasil de b) Participação efetiva dos Conselhos Regionais de Enfermagem e dos Conselhos Regionais de Medicina junto ao Ministério da Saúde. c) Implantação, em larga escala, dos Centros de Atenção Psicossocial e das Residências Terapêuticas nos municípios brasileiros. d) Pelos resultados efetivos dos seguintes Programas: Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares (PNASH) e Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS (PRH). e) Pela necessidade de uma resposta efetiva e adequada ao alto consumo de álcool e das drogas nos grandes centros urbanos do Brasil. COMENTÁRIOS: O processo de desinstitucionalização de pessoas com longo histórico de internação psiquiátrica avançou significativamente, sobretudo através da instituição pelo Ministério da Saúde de mecanismos seguros para a redução de leitos no país e a expansão de serviços substitutivos aos hospital psiquiátrico. O Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria), e o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar Psiquiátrica no SUS (PRH), vem permitindo a redução de milhares de leitos psiquiátricos no país e o fechamento de vários hospitais psiquiátricos. O Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria), instituído por normatização do Ministério da Saúde é essencialmente um instrumento de avaliação, que permite aos gestores um diagnóstico da qualidade da assistência dos hospitais psiquiátricos conveniados e públicos existentes em sua rede de Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 33

34 saúde, ao mesmo tempo que indica aos prestadores critérios para uma assistência psiquiátrica hospitalar compatível com as normas do SUS, e descredencia aqueles hospitais sem qualquer qualidade na assistência prestada a sua população adscrita. O Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar no SUS (PRH) tem como principal estratégia promover a redução progressiva e pactuada de leitos a partir dos macro hospitais (acima de 600 leitos, muitas vezes hospitais-cidade, com mais de mil leitos) e hospitais de grande porte (com 240 a 600 leitos psiquiátricos). Assim, são componentes fundamentais do programa a redução do peso assistencial dos hospitais de maior porte, e a pactuação entre os gestores do SUS os hospitais e as instâncias de controle social da redução planejada de leitos, evitando a desassistência. Desta forma, procura-se conduzir o processo de mudança do modelo assistencial de modo a garantir uma transição segura, onde a redução dos leitos hospitalares possa ser planificada e acompanhada da construção concomitante de alternativas de atenção no modelo comunitário. Sendo assim, a alternativa correta é a letra D. 3. (Prefeitura de Espera Feliz-MG/IDECAN/2014) O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, institucionalizadas ou não, sua regulamentação foi feita através da Lei Federal nº /2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, redirecionando o modelo assistencial em saúde mental. Qual a equipe necessária para o acompanhamento dos portadores de doenças mentais graves? a) Psiquiatras. b) Fisioterapeutas. c) Médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. d) Psicólogos, psiquiatras e terapeutas ocupacionais. e) Profissionais vinculados ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) ou ambulatórios especializados em saúde mental. COMENTÁRIOS: O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) ou residência terapêutica ou simplesmente "moradia" são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, institucionalizadas ou não. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 34

35 O número de usuários pode variar desde 1 indivíduo até um pequeno grupo de no máximo 8 pessoas, que deverão contar sempre com suporte profissional sensível às demandas e necessidades de cada um. O suporte de caráter interdisciplinar (seja o CAPS de referência, seja uma equipe da atenção básica, sejam outros profissionais) deverá considerar a singularidade de cada um dos moradores, e não apenas projetos e ações baseadas no coletivo de moradores. O acompanhamento a um morador deve prosseguir, mesmo que ele mude de endereço ou eventualmente seja hospitalizado. O processo de reabilitação psicossocial deve buscar de modo especial a inserção do usuário na rede de serviços, organizações e relações sociais da comunidade. Ou seja, a inserção em um SRT é o início de longo processo de reabilitação que deverá buscar a progressiva inclusão social do morador. Os SRTs devem ser acompanhados pelos CAPS ou ambulatórios especializados em saúde mental, ou, ainda, equipe de saúde da família (com apoio matricial em saúde mental). A equipe técnica deve ser compatível com a necessidade dos moradores e segundo se aproximem mais de um dos dois tipos descritos no tópico anterior. O cuidador tem uma tarefa importante na moradia. Dito isso, o gabarito é a assertiva E. 4. (Prefeitura de Duque de Caxias-RJ/IDECAN/2014) Acerca da assistência ao paciente portador de sofrimento psíquico, o papel do enfermeiro é, EXCETO: a) Agir como agente socializador b) Atuar como agente psicoterapêutico através do relacionamento um a um c) Educar o paciente sobre os fatores que afetam a saúde mental, e auxiliar na aceitação do tratamento e regulamento da instituição d) Não atuar nos processos decisórios dos projetos dos centros de atenção psicossocial, sendo tal responsabilidade do psiquiatra e do psicólogo e) Criar e manter ambiente terapêutico aproveitamento de todos os recursos humanos e materiais para oferecer aos pacientes um bom acolhimento, compreensão, apoio, tratamento pessoal, atividades de reestruturação e inclusão na dinâmica global COMENTÁRIOS: A ferramenta clínica teoricamente utilizada pela enfermagem para lidar com o sofrimento psíquico do paciente tem sido o relacionamento terapêutico ou relacionamento Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 35

36 interpessoal enfermeiro-cliente. Apontado na década de 1960 como uma intervenção da enfermeira psiquiátrica, este referencial permitiu ao enfermeiro deixar de limitar-se aos cuidados físicos e passar a abordar o próprio sofrimento psíquico enquanto fenômeno da enfermagem. O profissional de enfermagem é de grande importância mediante a assistência prestada para a qualidade da assistência em saúde ofertada, e realiza também papel de desmistificar conceitos, mediante os mitos relacionados a esses clientes nas instituições de saúde, trabalhando a questão dos estigmas nos relacionamentos familiares, tornando-se um agente socializador. São diversas as modalidades de tratamentos ofertadas aos clientes com transtornos mentais, há terapêuticas tradicionais e as não tradicionais fazendo com que o profissional desempenhe melhor seu trabalho. Os profissionais de enfermagem dispõem de várias possibilidades nas utilizações de ações em sua vivência com essa demanda, pois estará devidamente qualificado para lidar com as diversas situações, ajudando os pacientes sobre fatores que afetam a saúde mental, auxiliando na aceitação do tratamento e atuando nos processos decisórios dos projetos terapêuticos. São inúmeras as modalidades terapêuticas e suas finalidades como, por exemplo, a música, atividades lúdicas, atividades físicas, terapêutica para uma melhor adesão ao tratamento já que existe grande índice de abandono do mesmo, ioga, entre diversos outros disponíveis no mercado, criando e mantendo o ambiente terapêutico e aproveitando-se de todos os recursos humanos e materiais para oferecer aos pacientes. A fim de promover além de qualidade de vida a essa clientela, também o amparo biopsicossocial, promovido com a interdisciplinaridade, objetivando assistir a pessoa nas suas diversas necessidades. A partir dos comentários, constatamos que o gabarito da questão é a letra D. 5. (UFCG-COMPROV/Prefeitura de Cabaceiras-PB/2014) Doença caracterizada por distúrbios em muitas áreas do funcionamento mental. Raciocínio, percepção, comportamento, motivação e vida emocional são afetados sem exceção. A doença prejudica a atuação no trabalho, os relacionamentos e o autocuidado. As características referem-se a: a) Transtorno da ansiedade generalizada. b) Depressão importante. c) Transtorno bipolar. d) Esquizofrenia. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 36

37 e) Histeria. COMENTÁRIOS: Os primeiros sinais e sintomas da doença aparecem mais comumente durante a adolescência ou início da idade adulta. Apesar de poder surgir de forma abrupta, o quadro mais freqüente se inicia de maneira insidiosa. Sintomas prodrômicos pouco específicos, incluindo perda de energia, iniciativa e interesses, humor depressivo, isolamento, comportamento inadequado, negligência com a aparência pessoal e higiene, podem surgir e permanecer por algumas semanas ou até meses antes do aparecimento de sintomas mais característicos da doença. Familiares e amigos em geral percebem mudanças no comportamento do paciente, nas suas atividades pessoais, contato social e desempenho no trabalho e/ou escola. Os aspectos mais característicos da esquizofrenia são alucinações e delírios, transtornos de pensamento e fala, perturbação das emoções e do afeto, e déficits cognitivos. Alucinações e delírios são freqüentemente observados em algum momento durante o curso da esquizofrenia. As alucinações visuais ocorrem em 15%, as auditivas em 50% e as táteis em 5% de todos os sujeitos, e os delírios em mais de 90% deles. O termo transtorno do pensamento refere-se a uma doença no conteúdo, assim como na forma dos pensamentos do indivíduo. Os transtornos do conteúdo do pensamento são os delírios. Os transtornos na forma de pensamento podem ser subdivididos em duas categorias: perturbação intrínseca do pensamento e, transtorno na forma em que os pensamentos são expressos na linguagem e na fala. A linguagem e o discurso desordenados descarrilamento, tangencialidade, neologismos, pobreza no conteúdo do discurso, incoerência, pressão da fala, fuga de idéias e fala retardada ou mutismo. Os distúrbios do comportamento na esquizofrenia incluem comportamento grosseiramente desordenado e comportamento catatônico. Desde o começo, o comportamento catatônico foi descrito entre os aspectos característicos da esquizofrenia. A catatonia é definida como um conjunto de movimentos, posturas e ações complexas cujo denominador comum é a sua involuntariedade. Os fenômenos catatônicos incluem: estupor, catalepsia, automatismo, maneirismos, esteriotipias, fazer posturas e caretas, negativismo e ecopraxia. A anedonia ou perda da capacidade de sentir prazer, foi proposta como a característica central ou cardinal da esquizofrenia. A anedonia física abrange a perda de prazeres como admirar a beleza do pôr-do-sol, comer, beber, cantar, ser massageado. A anedonia social abrange a perda de prazeres como estar com os amigos ou estar com outras pessoas. O Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 37

38 embotamento afetivo foi considerado comum, mas não onipresente, em pacientes com esquizofrenia, sendo também comum em pacientes depressivos. Os déficits cognitivos foram relacionados como características importantes da esquizofrenia. Pacientes com esquizofrenia demonstram um déficit cognitivo generalizado, ou seja, eles tendem a ter um desempenho em níveis mais baixos do que controles normais em uma variedade de testes cognitivos. Eles apresentam múltiplos déficits neuropsicológicos em testes de raciocínio conceitual complexo, velocidade psicomotora, memória de aprendizagem nova e incidental e habilidades motoras, sensoriais e perceptuais. As alterações cognitivas seletivas mais proeminentes na esquizofrenia incluem déficits em atenção, memória e resolução de problemas. Portanto, o gabarito da questão é a letra D. 6. (DIRECTA/Prefeitura de Piedade-SP/2014) Hiperreatividade emocional, comportamento teatral e atratividade são características do Transtorno de Caráter. a) Esquizoide. b) Narcisista. c) Histriônica. d) Evitadora. COMENTÁRIOS: Personalidade histriônica Transtorno da personalidade caracterizado por uma afetividade superficial e lábil, dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções, sugestibilidade, egocentrismo, autocomplacência, falta de consideração para com o outro, desejo permanente de ser apreciado e de constituir-se no objeto de atenção e tendência a se sentir facilmente ferido. Dito isso, o gabarito é a assertiva C. 7. (Prefeitura de Piedade-SP/DIRECTA/2014) Analise as informações abaixo referentes aos Transtornos Esquizofrênicos e responda: I- A prevalência de esquizofrenia na população geral é por volta de 1%, com uma incidência em torno de 0,5 por 1000 pessoas/ano. II- A esquizofrenia tem início mais frequentemente na idade adulta tardia; III-A psicose é definida como um distúrbio psiquiátrico que rompe com a realidade experimental ou com processos de pensamento; Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 38

39 IV- A esquizofrenia é o principal transtorno mental psicótico arquetípico; a) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. b) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. c) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. d) Todas as afirmativas estão corretas. COMENTÁRIOS: A esquizofrenia é caracterizada como sendo a principal psicose crônica que altera profundamente a personalidade. É um transtorno mental que em geral se inicia no adulto jovem e afeta a vida do indivíduo e de seus familiares. Tem prevalência de 1% na população geral e incidência em torno de 0,5 por 1000 pessoas/ano. Como incide em os indivíduos no início da vida produtiva, compromete seus relacionamentos sociais, sua vida profissional e afetiva. Ocorre quase que igualmente em homens e mulheres, raramente antes da puberdade ou após os 50 anos de idade. As mulheres apresentam um curso mais brando e, portanto, um melhor prognóstico comparado aos homens. Quando a história familiar é positiva, a idade de início é mais precoce em ambos os sexos. É uma doença de evolução crônica, que exige um acompanhamento do paciente em longo prazo. O objetivo principal do acompanhamento psiquiátrico é a prevenção de recaídas, pois essas contribuem para a deterioração cognitiva e afetiva do paciente. Como objetivos secundários, estão a prevenção do suicídio, a reabilitação do paciente e a diminuição do estresse familiar. Os cuidados familiares são imprescindíveis para se evitar uma evolução residual. Apesar de seu tratamento ser ainda limitado, tem havido nos últimos anos importantes contribuições para o conhecimento desta grave patologia. Classicamente existem variações na apresentação clínica, com implicações terapêuticas e prognósticas. Entretanto, algumas características são comuns: uma alteração detectável ocorre na vida do indivíduo (quebra na curva de vida), mais frequentemente com tendência ao isolamento, desconfiança, estranheza, autoreferência, prejuízo nos cuidados pessoais assim como nos rendimentos intelectuais ou profissionais. Paralelamente, são observadas alterações pensamento. O caráter bizarro é proeminente e quanto mais precoce é esta alteração, pior o prognóstico. Podemos dividir os sintomas esquizofrênicos em três grupos: Positivos: Alucinações (percepção sem objeto),principalmente auditivas e delírios (alteração do julgamento da realidade) são disfunções que surgem. Podem ainda ocorrer (em função dos delírios e das alucinações), comportamento bizarro, atos impulsivos, agitação psicomotora. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 39

40 Negativos: Comprometimento afetivo (Pouca ressonância afetiva, embotamento), alteração da vontade e do pragmatismo, anedonia (incapacidade de sentir prazer), empobrecimento da linguagem e do pensamento, diminuição da fluência verbal, autonegligência, lentificação psicomotora. Desorganização: Alogia (raciocínio sem lógica), comportamento bizarro, alteração do curso do pensamento, afeto inadequado; a tônica é a desorganização, a inadequação das reações. Portanto, o gabarito da questão é a letra B. 8. (Prefeitura de Piedade-SP/DIRECTA/2014) São considerados antidepressivos tricíclicos, EXCETO: a) Imipramina; b) Amitriptilina; c) Amoxapina; d) Doxepina. COMENTÁRIOS: Os antidepressivos podem ser classificados de acordo com a estrutura química ou as propriedades farmacológicas. A estrutura cíclica (anéis benzênicos) caracteriza os antidepressivos heterocíclicos (tricíclicos e tetracíclicos). Os Antidepressivos Tricíclicos se dividem em dois grandes grupos: as aminas terciárias (imipramina, amitriptilina, trimipramina e doxepina) e as aminas secundárias (desmetilimipramina, nortriptilina e protriptilina). Maprotilina e amoxapina são antidepressivos tetracíclicos. Desse modo, o gabarito é a letra C. 9. (Prefeitura de Piedade-SP/DIRECTA/2014) De acordo com a Portaria GM 336/02 tópico 4.2 com relação à CAPS II estabelece que o serviço de atenção psicossocial com capacidade operacional para atendimento em municípios com população entre: a) e habitantes. b) e habitantes. c) e habitantes. d) e habitantes. COMENTÁRIOS: Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 40

41 De acordo com a Portaria/GM Nº 336 de 19 de fevereiro de 2002, o CAPS II É o serviço de atenção psicossocial com capacidade operacional para atendimento em municípios com população entre e habitantes. Portanto, o gabarito da questão é a letra D. 10. (Prefeitura de Princesa Isabel PB/CONPASS/2014) Qual a Lei que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental? a) Lei n o , de 6 de abril de b) Lei n o , de 6 de abril de c) Lei n o 5.456, de 10 de março de d) Lei n o , de 6 de abril de e) Lei n o 1.799, de 29 de janeiro de COMENTÁRIOS: A Lei nº , de 6 de Abril de 2001, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Sendo assim, o gabarito é a letra B. 11. (Prefeitura de Balneário de Barra do Sul /COMPANY LEARNING/2014) No Brasil, o transtorno de ansiedade encontra-se em primeiro lugar entre os transtornos psiquiátricos. São sintomas observados nos transtornos de ansiedade, exceto: a) Obesidade e desnutrição. b) Crises de dor no peito, coração batendo forte e acelerado. c) Falta de ar e boca seca. d) Dor de cabeça e tonturas. COMENTÁRIOS: Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra. Podemos citar como mais frequentes: (inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular) existem outras queixas que podem estar associadas ao transtorno da ansiedade generalizada: palpitações, falta de ar, boca seca, taquicardia, aumento da pressão arterial, sudorese excessiva, dor de cabeça, alteração nos hábitos intestinais, náuseas, tonturas, aperto no peito, dores musculares. Desse modo, o gabarito é a letra A. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 41

42 12. (Secretaria de Saúde de Pernambuco/UPENET/2014) Sobre distúrbios do humor, analise as afirmações abaixo: I - Atualmente, os distúrbios depressivos já estão com as causas definidas, o que facilita o diagnóstico e, consequentemente, a terapêutica. II - O hipotireoidismo subclínico está associado à depressão, especialmente em mulheres. III. Perturbação dos Processos do Pensamento relacionada com alterações biológicas como demonstrado por agitação, hiperatividade e incapacidade de se concentrar é um dos Diagnósticos de Enfermagem de distúrbio bipolar. IV - O tratamento com lítio está indicado nos distúrbios bipolares. A toxidade do lítio está relacionada à diminuição dos níveis séricos de sódio e à hidratação inadequada. Está CORRETO, apenas, o que se afirma em a) I e III. b) III e IV. c) I. d) III. e) II, III e IV. COMENTÁRIOS: Vejamos cada item da questão: Item I. Incorreto. Atualmente, os distúrbios depressivos já estão com as causas definidas, o que facilita o diagnóstico e, consequentemente, a terapêutica. Nos Distúrbios Depressivos, a causa ainda é desconhecida. O modelo explicativo atual combina predisposição genética com interação com fatores estressantes. Existe um acúmulo familiar na Depressão. O ambiente parece ter importância grande, mas não foi encontrada relação causal direta. Em casos específicos de situações extremas (violência sexual, por exemplo) pode-se apontar um desencadeante claro. Na maior parte dos casos, contudo trata-se de uma somatória de eventos ao longo do tempo e em alguns, não se consegue identificar o (os) fator (es ) estressor (es). Item II. Correto. O hipotireoidismo subclínico está associado à depressão, especialmente em mulheres. O diagnóstico de hipotireoidismo subclínico deve ser considerado em pacientes com infertilidade e irregularidade menstrual, e também em pacientes deprimidos.sua prevalência aumenta com a idade e é maior em mulheres. Item III. Correto. Perturbação dos Processos do Pensamento relacionada com Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 42

43 alterações biológicas como demonstrado por agitação, hiperatividade e incapacidade de se concentrar é um dos Diagnósticos de Enfermagem de distúrbio bipolar. Item IV. Correto. O tratamento com lítio está indicado nos distúrbios bipolares. A toxidade do lítio está relacionada à diminuição dos níveis séricos de sódio e à hidratação inadequada A gravidade de uma intoxicação por lítio depende de 3 factores: o pico de concentração sérica de lítio, a duração da intoxicação e a tolerância individual. A toxicidade relaciona-se com a concentração de lítio no soro, pelo que esta deve ser monitorizada durante o tratamento com o lítio (2x por semana). Doze horas após a ingestão de lítio, concentrações séricas de 1,2 a 1,5 mmol/l podem representar perigo. Acima de 1,5mmol/L sofre risco de intoxicação. Os primeiros sintomas de uma intoxicação são: diarreia, vómitos, apatia, falta de energia, pernas fracas, sonolência, letargia, dificuldades em falar, tremores irregulares, fraqueza muscular, dores nos braços e nas pernas e ataxia. Estes sintomas, apesar de não significarem risco de vida, são desconfortáveis e indicam a eminência de problemas mais graves. A partir dos comentários, constatamos que o gabarito da questão é a letra E. 13. (Prefeitura de Piripiri-PI/UFPI - COPESE/2009) As atuais Políticas Públicas em Saúde Mental se orientam pelos princípios psicossociais da Reforma Psiquiátrica de base italiana. A redução de leitos hospitalares e progressiva substituição por serviços alternativos prevê em a formação de uma Rede de Atenção, na qual a implantação dos Centros de Atenção Psicossocial depende: a) da população do município. b) da demanda assistencial loco regional. c) da existência de hospital psiquiátrico no município. d) da prevalência de transtornos severos. e) da extinção de hospitais psiquiátricos. COMENTÁRIOS: A Portaria n.º 336/GM de 19 de fevereiro de 2002, afirma: Art.1º Estabelecer que os Centros de Atenção Psicossocial poderão constituir-se nas seguintes modalidades de serviços: CAPS I, CAPS II e CAPS III, definidos por ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional, conforme disposto nesta Portaria; Dito isso, o gabarito é a assertiva A. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 43

44 PSICOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM APARELHO PSÍQUICO ID, EGO E SUPEREGO O aparelho psíquico, ou somente psiquê, é o nome dado ao método estrutural proposto por Freud. Primeiramente foi dividido em inconsciente, pré-consciente e consciente, o que posteriormente foi modificado e dividido em três elementos que unidos trabalham nas ações e reações, o Id, Ego e Superego. O Id, instinto primitivo, bastante destacado em crianças é a forma irracional da mente que faz as pessoas agirem de forma impulsiva e irracional, ou seja, é a forma de ação e reação onde a pessoa se expressa sem ao menos pensar. Como dito anteriormente, o Id é bastante visto em crianças porque essas agem irracionalmente, por exemplo, quando uma criança deseja um brinquedo não pensa duas vezes antes de cair no chão e espernear até que o responsável faça sua vontade. É a manifestação do Id. O Ego, denominado equilibrador das forças irracionais e racionais, age sempre pressionado pelo Id e pelo Superego cabendo a ele a dosagem entre as vontades liberadas pelo Id e entre as limitações liberadas pelo Superego. É a parte consciente do aparelho psíquico que faz com que um indivíduo consiga regular suas ações e reações. O Superego, denominado repressor do Id, atua influenciado por regras, crenças, leis morais, ética e outros métodos que nos são ensinadas no decorrer da vida e limitam as ações e reações, fazendo com que pensemos nas conseqüências. A partir de suas influências, busca através do Ego reprimir o Id para que nenhuma ação e reação sejam realizadas irracionalmente. Tal divisão acima citada foi uma remodelação feita entre 1920 e 1923 para distinguir o inconsciente do consciente. Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 44

45 Exemplificação do funcionamento dos elementos na mente. NÍVEL DE CONSCIÊNCIA Para Freud um conteúdo mental pode estar em um dos três níveis de consciência: consciente, pré-consciente e inconsciente. Consciente inclui tudo aquilo que estamos conscientes em um determinado tempo. Pré-consciente (ou subconsciente) se constitui nas memórias que podem se tornar acessíveis a qualquer momento para o perfeito funcionamento da mente. Inconsciente são elementos instintivos e material reprimido, inacessíveis á consciência e que podem vir a tona num sonho, num ato falho. SONHOS Os sonhos são pontes entre o inconsciente, o subconsciente e a consciência. Os sonhos nos revelam nossa forma de sentir as situações que estamos vivendo. Situações estas reais que necessitam ser entendidas pelo seu dono. Os sonhos possuem mais de um significado e depende da história de cada um. O psicólogo poderá auxiliar o paciente a entender o significado de seus sonhos. A interpretação dos sonhos, ajuda a transformar o inconsciente (impulsos e traumas) de um adversário em um amigo. Os sonhos também podem ser intuitivos. A análise dos sonhos e dos atos falhos também pode ser considerada métodos da teoria psicanalítica, constituindo-se em rica fonte de informações sobre a dinâmica da Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah Página 45

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