ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores SOUZA NERY (Presidente) e SOUZA MEIRELLES. São Paulo, 14 de agosto de 2018.

Transcrição

1 Registro: ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº , da Comarca de São José do Rio Preto, em que é agravante AUTO POSTO ALVORADA STAR, é agravado DELEGADO REGIONAL TRIBUTÁRIO DA RECEITA ESTADUAL DE SÃO PAULO DA COMARCA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO. ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 12ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram provimento ao recurso, nos termos que constarão do acórdão. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores SOUZA NERY (Presidente) e SOUZA MEIRELLES. São Paulo, 14 de agosto de Edson Ferreira relator Assinatura Eletrônica

2 VOTO Nº AGRAVO DE INSTRUMENTO nº COMARCA: SÃO JOSÉ DO RIO PRETO AGRAVANTE: AUTO POSTO ALVORADA STAR AGRAVADO: DELEGADO REGIONAL TRIBUTÁRIO DA RECEITA ESTADUAL DE SÃO PAULO DA COMARCA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO INTERESSADOS: DELEGADO REGIONAL TRIBUTARIO, DA DELEGACIA REGIONAL TRIBUTRIA DE SÃO JOSE DO RIO PRETO DRT 08 SECRETARIA DA FAZENDA SP E ESTADO DE SÃO PAULO MANDADO DE SEGURANÇA. Liminar negada. Posto de combustíveis lacrado e inscrição estadual cassada. Constatado desacordo do ph de etanol com especificações da Agência Nacional do Petróleo. Medida drástica que pode causar danos irreversíveis. Desconformidade que pode não ter decorrido de fraude ou adulteração. De rigor suspender os efeitos dessas medidas até a oportunidade da sentença. Recurso provido. Trata-se de recurso de agravo de instrumento contra decisão, proferida em 23 de março de 2018, pelo eminente juiz, Doutor Adílson Araki Ribeiro, em mandado de segurança, que negou liminar para retirada de lacração de posto de combustíveis e restabelecimento de inscrição estadual cassada, fls Alega o agravante que os fiscais estaduais retornaram ao posto de combustíveis para autuação, cassação de inscrição estadual e lacração, por desacordo do ph de etanol com as exigências da Agência Nacional do Petróleo, após conclusão de processo administrativo iniciado em Sustenta não haver obrigação legal para o posto realizar o exame de ph no produto, atribuição apenas de produtores e distribuidores, que devem ser responsabilizados; que a diferença de ph não implica em financeiro e não significa adulteração do combustível; não implicar tampouco em perigo ou prejuízo ao erário, à incolumidade pública ou ao meio-ambiente; que a medida de cassação da inscrição estadual é extremamente gravosa. Agravo de Instrumento nº

3 Concedido efeito suspensivo, o recurso foi respondido, e a douta Procuradoria Geral de Justiça se manifestou pelo provimento do recurso. É o relatório. A empresa impetrante teve o posto de combustíveis lacrado e sua inscrição estadual cassada porque verificada diferença entre o ph do etano com os parâmetros da Agência Nacional do Petróleo, alegando ausência de adulteração do combustível, impossibilidade de medição no recebimento da distribuidora e gravidade da medida administrativa. Lacração do estabelecimento e cassação da inscrição estadual que constituem medidas drásticas que podem causar dados irreversíveis. Desconformidade que pode não ter decorrido de fraude ou adulteração, como já se considerou nos seguintes precedentes desta Corte: APELAÇÃO. AÇÃO ANULATÓRIA. ATO ADMINISTRATIVO. Revendedora de Combustíveis e Derivados de Petróleo. Amostra de etanol analisada em desconformidade específica de ph. Pretensão de anular o ato administrativo consistente na cassação da inscrição estadual e lacração do estabelecimento comercial. Procedência declarada em primeiro grau. Decisório que merece subsistir. Diferença mínima de ph encontrada entre a amostra de álcool e o padrão legal, o que torna desproporcional a cassação da inscrição estadual e a lacração do estabelecimento comercial. Posto revendedor de combustíveis que não tem o dever legal de verificar o ph de álcool adquirido de distribuidora. Demais parâmetros de avaliação que se encontram dentro das exigências técnicas da ANP (condutividade, massa específica, teor alcoólico e teor de metanol). Inexistência de indícios de que o vício resultou de manipulação fraudulenta ou dolosa. Medida severa que não coaduna com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Agravo de Instrumento nº

4 Precedentes desta Egrégia Corte de Justiça. Sentença ratificada nos termos do art. 252 do Regimento Interno desta Egrégia Corte de Justiça. Negado provimento ao recurso. TJSP; Apelação ; Relator: Rubens Rihl; Órgão Julgador: 8ª Câmara de Direito Público; Foro de São José do Rio Preto - 2ª Vara da Fazenda Pública; Data do Julgamento: 26/08/2015; Data de Registro: 26/08/2015. APELAÇÃO CÍVEL. 1. Revenda de combustíveis Amostra de etanol analisada em desconformidade específica de ph (Resolução ANP nº. 07/11). Cassação de inscrição estadual. Descabimento. Posto revendedor de combustíveis que não tem a atribuição legal de verificar o ph de álcool adquirido de distribuidora. Diferença mínima do material coletado em relação às especificações técnicas da ANP. Demais parâmetros de avaliação que se encontram dentro das exigências técnicas da ANP (Condutividade, Massa Específica, Teor Alcoólico e Teor de Metanol). Sanção que malfere os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Precedentes. Procedência da ação Manutenção da sentença. 2. Recurso não provido. TJSP; Apelação ; Relator: Osvaldo de Oliveira; Órgão Julgador: 12ª Câmara de Direito Público; Foro de Votuporanga - 1ª. Vara Judicial; Data do Julgamento: 19/11/2014; Data de Registro: 25/11/2014. Anulação de Ato Administrativo. Posto revendedor de combustíveis, autuado por ter sido coletado em seu estabelecimento combustível (etanol hidratado) que estaria com ph fora dos parâmetros estabelecidos pela Resolução 7, de , da ANP.. Pretendida anulação da decisão administrativa que cancelou sua inscrição estadual. Viabilidade. Alteração do ph que pode ter origem em fatos externos não imputáveis ao autor. Demais componentes da amostra de combustível que se encontravam dentro dos limites estabelecidos pela Resolução da ANP. Observância dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Recursos oficial, tido por interposto, e voluntário improvidos. TJSP; Apelação ; Relator: Aroldo Viotti; Órgão Julgador: 11ª Câmara de Direito Público; Foro de São José do Rio Preto - 2ª Vara da Fazenda Pública; Data do Julgamento: 10/11/2015; Data de Registro: 18/11/2015. Agravo de Instrumento nº

5 exame do mérito pela sentença. Cumpre, pois, suspender os efeitos dessas medidas até o Para tanto, DÁ-SE provimento ao recurso. Se as partes não manifestarem oposição, eventuais embargos de declaração serão julgados em ambiente virtual, na forma da Resolução 549/2011 desta Corte. EDSON FERREIRA RELATOR Assinatura Eletrônica Agravo de Instrumento nº